quinta-feira, 31 de março de 2011

Cavaco Silva marca eleições legislativas para 5 de Junho

Cavaco defende governo de "elevado consenso politico"

Cavaco Silva anunciou hoje a dissolução do Parlamento e a antecipação das legislativas para 5 de Junho. Deixou uma mão cheia de avisos, fez uma espécie de “guião” para a campanha eleitoral e deu luz verde ao Governo em gestão se quiser pedir ajuda externa. O Presidente defendeu uma solução governativa de maioria, ao dizer que as eleições devem permitir “alcançar um compromisso estratégico de médio prazo” e que resulte num “alargado consenso político e social”.
 
Mas disse mais em directo nas televisões. Se o país precisar de ajuda externa, o Governo, agora em gestão, tem condições para requerer essa ajuda do fundo de estabilização europeu e o FMI. Foi quando disse que o Executivo “não está impedido de praticar os actos necessários à condução dos destinos do país, tanto no plano interno como no plano externo”.


Um “dever tanto mais acrescido” tendo em conta o momento de “grande exigência e responsabilidade”. Noutro ponto da comunicação – cerca de 10 minutos – Cavaco advertiu ainda que Portugal vive, “porventura, um dos momentos mais críticos da vida nacional desde que foi instaurado o regime democrático”. “Temos a obrigação de defender o regime democrático, a nossa economia e o bem-estar dos cidadãos e das suas famílias”, dramatizou.

O próprio fez a promessa de dar todo o seu apoio “para que não deixem de ser adoptadas as medidas indispensáveis a salvaguardar o superior interesse nacional e assegurar os meios de financiamento necessários” à economia.

Numa campanha eleitoral que se antevê dura, o Presidente fez um apelo à moderação, para que se evite a crispação. Cavaco forneceu um guião para o que não se deve fazer na campanha.

“Ninguém deve prometer aquilo que não poderá ser cumprido. Este não é o tempo de vender ilusões ou falsas utopias. Prometer o impossível – ou esconder o inadiável – seria tentar enganar os portugueses e explorar o seu descontentamento. Confio na maturidade cívica do nosso povo”, afirmou.

Disse mais: “A próxima campanha deve ser sóbria nos meios e esclarecedora nas propostas que cada partido irá fazer ao eleitorado. Estas propostas têm de ser construtivas, realistas e credíveis e a campanha deve decorrer com elevação nas palavras e nas atitudes”.

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