quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Trabalhadores da Groundforce não foram avisados do encerramento da base em Faro

A operação da empresa de assistência em terra, detida pela TAP, vai fechar por motivos de contenção de custos, afectando 336 postos de trabalho.



A decisão, que vem no seguimento das medidas de cortes de custos contidas no Orçamento do Estado para 2011, não foi comunicada oficialmente aos trabalhadores, denunciam os sindicatos.

Tanto o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) como o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), que representam os técnicos de assistência em terra, afirmaram ao PÚBLICO que não foram notificados oficialmente pela administração da Groundforce, apesar de o encerramento da operação em Faro ser apontada, por fontes próximas do processo, como uma das medidas para travar a derrapagem financeira da empresa.

A empresa de handling, detida a 100 por cento pela transportadora aérea estatal TAP, apresentou perdas de 12,2 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2010 e a sua venda está, neste momento, em cima da mesa.

Isto porque o Estado também controla outra empresa da mesma área de actividade, a Portway (que pertence ao universo da gestora aeroportuária ANA), sendo obrigado, por questões de concorrência, a desfazer-se de um dos activos.

Os serviços prestados em Faro pela Groundforce, que chegou a ter como accionista os espanhóis da Globalia, deverão passar agora para as mãos da Portway.

A empresa de handling da TAP convocou os jornalistas para um encontro que vai decorrer hoje e durante o qual irá "revelar (...) um conjunto de medidas destinadas a reforçar a viabilização" da empresa, refere um comunicado enviado ontem às redacções. A conferência de imprensa vai irá contar com a presença do administrador-delegado da Groundforce, Fernando Melo.

A Groundforce possui actualmente bases operativas de assistência a bagagens no Porto, Lisboa, Faro, Porto Santo e Funchal. Trabalha para cerca de duas centenas de companhias aéreas. Os dados mais recentes apontam para a assistência a 17 milhões de passageiros e a gestão de 120 mil toneladas de carga que passam pelos aeroportos onde a companhia presta os seus serviços.

In: Publico

Grande parte do pessoal que lá trabalhava era do concelho de Faro, concelho este que já se encontra fortemente fustigado pelo desemprego. Nuvens negras se avizinham brevemente, se as empresas continuam a falir e a fechar, não sei o que vai ser do Algarve. Se até o sector do Turismo, que empregava mais de 80% da população (empregos directos e indirectos) já está como está, imagine-se no futuro com uma economia a cair, com decréscimo da procura interna e com a retracção da procura externa e o facto de haver outros mercados com igual oferta e preços mais baixos, não auguro bom futuro para o Algarve no próximo ano.

Deus queira que eu esteja enganado.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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