domingo, 17 de abril de 2011

Otelo acredita que a crise poderá levar ao regime com que "sonhou" no PREC

 O estratega da revolução de 25 de Abril de 1974 acredita que a crise que o país atravessa poderá levar a que a democracia representativa venha a ser substituída por uma democracia directa, regime com que "sonhou" durante o PREC.

Otelo Saraiva de Carvalho, que participou sábado à noite, em Santarém, num colóquio sobre a canção que serviu de senha para o arranque da Revolução dos Cravos, disse à agência Lusa que é importante acompanhar o que está a acontecer na Islândia, que enfrentou a banca rota em 2008 e que está a viver formas de democracia directa, num processo que poderá ter "um desenlace profundo nas democracias europeias". 

No seu entender, os 37 anos decorridos desde a revolução não consolidaram totalmente o regime de democracia representativa que foi "imposto" a Portugal pela Europa Ocidental e pelos Estados Unidos da América.

"O meu sonho durante o PREC (processo revolucionário pós 25 de Abril) começou a ser a possibilidade de instauração no país de um modelo novo de regime político que passava pela democracia directa", pela criação de um "Estado de poder popular em que os partidos ficassem subalternizados", à semelhança do que está a acontecer agora na Islândia, disse Otelo Saraiva de Carvalho à Lusa.
Para Otelo, o país está a assistir a "fenómenos importantes" a que é preciso estar atento, como as cada vez mais elevadas taxas de abstenção.

"O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, veio advogar greve da democracia. E se ninguém votar como é que os políticos se acham com legitimidade para continuar a governar o país?", questionou, frisando que estas "são ideias que vão aparecendo".

IN: JN

Otelo está novamente ao ataque... desta vez com um discurso mais moderado e apontando algumas soluções.

O modelo Islandês não parece mau de todo... os privados que se aguentem com a divida privada, o estado apenas tem de assegurar o normal funcionamento das instituições, o sistema de saúde, a justiça, a segurança e o ensino.

Os partidos hoje são antros mafiosos, regulados por máfias oligarcas que tudo sugam a volta, com interesses ligados a banca, ao mundo dos negócios, etc. Para estes as bases são apenas carne para canhão, ferramentas para atingir o objectivo final.

Penso que estamos a viver momentos históricos, está-se a mudar para um novo paradigma, e muito provavelmente estamos a chegar ao fim do modelo dos partidos políticos, e a entrar num novo modelo de democracia representativa. Ou seja, toda esta crise poderá ter conduzido a um fim de ciclo.

Espero que o que ai venha seja positivo... e traga o progresso e bem estar necessários a toda a população.

Luís Passos

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