É demasiado tarde para os políticos portugueses culparem quem quer que seja senão eles próprios pela sua crise de dívida soberana. A Irlanda, Espanha e sem dúvida a Grécia podem justificadamente lamentar que, mesmo tendo apertado o cinto, as rendibilidades das suas obrigações estão a ser pressionadas pelo processo desorganizado de condução da política europeia. Mas, depois da turbulência do ano passado, Lisboa ainda não interiorizou a necessidade de viver à altura dos seus meios.
Falta a ambos, Governo e oposição, credibilidade. A austeridade do Governo foi fingida: a redução do défice no ano passado resultou de truques contabilísticos baseados na passagem à esfera pública de um fundo privado de pensões. (Não se podendo acusar a União Europeia por isto, ela é culpada de cumplicidade: as suas regras contabilísticas encorajam estes truques e penalizam aqueles que honram os compromissos dos seus fundos de pensões). A oposição mostrou que tem por prioridade a vantagem política, ao votar contra as novas medidas de austeridade, forçando a demissão de Sócrates. (...)
Falta a ambos, Governo e oposição, credibilidade. A austeridade do Governo foi fingida: a redução do défice no ano passado resultou de truques contabilísticos baseados na passagem à esfera pública de um fundo privado de pensões. (Não se podendo acusar a União Europeia por isto, ela é culpada de cumplicidade: as suas regras contabilísticas encorajam estes truques e penalizam aqueles que honram os compromissos dos seus fundos de pensões). A oposição mostrou que tem por prioridade a vantagem política, ao votar contra as novas medidas de austeridade, forçando a demissão de Sócrates. (...)
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