Se fossemos todos uns anjos, discutíamos as soluções dos problemas do País apenas em função do maior ou menor valor que atribuíamos às propostas que os políticos apresentam ao povo.
Poderíamos até encarar, sem preconceitos, soluções menos ortodoxas ou menos banais, pois estaríamos abertos a modelos ideológicos e de construção de sociedade diferentes do que se impôs e que, pelas contradições que incorpora, caminha cíclica e inevitavelmente para crises do tipo que agora vivemos.
Justificávamos assim o nosso voto pelas ideias, apenas pelas ideias, conforme as achássemos melhores ou piores... Mas isso era num mundo de anjos.
Como não somos anjos mas sim pessoas, na hora da decisão do voto contam as ideias e muitas outras coisas. Por exemplo, os nossos próprios interesses particulares - quando votamos, votamos também naquilo que achamos que nos beneficia mais ou prejudica menos. E não ignoramos aquilo que julgamos ser a personalidade ou o carácter das pessoas que se propõem governar-nos - e, por isso, votamos nos que achamos mais competentes, mais honestos, mais capazes, pois sem essas qualidades até as melhores ideias nos conduzem ao inferno.
Por isso, não é irrelevante, de maneira alguma, termos dados objectivos sobre a personalidade dos políticos. Por isso, é útil ao eleitorado perceber como eles se comportam socialmente, como é o seu processo decisório, com quem se relacionam, como gerem a sua vida particular, como reagem face à adversidade...
Poderíamos até encarar, sem preconceitos, soluções menos ortodoxas ou menos banais, pois estaríamos abertos a modelos ideológicos e de construção de sociedade diferentes do que se impôs e que, pelas contradições que incorpora, caminha cíclica e inevitavelmente para crises do tipo que agora vivemos.
Justificávamos assim o nosso voto pelas ideias, apenas pelas ideias, conforme as achássemos melhores ou piores... Mas isso era num mundo de anjos.
Como não somos anjos mas sim pessoas, na hora da decisão do voto contam as ideias e muitas outras coisas. Por exemplo, os nossos próprios interesses particulares - quando votamos, votamos também naquilo que achamos que nos beneficia mais ou prejudica menos. E não ignoramos aquilo que julgamos ser a personalidade ou o carácter das pessoas que se propõem governar-nos - e, por isso, votamos nos que achamos mais competentes, mais honestos, mais capazes, pois sem essas qualidades até as melhores ideias nos conduzem ao inferno.
Por isso, não é irrelevante, de maneira alguma, termos dados objectivos sobre a personalidade dos políticos. Por isso, é útil ao eleitorado perceber como eles se comportam socialmente, como é o seu processo decisório, com quem se relacionam, como gerem a sua vida particular, como reagem face à adversidade...
Nos últimos tempos tivemos informação clara e transparente sobre o carácter de alguns políticos. Compreendemos o alcance perigoso do egocentrismo de Fernando Nobre. Detectámos ser Passos Coelho capaz de mentir acerca das conversas que teve com José Sócrates. Já apanhámos o primeiro-ministro, nem sei quantas vezes, em seis anos de múltiplas contradições, de constantes suspeitas perigosas. Voltámos a ver como a pura estupidez estoirou politicamente com Otelo Saraiva de Carvalho (com estilhaços para muita boa esquerda). Olhamos perplexos para um Presidente da República que aceita, sem tugir, ralhetes, embora indirectos, de um comissário europeu. Vemos todos os dias Teixeira dos Santos deitar para o lixo a credibilidade técnica que tinha, numa incrível atitude de total falta de amor-próprio.
Não podemos exigir aos políticos que sejam uns anjos. Mas olhar para este panorama que estamos a viver e esperar que daqui saiam líderes capazes, verdadeiros estadistas, isso sim, é ser totalmente anjinho.
Não podemos exigir aos políticos que sejam uns anjos. Mas olhar para este panorama que estamos a viver e esperar que daqui saiam líderes capazes, verdadeiros estadistas, isso sim, é ser totalmente anjinho.
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