Foram hoje reveladas actas de reuniões onde foram debatidos planos de exploração das reservas de crude do Iraque antes de o país do Médio Oriente ser invadido pelas forças aliadas em 2003.
O “The Independent” divulga hoje várias actas de reuniões entre ministros e executivos de grandes petrolíferas mundiais, onde é visível o interesse dos governos ocidentais e das empresas do sector no “ouro negro” iraquiano, com especial enfoque no Reino Unido.
Nas actas das reuniões realizadas em Outubro e Novembro de 2002, antes da invasão do Iraque em Março de 2003, pode ler-se, por exemplo, que Elizabeth Symons, na altura ministra britânica do Comércio, disse à BP que o governo achava que as petrolíferas britânicas deveriam ter um quinhão das vastas reservas de petróleo e gás do Iraque como recompensa pelo compromisso militar de Tony Blair de se aliar aos planos dos EUA de mudança de regime no país liderado então por Saddam Hussein.
Em Março de 2003, mesmo antes de o Reino Unido entrar nesta guerra, a Shell considerou “altamente inexactos” os relatos de que teria mantido conversações com o gabinete do primeiro-ministro, em Downing Street, sobre o petróleo iraquiano, relembra o “The Independent”.
A BP também negou que tivesse qualquer “interesse estratégico” no Iraque, ao passo que Tony Blair considerou “totalmente absurda” essa “teoria da conspiração do petróleo”, sublinha a mesma fonte.
Agora, as actas que vieram a público estão a pôr em questão essas rejeições de envolvimento por interesse na guerra com o Iraque. O envolvimento do Reino Unido neste esforço de guerra dividiu o gabinete de Blair e só foi aceite depois de o primeiro-ministro assegurar que Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, refere o “The Independent”.
Os documentos demonstram que Elizabeth Symons concordou em fazer “lobby” junto da Administração Bush, dos EUA, em nome da BP, uma vez que a gigante petrolífera receava ficar de fora dos acordos que Washington estava a celebrar com os governos norte-americano, francês e russo e com as suas respectivas empresas do sector energético, avança a edição “online” daquele jornal britânico.
Na acta de uma reunião com a BP, a Shell e a BG (a ex-British Gas), realizada a 31 de Outubro de 2002, pode ler-se: “a baronesa Symons concordou que seria difícil justificar que as empresas britânicas ficassem de fora no Iraque se o Reino Unido fosse um visível apoiante do governo norte-americano durante a crise”. A ministra do Comércio prometeu ainda a essas empresas que lhes daria novidades, “antes do Natal”, sobre a pressão que pretendia exercer sobre Washington.
Ainda de acordo com a mesma fonte, o Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros convidou a BP, a 6 de Novembro desse mesmo ano, para debater oportunidades no Iraque “pós-mudança de regime”.
O jornal recorda ainda que os contratos assinados por várias grandes petrolíferas em vésperas da invasão do Iraque – que já tinha sido “castigado” por ter invadido o Koweit em Agosto de 1990 e que ficou depois sob renovada pressão devido às acusações de posse de armas de destruição maciça – foram os maiores da história do sector petrolífero, abrangendo metade das reservas iraquianas (60 mil milhões de barris de crude).
Nas actas das reuniões realizadas em Outubro e Novembro de 2002, antes da invasão do Iraque em Março de 2003, pode ler-se, por exemplo, que Elizabeth Symons, na altura ministra britânica do Comércio, disse à BP que o governo achava que as petrolíferas britânicas deveriam ter um quinhão das vastas reservas de petróleo e gás do Iraque como recompensa pelo compromisso militar de Tony Blair de se aliar aos planos dos EUA de mudança de regime no país liderado então por Saddam Hussein.
Em Março de 2003, mesmo antes de o Reino Unido entrar nesta guerra, a Shell considerou “altamente inexactos” os relatos de que teria mantido conversações com o gabinete do primeiro-ministro, em Downing Street, sobre o petróleo iraquiano, relembra o “The Independent”.
A BP também negou que tivesse qualquer “interesse estratégico” no Iraque, ao passo que Tony Blair considerou “totalmente absurda” essa “teoria da conspiração do petróleo”, sublinha a mesma fonte.
Agora, as actas que vieram a público estão a pôr em questão essas rejeições de envolvimento por interesse na guerra com o Iraque. O envolvimento do Reino Unido neste esforço de guerra dividiu o gabinete de Blair e só foi aceite depois de o primeiro-ministro assegurar que Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, refere o “The Independent”.
Os documentos demonstram que Elizabeth Symons concordou em fazer “lobby” junto da Administração Bush, dos EUA, em nome da BP, uma vez que a gigante petrolífera receava ficar de fora dos acordos que Washington estava a celebrar com os governos norte-americano, francês e russo e com as suas respectivas empresas do sector energético, avança a edição “online” daquele jornal britânico.
Na acta de uma reunião com a BP, a Shell e a BG (a ex-British Gas), realizada a 31 de Outubro de 2002, pode ler-se: “a baronesa Symons concordou que seria difícil justificar que as empresas britânicas ficassem de fora no Iraque se o Reino Unido fosse um visível apoiante do governo norte-americano durante a crise”. A ministra do Comércio prometeu ainda a essas empresas que lhes daria novidades, “antes do Natal”, sobre a pressão que pretendia exercer sobre Washington.
Ainda de acordo com a mesma fonte, o Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros convidou a BP, a 6 de Novembro desse mesmo ano, para debater oportunidades no Iraque “pós-mudança de regime”.
O jornal recorda ainda que os contratos assinados por várias grandes petrolíferas em vésperas da invasão do Iraque – que já tinha sido “castigado” por ter invadido o Koweit em Agosto de 1990 e que ficou depois sob renovada pressão devido às acusações de posse de armas de destruição maciça – foram os maiores da história do sector petrolífero, abrangendo metade das reservas iraquianas (60 mil milhões de barris de crude).
Esta noticia não me surpreeende em nada, tal como já tinha publicado a 4 de Abril aqui, no Faro é Faro, o excelente texto de Luis Nazaré, no post "É o Petróleo, estupido!" sobre situação análoga na zona do Magrebe.
Os países infelizmente não se movem por altruísmo, travar uma guerra como a do Iraque sai caro, e por isso para tomarem a decisão de a fazer é porque havia hipótese de lucrarem com ela.
O petróleo e um recurso escasso, e para alem disso, Saddam Hussein ameaçava começar a negociar petróleo em Euros, o que poderia ser como um rastilho para a destabilização do dollar, dado que o valor deste só é mantido actualmente porque é a moeda referência para todas as transacções de petróleo. Quando deixasse de o ser, toda a gente iria fazer um dump massivo de dollares, bem como iria diminuir a pressão e a procura. Como os Estados Unidos tem uma divida imensa, iria cair-lhes tudo em cima... provocando um melt-down da economia americana.
Assim estas guerras tem mantido os Estados Unidos a tona de água, mas este não ficará por muito mais tempo... o dollar vai cair... e os estados unidos vão sofrer um choque económico nas próximas décadas muito forte.
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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