quarta-feira, 30 de março de 2011

Suspenção do POOC

Antonieta Guerreiro apresenta relatório sobre a suspensão e a revisão do POOC Vilamoura-Vila Real de Santo António 

No mesmo dia em que apresentou, em sede de Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, o relatório sobre a petição que solicitava a suspensão e a revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura-Vila Real de Santo António, Antonieta Guerreiro enviou um requerimento e várias perguntas à tutela para que se pronunciasse sobre esta matéria. Nas diligências efectuadas no âmbito do seu relatório foi solicitado ao ministério um parecer que nunca chegou a ser emitido.
Mas mesmo depois de elaborado o relatório a deputada algarvia do PSD não quis deixar passar em branco esta página sobre «o importante e controverso» ordenamento da orla costeira algarvia, coincidente com o cordão dunar da Ria Formosa, uma área tão sensível que agora é considerado património nacional.
Assim, Antonieta Guerreiro, considerando os anúncios da ministra de que seria feita uma revisão ao POOC em causa, requereu do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local «a avaliação efectuada à implementação e desenvolvimento do POOC Vilamoura-Vila Real de Santo António, pois deduz-se que antes de qualquer revisão é necessário efectuar uma avaliação ao trabalho desenvolvido».
Noutro documento enviado à tutela a deputada colocou várias questões que se transcrevem:

1. A extensão entre a Armona-Olhão e Armona-Fuzeta corresponde a uma área de baldios onde se reproduzem e desenvolvem os bivalves, as duas margens estão separadas por um canal que não tem mais de 30 metros de largura. Na margem ocidental, prevê o POOC que será refeita a Praia dos Cavacos, numa extensão de cerca de 1.000 metros. Até agora ainda não foi respondida à questão colocada pelos peticionários “como compreender que a presença de meia dúzia de produtores na margem sul tenham impacto negativo e a presença de centenas de pessoas, estranhas ao meio, separadas por 30 metros não tenham o mesmo impacto?”;

2. Qual o impacto que as ETARES têm sobre a qualidade dos bivalves ai produzidos?

3. Qual a capacidade de carga de produção de bivalves da Ria Formosa no actual cenário de redução baldios produtivos?

4. Quando se diz que está em causa a capacidade de carga da Ria Formosa, omitindo que há apenas uma transferência de lugares, não se está, na prática, a reduzir a área de cultivo e a redução do número de viveiros? 

5. Não é isto um ataque ao desenvolvimento social e económico de uma actividade tradicional da Ria Formosa? 

6. Não é estranho que se aumente a área de fundeadores e fomente a náutica de recreio ao mesmo tempo em que se restringe a navegação dos pescadores e mariscadores?

7. O que pensa a tutela sobre a suspensão do POOC? Concorda? 

8. Foi efectuada alguma avaliação ao POOC vigente?

Segundo a deputada Antonieta Guerreiro «não é admissível que o ministério fique sem dar resposta a estas e outras questões depois dos vários anúncios que a ministra fez sobre a revisão deste plano de ordenamento. É muito importante saber o que foi feito, em que condições foi feito, o que está mal, o que é preciso mudar e como mudar. Não é aceitável que seja equacionada uma revisão – deste ou de outro plano - sem que haja uma avaliação ao trabalho efectuado. No contexto político actual, os algarvios têm o direito de saber qual é o ponto da situação, já que a tutela não respondeu às questões colocadas no âmbito da petição cujo relatório apresentei hoje na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local».


Já era sem tempo, este POOC é uma verdadeira desgraça, é fundamentalista, não respeita as tradições nem as populações, e ia no sentido de transformar a Ria num Museu Vivo apenas para ser contemplado de longe.

Nada disso, a Ria tem de ser usufruída, as suas riquezas tem de ser exploradas, mas claro, tudo com o devido controlo e respeito pelo ecossistema. Quero uma Ria Viva, não um Museu moribundo e a definhar para contentamento dos ecologistas. 

Para além dos referidos, outro objectivo era desalojar os residentes das ilhas barreira e renaturaliza-las para depois permitir a exploração turística da zona por entidades privadas.

O regulamento do Parque Natural da Ria Formosa, que ainda é mais escandaloso que o POOC também devia ser suspenso. Porque não deixa os naturais viverem as suas tradições, nem que usufruam da nossa Ria; não se pode navegar nos canais, não se pode pescar nos canais e esteiros, não se pode desembarcar nos parchais nem apanhar isca, enfim... e so proibições.  No entanto, os operadores da maritimo-turisticas podem navegar com os barcos deles em todos os canais e ainda por cima com motores a 2 tempos que poluem muito mais que os a 4 tempos e ainda largam óleo queimado na agua, fazem barulho bem como as muitas pessoas aos gritos e a rir-se dentro dos barcos (nós não podemos la ir pq fazemos muito barulho e perturbamos os passarinhos), estes já podem fazer tudo... Enfim... 

Nota-se que a ideia e desalojar os locais para que se possa instalar uma industria de turismo que tome conta de tudo...  Vergonhoso... A Ria é de todos e para todos!

Isto é que era urgente tratar... suspender o RPNRF... URGENTE!!!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

5 comentários:

  1. já assinou a peitiço para a revogação do pooc e para a defesa da Ria formosa???

    ResponderEliminar
  2. Ok... ja assinei a petição.

    Quem quiser pode assinar a petição aqui:

    http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N2956

    ResponderEliminar
  3. Essa petição já foi enviada no final do verão passado e por isso é que foi discutida e deu origem a este relatorio. Na altura, convidei todas as Comissões de moradores a pronunciar-se sobre o seu conteúdo e sujeitei-a alterações, por forma a melhorá-la e procurando a participação das pessoas. As comissões depois de terem declarado apoio, viraram as costas, alegando tratar-se de uma questão politica e por o proponente ter sido um antigo militante do MRPP. Baixos argumentos.
    O sucesso da petição beneficiaria a generalidade da população residente na area da Ria Formosa e não o proponente, que este não tem casas nas ilhas, não tem barco nem é produtor de bivalves.
    Só se poderia pedir a alteração do POPNRF três anos após a sua publicação e mesmo assim era preciso que as perspectivas de desenvolvimento economico e social previstas não tivessem alcançado os objectivos traçados. Mas o POOC é um plano de ordenamento de nivel superior de natureza estrategica com capacidade para revogar o articulado do POPNRF, este de natureza operacional e devendo obediencia àquele.
    Por outro lado, se o Polis é o instrumento financeiro de execução do POOC e este fosse suspenso como é que ficava o Polis?

    ResponderEliminar
  4. Ok... se a petição ja foi entregue removi o link do blog.

    Obrigado

    ResponderEliminar