sábado, 26 de março de 2011

Sócrates e Merkel querem que PSD se comprometa com mais austeridade

Presidente do eurogrupo, Jean-Claude Juncker, deixou "completamente claro" ao PSD que "são necessários mais esforços"

 José Sócrates e Angela Merkel pediram ontem a Passos Coelho que anuncie medidas de austeridade alternativas às que o PSD chumbou, de forma a reforçar a confiança de que Portugal cumprirá as metas. "O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) foi reprovado num momento difícil para Portugal sem que ninguém tenha apresentado qualquer alternativa. E isso teve efeitos negativos na situação do país", afirmou Sócrates no final do Conselho Europeu. "Se os partidos querem contribuir para a melhoria da credibilidade, então que apresentem alternativas. Já que não o fizeram antes, façam-no agora."

Sócrates tenta assim que Passos Coelho, até agora numa posição confortável enquanto oposição, se comprometa antes das eleições com o mesmo tipo de medidas que o governo apresentou. O primeiro-ministro acusou ainda a oposição de "não ter o mínimo de consciência do interesse nacional e o mínimo de respeito pelo país".

Angela Merkel, que reunira no dia anterior com José Sócrates e Pedro Passos Coelho, seguiu a mesma linha e afirmou que a oposição "tem de revelar publicamente, é muito importante que o faça, que medidas propõe para atingir os objectivos". "Esperemos que resulte. Não estou optimista nem pessimista. Isso é indispensável se queremos acalmar os mercados", acrescentou.

Jean-Claude Juncker encontrou-se também com o líder do PSD, a quem pediu garantias. "Tive uma conversa com o líder da oposição [...] que quer ser primeiro- -ministro, e deixei completamente claro [...] que são necessários esforços suplementares para a consolidação", afirmou. "Todos os partidos relevantes em Portugal sabem, e têm de saber, que somos muito exigentes quando se trata de metas que definimos em comum."

Na conferência de imprensa de ontem, Sócrates irritou-se com uma pergunta de uma jornalista acerca da capacidade de Portugal de refinanciar a dívida, garantindo: "Portugal tem condições para se financiar no mercado." Acrescentou ainda que "Portugal não precisa de aderir a nenhum resgate".

O primeiro-ministro indicou ainda que os números provisórios da execução orçamental de Março o deixam optimista. "Março ainda não acabou, mas temos boas indicações, e dos três meses, o que já é um padrão em relação a este ano." N. A.

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