sexta-feira, 20 de maio de 2011

FMI arrasa Grécia. Novos cortes a caminho

Governo grego aplica mais austeridade: 6 mil milhões de euros.

O programa de ajustamento da Grécia está a descarrilar e o governo tem de aplicar maior austeridade, no valor de 6 mil milhões de euros, para conseguir reduzir o défice orçamental de 10,5% do PIB em 2010 para 7,6% no final deste ano.

O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, anunciou ontem que o novo pacote de austeridade será especificado nos próximos dias, apenas um mês depois de o executivo ter definido um plano de 26 mil milhões de euros que incluía já parte das receitas do seu programa de privatizações (50 mil milhões de euros até 2015).

O empréstimo de 110 mil milhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional à Grécia implica a "estrita condicionalidade", ou seja, um programa agressivo de consolidação orçamental e reformas estruturais. Se a Grécia não cumprir as metas definidas, arrisca-se a não receber as próximas tranches do empréstimo.

Ontem, o líder da missão do FMI na Grécia, Poul Thomsen, deixou um aviso sério: "A visão que parece estar a impor-se é a de que o programa do governo não está a funcionar. O programa irá descarrilar sem o reforço das reformas estruturais nos próximos meses."

As palavras duras do FMI seguiram-se à exigência dos ministros das Finanças europeus e do comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, para que a Grécia avance rapidamente nas reformas económicas e no programa de privatizações.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e Olli Rehn admitiram na terça-feira que poderia haver uma "reestruturação suave" da dívida grega, com o alargamento das maturidades dos empréstimos. Porém, o Banco Central Europeu veio ontem contrariar essa opção: "A reestruturação da dívida acabará com parte ou mesmo a totalidade do capital dos bancos gregos e por isso é uma receita para a catástrofe", disse Jurgen Stark, membro do conselho-executivo do BCE.
 

É com esta e outras noticias que começamos a perceber o porque do afastamento de Strauss-Khan da direcção do FMI.
As medidas aplicadas a Grécia não estão a resultar e o pais está cada vez mais endividado. Segundo li num artigo do Finantial Times, já se estava a preparar um segundo pacote de ajuda na ordem dos 70 mil milhões de euros, e era Strauss-Khan quem liderava o processo.
Mais uma vez a Grécia encaminha-se para a catástrofe. Agora estou convencido que os estados deviam ter privatizado alguns sectores da economia no tempo das vacas gordas e ter conseguido um bom valor pela sua participação, porque agora em tempo de vacas magras vai ser tudo privatizado ao desbarato. Quem agradece são os grandes grupos económicos que vão comprar barato. Alias... não sejamos ingénuos, esta crise foi provocada para permitir essa transferência de riqueza, e transferir divida privada da banca para os estados (o povo que pague a crise).
 
Se houvesse políticos dignos desse nome, nada disso teria acontecido, pois não se teriam endividado os países, tinham-se privatizado sectores na altura própria e hoje estaríamos bem melhor.
 
No meu entender o estado não deve possuir empresas de transportes, energia, investimento, etc etc. O que o estado deve fazer é ser o regulador e árbitro da actividade económica, fazer aplicar a justiça, recolher os impostos, promover e fazer chegar a educação a todos, garantir a equidade, fazer as leis, garantir a segurança e a soberania nacional, emitir moeda, garantir a saúde para todos e promover o estado social.

Assim não teríamos abusos de privados, porque a acção reguladora do estado seria firme, teríamos um mercado mais competitivo, teríamos mais investimento e mais emprego e um pais mais rico. 
Mas não, temos um estado que representa mais de 50% da economia nacional, uma administração publica monstruosa, uma burocracia idêntica à dos Faraós e um sistema de justiça que faz da vara saca-rolhas. Assim não saímos do buraco em que nos afundamos cada vez mais... tal como os gregos.

É preciso intervir já... termos um governo capaz, que se entendam entre si (coisa que não acontece hoje), que trabalhem pelo desenvolvimento económico nacional, que tenham sentido de estado e capacidade de vencer os desafios que ai se aproximam. Caso contrário vamos acabar como os gregos. Não tarda muito e estará em breve uma reestruturação da divida grega.

E nós... com a economia actual, ainda não recebemos o dinheiro do FMI, mas não tarda muito está ai uma reestruturação da divida a porta! 

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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