quinta-feira, 26 de maio de 2011

Juncker: Grécia corre o risco de não receber próxima tranche do FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pode não libertar os 12 mil milhões de euros da tranche do empréstimo à Grécia prevista para Junho, caso Atenas não dê garantias de que é capaz de se refinanciar ao longo dos próximos 12 meses, advertiu hoje o presidente do eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
 
O Governo de George Papandreou está sob forte pressão europeia para cumprir o pacote de medidas de austeridade anunciadas esta semana, mas chumbadas pela oposição. Neste quadro, Juncker entende que os “[responsáveis] europeus têm de reconhecer que o envio [de mais uma tranche da ajuda], por parte do FMI, a 29 de Junho, pode não ser operacionalmente implementado”, segundo cita a agência Reuters.

A equação foi admitida pelo presidente do eurogrupo durante uma conferência no Luxemburgo, onde Juncker disse que, se assim for, terá de ser a Europa a suportar sozinha a fatia da ajuda em causa.

Mas logo a seguir dramatizou essa hipótese, dizendo que ela não funcionaria, devido ao facto de os parlamentos de alguns países europeus (que têm de dar aval sobre o financiamento europeu a resgates financeiros) não concordarem com isso. Juncker referia-se aos casos dos hemiciclos holandês alemão, finlandês, este último que, depois de muitas incertezas e face a muita pressão externa, acabou por aprovar o resgate a Portugal.

As instituições internacionais exigem a Atenas mais medidas de correcção orçamental para o executivo tentar chegar à meta de 7,4 por cento de défice este ano, apesar de a própria Comissão Europeia já ter revisto as previsões em alta para os 9,5 por cento.

Do lado grego, a dramatização já tinha sido feita pelo próprio governo, com o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, a dizer que se o país não receber a próxima tranche da ajuda, não conseguirá assumir os compromissos sem os 12 mil milhões de euros esperados e que entraria em incumprimento.
 

Pois é... a reestruturação da divida Grega já é inevitável, resta saber é quando e que consequências é que essa reestruturação da divida terá... quer para a Grécia, quer para Portugal.

Neste momento se Portugal não tiver juízo cairá facilmente numa situação bem pior que grega, dado que Portugal apresenta um crescimento economico de cerca de 1%, sendo que este ano e no próximo irá verificar-se uma contracção (crescimento negativo), a ver este não se mantém no tempo. A par disso, uma inflação de perto de 4%, e com uma taxa de juro média dos empréstimos da FEEF/FMI de 5,7%. Isto sem falar nos pagamentos que Portugal terá de fazer relativos a empréstimos contraídos no passado. É insustentável, ou Portugal corta brutalmente na despesa, ou então, brevemente iremos ter de reestruturar a nossa divida. E aí... é que vão ver como elas mordem!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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