Por seu lado, Ferreira do Amaral considera que o Estado transformou as empresas públicas em “depósitos de dívidas” e a privatização de algumas delas pode ser a solução para o endividamento.
Se o Estado não tem dinheiro é por culpa do chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). A justificação é avançada pelo ministro dos Transportes, António Mendonça, perante a notícia divulgada hoje pelo jornal “Público”, segundo a qual as empresas de transportes de passageiros têm de pagar 935 milhões de euros de dívidas a curto prazo.
“É evidente que, a partir do momento em que o PEC foi chumbado na Assembleia, a situação alterou-se radicalmente. Temos que ter consciência disso. A situação do país era uma antes do chumbo do PEC e é outra depois do chumbo do PEC”, afirma o ministro. António Mendonça sublinha que, por isso, “tudo piorou”. “Os problemas, por menores que sejam, são problemas que estão agravados."
Ontem foram conhecidas as dificuldades do Metro do Porto, que diz correr o risco de não ter dinheiro para pagar salários. O ministro António Mendonça diz que não percebe porque se “fala agora dos problemas das empresas de transportes quando são problemas que existem há muitos anos”.
“Ainda recentemente recebi da administração da empresa do Metro do Porto uma proposta para desenvolver a segunda fase do Metro, de 2,5 milhões de euros, que implicava um acréscimo de custos operacionais para a empresa de cerca de 60 milhões de euros, a somar aos cerca de 120 milhões já negativos”, explica.
“Há uma contradição que não entendo”, afirma.
Empresas públicas são “depósitos de dívidas”
Opinião contrária tem o antigo titular da pasta, Joaquim Ferreira do Amaral. O ex-ministro dos Transportes do PSD acusa os últimos Governos de procurarem financiar-se através das empresas de transportes.
“A questão essencial é que o Estado decidiu pôr nas empresas públicas a dívida que ele próprio não podia pagar. As empresas públicas acabaram por servir de depósitos de dívidas”, acusa Ferreira do Amaral.
“O Estado, sem recursos para poder fazer investimentos, quis fazê-los na mesma. E a maneira de o fazer foi endividar as empresas públicas, porque elas tinham crédito e, portanto, o Estado julgou que, fazendo-as ir buscar financiamento, se livrava da dificuldade que tinha em encontrar recursos para fazer investimentos."
Ferreira do Amaral defende que o Estado deve assumir os passivos das empresas de transportes. “O Estado quis fazer política social - na minha opinião, erradamente -, porque, em grande parte, está a subsidiar os transportes de pessoas que não precisariam de subsídio algum”, explica.
“Aí não há nada de social, pelo contrário, mas quis fazê-lo à custa das próprias empresas públicas, que assim se tornaram rapidamente deficitárias sem ter as compensações devidas”, acrescenta Ferreira do Amaral.
Para o ex-ministro dos Transportes do PSD, a privatização de algumas explorações pode ser um caminho para resolver o problema do endividamento das empresas de transportes públicos.
“É evidente que, a partir do momento em que o PEC foi chumbado na Assembleia, a situação alterou-se radicalmente. Temos que ter consciência disso. A situação do país era uma antes do chumbo do PEC e é outra depois do chumbo do PEC”, afirma o ministro. António Mendonça sublinha que, por isso, “tudo piorou”. “Os problemas, por menores que sejam, são problemas que estão agravados."
Ontem foram conhecidas as dificuldades do Metro do Porto, que diz correr o risco de não ter dinheiro para pagar salários. O ministro António Mendonça diz que não percebe porque se “fala agora dos problemas das empresas de transportes quando são problemas que existem há muitos anos”.
“Ainda recentemente recebi da administração da empresa do Metro do Porto uma proposta para desenvolver a segunda fase do Metro, de 2,5 milhões de euros, que implicava um acréscimo de custos operacionais para a empresa de cerca de 60 milhões de euros, a somar aos cerca de 120 milhões já negativos”, explica.
“Há uma contradição que não entendo”, afirma.
Empresas públicas são “depósitos de dívidas”
Opinião contrária tem o antigo titular da pasta, Joaquim Ferreira do Amaral. O ex-ministro dos Transportes do PSD acusa os últimos Governos de procurarem financiar-se através das empresas de transportes.
“A questão essencial é que o Estado decidiu pôr nas empresas públicas a dívida que ele próprio não podia pagar. As empresas públicas acabaram por servir de depósitos de dívidas”, acusa Ferreira do Amaral.
“O Estado, sem recursos para poder fazer investimentos, quis fazê-los na mesma. E a maneira de o fazer foi endividar as empresas públicas, porque elas tinham crédito e, portanto, o Estado julgou que, fazendo-as ir buscar financiamento, se livrava da dificuldade que tinha em encontrar recursos para fazer investimentos."
Ferreira do Amaral defende que o Estado deve assumir os passivos das empresas de transportes. “O Estado quis fazer política social - na minha opinião, erradamente -, porque, em grande parte, está a subsidiar os transportes de pessoas que não precisariam de subsídio algum”, explica.
“Aí não há nada de social, pelo contrário, mas quis fazê-lo à custa das próprias empresas públicas, que assim se tornaram rapidamente deficitárias sem ter as compensações devidas”, acrescenta Ferreira do Amaral.
Para o ex-ministro dos Transportes do PSD, a privatização de algumas explorações pode ser um caminho para resolver o problema do endividamento das empresas de transportes públicos.
A empresa Metro do Porto está sem dinheiro para funcionar e já deve dois mil milhões de euros à banca. Vários pedidos de empréstimo foram recusados.
Esta situação foi confirmada à Renascença pelo presidente do conselho de administração da empresa. “Nesta altura já investimos na casa dos 2.500 milhões de euros e a fundo perdido recebemos apenas cerca de 25% deste valor. Sendo um projecto desta dimensão, financiado maioritariamente por empréstimos bancários, que vencem juros - está aqui a origem da situação financeira actual da empresa”, explica Ricardo Fonseca.
Daqui a 15 dias tem de pagar 100 milhões de euros ao BCP.
A administração da Metro do Porto deu conhecimento da situação financeira da empresa à secretaria de Estado do Tesouro e Finanças, mas até agora não teve qualquer resposta.
Em carta ao Ministério das Finanças, a empresa expõe a situção: "É insustentável continuar neste modelo".
Fonte oficial do Ministério dos Transportes, contactada pela Renascença, garante que a tutela tem reunido com as administrações das diversas empresas de transportes e não apenas do Metro do Porto.
A mesma fonte remeteu para mais tarde outros esclarecimentos, mas garante que o Governo tudo fará para continuar a assegurar o serviço aos clientes nas actuais condições.
Esta situação foi confirmada à Renascença pelo presidente do conselho de administração da empresa. “Nesta altura já investimos na casa dos 2.500 milhões de euros e a fundo perdido recebemos apenas cerca de 25% deste valor. Sendo um projecto desta dimensão, financiado maioritariamente por empréstimos bancários, que vencem juros - está aqui a origem da situação financeira actual da empresa”, explica Ricardo Fonseca.
Daqui a 15 dias tem de pagar 100 milhões de euros ao BCP.
A administração da Metro do Porto deu conhecimento da situação financeira da empresa à secretaria de Estado do Tesouro e Finanças, mas até agora não teve qualquer resposta.
Em carta ao Ministério das Finanças, a empresa expõe a situção: "É insustentável continuar neste modelo".
Fonte oficial do Ministério dos Transportes, contactada pela Renascença, garante que a tutela tem reunido com as administrações das diversas empresas de transportes e não apenas do Metro do Porto.
A mesma fonte remeteu para mais tarde outros esclarecimentos, mas garante que o Governo tudo fará para continuar a assegurar o serviço aos clientes nas actuais condições.
IN: Rádio Renascença
Caros,
Grande parte do problema está na forma com as empresas são geridas. Todas elas, CP, Metro do Porto, Carris, Metro de Lisboa, Transtejo, Soflusa, Metro Sul do Tejo, etc, tem sido geridas sempre em déficit e os seus gestores com ordenados e regalias brutais.
Se por acaso se derem ao trabalho de ler o post Rumuneração dos gestores públicos facilmente verificarão os ordenados principescos que o Metro do Porto pagava (pág 49 em diante), o presidente do conselho de administração recebe 150122€, e ainda mais quase 8000€ adicionais em regalias os dois vogais recebem 136472 cada um e cerca de 7000€ adicionais em regalias. Os vogais não executivos (como Major Valentim Loureiro entre outros) que não faziam rigorosamente nada a não ser participar nas Assembleias (era um tacho politico-partidário) recebiam 18138€.
Depois se forem ver a pagina 51, onde vem especificados os outros benefícios... temos seguros de saude de quase 65000€ cada um dos membros, quase 3500€ de cobustivel, 1460€ de subsidio de refeição e quase 15000€ de ADSE/outros encargos.
Com esta gente a ganhar ordenados destes em que aquilo que produzem não é praticamente nada (são parasitas do sistema) como querem que a empresa seja auto-subsistente?
Epah... não há milagres. Quando uma empresa tem Cashflows negativos ano após ano, das duas uma, ou é subsidiada ou tem de fechar, porque não é viável.
Mas o que acontece no Metro do Porto é o espelho de todas as empresas publicas, grandes salários, produtividade baixíssima, cargos inventados para colocar amigos e clientelas dos partidos, enfim... e só sacar ao zé povinho.
Enfim... é vergonhoso e a culpa é dos portugueses, porque toleram este tipo de comportamentos, e ainda há pessoas que quando critico e falo desta pouca vergonha ainda tem a lata e o desplante de me dizer... "Tu tens é inveja de não poderes estar lá também e usufruir".
A leitura que faço disto é que as pessoas já não distinguem o bem do mal, e que a corrupção, o esbulho e a falcatrua já são coisas normais e moralmente aceitáveis.
Triste pais este...
Luís Passos
Sem comentários:
Enviar um comentário