quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Barbosa, el chui da Ria Formosa


Alguem me arranja a letra desta fabulosa canção? 

Cumprimentos cordiais

Luís Passos


BARBOSA, EL CHUI DA RIA FORMOSA

Um dia estava eu navegando,
Na minha embarcação que se chamava
"Vai já andando".
Apareceu o Barbosa 
E quis-me entalar.
Vire-me pare ele e disse:
 - Oh Barbosa faz-te ao mar!!!

O Barbosa meteu-se na chata
E começou-me a perseguir.
Marrou no cabeço 
E eu fartei-me de rir!!!
Coitado do Barbosa,
Ficou todo atolado.
Olha que a maré está a subir,
Ainda morres mas é afogado!!!

Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa

Convidei o Barbosa para irmos à ilha do Farol,
Comer uma sardinhada
Regadinha com tintol.
Não é que ele apareceu
De balde e de pincel,
Andava  a caiar a casa,
A casa do coronel!!!

Tinha levado uma pissada,
O homem estava de castigo,
Tal não era a fominha
Quando veio ter comigo.
Sentou-se à minha mesa
A comer e a beber.
No fim da almoçarada
Rodou uma notinha para dizer:

Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa

Quando o meu amigo Barbosa
Foi fazer exame para "Almirante",
Chegou a boca da barra e disse:
- Não!!! Porra, que está Levante!!!
Meteu a marcha a ré,
Fartou-se de inventar,
Tinha-se se esquecido do bujão...
Socorro!!! Não sei nadar!!!

Lá fui eu no "Vai já andando"
Ajudar o desgraçadinho,
Aquilo já nem era barco,
Mais parecia um submarino.
Dei-lhe reboque até ao cais,
Era  noite quando atraquei,
O Barbosa já gemia,
Até [...] eu a safei.

Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa

Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa
Oh Barbosa!!! Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Oh Barbosa!!!
Tu és el chui da Ria Formosa!!!
Hey!!!!

Pronto, aqui está a letra completa da musica "Barbosa" do nosso amigo Luis Nadkarni "Barriga".

Gostava de saber em quem o Barriga se inspirou para escrever esta letra, porque de facto é uma excelente caricatura das nossas autoridades marítimas locais, a quem dedico este tema.

Adoro esta música, e declaro aqui oficialmente que é o Hino do blog Faro é Faro!!!

Barriga pah... granda som... !!!!

Desde já agradeço ao Sr. José Carlos a amabilidade de me ter enviado a musica em formato MP3, a partir da qual consegui tirar o resto da letra. Na versão que tenho em MP3 o Barriga tem uns falcetes bastante engraçados. É boa musica Farense... musica da nossa terra!!!

Luis 

O preço da Irresponsabilidade

Excelente texto de Álvaro Santos Pereira

Retirado daqui.

As medidas anunciadas ontem pelo governo para o auto-proclamado “reforço da execução orçamental” e para o OE suscitam-me vários comentários e dúvidas por esclarecer.
Em primeiro lugar, parece-me por demais evidente que este pacote de medidas draconianas se deve exclusiva e totalmente à inacreditável irresponsabilidade e à incompetência atroz deste Primeiro-Ministro e deste Ministro das Finanças. As reduções salariais e um novo aumento dos impostos poderiam ter sido perfeitamente evitados se o governo já tivesse anteriormente atacado o crescimento explosivo da despesa pública ou, no mínimo, tivesse conseguido travar o inexplicável descontrolo orçamental. Ora, por razões eleitorais, o governo fez exactamente o contrário dos restantes países europeus: não só adiou os cortes na despesa pública, como também fez tudo para encobrir a verdadeira situação das contas públicas portuguesas. A consequência de tal incúria é fácil de medir: nos meses que se seguiram ficou por demais evidente que este governo é perfeitamente incapaz de controlar o despesismo voraz do nosso Estado, o que fez com que Portugal tivesse que se financiar no exterior a taxas cada vez mais desvantajosas. Assim, a culpa de estarmos a pagar juros mais caros para nos financiarmos não é nem dos “malvados dos mercados” ou dos “especuladores da alta finança”, nem, muito menos, do principal partido da oposição que cometeu o supremo ultraje de exigir o corte da despesa do Estado. Não. A culpa de estarmos a pagar juros bem mais caros é, pura e simplesmente, só da responsabilidade deste governo e do descalabro orçamental que nos remeteu. Se não acreditam no que eu digo, perguntem a qualquer analista estrangeiro independente sobre qual é a sua opinião sobre a actuação do governo português nesta matéria.  “Lamentável” ou “medíocre” serão decerto as respostas mais ouvidas. Ora, o preço de termos esperado estes meses todos antes de actuarmos pelo lado da despesa não só será pago por este governo, mas sim por todos nós. E quem irá saldar a factura serão não só os desempregados, os que optam por emigrar, e todos os contribuintes, mas também, e principalmente, os nossos filhos, que terão que pagar por muitos anos os juros das irresponsabilidades dos últimos 15 anos.
Em segundo lugar, por favor não me venham dizer que o Ministro das Finanças é a única tábua de salvação no meio de um governo de incompetentes. Não é. Bem pelo contrário. Como é que podemos considerar “responsável” um Ministro das Finanças que tem sistematicamente levado a cabo desorçamentações e manobras de contabilidade criativa denunciadas pelas mais diversas instâncias nacionais (Tribunal de Contas e UTAO) e internacionais (OCDE e FMI)? Um Ministro das Finanças que omitiu descaradamente a execução orçamental em 2009? Um Ministro das Finanças que deixou derrapar as contas públicas dois anos seguidos? Um Ministro das Finanças que aprovou dois planos de austeridade em que prometia cortar na despesa e fez exactamente o contrário? Um Ministro das Finanças que tem feito todos os possíveis e possíveis para ocultar (sim, ocultar) o verdadeiro estado das contas públicas nacionais e de omitir os encargos da dívida pública indirecta (das empresas públicas) e dos encargos com as parcerias público-privadas? Como é que podemos considerar responsável um Ministro e um governo que nos trouxeram taxas de desemprego históricas, que contribuíram para o regresso da emigração, e que, ainda por cima, quase nos levaram à insolvência? Como? Se isto é responsabilidade, eu sinceramente não sei o significado da palavra irresponsável.
Em terceiro lugar, será que alguém ainda se ilude com medidas extraordinárias adicionais? Já não chega o que aconteceu em 2003? Em 2004? Nos últimos 2 anos? Apesar de ainda não sabermos os pormenores, o negócio com a PT é lamentável e devia ser liminarmente recusado quer pelos partidos da oposição, quer por Bruxelas. Este é tão somente mais um malabarismo contabilístico destinado a transferir o despesismo do presente para as gerações vindouras. E, se for para a frente, não tenhamos dúvidas: quem irá pagar a factura de “cumprirmos” o objectivo do défice para este ano são, mais uma vez, os nossos filhos e os governos futuros. Poucos ou nenhuns custos para um governo irresponsável, todas as desvantagens para os contribuintes futuros... (Para além do mais, não era a PT uma empresa privada, fora da alçada do Estado? Afinal, em que é que ficamos?)
Em quarto lugar, onde está o TGV? Onde estão as diversas auto-estradas já adjudicadas ou em fase de lançamento? É que as despesas de capital que foram cativas para o ano de 2010 não têm nada a ver com o TGV ou as ditas auto-estradas. Porquê? Porque estas obras foram lançadas em regime de parcerias público-privadas (PPPs) e não entram para a Conta Geral do Estado, assim como já foi denunciado várias vezes tanto pelo Tribunal de Contas, como pela UTAO (a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República). E quem pagará estas obras serão, como é óbvio, e uma vez mais, as gerações futuras e os governos vindouros, visto que os pagamentos aos privados só começam a ser feitos a partir de 2013... Por isso, pelo que parece, o nosso primeiro-ministro ainda alimenta secretamente o desejo de que as suas queridas obras de “modernização” do país possam continuar a ser feitas à surdina, nem que para isso os portugueses tenham que ver os seus salários diminuir ou tenham que pagar mais e mais e mais impostos. Quem disse que os meios não justificam os fins?
Em quinto lugar, a subida em 2 pontos percentuais da taxa normal do IVA é uma má política e é simplesmente desnecessária. Porquê? Porque, na melhor das hipóteses, esta subida do IVA irá dar azo a 900 milhões de euros adicionais. Ora, será que não conseguíamos obter 900 milhões com outras medidas? Será que não seria possível um corte de despesa nessa ordem? Onde, pergunta o Ministro das Finanças? Pois, muito bem, aqui vão algumas sugestões:
a)    cortes de 10% na aquisição de bens e serviços do Estado. Resultado? REDUÇÃO DA  DESPESA: 728 milhões de euros (eu sei que o governo tenciona cortar alguns dos consumos intermédios, mas não na ordem dos 10%);
b)   cortes de 10% nas despesas de 50 institutos não relacionados com a Saúde e com a Educação (eu fornecerei a lista e os cálculos nos próximos dias). Resultado? REDUÇÃO DA  DESPESA: 560 milhões de euros
Repare-se que este é só um corte de 10%, não de 20% ou até de 50%, que seria facilmente exequível na grande maioria destes institutos, o que permitiria reduções da despesa em mais de 1000 milhões de euros.
c)    Cortes de 20% nas despesas de capital. De notar que não estamos a falar de cativações ou de cortes na ordem dos 5%-10%, como anunciado pelo governo. Mas sim reduções de 20%. Resultado? REDUÇÃO DA  DESPESA: 1120 milhões de euros
d)   Reduções substanciais (e não muito tímidas) das indemnizações compensatórias às empresas públicas, que rondam os 430 milhões de euros.
Obviamente, uma combinação destas medidas poderia igualmente fazer-nos chegar aos tais 900 milhões de euros que o aumento do IVA nos poderá proporcionar. Por isso, vale a pena perguntar: por que é que o governo não faz isso em vez de aumentar impostos? Por que é que temos de sobrecarregar ainda mais os contribuintes? Por uma simples razão: é que o governo sabe que já perdeu o país e as próximas eleições, mas, entretanto, no seu desvario desaustinado, quer arrastar consigo para o abismo tudo e todos, e, se possível, o principal partido da oposição, forçando-o a aprovar o Orçamento, mesmo indo contra ao que já tinha sido anunciado previamente. Para além do mais, é muito mais fácil fazer subir impostos do que cortar nas clientelas do Estado ou prejudicar os grupos económicos que têm sido privilegiados nos últimos anos. Uma estratégia que devia ser peremptoriamente recusada pela Oposição. Se faltam recursos devido ao descontrolo orçamental deste governo, então que se cortem despesas e não se aumente a carga fiscal de uma economia com tantos problemas de competitividade.
Finalmente, é certo que ainda estamos a uns dias da apresentação do Orçamento de Estado para 2011. No entanto, e tal como aconteceu aquando da apresentação do Orçamento para 2010, o governo optou por nos fornecer um documento extremamente ambíguo sobre inúmeras medidas a adoptar. Assim, o documento refere que se “irá extinguir/fundir organismos da Administração Pública directa e indirecta” e “Reorganizar e racionalizar o Sector Empresarial do Estado reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes.” E, como é lógico, as perguntas que se seguem são: quantos? 5%? 10% 30%? E o quê? Que institutos? Que empresas? Que entidades? Quais serão as poupanças estimadas?
Promete-se ainda “reduzir os encargos da ADSE” e as transferências para as autarquias e para as Administrações Regionais. E as mesmas perguntas nos surgem: Quanto? O quê? Como? É que é muito diferente cortar 5% destas transferências (que permitiria poupanças acima dos 300 milhões de euros) e 10% (pois teríamos reduções de despesas na ordem dos 600 milhões). E depois há toda uma série de medidas avulsas que têm pouca racionalidade ou justificação. Por que é que se reduzem em 20% as despesas com a frota automóvel do Estado? Por que não mais?
Enfim, este é um documento típico deste governo: ambíguo, cheio de promessas que não devem ser para cumprir, e sem qualquer estratégia de combate estrutural ao voraz despesismo do nosso Estado. Um documento de uma era que ficará irremediavelmente marcada na nossa História pela irresponsabilidade gritante dos nossos dirigentes e pelas más políticas que condenaram Portugal a um novo atraso económico que já tinha sido superado nas décadas anteriores.

As Conquistas de Abril

Receitas da Ria Formosa

Cataplana de frango com ameijoas e Camarão

Aqui vos deixo mais uma receita para ser confeccionada com produtos da Ria Formosa.

Prato ideial para um jantar romântico a dois, acompanhado por um bom vinho branco.


Ingredientes para 2 pessoas:

1/2 Frango
250gr de ameijoas
6 camarões grandes
2 dentes de alho
1 folha de louro
colorau
pimenta
sal
1 copo de vinho branco
2 cebolas médias
azeite
um pouco de bacon ou presunto ou chouriço
Coentros

Preparação:
Começe por partir o frango em pedaços pequenos, e tempere com sal, pimenta, colorau e o alho esmagado.
Leve o azeite ao lume juntamente com a folha de louro e a cebola cortada em meias luas finas. Quando começar a querer alourar junte o vinho branco e deixe ferver uns minutos.
Entretanto, leve a carne a alourar na cataplana bem quente com um pouco de azeite. Ponha as ameijoas e os camarões por cima da carne e regue com a cebolada. Coloque os pedacinhos de bacon ou chouriço e polvilhe com os coentros.
Feche a cataplana deixe cozinhar em lume brando durante 15 minutos!
Sirva com batatas fritas em cubinhos e uma salada!
Bom Apetite!
Receita retirada daqui.

O paquete Santa Maria

A livraria Pátio das Letras vai promover dia 2 de Outubro, Sábado, o lançamento do livro "Eu roubei o Santa Maria", de Jorge SoutoMaior, oficial galego que comandou o assalto. A apresentação é de José António Barreiros e conta com a presença de Camilo Mortágua.

Para os mais curiosos, deixo-vos aqui informação técnica sobre o navio e alguma memorablia.

SANTA MARIA

TipoNavio de passageiros de 2 hélices
ConstrutorSociété Anonyme John Cockerill
Local construçãoHoboken - Bélgica
Ano de construção1952
Ano de abate1973
RegistoCapitania do porto de Lisboa, em 9 de Novembro de 1953, com o número H 421
Sinal de códigoC S A L
Comprimento fora a fora185,60 m
Boca máxima23,09 m
Calado à proa8,41 m
Calado à popa8,41 m
Arqueação bruta20.906,31 Toneladas
Arqueação Líquida11.876,67 Toneladas
Capacidade5.495 m3
Porte bruto7.716 Toneladas
Aparelho propulsorDois grupos de turbinas, construídos em 1953 pela Société Anonyme John Cockeryll, em Seraing, Bélgica. Seis caldeiras, para 32 K/cm2 de pressão.
Potência25.500 cavalos
Velocidade máxima22 nós
Velocidade normal20 nós
PassageirosAlojamentos para 8 em classe de luxo, 148 em primeira classe, 226 em segunda classe, 200 em terceira e 600 em terceira suplementar, no total de 1182 passageiros.
Tripulantes293
ArmadorCompanhia Colonial de Navegação - Lisboa

Fotos

Foto 1 - Port Everglades, Florida (Estados Unidos)
Foto 2 - Port Everglades, Florida (Estados Unidos)

Foto 3 - Santa Maria em Lisboa

Foto 4 - Santa Maria no Funchal
Foto 5 - Santa Maria no Funchal
Foto 6 - Bar de 1ª Classe
 O ASSALTO AO SANTA MARIA

"Em Janeiro de 1961 deu-se o assalto ao paquete "Santa Maria", incidente que na época notabilizou a contestação ao Governo de Oliveira Salazar, e introduziu a prática, depois muito difundida internacionalmente, de sequestrar navios e aviões com fins políticos.
O "Santa Maria" havia largado de Lisboa a 9 de Janeiro de 1961 em mais uma das suas viagens regulares à América Central, fazendo escala no porto venezuelano de La Guaira no dia 20. Entre os passageiros embarcados neste porto, contava-se um grupo de 20 membros da DRIL - Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação, organismo constituido por opositores aos regimes de Franco e Salazar, cujo comandante era o capitão Henrique Galvão, que embarcou clandestinamente no "Santa Maria" um dia depois, em Curaçau, com mais três elementos da DRIL. Galvão estava exilado na Venezuela desde Novembro de 1959, e em Julho de 1961 havia concluído os planos de assalto ao "Santa Maria". Fora escolhido este paquete por ser muito superior aos diversos navios de passageiros espanhóis que na altura faziam a carreira da América Central. O capitão Galvão pretendia deslocar-se no "Santa Maria" até à colónia espanhola de Fernando Pó, no golfo da Guiné, cuja tomada permitiria em seguida efectuar um ataque a Luanda e iniciar, a partir de Angola, o derrube dos Governos de Lisboa e de Madrid.
Horas depois da largada de Curaçau, o "Santa Maria" navegava rumo a Port Everglades, na Florida, com 612 passageiros e 350 tripulantes, sob o comando do capitão da Marinha Mercante Mário Simões da Maia, quando, precisamente à 1 hora e 45 minutos da madrugada de 22 de Janeiro de1961, os 24 homens de Henrique Galvão tomaram conta da ponte de comando e da cabine de TSF, dominando os oficiais do navio. O terceiro piloto João José Nascimento Costa ofereceu resistência aos assaltantes e foi morto a tiro. Pouco depois, o "Santa Maria" alterou o rumo para leste, procurando alcançar rapidamente o Atlântico. A 23 de Janeiro, o navio aproximou-se da ilha de Santa Lúcia e desembarcou, numa das lanchas a motor, 2 feridos graves com 5 tripulantes, comprometendo a possibilidade de atingir a costa de Africa sem ser detectado. No dia 25, o paquete cruzou-se com um cargueiro dinamarquês, traindo a sua posição, o que permitiu a um avião norte-americano localizar o "Santa Maria" horas depois. Finalmente a 2 de Fevereiro o "Santa Maria" fundeou no porto brasileiro do Recife, procedendo ao desembarque dos passageiros e tripulantes. Chegou a ser considerado o afundamento do paquete, mas no dia seguinte os rebeldes entregaram-se às autoridades brasileiras, obtendo asilo político, ao mesmo tempo que o "Santa Maria" voltava à posse da Companhia Colonial de Navegação.
Os passageiros do paquete assaltado foram transferidos para o "Vera Cruz", que saiu do Recife a 5 de Fevereiro, chegando a Lisboa a 14 do mesmo mês, após escalar Tenerife, Funchal e Vigo. Por sua vez o "Santa Maria" largou do Recife a 7 de Fevereiro, entrando no Tejo, embandeirado em arco, a 16 e atracando a Alcântara...
... Independentemente dos aspectos políticos que na altura rodearam o caso "Santa Maria", este incidente acabou por fazer do navio o mais famoso dos paquetes portugueses. Embora o "Infante D. Henrique" e o "Príncipe Perfeito" fossem mais recentes, o "Santa Maria" era um navio de prestígio por excelência, situação a que não era estranho o facto de ser o único navio de passageiros português a manter uma ligação regular entre Portugal e os Estados Unidos da América.
Coincidindo com o desvio do "Santa Maria", deflagraram a 4 de Fevereiro, em Luanda, incidentes graves, seguidos, em Março, do começo da guerra no Norte de Angola. O Governo de Lisboa decidiu enfrentar a situação, enviando a partir de Abril ràpidamente e em força importantes reforços militares. Esta decisão implicou, de imediato, a requisição de diversos paquetes e navios de carga afretados pelo Ministério do Exército para efectuarem o transporte de tropas e material de guerra. A utilização esporádica para este fim de navios de passageiros portugueses vinha já do século XIX, passando a partir de 1961 a constituir uma das principais ocupações permanentes dos paquetes portugueses...









in Paquetes Portugueses de Luis Miguel Correia






Foto 7 - O Santa Maria a chegar depois do assalto
Foto 8 - O Santa Maria a chegar depois do assalto










quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Linha do comboio em Faro - O que os turistas avistam dos comboios


Caros,

Olhando para este vídeo que encontrei no Youtube, repara-se no que se depara um turista que venha de Olhão ou Tavira ao chegar a Faro, após fazer a curva do Largo de São Francisco e de ver a bela paisagem com a muralha, o antigo castelo, os baluartes, as ameias, olha para o murete de protecção e ve o lixo acumulado junto ao murete, o enorme grafitti horroroso naquela cerca junto à muralha, o lixo e os monos, bem como o grafitti monstruoso na parede do centro de ciência viva onde existia o antigo apeadeiro das Portas do Mar, bem como os detritos e lixo junto à linha atrás do Ginasio Clube Naval.

E o que falar do vandalismo do equipamento urbano na zona compreendida entre o Largo de São Francisco e o Caís das Portas do Mar?

É este o exemplo que queremos mostrar a quem nos visita?

Onde andam os Serviços Municipalizados e a Fagar?

Vamos la limpar esta zona para que os turistas que nos visitam não tenham de ver estas tristes figuras.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Para reflectir...

Ministro das Finanças Suíço fala sobre Portugal

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O relatório da OCDE

Verão em Inglês original:
To rebalance the Portuguese economy and move towards a higher and sustainable growth path, rapid consolidation of the public finances is essential. Consolidation measures should continue to be strictly implemented, preferably through expenditure restraints, but the government should stand ready to curb tax expenditures and raise the least distortive taxes if needed.”



  • “The fiscal deficit started to deteriorate in 2008 and reached 9.3% of GDP in 2009. This followed a large fiscal consolidation in 2005-07 and, to some extent, was induced by measures that were not directly related to the crisis, such as a cut in VAT and a sizeable (2.9%) wage increase for civil servants in 2009.

  • “Private consumption is also hampered by high indebtedness, an already low saving rate and unfavourable labour market conditions, with the unemployment rate expected to remain above 10%.”

  • “Increases in unit labour costs have been due both to a disappointing productivity performance and to insufficient wage moderation, where pressures from the sheltered sectors (including the public sector) are likely to have played a major role.

  • “…the fall in energy imports and the development of energy-related industrial clusters with export potential need to be weighed against more expensive electricity from renewable sources (at least at current oil prices) and the opportunity cost of resources channelled into renewable energy.”

  • “Continuing to implement the consolidation measures in a strict way is essential to secure fiscal sustainability, even if the cyclical situation turns out worse than expected. Otherwise, the financing conditions for both the public and private sectors may deteriorate substantially, with a sharp increase in risk premia and severe consequences for economic growth.”

  • “Considerable changes in the labour code over the last two years brought Portugal closer to the OECD average in terms of the overall rigidity of EPL (2.84 in 2009 versus 2.23 on average in OECD countries). More needs to be done, however. Protection of permanent workers against (individual) dismissal is still the strongest among OECD countries (3.51 in 2009 versus 2.09 on average in OECD countries).”

  • “The introduction of the new labour code in 2009, by reducing EPL (Employment Protection Legislation) for regular contracts, is an important step in the direction of reducing labour market dualism, as will the new Contributory Code of Social Security. More needs to be done, however. The authorities have acknowledged the need to continue reforming the labour market and are currently discussing a new strategy with the social partners. EPL for regular contracts should be reduced further, which would reduce the gap between the protection of regular and temporary workers.”

  • “Transport infrastructure project selection should be based on transparent and careful cost-benefit analysis based on cautious demand forecasts.


  •  Tradução em Portugues (minha):

    Para reequilibrar a economia Portugusa e avançar para um caminho de crescimento sustentável e mais elevado, uma rápida consolidação das finanças públicas é essencial. As medidas de consolidação deverão continuar a ser aplicadas, de preferência através da contenção das despesas, mas o governo deve estar preparado para conter a despesa fiscal e elevar o mínimo de impostos distorcivos, se necessário. "
     


    • O déficit fiscal começou a deteriorar-se em 2008 e atingiu 9,3% do PIB em 2009. Isto seguiu-se uma vasta consolidação orçamental em 2005-07 e, em certa medida, foi induzida por medidas que não estavam directamente relacionadas com a crise, como um corte no IVA e um aumento salarial considerável (2,9%) para os funcionários públicos em 2009.  
    • O consumo privado é também prejudicado pelo endividamento elevado, uma taxa já baixa de poupança e condições desfavoráveis no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a manter-se acima de 10%."
    • "Os aumentos nos custos unitários do trabalho deveram-se a um desempenho decepcionante da produtividade e à moderação salarial insuficiente, a que as pressões dos setores protegidos (incluindo o sector público) são susceptíveis de ter desempenhado um papel importante.
    • " A diminuição das importações de energia e o desenvolvimento de clusters industriais relacionados com a energia com potencial de exportação precisam ser avaliados contra os mais elevados custos de produção de electricidade proveniente de fontes renováveis (pelo menos a preços actuais do petróleo) e o custo de oportunidade dos recursos canalizados para as energias renováveis.
    • "Continuar a implementar as medidas de consolidação de uma forma rigorosa é essencial para assegurar a sustentabilidade fiscal, mesmo que a situação cíclica acaba pior do que o esperado. Caso contrário, as condições de financiamento para os setores público e privado pode deteriorar-se substancialmente, com um forte aumento dos prémios de risco e com consequências graves para o crescimento económico ".
    • "Consideráveis alterações introduzidas no código de trabalho nos últimos dois anos trouxeram  Portugal para mais perto da média da OCDE em termos de rigidez global da legislação laboral (2,84 em 2009, contra 2,23 em média nos países da OCDE). Precisa ser feito ainda mais. A protecção contra despedimento dos trabalhadores com contratos permanentes é ainda a mais forte entre os países da OCDE (3,51 em 2009, contra 2,09 em média nos países da OCDE). "
    • "A introdução do novo código de trabalho em 2009, reduzindo a protecção laboral para contratos com carácter permanente, é um passo importante no sentido de reduzir o dualismo do mercado de trabalho, como será o novo Código Contributivo da Segurança Social. Algo mais precisa ser feito, de qualquer modo. As autoridades reconheceram a necessidade de prosseguir a reforma do mercado de trabalho e estão actualmente a discutir uma nova estratégia com os parceiros sociais. A legislação laboral a ser introduzida para regular os contratos permanentes devem ser desagravada, o que reduziria a distância entre a protecção dos trabalhadores regulares e temporários ".
    • A selecção dos projectos para infraestruturas de transportes deve ser baseada na transparência e na cuidadosa análise custo-benefício com base em previsões de procura cuidadosas."




    Meus senhores, este é o relatório oficial da OCDE sobre a situação em Portugal. Ainda não ouvi nada disto na comunicação social. 


    Para meditar...


    Cumprimentos cordiais


    Luís Passos

    O inglês Técnico do nosso Primeiro

    Caros,

    Deixo-vos aqui esta nota de humor com o nosso Primeiro.

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    Presidente Cavaco Silva promulgou diploma 2000

    O Presidente da República promulgou o diploma 2000 desde o início do seu mandato, um decreto-lei que determina quais as medidas necessárias para assegurar a protecção e a preservação do meio marinho. Na ocasião da assinatura, o Presidente Aníbal Cavaco Silva proferiu uma pequena declaração alusiva, na qual se referiu aos restantes diplomas que promulgou desde 2006. É o seguinte o teor da declaração do Presidente da República: "Acabo de promulgar um decreto-lei sobre as medidas necessárias para garantir o bom estado ambiental do meio marinho. Com este acto, perfaz 2000 o número de diplomas que promulguei desde o início do meu mandato, em 9 de Março de 2006. 381 foram diplomas da Assembleia da República e 1619 do Governo. Tratando-se de uma das principais competências do Presidente da República, a promulgação de cada diploma exigiu análise atenta e ponderada. Neste caso, o legislador português procedeu à transposição de uma importante directiva europeia que visa a protecção e a preservação do meio marinho, sendo considerada o pilar ambiental da Estratégia Marítima Integrada da União Europeia. É um texto comunitário com um longo percurso de aprovação, que sofreu um impulso decisivo durante a Presidência portuguesa da União Europeia. Ao assegurarmos o equilíbrio do nosso ambiente marinho, estamos a garantir que o País valorizará, cada vez mais, a aposta estratégica no potencial do mar, fonte de desenvolvimento económico, de prestígio internacional e de bem-estar das populações."
    Resta saber se com mais esta ajuda se a Ria Formosa vai beneficiar de alguma vantagem, porque colocaram-se medidas tão restritivas à pesca lúdica, as actividades, ao usufruto da ria, mas no entanto esta não tem melhorado nada a nível ambiental, só tem piorado.  Esgotos, lixo, construção sem controlo e em áreas sensíveis tem sido a tónica nestes últimos anos.
    Vamos ver como vai ser daqui para a frente.
    Cumprimentos cordiais
    Luís Passos

    Comissão Europeia Responde

    Caros,

    Tive conhecimento que a Comissão Europeia, nomeadamente a Direcção Geral de Ambiente, respondeu à denuncia efectuada pelo grupo "Somos Olhão", subscrita pelo Sr. António Manuel Ferro Terramoto.

    A comissão disse que recebeu a denuncia e os elementos probatórios e que os vai analisar e acompanhar a situação. Penso que isto poderá ser o primeiro passo para uma lenta alteração do estado de coisas na Ria Formosa.

    Não conheço o Sr. António Manuel Ferro Terramoto, mas pelo que vi no Blog "Polvo do Algarve" tenho admiração pela coragem e determinação deste homem.

    Houvesse Farenses como ele... Bem haja!!!

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos


    Receitas da Ria Formosa

    Polvo no Forno

    Esta é uma boa receita para fazer em casa, num sabado ou num domingo para saborear com a mulher, namorada, amante... sei lá... LOL.. ;)

    Já experimentei e gostei muito, aqui vos deixo  a receita.





    Ingredientes para 2 pessoas:

    1 polvo com cerca de 1 Kg
    2 cebolas
    1 folha de louro
    2 malaguetas
    sal q.b.
    azeite q.b.
    salsa
    pimenta q.b.
    2 dentes de alho
    10 batatinhas pequenas

    Preparação:

    Coza o polvo na panela de pressão juntamente com 1 cebola, a folha de louro, a salsa e uma malagueta. Deve escaldar primeiro o polvo (introduzindo-o na água a ferver, antes de o colocar a cozer na panela de pressão) e só depois o deve cozer cerca de 20 minutos. Depois de cozido tempere de sal e deixe ferver mais uns minutos.
    À parte dê também uma fervura nas batatinhas, cozendo-as com a pele durante alguns minutos.
    Num tabuleiro que vá ao forno coloque a cebola cortada em meias luas, e tempere com um pouco de sal, pimenta, a malagueta e uma folha de louro. Coloque os polvo cortado e rodeie com as batatinhas. Regue abundantemente com azeite e tempere com o alho picado.
    Leve ao forno até as batatainhas acabarem de cozer e o polvo estar tostadinho.
    Sirva com uma salada ou legumes cozidos.

    Bom Apetite!

    Receita retirada daqui.

    Macário proibe castanhas assadas na Rua de Santo António

    Caros,

    O nosso Presidente, com todo o respeito que merece, está a desgraçar a Cidade de Faro.

    O carrinho das castanhas, o cheirinho destas, o aroma do carvão a ser queimado, os pregões dos vendedores, os embrulhos em lista telefónica ou papel de jornal... Tal como em Lisboa a venda de castanhas é um Ex-Líbris da Cidade, nomeadamente na Rua Augusta e Rossio.

    Os turistas do norte da Europa que não estão habituados a comer castanhas na terra deles vêm aqui e adoram comprar as castanhas. É já uma marca da cidade, a minha mãe diz que desde miúda se lembra de ver o vendedor de castanhas em Faro.


    Além disso, esta-se a gerar emprego, a promover o empreendedorismo dos vendedores.


    Parece que agora as castanhas assadas agora só na zona do mercado ou junto ao Hotel Eva, quando os locais habituais era junto a ZARA e antigo BNU e ao fim da rua de Santo António, junto ao cruzamento da rua Vasco da Gama.

    De facto não há nada mais delicioso, que o domingo, numa voltinha pela cidade, passar com a a namorada pela Rua de Santo António e dividir um pacotinho de castanhas assadas.

    De facto quem compra... leva mais amor para casa.

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos


    O Blog a Defesa de Faro dedicou esta música ao Macário... eu endosso essa dedicatória.

    1000 Visitas no Blog Faro é Faro



    Acabamos de ultrapassar as 1000 visitas no Blog Faro é Faro.

    A todos os que acompanham este blog o meu muito obrigado, espero continuar a fazer algo cada vez melhor, com o intuito de defender a Ria Formosa e a nossa Cidade de Faro.

    Participem com os vossos comentários nas caixas de comentários ou ainda podem enviar textos ou mensagens para blog.faroefaro@gmail.com.

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    segunda-feira, 27 de setembro de 2010

    Cigana já pode apanhar... Nós Farenses não?? Viva o Sarkozy!!!


    É ver os lelos no parchal de São Francisco e na Praia de Faro a esgravatar o terreno todo a procura de ameijoa, berbigão, casulo, ralos, tudo o que se possa apanhar e se possa vender por um bom preço.

    No entanto com a introdução das zonas de interdição de tipo I e tipo II, nós comuns mortais farenses não podemos apanhar marisco, nas zonas tipo II (nas zonas tipo I nao há nada para apanhar lá) nem isca, nem lingueirão, nem ralos, nada.

    Mas a ciganada pode tudo, e com a maior das impunidades, porque nem a policia marítima se atreve a lá chegar perto.

    Eu que sou cidadão farense, nascido e criado, não posso sequer apanhar uma ameijoinha canita na minha Ria Formosa... BAHHH... Sarkozy!!! Tás perdoado... leva-me esta canalhada daqui!!!!

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    Faro antigo - 1969


    Marrocos Agadir - Um exemplo para o Algarve

    Agadir e uma cidade Marroquina na costa atlântica entre Rabat e Lanzarote.

    À algum tempo atrás a economia desta zona residia apenas no sector das pescas, do petróleo, e alguma marinha mercante (costeira). Após o fim do petróleo, e do declínio acentuado da actividade piscatória descobriram o novo Ouro Dourado... o SOL!

    Foram realizados importantes investimentos na área do turismo, foi construída uma grande marina internacional, rodeada de apartamentos turísticos, com uma arquitectura que se enquadra dentro do espírito da região (não são os nossos mamarrachos de Vilamoura), campos de golf, hoteis, infraestruturas, tudo de uma forma equilibrada soubendo integrar bem as comunidades, as suas actividades e práticas ancestrais na nova cidade.

    O resultado penso que é este produto turístico, de nível superior que já atraiu algumas regatas famosas como a Transat Classique Lagassé. No Algarve temos a Volta ao Algarve a Vela, mas não tem o prestigio nem a competitividade deste tipo de regatas.

    Fica o vídeo para apreciarem.

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    Palmeiras junto à Doca

    Ontem passei junto à doca de Faro, e vi esta triste figura.

    As palmeiras todas ratadas dos escaravelhos, folhas pendidas, caídas pelo chão, dando um aspecto de desmazelo.

    Faro quer-se impor como cidade turística mas a imagem que passa para o exterior é que uma cidade suja, descuidada e sem brio.

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    domingo, 26 de setembro de 2010

    Novamente a porqueira da Ponte Ferroviária da Doca

    Caros,

    Esta tarde, estava aborrecido em casa e fui até a doca dar uma voltinha.

    Fui espreitar a zona da ponte e novamente vi a mesma cena deprimente, 3 barcos a espera para entrar e um que la a custo conseguiu passar debaixo da ponte.

    Não resisti tive de fotografar. Num dos barcos nota-se uma familia completa, Pai, Mãe e uma criança bebé, ali a apanhar frio porque ainda não conseguia entrar na doca... e estava a levantar-se vento frio...

    Só visto... contado ninguem acredita...

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    Temporáis na Praia de Faro

    Caros, 

    Fiz este comentário na Defesa de Faro que levantou alguma polémica:
    "Pode ser ke seja este ano que abra uma barra ali junto ao Zé Maria, que é o sitio natural para isso acontecer e ke depois leve tudo a frente por ali abaixo.

    Assim resolvia-se de vez o problema das demolições. Mas se isso acontece-se a Engª Valentona ia logo tomar medidas para fechar a barra.

    É a vida... ;)

    Luis Passos"
     Mas a realidade é esta, nessa mesma localização o mar já fez 2 tentativas para abrir ali uma barra, uma penso que foi no final dos anos 80, que só foi frustrada pela acção do exercito português que colocou pedras e sacos de areia e a segunda tentativa não consigo precisar se foi em 2003 ou se foi no final dos anos 90. Mas as segunda tentativa nao foi preciso grande intervenção porque o temporal acalmou. Bastava que tivesse durado mais 1 hora, e a barra estaria mesmo aberta.

    Mas para perceberam bem estes fenómenos, porque pelo que percebi, muitas das pessoas pensam através de processos empíricos que não correspondem necessariamente a realidade.

    Assim deixo aqui 3 publicações que considero de interesse que podem ajudar a esclarecer:

    1.   Estudo feito pela Faculdade de Ciencias da Univ. de Lisboa  - Estudo - "Morfodinâmica das Praias"
    2. Vulnerabilidade das Ilhas-Barreira e Dinâmica da Ria Formosa na Óptica da Gestão - Luis Rafael Ceia
    3. Estudo de Avaliação da Situação Ambiental e Proposta de Medidas de Salvaguarda para a Faixa Costeira Portuguesa (Geologia Costeira) - J.M. Alveirinho Dias (1993) 
    Espero ter contribuído de forma positiva e esclarecedora para que se entenda o funcionamento de um sistema lagunar como o nosso.

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    sábado, 25 de setembro de 2010

    Atropelos Urbanísticos e Poluição na Ria Formosa

    Caros,

    Deixo-vos aqui um bom programa para o fim de semana, vejam esta edição do programa BIOSFERA do canal 2 da RTP, que retrata de forma bem pragmática os problemas actuais da Ria Formosa.

    Aqui são denunciadas grande parte dos problemas da Ria Formosa. Gostaria de ler os vossos comentários sobre este temática... 

    Vamos discutir a Ria... 

    Luis Passos


    PARTE I
     

    PARTE II

    CIDADE DE CETIM


    Musa inspiradora
    De Poetas sem fim
    Cidade encantadora
    Vestida de Cetim

    Faro, cidade ao mar
    De gentes mui bravias
    Vénus ao luar
    Nessas noites fugidias

    Coração da Ria Formosa
    De águas calmas e belas
    Moça esguia e vaidosa
    Que se estende nas suas janelas

    Faro do meu encanto
    Por ti me enamorei
    Doce e terno pranto
    Em ti me encontrei

    Foi assim que te encontrei
    Com a Doca no horizonte
    Em teus braços eu chorei
    Não há mouro que te afronte

    E agora que eu parto
    Lembro a saudade sem fim
    Desta cidade que abarco
    Vestida de cetim.

    Letra: Leonel Morgadinho
    Música: Subtil, Alex e Mauro

    sexta-feira, 24 de setembro de 2010

    Ainda os estudantes

    Retirei este texto da caixa de comentários do Blog A Defesa de Faro, pelo comentador Sérgio que acho que analisa bem a situação:

    "Extraordinário!!! Gostaria de saber como alguns comentadores se arvoram em falar em nome da maioria da população de Faro! Onde foi realizada a votação? na mesa da Gardy? É óbvio que não concordo com actos de vandalismo e coisas semelhantes, mas não baralhemos as coisas, o que está em causa é o Município de Faro autorizar e depois dar o dito por não dito! Já se esqueceram da promessa, realizada no ano passado, de que não mais se utilizaria o Largo de São Francisco para eventos? São só os estudantes a fazer porcaria nos eventos ali realizados? O que acontece na Festa da Vivimar? e na Feira de Santa Iria? e na outra feira que reinventaram este ano? Sejamos sérios e não joguemos as nossas frustrações em cima dos estudantes! Há uma generalizada falta de civismo de quase "todos" que frequentam as festas realizadas nesta cidade. Esta é a triste realidade, que como Farense constato. Se houver algum erro de português peço desculpas aos super letrados.  - Sérgio "
     Aonde isto vai parar?

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    Navepegos - Um Case-Study de sucesso em Faro

    Caros amigos,

    Quase toda a gente conhece o estaleiro naval NavePegos, que se situa por detrás da estação de caminhos de ferro, junto à Escola de Enfermagem de Faro.

    Esta empresa tem representado o que de melhor se tem feito em Faro ao nível tecnológico, da gestão e da oferta do produto. O estaleiro já existe penso que desde 1943, mas nos moldes do negócio actual, penso que funciona a cerca de 15 a 20 anos.

    Inicialmente este estaleiro era apenas um terreno de terra batida com alguns edifícios onde se amontoavam os barcos. Hoje não... a evolução foi colossal, para melhor.

    Toda a área do estaleiro está cimentada, as posições estão completamente definidas, existem casas de banho, chuveiros, oficinas, armazéns para guardar material, entre muitas outras coisas.

    O estaleiro tem uma capacidade que julgo que deve andar pelas 300 embarcações, tendo para as movimentar um pequeno monta cargas para embarcações até 7 metros, e ainda dois pórticos  que conseguem mover embarcações até 40 toneladas, 2,2 metros de calado e 4,95 de boca.

    O mix de serviços prestados pelo estaleiro é imenso, lavagens de casco, pintura, reparações diversas, venda de sobressalentes, serviços de mecânica e claro, o produto principal - parqueamento de embarcações.

    O Bruce, que penso que dispensa apresentações em Faro (só há poucos dias é que descobri o verdadeiro nome dele... é Fernando), tem trabalhado arduamente para conseguir por esta organização de pé e a funcionar, lutando contra as burocracias e adversidades que lhe tem aparecido pelo caminho, e eu sou testemunha do seu esforço, uma vez que o conheço a mais de 20 anos, e por quem tenho uma grande admiração pelo seu esforço e determinação.

    Era necessário dragar o canal entre o estaleiro e as 4 águas, de modo a que embarcações maiores pudessem vir ao estaleiro, por forma a dinamizar o negócio e poder prestar melhor o nível de serviço actual que está condicionado às marés. Para isso o Bruce  adquiriu um enorme batelão que tem uma draga de balde e dispôs-se a fazer esse trabalho, mas penso que o processo está empancado algures na burocracia.

    Triste pais este, que não deixa trabalhar quem produz riqueza, quem gera trabalho, e quem faz esta cidade uma verdadeira Cidade Náutica.

    Deixo-vos aqui este vídeo, que mostra como se processa a entrada de uma embarcação de grandes dimensões desde as 4 águas até ao estaleiro Navepegos, mostrando passo a passo como tudo se processa, incluindo como o barco é elevado, vendo-se o pórtico de 40 toneladas a funcionar.


    Desculpem o video foi feito por um cliente inglês, está narrado em inglês, mas penso que mesmo que nao saibam falar inglês, conseguem perceber a mecânica do processo.

    Se quiserem obter a tabela de preços e serviços do estaleiro podem enviar um mail para nave.pegos@gmail.com

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    Como pedir um aumento ao seu superior em momento de crise?

    Caros,

    Neste momento de crise, a maioria das empresas mesmo que esteja a gozar de um bom momento de facturação e expansão, aproveita sempre a dita "crise" para não ter de aumentar os funcionários que mais produzem.

    Normalmente no estrangeiro as coisas são um bocadinho diferentes, aqueles que mais se destacam, aqueles que são mais eficientes, os mais motivados, em regra são sempre apoiados pelas empresas com alguns incentivos, em ordenado, em condições, em prémios de produtividade, etc, sobretudo para se motivarem ainda mais e ultrapassarem as suas próprias metas. Trabalhador satisfeito e feliz é altamente produtivo.

    Em Portugal é tudo ao contrário. As entidades patronais tem a filosofia que de... se o trabalhador não se queixa, então é não vale a pena motiva-lo porque já está motivado. Além disso, se ele trabalha bem com pouco, para que dar-lhe mais? Só ia estragar o trabalhador e deslumbra-lo.

    Eu costumo dizer que em Portugal não há empresários empreendedores... há patrões (no velho sentido do termo - inicio do sec XX).

    Assim deixo-vos aqui este vídeo, peço desculpa por ser em brasileiro, mas acho que é extremamente importante o seu conteúdo.

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    A verdadeira mensagem da Ministra da educação

    Rapaziada,

    Venho aqui deixar-vos o verdadeiro video com a mensagem de boas vindas ao novo ano escolar, da ministra da educação.

    AHAHAH.... ri-me que nem um perdido a ver esta porcaria.... LOLLLLLLll

    Cumprimentos cordiais

    Luis

    Mau arranque do ano escolar em Faro



    Caros,

    Parece que o infelizmente o ano escolar começou mal em Faro.

    Algumas escolas não tinham pessoal não docente suficiente, faltavam equipamentos, e em algumas situações as instalações necessitavam de obras urgentes.

    Segundo João Marques, presidente da concelhia socialista de Faro, “a comunidade escolar esteve sozinha” responsabilizando a câmara pelo início de um ano lectivo com “problemas motivados pela falta de pessoal operacional nas escolas cuja colocação é um dever da autarquia". 


    Em comunicado, o PS/Faro recorre à ironia para criticar o autarca Macário Correia (PSD) que “parece finalmente preocupar-se com inicio do ano lectivo”. “O Presidente da Câmara Municipal de Faro parece ter finalmente acordado das suas longas férias de Verão prometendo visitar agora 25 escolas do Concelho em 10 dias”, criticam os socialistas.

    “Tivesse feito previamente o seu trabalho de casa e o ano lectivo não teria começado em Faro repleto de problemas motivados pela falta de pessoal operacional nas escolas, cuja colocação é um dever da autarquia”, acusa ainda João Marques.

    “Não faz sentido receber as verbas do Ministério da Educação para contratar assistentes operacionais e não o fazer” conclui a nota dos socialistas.

    De facto isto parece-me escandaloso, é mais um erro de gestão da administração Macário, que para mim já são erros a mais, a cidade ao abandono, o mau serviço prestado nos serviços como recolha de lixo e arranjo de jardins, aumento das taxas municipais, conflitos com a Universidade do Algarve e agora o mau arranque do ano lectivo por desleixo.

    Para rematar, deixo só este comentário da Sofia, feito no blog "O PALRADOR" que reflecte bem o estado da autarquia:

    " Pois, é já o segundo vereador que passa por irresponsável, uma espécie de verbo de encher.
    Primeiro foi o Prof. Rogério Bacalhau que nesta estória do inicío do ano escolar perdeu todo o prestigiu que tinha junto dos seus colegas e da própria cidade, sendo uma dôr de alma vê-lo agora nas escolas de bloco na mão a apontar os problemas que o Sr. Presidente lhe manda tomar nota enquanto se desculpa com os serviços e com o Vereador por nunca lhe terem informado das coisas que estavam mal.
    Agora foi a vez do Paulo Santos, unico militante do PSD Faro no Executivo da Câmara a ser completamente desautorizado, passando por pessoa sem palavra, por um puto em quem não se pode confiar ou contar.
    Já era assim em Tavira, todos morrem para que o chefe tente subreviver."
    Eu conheço muito bem o Professor Bacalhau de quem sou amigo pessoal. Fico muito triste ver uma pessoa competente como o Prof. Bacalhau a fazer estas tristes figuras devido a incompetência de outros...

    Que desprestigio para a cidade...

    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos


    Opinião tirada da caixa de comentários do blog A DEFESA DE FARO, da autoria do Sr. Cheta:

    "Há cada vez mais gente dentro do próprio PSD Faro a repudiar as atitudes de Macário Correia, chegando alguns ao ponto de o considerar pior ainda do que foi José Vitorino.
    Na verdade nunca se viu ninguem antes desperdiçar em tão pouco tempo tanto capital político e provocar um tão grande sentimento de repulsa junto de tantos sectores da cidade.
    A continuar assim vai manter-se a tradição: em Faro nenhum presidente é reeleito.
    Cheta"

    quinta-feira, 23 de setembro de 2010

    A Semana de recepção ao caloiro

    Caros,

    Pelo que vejo na maioria dos blogs que se preocupam com os problemas da cidade, vejo que existe um enorme reboliço em torno desta questão.

    Bem vamos por partes, eu também já fui estudante, tirei uma licenciatura e um mestrado, mas era raro ir as semanas académicas e as festas. Geralmente quando era a semana académica ia no dia do concerto dos Xutos & Pontapés com a malta amiga, mas ninguém de nosso grupo apanhava bezanas, íamos la, estávamos com os nossos amigos, e depois quando o concerto acabasse vínhamos embora.

    De facto antigamente, existiam os arraiais académicos no campus da penha, logo de inicio achei muito esquisito porque os arraiais se realizavam a quinta feira se havia aulas a sexta, e logo percebi que à sexta feira, o pessoal que é de fora de Faro, que é a esmagadora maioria nunca ia as aulas. Como tinham de fazer a mala, arranjar as coisas, e ir apanhar o autocarro ou comboio, sobretudo se fossem de longe, porque os horários dos expressos normalmente ou são de manhãzinha ou são a meio da tarde.


    Depois o actual reitor acabou com esses arraiais.


    Quanto à semana académica, bem, a ideia com que fico é que a semana académica ou a semana da recepção ao caloiro, deixou de ter a importância que tinha aqui a uns anos e passou a ter uma importância comercial.
    Tal como o Natal ou a Páscoa, que para os cristãos tinha imenso significado à uns anos atrás, agora é apenas um momento de comprar coisas, de gastar, de ir a centros comerciais, desprovido de qualquer outro significado mais humano.


    Com a semana académica está a passar-se o mesmo. Antes este evento era um ritual, que marcava o inicio do ano lectivo, com o respectivo desfile, em que os cursos se empenhavam em fazer a melhor participação possível, e era até uma forma de se darem a conhecer a cidade. E a cidade participava, estando nas janelas no dia do desfile, cantando, mandado água, brincando e divertindo-se.


    Parece que este ano, com este novo presidente da AAUALG, parece que houve até um trio eléctrico e que o desfile marcou a pobreza e a ausência dos antigos valores académicos, tipo uma coisa de novo-rico parolo-pimba.


    Os concertos antigamente só duravam 5 dias e penso que eram mais do que suficiente. Antigamente esses concertos e festivais serviam para a malta se conhecer, para se arranjarem namorados e namoradas, e para se ouvir as musicas do momento. Hoje não, e tudo muito comercial.


    Antigamente as barraquinhas eram organizadas pelos alunos dos cursos que iam para la vender bebidas, e o dinheiro arrecadado na barraca ia para a viagem de finalistas ou para comprar qualquer equipamento necessário. Hoje são as empresas de bebidas que vão lá vender, ou seja, e tudo comercial, e para o negócio, está tudo desvirtuado dos princípios e valores iniciais.


    Quanto à localização, nunca fui a uma semana académica no largo de são Francisco, porque antes estas eram feitas na Penha, junto às piscinas. Mas julgo que o largo de São Francisco não é de facto adequado dada a densidade populacional que estende a sua volta, bem como é o único estacionamento gratuito existente em Faro.


    Uma vez que não é possível voltar a fazer a semana academica na Penha, e nem em Gambelas, penso que o local mais adequado para este tipo de evento seria o Parque das Cidades, junto ao estádio.
    Uma vez ate sugeri isso a um antigo presidente da AAUALG, e ainda sugeri que fosse criado um Shuttle de Autocarros, vindos da Penha e de Gambelas de 15 em 15 minutos, para poder escoar todos os participantes.


    Foi-me dito que não era possível, que não era prático e que a EVA tinha pedido um valor exorbitante.


    Bem, não sei se assim é, mas se há dinheiro para trios eléctricos e outras aberrações. Além disso, estes senhores, alguns do curso de Gestão, não honram o curso que têm... vamos la ver uma coisa...

    Então quando fazem a planificação e a análise financeira do festival, porque não entram em linha de conta com estas despesas, estudem o caso e calculem o preço dos bilhetes de forma a cobrir essas despesas.

    Dá-me a ideia que a AAUALG quer é a solução mais fácil e maximizar os lucros, aumentando o numero de dias de festival e assim aumentado as receitas. Ou seja, quer é fazer dinheiro.

    Quanto à edilidade Farense, bem... aqui acho que a Câmara se portou muitíssimo mal.

    Primeiro porque autorizou que o festival se desenvolvesse no Largo de São Francisco e aprovando para isso um determinado horário. Depois o presidente Macário Correia, a meio do jogo, desautorizando o seu vereador, altera em cima da hora o horário.

    Bem, vamos ver, apesar de eu não concordar com a realização daquele festival no Largo de São Francisco, tenho de ser imparcial. Neste caso a AAUALG tem toda a razão.

    Primeiro porque o evento foi aprovado, a programação foi planeada em função dessa decisão. O estudo de viabilidade, o preço dos bilhetes  (os cash-flows diários) foram calculados em função disso. Logo vai haver uma perda de receita causada por essa alteração de horário. Como essa alteração já foi feita quando o jogo ia a meio, a edilidade é responsável pelos prejuízos, devendo por isso indemnizar a AAUALG. Penso que o departamento jurídico da AAUALG deve estar já a trabalhar nisso (se não estão, deveriam estar).

    É como se a edilidade licenciasse um bar para estar aberto até uma determinada hora, e que para isso o dono tivesse de fazer um brutal investimento, e depois quando a obra estivesse pronta, olhe amigo, sinto muito, vou mudar as regras do jogo, e agora já não pode abrir. Um verdadeiro caso judicial.

    O que se passou foi uma luta partidária entre o Presidente Macário e o PS (através do filho do Apolinário, Guilherme Portada), em que o Macário, com o seu estilo saloio, quis mostrar que é ele quem manda. Isto foi completamente deprimente e despropositado, não havia necessidade.

    A câmara não fez o trabalho de casa, o Presidente Macário é um centralista, não delega, e devia ter pessoas próximas dele a analisar estas questões e a aconselha-lo a tomar decisões, para evitar situações como esta. Isto e pura incompetência e pode vir a custar muito caro a edilidade, se o caso for para tribunal, sobretudo numa câmara falida.

    Acho que ninguém sai bem na fotografia, é uma situação lamentável que não tinha de acontecer, e só aconteceu devido a incompetência da câmara em gerir o espaço publico e a ganância da AAUALG.

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

    Um rasgo de lucidez no Parlemento Europeu

    Caros,

    Deixo-vos aqui o discurso de Daniel Cohn-Bendit no parlamento europeu sobre a questão da Grécia.

    A Grécia continua a endividar-se com taxas de juro acima dos 6%, e com uma economia completamente destroçada e mergulhada em impostos.

    No entanto os países continuam a emprestar dinheiro a Grécia para que esta continue a comprar-lhes armas, e a consumir produtos desses países, não permitindo que se apliquem reformas essenciais ao turn-around do pais.

    Penso que esta situação é muito semelhante à portuguesa.

    Meditem bem...


    Cumprimentos cordiais

    Luís Passos

    Politicos Corruptos, em Portugal?

    Caros,

    Estava surfar na net quando descobri que o Sr. Armando Vara, vai ser o novo director para África da cimenteira Camargo Corrêa.

    Depois do que este senhor fez... de todas as trapalhadas e trafulhices vai para um asilo dourado, quando devia era estar na cadeia.

    Este pais já não tem coluna vertebral, a corrupção é generalizada e as pessoas toleram e acham normal. Hoje a corrupção já não está no governo, na justiça, nos partidos, nos funcionários públicos, não... não está... está no nosso ADN, faz parte de nós...

    Por isso vou transcrever este excelente texto, escrito em 2008 por Luís Alves de Fraga a proposito do bastonário da ordem dos advogados e publicado no blog "Fio de Prumo", que me parece cada vez mais actual.

    Corrupção é coisa que não existe em Portugal! Isto, toda a gente sabe! Aliás, todos nós nunca convivemos com corrupção! Nem com ilegalidades! E o mal é este de sermos completamente virgens e, consequentemente, inocentes, em tais matérias.
     
    Vou dar-me como exemplo. Filho de uma família da pequena burguesia urbana de Lisboa, nascido durante os anos difíceis da 2.ª Guerra Mundial, convivi, ainda criança, com as célebres senhas de racionamento e as infindáveis bichas, ou como agora se diz, fugindo ao brejeiro brasileirismo, filas do peixe e de outros géneros com que a minha Mãe tinha de alimentar a família. Claro que nessa época de falta e consumo controlado nunca houve falcatruas, nunca houve padeiro que fizesse misturas ilícitas na farinha, nem distribuidor de leite que tivesse urinado no dito para acrescentar mais um litro ao precioso líquido necessário ao alimento das crianças! Não, porque em Portugal sempre imperou a honestidade! Claro que não houve armazenistas que praticassem o açambarcamento para depois venderem mais caro o que haviam comprado a preço de dez réis o mel coado! Claro que nunca houve fortunas feitas de um dia para o outro e que ninguém sabe explicar! Claro que muitos homens da minha idade que usufruíram de uma excelente vida, quando os pais haviam nascidos tão pobres como Job, não fazem ideia nenhuma do que tenha sido corrupção e desonestidade! Foram milagres! Foram outras tantas Senhoras de Fátima que apareceram a uns pobres pastores conferindo-lhes poderes mágicos para ficarem ricos como Ali-Babá! Porque corrupção nunca houve em Portugal!
     
    Senhores chega de ironia!
    Eu cresci os meus primeiros anos a conviver com corrupção e com corruptos! Digo-o sem qualquer tipo de receio.
    Quando ia, diariamente, às compras com a minha Mãe bem ouvia ela dizer ao talhante lá do bairro: — Senhor António, um quilograma de bifes, mas dos especiais — e lá ia o senhor António à câmara frigorífica especial tirar um bom naco de carne tenrinha e cortar os desejados bifes. Bifes que eram vendidos acima do preço tabelado, claro está! A minha saudosa Mãe, na ânsia de pôr na mesa o melhor, de alimentar a família com carne, peixe, manteiga, chouriço e outros artigos de qualidade extra, alimentava, também, contra-vontade, a corrupção dos pequenos comerciantes que, entretanto, já tinham vivendas nos arredores de Lisboa.
    Foi com esta corrupção que eu cresci.
    Com ela cresceram todos os jovens da minha geração e das gerações mais próximas. Habituámo-nos a ver pactuar com a falcatrua. Mais. Habituámo-nos a fazer parte da falcatrua. Mas, estávamos, vão-me dizer, em ditadura! Uma vez mais, tenho de dizer: claro! Estávamos em ditadura e se não houvesse esta cedência perante a corrupção iríamos comer os bifes mais duros que houvesse nos talhos de Lisboa, nos talhos de Portugal! Iríamos, nós a gente da chamada classe média remediada ou abastada, porque os pobres nem bife tinham para comer…
     
    O medo da denúncia política cresci eu com ele, convivi com ele. Todavia, tive, também, sempre medo das consequências da denúncia da corrupção, por causa das consequências… Depois não havia à mesa aquelas coisas boas de que eu tanto gostava!
    Foi este sentimento que moldou gerações e gerações de Portugueses e possibilitou que nuns se fosse implantando a cumplicidade do silêncio e noutros a certeza da impunidade.
     
    Quando um afoito bastonário da Ordem dos Advogados vem dizer «existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos para lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado português» há cadeiras que estremecem como resultado do tremor que se apoderou de quem nelas está sentado. António Marinho Pinto não tem medo de comer bifes duros ou, até, de não comer bifes! Mas o tremor de quem treme não resulta do medo… provém da raiva. Raiva, porque alguém com responsabilidades na sociedade civil ousou fazer uma acusação que muitos fazem sem terem a audição do bastonário.
    O impoluto engenheiro Cravinho já havia sugerido, em tempos, a aprovação de uma lei contra a corrupção… Despacharam-no para bem longe! Igual sorte teve Ferro Rodrigues. Será que vão mandar Marinho Pinto para outro lugar que não aquele que os seus pares lhe atribuíram?
     
    O bastonário, face aos níveis de corrupção que todos os dias se verificam no nosso país, tinha de começar por algum lado e começou por atacar o Governo, pois dele dimana o exemplo — o mau e o bom. Agora, clama-se que Marinho Pinto tem de fazer prova, denunciando. Ora essa! A prova de inocência tem de ser feita pelo acusado; por todos quantos, como há sessenta anos ocorreu, de um dia para o outro, deram sinais exteriores de riqueza! Cabe ao Estado identificar esses sinais e, se o Estado nada receia, porque nada receiam os seus agentes, deve pedir as explicações que entender.
     
    Claro que Marinho Pinto sabe, tão bem como eu sei, que as suas palavras só vão servir para ocuparem um parágrafo — pequeno — na História da actualidade, porque Portugal, todo o Portugal, todos nós, é uma Nação de corruptos. Corruptos, porque colaboramos passivamente com a corrupção ou porque somos agentes activos da mesma. Cada um que escolha o lugar que mais lhe convém!
    Eu, tal como o bastonário da Ordem dos Advogados, já optei: acuso. O leitor fará como melhor lhe convier.

    Meditem bem nisto... para mudar Portugal é preciso que cada um de nós mude, para podermos mudar e dar a volta a isto, é preciso gente honesta que diga... BASTA!!! Chega de tanta corrupção... é por causa dela que estamos na cauda da europa.

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos