sexta-feira, 8 de abril de 2011

A tragédia de Sócrates

Portugal reúne neste momento todos os ingredientes de uma tragédia grega: um primeiro-ministro chamado Sócrates, abandonado pelo Espírito Santo.

Por:Paulo Pinto Mascarenhas, jornalista

No caso concreto pelo presidente do Banco Espírito Santo. As declarações de Ricardo Salgado na terça-feira foram a machadada final num discurso montado ao longo de meses pelos múltiplos assessores do chefe do Governo. 
 
O banqueiro tirou o tapete ao político e disse aquilo que já todos os portugueses, menos José Sócrates, tinham percebido: "O pedido de ajuda externa é urgentíssimo." A revolta da banca, incluindo a do presidente do BCP, Carlos Santos Ferreira, antigo deputado e militante do PS, foi a gota de água.

Como se vai ouvir no congresso do PS, a narrativa de Sócrates será a de insistir até às eleições na tecla da culpabilização da Oposição, a começar pelo líder do PSD. Pedro Passos Coelho pode ter muitos defeitos, mas não foi ele o primeiro-ministro nos últimos seis anos. 
 
O PEC 4 era já uma consequência da profunda crise económica e financeira em que o País está mergulhado – e não a solução milagrosa que nos iria salvar. José Sócrates foi derrotado apenas por si próprio. A tragédia é agora dos portugueses. 


Não há qualquer duvida, o consórcio Bancário-Betoneiro são os grandes responsáveis pela desgraça a que este pais chegou.

Um dos grandes erros de Socrates foi tentar aplicar as teorias de Keynes.
Porém, esqueceram-se que Portugal não é uma economia fechada, mas sim uma economia aberta (quando muito pode-se considerar a Europa uma economia semi-fechada), ou seja, nos fazemos trocas com outros parceiros e ainda por cima temos um deficit comercial imenso.

Vejamos, se o estado se puser a fazer obra publica pensado que ao injectar liquidez na economia que vamos aumentar o PIB e melhorar a situação económica  está enganado, estamos é a deitar dinheiro no ralo, porque repare-se, o estado paga as obras aos consórcios construtores, estes pagam os salários aos funcionários, que 80% são emigrantes, de África ou do leste. Estes por sua vez vão comprar bens e alimentos. Grande parte da comida vem de Espanha, América do sul, outros países da Europa, bacalhau vem da Noruega, automóveis vem da Alemanha, e por ai fora.

O que é que nos produzimos em Portugal? Quase nada... apenas serviços! E podemos comer serviços? Não!!!!

Daí que o  nosso deficit externo é medonho, porque importamos quase 90% do que consumimos. Ou seja, se importamos algo, teríamos de exportar algo para compensar. Mas como exportamos pouco, porque o nosso sector dos bens transaccionáveis é miserável, o deficit acentuou-se. E quanto mais dinheiro o Socrates gastava em obra publica, mais dinheiro jogávamos pelo ralo, ou seja, andávamos a ajudar a economia dos países que nos forneciam bens, equipamentos e mão de obra. Nunca a economia nacional.

Posto isto... o que temos de fazer? Bem, temos de cortar nos sectores deficitários, tornar as empresas viáveis, fazer um donwsize para for possível e iniciar um novo período de expansão sustentado, bem alicerçado e não de castelo no ar, se possivel privatizando parte do sector publico, mas criando mecanismos de regulação eficazes.

Apoiar a produção nacional, incentivar a compra de Made In Portugal ou até de criar uma taxa de IVA diferenciada para produtos MADE IN PORTUGAL para tentar debelar o deficit externo.

Mas há muito por onde pegar... vamos la ver o que é que vai ser... Mas uma coisa é certa... os próximos 3 a 5 anos vão ser muito duros. Segurem-se que o cinto vai apertar.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos


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