terça-feira, 19 de abril de 2011

Síria enfrenta a maior rebelião dos últimos 30 anos

Num gesto de desafio semelhante às gigantescas manifestações na Praça Tahrir, no Cairo, que contribuíram para a queda de Hosni Mubarak, mais de 20 mil pessoas instalaram-se em tendas na principal praça (As-Saa, ou do Relógio), em Homs, terceira maior cidade síria, prometendo não arredar pé enquanto o Presidente, Bashar al-Assad não se demitir.

 
É a maior provocação ao regime desde os anos 1970, quando a Irmandade Muçulmana (ligada à maioria sunita da população) tentou, por meios violentos, derrubar o regime da minoria alauita.

Assad, que fizera no fim-de-semana um importante discurso prometendo levantar o estado de emergência imposto desde 1963 e pedindo desculpa pelas acções sangrentas das forças de segurança que já causaram mais de 200 mortos desde que os protestos populares começaram em Março, não está a conseguir travar a contestação.

O governo qualificou a concentração em Homs e na cidade de Banyas como uma “insurreição armada” e responsabilizou “elementos salafistas, ligados à Al-Qaeda”, o que, segundo, analistas em Damasco, faz temer não um desfecho pacífico como no Egipto mas um banho de sangue.

Segundo a BBC, terão sido disparadas munições reais sobre os manifestantes em Homs, descritos por activistas dos direitos humanos como “civis desarmados” e pelas autoridades como “terroristas”.

Para vários observadores regionais, a Síria poderá ter passado o ponto de não retorno: se até agora as principais exigências dos que contestam a autocracia, o nepotismo e a corrupção eram reformas políticas, a reivindicação principal passou agora a ser a queda dos Assad – a primeira dinastia republicana árabe, constituída quando Bashar sucedeu ao seu pai, Hafez al-Assad, em 2000.


Era previsível, a onda está a alastrar a todo o Magrebe e ao Médio Oriente. Não tarda muito chegará a países como o irão... é uma questão de tempo. 

As tecnologias e a velocidade de comunicação permite estes feitos. Hoje em dia o Facebook ou um simples email é bem mais perigoso que uma metralhadora.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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