sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reunião entre IKEA e associações empresariais do Algarve sem conclusões

O Região Sul, noticia a realização de uma reunião entre as associações empresariais do Algarve.

"Mas o caso não está encerrado" diz Paulo Bernardo, director da ANJE
Inconclusiva a reunião entre o grupo IKEA e associações empresariais da região algarvia. Mas empresários mostraram a sua insatisfação, e acreditam que o caso não está encerrado. Em causa a localização da futura loja no concelho de Loulé.

Organizada pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), a reunião teve lugar esta quarta-feira em Faro, juntando as principais associações empresariais da região e representantes do grupo sueco.

“A reunião correu bem no sentido em que ficámos a conhecer as pessoas que andam a desenvolver o projecto. Mas as associações não estão satisfeitas e ontem não chegámos a conclusão nenhuma sobre se o projecto poderia ir para outra localização”, declarou ao Região Sul o director da ANJE no Algarve, Paulo Bernardo.

O gigante IKEA quer construir a loja em terrenos junto ao nó Loulé Sul, à saída da Via do Infante, perto do Parque das Cidades. Mas muitas vozes se têm levantado contra essa localização (ver notícias relacionadas).

Em declarações ao Região Sul, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, salienta que “aquela é uma zona nobre onde estão previstas no futuro uma série de infraestruturas de índole regional que não se compaginam com um centro comercial daquela natureza”.

Elidérico Viegas refere-se ao Hospital Central do Algarve, ao Pólo Tecnológico, ao Centro de Congressos para 3000 pessoas, eventualmente um campo de golfe intermunicipal, salientando ainda que aquando da Regionalização que “mais tarde ou mais cedo se fará”, aquela zona, “na nossa perspectiva, é a zona para a instalação da futura capital administrativa da região”.

“Para o IKEA isto é ouro sobre azul, mas para o futuro da região é mesmo o sítio menos apropriado em todo o Algarve. Aquela é uma zona que, já de si, quando há eventos desportivos, não é capaz de escoar o trânsito convenientemente, quanto mais com todas estas infraestruturas e ainda um centro comercial”, reforça Elidérico Viegas.

Por seu turno Paulo Bernardo frisa que “não há nada contra a empresa, pelo contrário, é bem vinda”, mas: “Não queremos é que ocupem o nó mais importante da Via do Infante com um novo Alfragide (...) mais dia menos dia parece que estamos a transportar o desordenamento da EN125 para a Via do Infante”.

“Mas as portas não ficaram fechadas. E daqui em diante vamos tentar encontrar uma solução que seja melhor para a região, demore dois, três ou 10 anos. Não vamos é deixar que o processo pare aqui”, garante Paulo Bernardo. Remata: “A ver se desta vez começamos a construir a casa pela base e não pelo tecto”.

Todavia, para Elidérico Viegas há um problema: “É que estes grupos lançam milhões para cima da mesa, sobretudo em períodos difíceis como aqueles que atravessamos, para que as decisões políticas lhes sejam favoráveis. Há uns tempos atrás, numa situação normal, o grupo IKEA jamais conseguiria implantar uma infraestrutura destas naquele sítio”.

Os empresários em geral defendem que tem poder para decidir “não pode decidir coisas deste género em cima do joelho, com visões de curto prazo, porque isto é muito sério e pode condicionar gravemente as próximas décadas”.

De resto, Paulo Bernardo realça que há abertura da parte do IKEA para continuarem as conversações, apesar de não ter ficado agendada uma futura reunião. “Entretanto vamos ver qual é o próximo passo do IKEA, depois desta conversa que reuniu as maiores associações empresariais do Algarve”.

Da parte do gigante sueco, estiveram os representantes em Portugal, António Machado e Fernando Caldas. As associações presentes foram: AEQV - Associação dos Empresários de Quarteira e Vilamoura, AHETA - Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, AIHSA - Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve, ANJE, CEAL - Confederação dos Empresários do Algarve e NERA - Associação Empresarial Região Algarve.

O grupo quer investir na loja em Loulé cerca de 200 milhões de euros. Diz que criará 3000 postos de trabalho. 
 


Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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