A criação da primeira Horta Urbana de Faro, um espaço destinado à agricultura biológica de baixo impacto situado na Vila-Adentro, está a criar polémica, não pela ideia em si, mas pelo facto de o terreno escolhido pela autarquia ser um sítio arqueológico registado.
Na Horta da Misericórdia, junto ao Museu Municipal de Faro, é ainda hoje bem visível o resultado dos trabalhos iniciados em 1995 pela investigadora da Universidade do Algarve Teresa Gamito, entretanto falecida, que permitiram colocar a nu vestígios de um bairro com construções que remontam ao período islâmico.
A escolha do local pelo executivo liderado pelo social-democrata Macário Correia foi rapidamente criticada pelo PS/Faro, que considerou que «tapar novamente o que tem sido explorado durante anos não tem qualquer sentido, ou bom senso».
Em declarações aos jornalistas, à margem da Global Work Party que decorreu no domingo em Faro, Macário Correia garantiu que a solução que defende, «tapar com arreia fina os achados», depois de retirados os vestígios de maior importância, é bem menos agressiva «da que estava prevista pelo anterior executivo [do PS], que era tapá-los com uma lage de betão».
O presidente da Câmara de Faro considerou que, tendo em conta que a investigação estava parada há alguns anos, tapar com areia e promover uma atividade de pouco impacto, com o cultivo de plantas «com raízes pouco profundas», é a melhor forma «de proteger aquelas pedras das intempéries».
A escolha do local pelo executivo liderado pelo social-democrata Macário Correia foi rapidamente criticada pelo PS/Faro, que considerou que «tapar novamente o que tem sido explorado durante anos não tem qualquer sentido, ou bom senso».
Em declarações aos jornalistas, à margem da Global Work Party que decorreu no domingo em Faro, Macário Correia garantiu que a solução que defende, «tapar com arreia fina os achados», depois de retirados os vestígios de maior importância, é bem menos agressiva «da que estava prevista pelo anterior executivo [do PS], que era tapá-los com uma lage de betão».
O presidente da Câmara de Faro considerou que, tendo em conta que a investigação estava parada há alguns anos, tapar com areia e promover uma atividade de pouco impacto, com o cultivo de plantas «com raízes pouco profundas», é a melhor forma «de proteger aquelas pedras das intempéries».
In: Destakes
Penso que o presidente Macário Correia endoidou de vez. Estragar um achado arqueológico de valor imensurável, único, para fazer uma porcaria de uma horta!!! Isto só visto.
O homem é mesmo montanheiro... serrenho e ignorante.
Ainda bem que só faltam 3 anos para se ir embora.
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
Carissimos a velha Gamito já morreu,e ningu+em estuda aquela merda das ruinas,assim sendo o que faz a merda daquelas pedras à vista???
ResponderEliminarO Macário tem mais que ra~zao tapar aquelas ruínas que não dão comer a ninguém e fazer hortas para matar a fome a 40 pessoas.
O macário já fez o mesmo na luz de tavira com as ruinas de balsa acabou com as ruinas e fexz mansões de luxo,prá frente é que é.
As investigações da arqueóloga Teresa Gamito, reputada professora e investigadora conhecida internacionalmente, em muito contribuíram para aprofundar o nosso conhecimento acerca da história das várias civilizações que, desde a proto-história, habitaram o espaço geográfico correspondente à actual cidade de Faro.
ResponderEliminarEstas investigações começaram em Abril de 1984, com uma escavação de emergência no cemitério romano na Rua das Alcaçarias que, naturalmente, vieram a comprovar a riqueza patrimonial e arqueológica existente no centro histórico da cidade. Os anos que se seguiram foram pautados por várias escavações no centro Histórico de Faro, nomeadamente na Horta da Misericórdia, junto ao Museu Municipal, entre 1993 e 2001. Entre o espólio arqueológico recolhido da Horta da Misericórdia encontram-se inúmeros materiais representativos da presença islâmica na cidade, nomeadamente, cerâmicas de grande interesse e até um fragmento de candelabro de mesquita! As estruturas descobertas revelam um bairro islâmico com uma utilização criteriosa do espaço; casas simples e pequenas, ruelas estreitas e algumas dependências de utilidade pública, nomeadamente uma cisterna com a sua área de lavagem de roupa e um lagar.
No entanto, não obstante a importância destas descobertas arqueológicas e o impacto que estas poderiam ter no âmbito do turismo local, é intenção da Câmara Municipal de Faro aproveitar a chamada Horta Misericórdia para criar 12 hortas de 40 metros quadrados! Segundo a autarquia, o objectivo passa por fomentar a agricultura biológica e chamar a atenção para as questões ambientais nas cidades. Ora, é absolutamente inconcebível que a escolha do local para tão ecológicas preocupações recaia exactamente num local de inquestionável valor histórico e patrimonial. Os americanos, mais pobres que os europeus no que se refere ao património, compram claustros inteiros e reconstroem-nos na América. Nós, que temos património, temos destas atitudes incompreensíveis, típicas de um país subdesenvolvido em que as querelas partidárias se sobrepõem aos valores defendidos na própria Constituição da República! É lamentável que nenhum dos autarcas que, ao longo de 20 anos passaram pela Câmara de Faro, tenham compreendido que seria do interesse estratégico da autarquia e dos empresários farenses, a aposta na reabilitação do sítio arqueológico da Horta da Misericórdia, tornando-o visitável e fomentando assim o turismo cultural na capital do Algarve.
No final acabamos todos por perder: perdem os turistas por se verem privados de visitar um sítio de inquestionável interesse histórico, perde o comércio e a restauração por verem o negócio privado do turismo e perdemos todos nós que ficamos ainda mais pobres do ponto de vista histórico, cultural e patrimonial. E que ficamos a ganhar? Um par de couves e cenouras…