Passos Coelho garantiu que fará tudo para evitar subidas de impostos e quer a economia a crescer mais de 3%.
O líder do PSD esteve ontem no Clube dos Pensadores, em Gaia, tendo, após as questões do público, voltado a falar da situação fiscal do País.
"A resposta dos impostos torna-se inevitável quando mais nada resulta - não foi por acaso que um dia tive que condescender em dar ao Governo essa possibilidade - mas ela não pode transformar-se, como resposta emergente, na resposta normal e contínua", criticou.
Para Passos Coelho quando esta se transforma numa resposta normal e contínua "significa que os governos não fazem aquilo que é necessário e portanto estão sempre na última instância de ter que fazer o que não deviam".
"Eu preferiria mil vezes - é que nem tenho nenhuma hesitação - em mexer na estrutura do IVA a ter que cortar pensões e reformas. O Governo tomou uma opção inversa", afirmou.
O líder do PSD explicou que "estando a falar de pensões tão baixas, de pessoas que já vivem de rendimentos tão baixos" preferiria "se tudo mais falhasse e a ter que fazer qualquer coisa", poupar as pensões e as reformas e mexer na estrutura do IVA, realçando que não alteraria o IVA nos bens essenciais.
"Vai ser necessário ou não? Eu espero que não. Mas para não me fazerem a critica - que têm feito aos outros, de dizer que não e chegar lá e ver que isto afinal está muito pior, portanto vamos ter fazer - prefiro dizer hoje, com todo o inconveniente que isto possa representar, prefiro ser hoje honesto e dizer não sei, não sei", realçou.
Passos Coelho garantiu ainda que fará "tudo para o evitar".
Governo de "dimensão historicamente pequena" e nomeações na internet
O líder do PSD assumiu ainda o compromisso de, caso seja primeiro-ministro, publicar, na internet, todas as nomeações, uma das medidas de transparência que quer implementar num Governo que será de "dimensão historicamente pequena".
O líder do PSD assumiu ainda o compromisso de, caso seja primeiro-ministro, publicar, na internet, todas as nomeações, uma das medidas de transparência que quer implementar num Governo que será de "dimensão historicamente pequena".
Passos Coelho salientou que, caso vença as eleições a 5 de Junho, um dos seus primeiros compromissos "é apresentar um Governo com uma dimensão historicamente pequena".
"O Governo com menos membros em ministros e secretários de Estado de que há memória em Portugal", sublinhou.
Para o presidente social-democrata é ainda preciso "deixar claro que os membros do Governo não podem recrutar ilimitadamente uma espécie de administração paralela nos seus gabinetes".
"Um membro do Governo tem direito a escolher um chefe de gabinete, uma ou duas secretárias de confiança, um ou dois adjuntos. Acabou. O resto que tiver que recrutar tem que recrutar na administração", avançou.
Para Passos Coelho, "as pessoas que estão no Governo têm que se habituar a dar o exemplo, a andar no seu carro e de transportes públicos".
"Porque todas estas coisas virão no Diário da Republica mas esse não é o jornal que os portugueses mais consultam, nós assumimos o compromisso de publicarmos, todos os meses, com toda a transparência, na internet, todas as nomeações que forem feitas, explicando quem é aquela gente, de onde vêm, que habilitações têm, o que vão fazer e o que vão ganhar. Transparência", explicou.
O líder social-democrata tinha sido questionado pelo fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, qual seria uma diferença entre ele e o primeiro-ministro demissionário José Sócrates.
"Uma diferença para José Sócrates? Esta", respondeu, depois de avançar com as políticas de transparência.
Crescimento económico de pelo menos 3 a 3,5% é decisivo
O líder do PSD disse ser decisivo um crescimento económico de pelo menos "3 a 3,5% nos próximos dois, três anos", alertando que sem isso "não há pacotes de
austeridade que valham".
austeridade que valham".
Passos Coelho considerou ser "preciso apostar no crescimento da economia".
"E para pôr a economia a crescer temos que olhar para as PME (pequenas e médias empresas), para as condições de canalizar recursos financeiros para essa actividade, e fazer a aposta no empreendedorismo, valorizar o mérito, pôr de lado a batota e dar
incentivo quer à entrada de capitais externos mas depois queremos que aqueles que estão cá possam ser bem sucedidos", explicou.
incentivo quer à entrada de capitais externos mas depois queremos que aqueles que estão cá possam ser bem sucedidos", explicou.
IN: ECONOMICO
Desta entrevista só posso concluir que Passos Coelho ou é um louco ou não percebe nada de economia. Vamos por partes:
- Mexer no IVA implica uma subida de preços em todos os produtos, criando medidas recessivas e fazendo retroceder a economia. Além disso é uma medida que é aplicada a todos, ricos ou pobres, não havendo justiça social na sua aplicação. Fazer quem mais recebe pagar um pouco mais é muito mais justo (por exemplo quem tem reformas acima de 1000 euros) do que fazer repercutir a subida do IVA por todos. Aqueles que tem reformas de 150 e 200 euros viam o seu poder de compra diminuir imenso. E nem se pode dizer que haveria vantagem económica, porque mesmo que as pessoas fizessem uma retracção no consumo, os bens essenciais iam ser sempre taxados.
- Para quem quer uma taxa de crescimento de 3 a 3,5% ao ano não é com uma taxa de IVA elevada que o vai conseguir. Para além disso, onde está a industria exportadora que consiga gerar emprego, e exportar em quantidade para conseguir esse crescimento? Como e que ele vai conseguir crescimentos de 3,5% se nos ultimamente nem 1% conseguimos crescer? Isto é uma loucura, andamos a fazer cálculos irrealistas. Nos não conseguimos competir com a China nos produtos da gama baixa, não conseguimos competir com paises como a Alemanha ou Japão na tecnologia de ponta, portanto é necessário achar o nicho de mercado em que consigamos ser competitivos.
- Temos de voltar a agricultura, produzir o que consumimos, se não nunca vamos diminuir o deficit externo.
- Apostar nos sectores tradicionais, industria extractiva, apostar nos transportes marítimos e construir uma linha férrea em bitola standard de Portugal para IRUN-HENDAYE, para conseguirmos importações baratas e conseguirmos colocar os nossos produtos na europa a baixo custo e potenciar o investimento estrangeiro.
- Remodelar o sistema de justiça português... Assim como está não vamos lá... a Justiça é cara e ineficiente, e assim ninguém quer vir investir aqui.
Enfim... o pais precisa de levar uma volta de alto a baixo... não me parece que Passos Coelho tenha agilidade para tal... mais parece um Socrates II.
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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