O plano desenhado pelo Fundo Monetário Internacional para apoiar financeiramente Portugal tem um prazo maior do que a proposta da Comissão Europeia, logo, acarreta juros mais baixos, pelo que merece a preferência dos economistas portugueses contactados pela Lusa.
"A lógica apontaria para que fosse ao contrário, ou seja, os papéis acabam por estar invertidos", disse à agência Lusa o economista Luís Nazaré, ligado ao PS, quando questionado sobre os detalhes que vão sendo conhecidos sobre o plano de resgate a Portugal pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE), e Fundo Monetário Internacional (FMI).
Já o economista João Duque, conselheiro do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, admitiu "ter ficado um pouco surpreendido" ao ter conhecimento (ainda que pouco profundo, sublinhou) dos planos que o FMI e Bruxelas têm em cima da mesa. "Parece-me mais adequado o plano do FMI do que a proposta da Comissão Europeia", salientou à Lusa, explicando que o essencial, nesta altura, é aliviar a pressão financeira sentida por Portugal mas dar fôlego a algumas injecções de investimento que melhorem a competitividade e a produtividade do país.
Também Manuel Caldeira Cabral, professor de Economia na Universidade do Minho e próximo do PS, alinhou pelo mesmo diapasão, considerando mesmo que "há algumas coisas em que o Atlântico está hoje invertido", com a Europa a assumir uma postura mais conservadora, ao passo que os Estados Unidos da América (EUA) seguem uma política mais expansionista. "Todos têm interesse que seja implementada uma solução de médio e longo prazo, justa e equilibrada, para Portugal", referiu Caldeira Cabral.
"Uma intervenção demasiado dura não resulta. Acho que a renegociação das condições dadas à Grécia e à Irlanda é um bom sinal", reforçou o professor da Universidade do Minho, alertando para o perigo de, caso o resgate financeiro a Portugal não seja bem sucedido, haver um contágio a países como a Espanha, a Itália ou a Bélgica. Uma opinião que, de resto, é partilhada pelos outros economistas ouvidos.
Luís Nazaré sublinhou que o director-geral do FMI, Dominique Strauss-Khan, "é uma pessoa com uma personalidade mais sensível às questões sociais", enquanto "na Europa há hoje um forte cunho de direita, nalguns casos, com governos populistas" que querem agradar às suas opiniões públicas que, por vezes, são contrárias ao apoio aos países europeus em dificuldades.
"Isto impediu a Europa de ter uma resposta enérgica logo quando foi preciso intervir na Grécia. Considero que tem havido um défice de visão europeia", acrescentou. O economista realçou ainda que "há um cunho conservador e populista nalguns governos europeus, que pode ser visto como uma marca egoísta do norte da Europa contra uma visão e política solidárias".
Nazaré recordou que, por seu lado, o FMI "já passou por muitas crises em muitas latitudes, pelo que aprendeu a ser moderado nas intervenções. Percebeu que não se consegue nada com práticas sanguinárias".
Para Luís Nazaré, "Strauss-Khan está mais próximo de Jacques Delors [político francês que presidiu a Comissão Europeia entre 1985 e 1995 e que deu um forte impulso ao processo de integração europeia] do que da Europa egoísta da senhora Merkel".
IN: JN
Penso que não é por acaso que Teixeira dos Santos viajou para os Estados Unidos para se encontrar pessoalmente com Dominique Strauss-Khan e Timothy Geithner, secretário geral do tesouro Americano, conforme esta noticia do JN.
Penso que muito provavelmente o modelo que irá ser aplicado em Portugal será o do FMI e não o do fundo de estabilização europeu, dado que o primeiro apresenta um prazo maior do que a proposta da Comissão Europeia, logo, acarreta juros mais baixos, o que poderá ser positivo para relançar a economia.
Intervenções demasiado duras como a que aconteceu na Grécia não resultam, e neste momento não resta outra alternativa a Grécia se não fazer uma reestruturação da sua divida. A questão que se coloca agora não é saber se vai ou não haver reestruturação, mas sim... quando é que vai ocorrer essa reestruturação.
Mas mais importante que tudo o que foi dito, é que os partidos se entendam, por amor de Deus, já chega de tretas politicas, parecem putos de infantário, ou se entendem de uma vez por todas, ou o presidente da republica deve cancelar as eleições e nomear um governo de salvação nacional para lidar com esta situação. Caso contrário é a desgraça total, porque as tantas como andam todos as turras a negociação não é bem feita, e normalmente a parte que não se entende é a que fica a perder, entenda-se Portugal, e tem de aceitar as condições que lhe forem impostas. Não há necessidade!
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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