terça-feira, 19 de abril de 2011

Rui Rio avisa: ou os partidos se entendem ou o país caminha para o colapso

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, apelou hoje ao entendimento entre os principais partidos políticos, avisando que se não houver diálogo e cooperação em nome do interesse nacional, o país irá viver momentos “ainda mais difíceis”, caminhando para o colapso.
 
 “Se os principais partidos não o entenderem e se continuarem a guerrear, fechando as portas ao diálogo e à cooperação em nome do interesse nacional, iremos, seguramente, viver momentos ainda mais difíceis do que aqueles que já hoje podemos dar como certos para os próximos anos”, declarou Rui Rio na intervenção que fez ao final da tarde, na sessão evocativa do 37º aniversário do 25 de Abril, onde condecorou personalidades e instituições.

Advertindo que é preciso haver sentido de responsabilidade e que o interesse nacional e do regime tem de se sobrepor a tudo mais, Rui disse não vislumbrar “qualquer espécie de miraculosa auto-regeneração”. “Vislumbro sim uma caminhada irresponsável até ao colapso”, preveniu.

Num discurso crítico e não apenas de mera circunstância, o ex-vice-presidente do PSD voltou a pedir “reformas profundas”, nomadamente ao nível do próprio regime político. “Nenhum regime é eterno”. E prosseguiu: “Não se pense que o problema é dos políticos, como vulgarmente se refere. Se o problema fosse só das pessoas, a solução seria simples, porque bastaria trocá-las. Só que o tempo passa, as pessoas mudam e a credibilidade baixa cada vez mais, justamente porque o problema é mais profundo e tem a ver com o desgaste do regime e com a necessidade de se lhes introduzirem reformas muito profundas que lhe confiram mais governabilidade e mais coerência”.

Sem nunca apontar caminhos para o “difícil momento” que o país atravessa, Rio considerou depois que a evocação do 25 de Abril é o momento exacto para se debater o regime e para o defender. “Reconhecer as dificuldades e os erros é dar passos para os ultrapassar. Teimar em não ver o que está diante dos nossos olhos é, a médio prazo, matar o que tanto nos custou a conquistar Há 37 anos atrás”.

D. Manuel Clemente, bispo do Porto, Aureliano Veloso, o primeiro presidente da Câmara do Porto pós-25 de Abril, Cândido Agra, professor universitário e um especialista na área da criminologia, e Manuel Centeno, arquitecto e vários anos campeão nacional de bodyboard, a par do Café Majestic e da Livraria Lello, foram alguns dos agraciados pela Câmara do Porto com medalhas de ouro da cidade.
 

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