Protestava em frente à empresa de climatização VDV Protrata, da qual reclama sete meses de salários em atraso, relativos a trabalhos prestados em 2009, durante a construção do Hotel Conrad Algarve Palácio da Quinta.
Eram cerca das 09h30 quando Sergei se destacou do grupo de cinco trabalhadores, dois ucranianos e três portugueses, concentrados à porta da Protrata. Despiu-se completamente e avançou para o meio do trânsito na EN125 de chave-inglesa na mão.
O objectivo era chamar a atenção para a sua causa. E conseguiu. Uma patrulha da GNR, chamada ao local, conduziu o trabalhador ao posto de Almancil, para ser identificado. Dentro das instalações da Guarda, conta Sergei, um militar perguntou-lhe se estava louco. Ele respondeu que sim e, de seguida, arrancou à dentada uma unha da mão direita que já estava ferida.
A GNR chamou uma psicóloga da Acção Social da Câmara de Loulé, mas esta não chegou a comparecer por estar numa reunião. Sergei foi mandado em liberdade, sem qualquer acusação. Com três filhos (de 11, 12 e anos) e a mulher na Ucrânia, Sergei está desesperado e planeia nova manifestação para segunda-feira.
In: Correio da manhã
Quando eu escrevi o post Desemprego subiu mais no Algarve, Madeira e Açores em Setembro, ainda não tinha conhecimento desta noticia, mas ela só vem confirmar aquilo que eu afirmei.
De facto na área da engenharia/construção a situação está complicada. Os clientes contratam os serviços, não os pagam, e depois é a reacção em cadeia, os fornecedores não recebem, os colaboradores não recebem, os impostos não são pagos, é a destruição da économia.
Conheço muitas empresas com salários em atraso, descontos para a segurança social em atraso, mas nenhuma que tivesse 6 meses em atraso... isto de facto é ridículo, vergonhoso, por isso se compreende perfeitamente a reacção deste cidadão russo.
Porém ele também deveria saber que ao fim de 60 dias sem receber salário, poderia rescindir com justa causa. Assim, poderia ter ido a procura de outro trabalho e não teria tanto prejuízo. No entanto, a verdade é que para onde quer que ele se voltasse a situação também não é melhor. Estamos todos no mesmo barco.
E o pior, é que nos próximos anos, a tendência é piorar.
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
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