terça-feira, 31 de maio de 2011

Desemprego atingiu novo máximo histórico de 12,6 por cento

A taxa de desemprego em Portugal atingiu novo máximo histórico de 12,6 em Abril, tal como terá acontecido já em Março, segundo o valor revisto anunciado também hoje pelo Eurostat.
 
O valor hoje divulgado faz Portugal saltar de décimo para oitavo país com maior taxa de desemprego na UE, mantendo a sexta posição na zona euro. O aumento do desemprego terá sido mais sentido entre os jovens com menos de 25 anos, cuja taxa está já claramente acima de 27 por cento desde Março.

O valor mais elevado até agora divulgado para o desemprego em Portugal tinha sido o do INE relativo ao primeiro trimestre do ano, de 12,4 por cento, reflectindo um salto devido a uma alteração no método de recolha de informação por inquérito. No trimestre anterior, tinha sido de 11,1 por cento.

O salto de valores registado pelo INE com a alteração de método justifica também que nos dados hoje divulgados o Eurostat proceda a uma revisão em alta, numa amplitude maior do que é habitual, dos seus valores para o primeiro trimestre. Para Janeiro, Fevereiro e Março, os seus valores passaram de respectivamente 11,2, 11,1 e 11,1 por cento para 12,2, 12,5 e 12,6 por cento – o mesmo valor de Abril.

O valor hoje anunciado para Abril e Março constitui um novo máximo alguma vez registado para a taxa de desemprego em Portugal, quer desde que o INE acompanha o desemprego (segundo trimestre de 1983), quer desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.

Além de reflectir as alterações no método de recolha de informação introduzidas pelo INE, a forte subida registada entre o final de 2010 e o início deste ano decorre também da deterioração da actividade económica na sequência das medidas de austeridade que entraram em vigor no início do ano. Quando divulgou a taxa para o primeiro trimestre com a nova metodologia, o INE anunciou também que, pelo método anterior, a taxa teria subido de 11,1 por cento no último trimestre do ano passado para 11,4 por cento.

As previsões do Governo apontavam para que o desemprego continuasse a subir pelo menos até 2013, para 13 por cento, valor que afinal poderá ser ultrapassado, atendendo à subida já registada ainda antes de entrarem em vigor as medidas de ajustamento orçamental decorrentes do Memorando de Entendimento com a UE e o FMI.

No conjunto dos 17 países da zona euro a taxa de desemprego em Abril manteve nos 9,9 por cento que se registam desde Fevereiro, enquanto nos 27 da UE desceu uma décima, para 9,4 por cento em Abril. A Espanha, que tem o valor mais elevado, mantém uma taxa de 20,7 por cento,

Os dados do Eurostat devem ser encarados com prudência, pois têm por base os de cada país, que são depois tratados com uma metodologia que visa harmonizá-los, sendo frequentemente sujeitos a revisões, ainda que geralmente de poucas décimas, em função dos dados novos que vão sendo divulgados pelas autoridades de cada país. No caso português, o Eurostat utilizada os dados do inquérito ao emprego do INE e os do IEFP, relativos aos inscritos nos Centros de Emprego.

Caros amigos,
 
A manter-se esta tendencia, poderemos igualar a Espanha em valor percentual até ao final do ano!
O ajustamento vai ser doloroso!
 
Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Projecto Design e Oficios


O projecto Design&Ofícios surge de uma parceria entre o município de São Brás de Alportel e a Associação de Designers do Sul (ADS).
Esta colaboração visa desenvolver um projecto que contribua para promover, inovar e recriar alguns dos artefactos de cariz artesanal, desenvolvidos na região da serra algarvia, com o objectivo de os apresentar ao público como nova produção cultural, concebida de forma sustentável e com recurso a materiais locais, naturais e eco-responsáveis.

A Residência Criativa será a primeira etapa do projecto Design & Ofícios e irá decorrer nos dias 17, 18 e 19 de Junho de 2011, no Antigo Lagar de Azeite de S. Brás de Alportel, actual carpintaria do Município. Esta oficina experimental reunirá 5 artesãos convidados e até 15 jovens criadores.
Os materiais a utilizar na Residência serão os correspondentes à especialização de cada artesão convidado: empreita de palma, cortiça, madeira, trapologia e cerâmica.

A inscrição e regulamento, destinados aos criativos que estejam interessados em participar nesta experiência, já estão disponíveis no site oficial www.designeoficios.co.tv.


(+) info

ADSede

Largo Campo da Feira Nº22 3ºC
8000 Faro
Tel.289 878 697
info@ads.org.pt
www.ads.org.pt

Câmara Municipal de São Brás de Alportel
Rua Gago Coutinho, nº1
8150-151 São Brás de Alportel
Tel: 289 840 000 
gidi@cm-sbras.pt
www.cm-sbras.pt
Agradece-se divulgação! :)

ahhh sou tão boa!!!! uhh....


LOL... Sim filha... es boa sim senhor... Belos melões que tens!

Entrevista de Medina Carreira a Manuel Luis Goucha

Parte I

Parte II
  
Parte III
 
Parte IV

Estudantes de Engenharia da UAlg apuram-se para concurso europeu

Os futuros engenheiros de Engenharia Eléctrica e Electrónica (EEE) da Universidade do Algarve (UAlg) destacaram-se com mérito perante algumas das melhores universidades do nosso país na Competição Nacional de Engenharia, apurando-se para a prova europeia.

Na prova portuguesa, realizada entre 21 e 23 de maio e levada a cabo pela organização europeia de estudantes tecnologia BEST (Board of European of Students of Technology), os alunos algarvios venceram a categoria «team design».

Os representantes da UAlg, a equipa «Bazinga», constituída por Ana Margarida Santos, Mário Saleiro, Gonçalo Pereira e João Lezinho, “aliaram de forma criativa o seu conhecimento à prática”, numa prova que visava a construção de um protótipo capaz de resolver um determinado problema técnico, num curto espaço de tempo e com recursos também limitados.

Após esta brilhante prova, a equipa da UAlg «carimbou» agora a sua presença na Competição Europeia de Engenharia, em Istambul, onde vai representar Portugal.

O BEST (Board of European Students of Technology) é a maior organização de estudantes de tecnologia a nível europeu e encontra-se sedeado em 89 das melhores universidades europeias de Engenharia, possuindo mais de 3000 membros ativos e alcançando mais de um milhão de estudantes através dos mais variados eventos. 


Esta é uma noticia que me enche de orgulho, dado que também me formei em Engenharia Electrica e Electrónica, e este foi também o meu curso. Não há duvida nenhuma, este curso é o mais dificil da Universidade do Algarve e um dos mais difíceis do pais. Para se conseguir acabar este curso é mesmo preciso ser desenrascado... e esta gente... tem valor! 

Pena é que este curso  (área departamental) e inclusive a própria universidade vivam de gostas voltadas para  sociedade civil. Nem imaginam a quantidade de oportunidades que se tem perdido entre parecias estratégicas com empresas só por causa da teimosia de uns... e de outros!
Bem hajam a todos!

Saudações académicas,
Luís Passos

"O que é que é bom, o qu'é é, o qu'é??? E.E.E. é te-lo sempre em pé!!!!

Faro: 3.ª Mostra de Cultura Fílmica no Pátio de Letras

A esplanada da livraria Pátio de Letras vai transformar-se num cinema ao ar livre na próxima quinta feira, 2 de junho, às 21:00 horas, para a 3.ª Mostra de Cultura Fílmica, aberta a toda a comunidade.

Trata-se de uma iniciativa organizada pelos alunos de Cultura Fílmica da Universidade do Algarve (UAlg), onde se exibirão curtas-metragens de jovens realizadores, seguidas de debate. Os realizadores vão estar presentes no Pátio de Letras, e farão uma pequena introdução da sua «curta», antes da exibição.

Além dos autores, a mostra conta com ainda com a presença de Vítor Reia-Baptista (Escola Superior de Educação e Comunicação da UALg), Eduardo Pinto (responsável da área de conteúdos e talentos da Algarve Film Comission), e Vasco Lobo (co-organizador da 2.ª e 3.ª Mostra).

As «curtas» em exibição neste evento serão: «Shoot Me», de André Badalo; «Comando», de Patrício Faísca e Sonat Duyar; «O Homem da Terra», de Nuno Fernandes e António Guerreiro; «Durare Potest Tempore Perpetuo», de Gustavo Jesus; «Snail Trails», de Miguel Palhinha; e «Battle Game», de Mariana Madeira.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Acordo de amizade entre Faro e Comodoro Rivadavia reforçado na Argentina

O acordo de amizade entre Faro e Comodoro Rivadavia, na Patagónia (Argentina), foi reforçado recentemente, com a presença do presidente da autarquia farense, Macário Correia, em visita oficial àquele país da América do Sul.

Na primeira metade do século passado, centenas de algarvios partiram rumo à Argentina, concentrando-se em Buenos Aires, La Plata, mas muito em especial no sul, Comodoro Rivadavia (região de Chubut), onde o atual intendente é descendente de famílias de Faro e o atual governador é filho de um casal farense (do Patacão).

Em 2008, o governador Mário das Neves esteve em Faro e celebrou com o município de Faro um acordo de amizade, agora reforçado em Comodoro, na presença de Macário Correia e do intendente Martin Buzzi.

A associação portuguesa, em conjunto com a autarquia prepararam um conjunto de actos, cerimónias e visitas, para o desenvolvimento das relações entre as duas cidades tendo como elo de ligação os farenses e outros algarvias aí residentes.

“Perspetivam-se, no futuro, ações com jovens e com grupos culturais e desportivos, com o intuito de se desenvolverem laços de cooperação e de amizade”, refere a autarquia de Faro, em nota de imprensa.

Esta visita oficial incluiu também uma “profícua reunião” com empresários luso-argentinos da região de Buenos Aires, preparada pela embaixada com o objetivo de lhes apresentar algumas perspetivas de investimento em Faro.

“Os farenses espalhados pelo mundo merecem não cair no esquecimento das instituições bem como todas as oportunidades de os manter informados e entusiasmados com alguns investimentos em Faro, deve fazer parte das nossas missões”, sublinha a edilidade. 

Muito gostava eu de saber qual foi o sentido de oportunidade de realizar esta viagem oficial a Patagónia. Para quem não sabe, a Patagónia é uma localidade que fica no extremo sul da Argentina, uma localidade fabulosa e um destino turistico por excelência.
A pergunta que faço é: -  O que o presidente Macário foi la fazer? Quais são os laços que unem Faro á Patagónia? Que tipo de negócios poderemos fazer lá? Existem lá empresários interessados em investir aqui e gerar emprego? Bem... são perguntas que gostaria de ver respondidas.
Caso contrário, fico a pensar o que terá levado o Presidente Macário a fazer tal viagem, senão o facto de querer ter umas férias pagas na Patagónia, um lugar de sonho que se calhar muitos desejariam visitar, incluindo eu próprio.

Enquanto anda por ai em programas televisivos a falar mal dos funcionários do Município, deveria ter mais cuidado e não andar a gastar o dinheiro dos Farenses, cuja Câmara está na ruína em viagens à Patagónia cujo proveito é nulo, enquanto outros... andam a trabalhar no duro... todos os dias. Haja decência e decoro!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Algarve: mais de 50 mil eleitores "falsos" podem influenciar resultados

O Algarve terá 58.682 eleitores fantasma, o que significa 13,52% do círculo eleitoral de Faro e, pelas contas de dois politólogos, o nono deputado que a região viu acrescentar este ano aos lugares na Assembleia da República, cuja eleição se vai disputar nas legislativas de 5 Junho, pode distorcer o resultado.
Se os cadernos eleitorais fossem expurgados dos falecidos e emigrantes que continuam registados, Setúbal teria mais um deputado e o Porto mais dois. 

Faro, a Madeira e Viana do Castelo perderiam uma cadeira cada um, na Assembleia da República porque, entre os três, somam 157 mil pessoas que, ou já morreram mas permanecem nos cadernos eleitorais, ou não moram onde dizem que têm casa.
Pelas contas dos politólogos Luís Teixeira e José Bourdain, há o risco de um recenseamento desatualizado determinar o que consideram “um falso vencedor” nas eleições de 5 de Junho.

E adiantam que quem beneficia deste desfasamento entre os cadernos e os votantes serão os partidos de direita, que têm influência “histórica” nos círculos em causa, enquanto os prejudicados (Setúbal e Porto) votam mais à esquerda.
Os politólogos chegaram a esta conclusão cruzando os dados da Direção Geral da Administração Interna (DGAI) do Serviço de Estrangeiros (SEF) e as projeções anuais da população do Instituto Nacional de Estatística (INE) enquanto não são divulgados os censos de 2011. A conclusão é haver, a nível nacional, mais de 8% de inscritos (755.800) que são falsos eleitores.
Para os investigadores, numas eleições especialmente renhidas, três deputados roubados à esquerda e amigos da direita podem fazer diferença no plenário.

Quem são os eleitores fantasma?
Pessoas falecidas e emigrantes que continuam registados na morada antiga são os que mais pesam nestas contas, já que as inscrições duplas são residuais.
“O que está em causa é o último deputado a ser eleito pelos círculos que têm eleitores fantasma a mais e, por isso, estão a eleger um deputado a mais em cada círculo eleitoral. E depende dos partidos que ficaram com o último deputado que ficou à porta para ser eleito nos distritos que têm menos eleitores fantasma, precisa José Bourdain, um dos autores da investigação.
A Direção-Geral, responsável pelo recenseamento eleitoral, não assina por baixo das conclusões políticas dos investigadores.

“É uma hipótese académica que haja mais um mandato num círculo do que noutro. Agora, se isso tem influência sobre os mandatos dos partidos acho que é pura especulação. Não existem fantasmas. Os que estão recenseados no território nacional e que sejam eventualmente emigrantes têm de se deslocar ao território nacional para votar. É por isso que a percentagem de abstenção sai sempre um pouco exponenciada”, explicou o diretor Jorge Miguéis em declarações à TVI.
Jorge Miguéis reconhecera já, em março deste ano que as diferenças entre os Censos populacionais e o recenseamento se centram na população ativa, entre os 34 e os 65 anos e incidindo geograficamente em zonas de forte emigração.
Porém, o responsável pela base de dados do Recenseamento eleitoral aponta um outro facto político, que tem marcado os atos eleitorais: o afastamento das pessoas das urnas. A última vez que o número de votantes superou os 6 milhões foi em 1980, ou seja, há 30 anos.
Depois disso, o afastamento entre quem elege e os que são eleitos não parou de crescer e supera largamente os eleitores fantasma.

Abstenção e voto branco com aumentos expressivos nas últimas presidenciais
No último ato eleitoral, as presidenciais de 2011, Aníbal Cavaco Silva congregou 2.231.603 de votos, atingindo uma percentagem de 52.95, segundo o método de Hondt. Em 2006, o mesmo candidato obteve 2.758.737 de votos, para uma percentagem de 50,64%.
Contudo, em 2006 não votaram 3.472.241 dos eleitores, quando estavam inscritos: 9.022.346 (38.48%) representando os votos nulos 43.519 (0,78%) e os brancos 59.008 (1,06%).
Em 2011, a taxa de abstenção galopa e não votaram 5.164.175 eleitores, dos 9.656.472 que estavam inscritos (53.48%).
Destes, houve 86.581 votos nulos (1,93%), enquanto 191.284 cidadãos optaram por se deslocar às urnas e deixar o voto em branco, uma fatia 4,26% do eleitorado. O 'partido' do voto branco já poderia estar representado no Parlamento.

Em vez de dissolver o governo... não seria mais facil dissolver o povo?


«Após a insurreição de 17 de Junho
O secretário do Sindicato dos Escritores
Mandou distribuir panfletos na Avenida Stalin
Declarando que o povo
Se tornara indigno da confiança do governo
E só à custa de trabalho intenso
A poderia recuperar. Não seria
Mais simples então que o governo
Dissolvesse o povo e
Elegesse outro?»

Bertolt Brecht

Recebi por email, enviado por um amigo. Reflictam bem nas palavras de Brecht... 

A dificuldade de governar - Por Bertold Brecht


Dificuldade de Governar

1.
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht

Dedicado aos nossos politicos!

Aqui vos deixo um fabuloso texto de Brecht enviado por mail por um amigo!




Sente-se.
Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.

Está realmente a escutar-me?

Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então Repito: você é um idiota. Um idiota.
I como Isabel;
D como Dinis;
outro I como Irene;
O como Orlando;
T como Teodoro;
A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada.
Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.

Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.
Pergunte pois aos seus parentes.
Se você não é um idiota...
claro, a você não lho dirão, porque você se tornaria vingativo como todos os idiotas.
Mas os que o rodeiam já há muitos dias e anos sabem que você é um idiota.
É típico que você o negue.
Isso mesmo: é típico que o Idiota negue que o é.
Oh, como se torna difícil convencer um idiota de que é um Idiota.
É francamente fatigante.
Como vê, preciso de dizer mais uma vez que você é um Idiota e no entanto não é desinteressante para você saber o que você é e no entanto é uma desvantagem para você não saber o que toda a gente sabe.
Ah sim, acha você que tem exactamente as mesmas ideias do seu parceiro.
Mas também ele é um idiota.
Faça favor, não se console a dizer que há outros Idiotas: Você é um Idiota.
De resto isso não é grave.
É assim que você consegue chegar aos 80 anos.
Em matéria de negócios é mesmo uma vantagem.
E então na política!
Não há dinheiro que o pague.
Na qualidade de Idiota você não precisa de se preocupar com mais nada.
E você é Idiota

Bertolt Brecht

domingo, 29 de maio de 2011

Paquete Infante D. Henrique é o navio do mês na SS maritime

(imagem clicar para ampliar)

Leiam o artigo publicado no magazine SSmaritime sobre o paquete Infante D. Henrique e vejam fotografias únicas do seu interior. Um artigo a não perder!

Contudo existe um erro no artigo da SS Maritime, que diz que o Vera Cruz foi baptizado com o nome de uma cidade do México... nada mais errado, o nome Vera Cruz e o nome atribuído pelo Portugueses ao Brasil (Terras de Vera Cruz) quando do seu achamento. O navio quando foi construído era destinado a rota do Brasil e a Rota do Ouro e da Prata (Venezuela e Caraíbas), daí se ter escolhido este nome. Nada a ver com cidades mexicanas.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Mais umas fotos do paquete Vera Cruz





Clique em qualquer imagem para ampliar

Grande exemplo de civismo - Riccardo Muti coloca todo o teatro a cantar "Va pensiero" de Verdi

Aconteceu em Roma, italia, o grande maestro Riccardo Mutti enfrente directamente o Presidente Berlusconni que também se encontrava na sala, no Teatro de la Opera de Roma, com um belíssimo discurso sobre liberdade, justiça e a vergonha e que se passa em Itália, e fá-lo cantando "Vá pensiero" juntamente com toda a assistência, musica essa que representa os grandes valores patrióticos para os italianos, que Berlusconni com o seu comportamento tem envergonhado.

Foi no final da Opera, a assistência pediu um BIS, e Riccardo Mutti, primeiro explicou porque iria cantar novamente o "Va pensiero", explica os valores que estão implícitos na canção e solicita a toda a audiência que cante com ele como protesto contra os cortes no orçamento relativamente à cultura. No final as pessoas choravam de emoção. Absolutamente fantástico.

Se antes já apreciava o trabalho de Riccardo Mutti, agora ainda aprecio mais!
Deixo-vos então o video do que aconteceu, e ainda a letra desta fabulosa musica de Verdi, da Opera Nabucco.

Cumprimentos cordiais
Luís Passos

Va Pensiero (Italiano)
Va’, pensiero, sull’ali dorate.
Va’, ti posa sui clivi, sui coll,
ove olezzano tepide e molli
l’aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sionne le torri atterrate.
O mia Patria, sì bella e perduta!
O membranza sì cara e fatal!
Arpa d’or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie del petto riaccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simile di Solima ai fati,
traggi un suono di crudo lamento;
o t’ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù
che ne infonda al patire virtù
al patire virtù!

Va Pensiero (Português)
Vá, pensamento, sobre as asas douradas
Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde os ares são tépidos e macios
Com a doce fragrância do solo natal!
Saúda as margens do Jordão
E as torres abatidas do Sião.
Oh, minha pátria tão bela e perdida!
Oh lembrança tão cara e fatal!
Harpa dourada de desígnios fatídicos,
Porque você chora a ausência da terra querida?
Reacende a memória no nosso peito,
Fale-nos do tempo que passou!
Lembra-nos o destino de Jerusalém.
Traga-nos um ar de lamentação triste,
Ou o que o senhor te inspire harmonias
Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.

Hino à Politica

Ontem estava a ouvir musica clássica, entre os temas estava o "Entrada dos Gladiadores" de Julius Fucik, e não o consegui ouvir sem me lembrar das legislativas... eheh

sábado, 28 de maio de 2011

INAUGURAR OBRA SEM PAGAR UM CÊNTIMO

Imagine caro(a) leitor(a) que lhe davam a possibilidade de comprar casas, carros de luxo, e até viajar para destinos exóticos. Tudo feito com a premissa de que não teria de pagar um cêntimo durante 10 anos. O que faria? Recusaria a oferta? Desconfiava de tanta fartura? Pois muito bem. E se lhe dissessem que poderia ter isso tudo, mas não teria de pagar nada? Ou que quem pagaria seriam outros, quiçá mesmo os filhos que ainda não tem? Aceitaria ou não?

O exemplo pode parecer descabido, mas não é. Foi exactamente isto que foi feito pelos governos nos últimos 15 anos, com especial incidência para os últimos 6, com as chamadas parcerias público-privadas (as famosas PPPs). As PPPs são acordos entre o Estado e empresas privadas com intuito de executar uma obra ou de gerir uma infra-estrutura (como um hospital). Assim, depois de adjudicada, os privados contraem empréstimos junto dos bancos para poderem construir a empreitada (auto-estradas, pontes ou túneis), sabendo que só irão começar a receber compensações monetárias por parte do Estado passados 5 ou 10 anos. A vantagem é que, após esse período, o Estado paga aos privados generosas rendas de exploração da obra durante 30 ou 40 anos.

O negócio é altamente vantajoso para as partes envolvidas: os governos inauguram as auto-estradas e os hospitais, enquanto os privados e os bancos beneficiam de contratos altamente lucrativos. Quem perde com isto tudo são os contribuintes e as gerações futuras, bem como os governos vindouros. São eles que pagam a factura, sem que tenham tido qualquer possibilidade de decidir se a obra valia a pena ou não. Ou seja, quem fica bem na fotografia das inaugurações são os governos actuais, e quem desembolsa o dinheiro são os próximos governos e os nossos filhos.

Tudo somado, as PPPs já totalizam mais de 50 mil milhões de euros, ou 30% do PIB nacional. Valores que ainda não entram nas contas défices do Estado nem na dívida pública, pois as rendas só começarão a ser desembolsadas em 2013. Infelizmente, estas rendas só irão agravar ainda mais a já delicada situação financeira do nosso Estado e, assim, irão dar azo a mais impostos ou cortes de despesas.
Por outras palavras, as PPPs transformaram-se numa maneira dos governos fazerem obra sem terem de pagar ou sem terem de se preocuparem com o impacto dessas despesas nos défices orçamentais. E é por causa destas práticas irresponsáveis e deste lamentável populismo que chegámos à situação em que hoje nos encontramos. Uma vergonha, portanto. E uma vergonha que urge corrigir o quanto antes. 

Álvaro Santos Pereira in Desmistos