Quero convida-los a ler este post "Pagar as dívidas" de José Pedro Nunes, publicado no blog Delito de Opinião.
Portugal tem de aprender a viver dentro das suas possibilidades, e o povo vai ter de perceber isso. Se não houver dinheiro para manter o sistema nacional de saúde, para manter o ensino publico gratuito ou pelo menos nos moldes actuais, para manter um conjunto de prestações sociais... querem fazer o que?
Os cofres estão vazios, Portugal tem um deficit externo medonho, o deficit orçamental então desde que o FMI vai descobrindo isto e aquilo não para de subir, já vai em 9,1% do PIB. Com taxas de juro na casa dos dois dígitos, e um enorme encargo, não é possível.
As pessoas têm de se mentalizar... que vão ter de voltar a viver com menos, ter um nível de vida mais regrado, não ter determinados luxos.
Hoje aconteceu um pormenor engraçado, fui a Junta de Freguesia levar uns documentos excedentários dos censos, no caminho encontrei um ex-colega de escola. Vinha a conduzir a sua carrinha BMW 320d, novinha, tinha acabado de sair da garagem de uma casa nova que ele comprou aqui perto da minha. Nenhum daqueles bens está pago... irá paga-lo ao longo da sua vida... penso eu... em empréstimos a perder de vista. Tal como ele, muitas outras pessoas estão em situação idêntica. Agora pergunto... havia necessidade de se endividar daquela forma, sendo ele tão novo, cerca de 31 anos?
Tinha necessidade de comprar casa tão cara? Não poderia alugar uma por uns tempos até equilibrar as finanças e ter pelo menos 30% do valor de aquisição da casa nova e financiar eventualmente o resto com um empréstimo? Em vez de ter comprado um BMW... uma vez que teve de recorrer ao crédito para o comprar... não poderia ter comprado outra marca mais barata? Certamente poderia... mas não seria a mesma coisa.
Este encontro fez-me pensar imenso... e leva-me a generalizar um pouco para o Português comum... A malta quer é bons carros, boas casas, grandes vidas... depois... logo se vê como é que se paga. O que conta é a imagem... ostentação... o ter em vez de o ser...
Poderá o leitor pensar... olha-me para este... deve estar é com inveja de não ter um BMW igual ou ainda melhor, ou ter uma casa igual...
Bem isso a mim não me preocupa... porque a casa onde vivo... É MINHA, e está paga à muitos anos. O carro que conduzo, não é um BMW, mas comprei-o a pronto. Não tenho encargos nem empréstimos.
Não vivo uma vida de luxo... pois não, mas não estou preocupado com a crise, porque se vier não me afectará... pois nada devo a ninguém.
O problema aqui, e é este o assunto a que queria chegar com este post, é que até a uns bons 10 a 20 anos atrás, as pessoas só chegavam a ter bens de luxo quando atingiam uma certa idade, digamos a partir dos 45, 50 anos, pois de uma longa carreira de trabalho, de poupanças e sacrifícios, e então nessa altura comprava-se então o Mercedes de sonho, ou o BMW, ou mudava-se para uma casa maior, ou cometia-se assim uma extravagancia.
Hoje em dia não... economicamente e matematicamente falando, o que as pessoas estão a fazer é a antecipar o consumo. Ou seja... estão a consumir já para pagar depois. Isto cria um enorme problema. Primeiro porque a liquidez que deveria estar a ser canalizada para actividades produtivas como industria, comércio, actividades lucrativas está ser desviada para particulares comprarem bens e serviços, o que não gera qualquer rendibilidade e aumenta o endividamento e o deficit externo (porque são importações). O desequilibro induzido nas contas é imenso, levando a que no futuro como a pessoa em questão já antecipou as suas compras, perca poder aquisitivo futuro, fazendo com isso diminuir a procura interna primária e a insolvência das famílias (no caso de divida excessiva) devido a alterações de conjuntura.
Por isso se vê cada vez mais gente nova (30 a 40 anos) com grandes sinais exteriores de riqueza. Não que realmente tenham grande sucesso profissional, trata-se apenas de uma antecipação de consumo, coisa que na velhice lhes irá sair muito cara... O Prof. Medina Carreira bem vai avisando... façam um bom pé de meia, porque vão precisar dele na velhice.
Mas o Povo Português sempre foi vaidoso, e sempre gostou de privilegiar o ter... e de se pavonear com esses achievements...
É por isso que hoje... estamos na bancarrota! Já pensaram nisso?
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
Por isso se vê cada vez mais gente nova (30 a 40 anos) com grandes sinais exteriores de riqueza. Não que realmente tenham grande sucesso profissional, trata-se apenas de uma antecipação de consumo, coisa que na velhice lhes irá sair muito cara... O Prof. Medina Carreira bem vai avisando... façam um bom pé de meia, porque vão precisar dele na velhice.
Mas o Povo Português sempre foi vaidoso, e sempre gostou de privilegiar o ter... e de se pavonear com esses achievements...
É por isso que hoje... estamos na bancarrota! Já pensaram nisso?
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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