sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal diz que pagará o que for preciso para evitar a banca rota

Portugal poderá equacionar um empréstimo bancário e “pagar aquilo que for preciso” para obter a liquidez que falta para os reembolsos de dívida de Abril, dizem fontes europeias citadas pela Dow Jones. O objectivo é aguentar até às eleições sem pedir ajuda, assegurando que o País não entre em insolvência em Junho.

Fontes oficiais citadas pela agência dizem que Portugal está a equacionar uma colocação privada de dívida (uma espécie de “bridge-loan”) com vista a reforçar a liquidez de forma a pagar os reembolsos de dívida de Abril.

O País já emitiu acima de 13 mil milhões de euros em dívida este ano, mas utilizou já cerca de 10 mil milhões de euros no reembolso de dívida de curto prazo. O que, mesmo conseguindo mais alguma liquidez de curto prazo que permita o reembolso dos 4,2 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro em Abril, o Estado fica com os cofres depauperados antes do reembolso de Junho (4,9 mil milhões de euros). E com a solvência em risco.

Uma fonte, citada pela Dow Jones, disse que “ainda não está reunida toda a liquidez necessária para Abril, mas o Governo está confiante de que é possível cumprir com esse reembolso”.

Caso o Ministério das Finanças não consiga ir ao mercado colocar dívida de curto prazo, um empréstimo bancário seria uma medida provisória que permitiria ganhar algum tempo para negociar um pacote de resgate com a UE e com o FMI, que os responsáveis pretendem que, a acontecer, venha só depois das eleições.

Mas é “inevitável” que a ajuda chegue antes do reembolso de dívida de Junho, sendo necessário ainda ter em conta o pagamento de cupões anuais e o financiamento do novo défice.

Ambas as fontes europeias citadas pela agência dizem que um resgate é “inevitável”, mas estão convencidas que é possível encontrar uma medida provisória que permita aguentar até às eleições.

“Toda a Zona Euro, incluindo Portugal, está convencida que um resgate a Portugal é inevitável. O valor rondaria os 80 mil milhões de euros. Mas nenhum político em Portugal quer ter o ónus de pedir o resgate antes das eleições, portanto querem esperar até depois das eleições”, disse uma das fontes.

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