Os britânicos saíram hoje às ruas para protestar contra as medidas de austeridade do Governo. Os sindicatos dizem que o número de manifestantes pode chegar ao meio milhão.
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Cerca de 400 mil pessoas estão nas ruas de Londres a protestar contra as medidas de austeridade apresentadas pelo Governo para diminuir o défice.
"A Marcha pela alternativa" estava convocada desde outubro e sgundo o jornal inglês "The Guardian " é o maior protesto da década no país.
Estudantes, reformados, trabalhadores do setor público e privado vieram de várias regiões do Reino Unido para participar no protesto.
Marcha pacífica... com confrontos
Apesar de ser apresentada como uma marcha pacífica, já houve confrontos entre polícia e manifestantes, que terão atirado garrafas e tintas para montras de lojas em Oxford Street.
A manifestação foi convocada pelos principais sindicatos britânicos e apoiada por diversas organizações, entre as quais as de professores, pacifistas e de jovens. O Unite, o maior sindicato britânico, estima que venham a estar presentes nas ruas perto de meio milhão de pessoas.
"Não acabem com a Grã-Bretanha"; "não aos cortes", "defendamos os nossos serviços públicos", são as frases mais ouvidas no protesto.
Na frente, Brendan Barber, o secretário-geral do Trades Union Congress (TUC), plataforma que reúne 58 dos principais sindicatos do país, congratulou-se pela resposta ao apelo.
"Estamos aqui para enviar uma mensagem ao governo de que somos fortes e unidos", afirmou, prometendo continuar a lutar contra os "cortes selvagens" e para proteger "os serviços, empregos e vidas das pessoas".
Mas cedo percebeu-se que havia manifestantes interessados em fazer ouvir a voz de outra forma quando uma coluna de jovens vestidos de preto, alguns de caras tapadas e com bandeiras anarquistas, se separou.
Mas cedo percebeu-se que havia manifestantes interessados em fazer ouvir a voz de outra forma quando uma coluna de jovens vestidos de preto, alguns de caras tapadas e com bandeiras anarquistas, se separou.
Bombas de fumo e tinta
Várias centenas de pessoas, vigiadas de perto por polícias de intervenção, caminharam para Oxford Street e lançaram bombas de fumo e tinta contra lojas de roupa e bancos, chegando a estilhaçar vitrinas.
Era nesta artéria comercial que o movimento UK Uncut tinha apelado a ocupar lojas de empresas que acusa de evasão fiscal e cujos impostos poderiam ajudar a evitar os cortes orçamentais.
Loja de luxo invadida
Mais tarde, um grupo conseguiu entrar numa Fortnum and Mason, uma loja de luxo, originando alguns confrontos com a polícia à entrada.
Andrew, que seguiu o protesto alternativo segurando um cartaz onde se lia No Cuts [Não aos cortes], mostrou compreensão pelo que considera atos "não de violência, mas desobediência".
Andrew, que seguiu o protesto alternativo segurando um cartaz onde se lia No Cuts [Não aos cortes], mostrou compreensão pelo que considera atos "não de violência, mas desobediência".
Alaistair, que viajou de Edimburgo para se juntar ao UK Uncut, afirmou à Lusa que os objetivos das duas frentes de protesto eram semelhantes, nomeadamente na defesa dos serviços públicos e da criação de empregos.
Porém, em vez dos políticos, prefere responsabilizar aqueles que estão na origem da crise económica. "Há imenso dinheiro por aí, milhares de milhões de lucros", argumentou.
Porém, em vez dos políticos, prefere responsabilizar aqueles que estão na origem da crise económica. "Há imenso dinheiro por aí, milhares de milhões de lucros", argumentou.
Parece que em Inglaterra também já existe uma população "à rasca", que das duas uma, ou está na mó de baixo, sem emprego, sem hipoteses de progressão e reclama condições mínimas e dignidade, outra, a população com muitos privilégios que os viu ser cortados.
Tal como em Portugal, existem essas duas variantes... vamos ver no que isto vai dar... O cerco está a apertar-se, o povo, que está em baixo está a ser esmifrado com impostos, condenado ao desemprego e a escravatura... A revolução francesa nasceu de algo semelhante, quando o povo de Paris estava mergulhado na miséria e na fome.
Estamos a viver um tempo de mudança, grandes acontecimentos se avizinham...
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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