sábado, 16 de abril de 2011

Cortes do FMI podem agravar corrupção

A procuradora Maria José Morgado e o especialista em corrupção Luís de Sousa consideram que a corrupção pode agravar-se caso as medidas de redução do défice impostas pelo penalizem a investigação judiciária. 

 Questionada pela agência Lusa sobre se a situação do país pode agravar a corrupção em Portugal, a directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Maria José Morgado, disse que "o cenário é pessimista", defendendo que "estamos no caminho da fraude e da pobreza". Acrescentou também que "a corrupção gera sempre corrupção, fraude e pobreza quando não é controlada".

Luís de Sousa, especialista em corrupção e presidente da Transparência e Integridade Associação Cívica e autor de várias propostas de combate à corrupção na Assembleia da República, alertou por seu lado que "os cortes orçamentais que o Estado vai ter devem ser feitos sem prejudicar o funcionamento da justiça e das inspecções do Estado". Se não for assim, defendeu, o eventual desinvestimento na investigação judiciária, "que é carente e precisa de ser desenvolvida", pode agravar a corrupção no país.

Contudo, afirmou, "há medidas que vêm por bem porque vão cortar certas condições propícias à corrupção". E sublinhou que, além dos cortes impostos, o FMI deverá exigir "mais rigor e mais fiscalização", por estar convicto de que este "não quer que se repita os erros da despesa descontrolada".
Os dois especialistas falavam na Ericeira, concelho de Mafra, à margem de um ciclo de conferência de homenagem ao falecido fiscalista Saldanha Sanches. Para Maria José Morgado (viúva de Saldanha Sanches) a corrupção "está na origem do desastre económico português" e do aumento do défice do Estado. "A crise internacional foi a gripe no corpo canceroso da corrupção, que tem a marca da economia paralela, da fraude e evasão fiscais, do desperdício dos dinheiros públicos e da derrapagem nas obras públicas", sustentou a diretora do DIAP.

Luís de Sousa considerou que a forma de funcionar da administração pública, caracterizada pela "corrupção, pela excessiva burocracia, pelo desvio de dinheiros, pelas leis pouco claras e pela justiça lenta", não atrai investidores que querem regras claras. 

In: DN 

Bem... esta noticia é preocupante, eu pensava que pior do que isto em termos de corrupção seria impossível, para parece que é há sempre um cenário pior.

Os maiores roubos e pouca-vergonhas que se estão a passar neste pais estão a passar todos impunes, a operação furacão virou uma brisa solarenga, ninguém é preso, ninguém é condenado, o caso bragaparques ficou em aguas de bacalhau, o BPN o estado nacionalizou as dividas, as parecerias publico-privadas e outros roubos praticados por políticos, banca e o gang da betoneira ficará impune...

Por isso não sei, se o FMI cortar as verbas para a investigação provavelmente ninguém dará pela diferença... digo eu!... LOL
Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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