sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Marcas de um tempo que já não volta

Caros,

No fim de semana passado, fui dar uma voltinha a pé até ao cais comercial.

Fui visitar o novo cais de embarque para as ilhas, obra vergonhosamente incompleta, apesar das parangonas do Eng. Macário Correia, e observar o ambiente circundante.

Por detrás do espaço afecto ao cais comercial, junto ao antigo cais do Penisga, encontrei alguns barcos e equipamentos cujo estado de degradação são e sinal efectivo da decadência de algumas actividades que anteriormente eram rainhas na Ria Formosa.


Esta era uma draga de sucção que foi adquirida pela empresa SOFAREIA, para agilizar o processo de extracção de areias na Ria Formosa, em substituição das tradicionais dragas de balde. Penso que este equipamento trabalhou muito pouco tempo e recordo-me de sofrer avarias frequentes.

Outro sinal de uma era já passada e a embarcação "João Brás" também da empresa SOFAREIA, encostado ao antigo cais de descarga.


Era habitual ver este barco carregado de areia, geralmente com a linha de agua muito acima da marca de bordo livre, geralmente com a agua a banhar o convés.

Depois havia toda uma maquinaria de lavagem, selecção e tratamento da areia, pesagem de camiões, enfim... a quantidade de empregos que esta actividade gerava. Havia ainda uma empresa concorrente, a AREIA RIO, que também operava um barco semelhante.

Com o encerramento do Porto de Faro, e o fim da actividade comercial, deixou de haver necessidade de dragar o canal e manter determinadas cotas... Foi o declínio desta actividade.

Como o Carmo e Brás fechou, já não vinham madeiras exóticas para serem descarregadas, e como agora o combustível já não vem para Faro, mas sim para Huelva (gasolina, diesel, gás, GPL, JET A-1) e depois e distribuído por camião cisterna, o Porto de Faro perdeu a sua importância estratégica.

Foi o fim de um ciclo económico, foi o fim de uma era de alguma prosperidade em Faro.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

3 comentários:

  1. Ó Farense Atento essas dragas não desassoreavam a ria, faziam poços que chegavam a ter 25 metros e era desses poços que eles tiravam 1800m3 por dia cada draga dessas. Penso que você se deve ter apercebido que essas dragas estavam quase sempre em 2 ou 3 sitios e que alternavam .
    quem possibilitou esse grande negocio das dragagens e comercio das areias,na ria formosa, foi a CCDR e o ICN do qual estava à frente na area do ambiente a actual presidente da arh e do polis.
    mamaram e mamaram bem,até que deu a barraca que deu.
    até para Barcelona chegaram a ir camiões de areia da ria formosa.

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  2. Caros amigos e leitores, algumas correcções aos textos anteriormente apresentados. Cada draga cubicava e ainda cubica um máximo de 850 M3, como se pode verificar na página web empresa Sofareia. Quanto aos buracos de 25 metros seria difícil, pois o equipamento de carga não ia além dos 16 metros. Quanto a camiões da ria formosa para Barcelona, será que se tratava de areia ou ouro? A que preços iria chegar??? O negócio das dragagens? O desassoreamento do canal existia desde a década de 60, não se iniciou na época da CCDR, ARH, POLIS...
    Quanto ao negócio das areias, penso que as empresas têm objectivos económicos, e neste caso existia uma sinergia entre as necessidades de operacionalidade do porto de Faro e actividade económica. Mais uma correcção, o cais comercial não encerrou, o que acontece é ter muito pouco movimento.
    Outra correcção - A draga na primeira foto não é propriedade de qualquer empresa privada mas sim do IPTM - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos. Esta draga foi adquirida para efectuar desassoreamentos pontuais, mas nunca chegou a operar. Foi um bom investimento...

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  3. o melhor negocio do iptm é em olhão, no porto de recreio vulgo marina. o estado português fez a obra com fundos da U.E. o IPTM ficou a explorar temporáriamente já vão mais de 5 anos,e a receber o parqueamento das embarcações, a CMO está a pagar a uma empresa de segurança uma quantia de 85000 euros por ano.ou seja o IPTM mete a massa no bolso, e a CMO paga a segurança querem melhor negocio?

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