segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O impacto das Portagens na Economia do Algarve

 
 
Segundo noticia do DN Bolsa, com a introdução de portagens na A22/Via do Infante, que muitos empresários consideram "um imposto sobre o turismo", o Algarve terá outro problema a partir de 2011, com o aumento do IVA. "Na Espanha, o IVA é actualmente 18% e em Portugal irá passar para 23%. Esta diferença de 5% levará muita gente, em zonas de fronteira e numa área até 200 quilómetros, a ir fazer compras a Espanha", garantiu ao DN o presidente da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, João Rosado. Ou seja, observou, o aumento do IVA "muitas vezes não quer dizer aumento de receitas". Também Anthony Pereira, gestor empresarial de bares, restaurantes e discotecas no Grupo Liberto Mealha, em Albufeira, não tem dúvidas de que o novo valor do IVA "influenciará cada vez mais as pessoas a conterem-se nos gastos, com menos consumo". E acrescenta: "Em vez de duas cervejas ou de um whisky, pede-se apenas uma bebida."
 
Os tempos que ai vêm não vão ser fáceis, com o aumento da carga fiscal e com outros destinos turísticos a oferecer um produto igual ao nosso ou ainda melhor, julgo que o Algarve vai começar a definhar lentamente, e não vão ser as low coast que o vão salvar.
 
Eu trabalho no sector da construção/engenharia, e noto uma enorme diferença quer no volume e qualidade geral das obras que se estão a fazer. Os donos de obra estão com enormes problemas de financiamento, o que faz com que os empreiteiros também tenham grandes problemas de tesouraria / fundo de maneio. Assim as obras têm durações superiores ao que é previsto, com um custo adicional elevado que normalmente é suportado pelos empreiteiros. Por isso tem sido comum muitas PME deste sector fechar portas, porque não aguentam e enviam gente para o desemprego. Nestas áreas técnicas existe muito desemprego de longa duração que se vai acentuar nos próximos tempos.  

Concluo assim que grande parte desta população com qualificações muito especificas deverá emigrar, porque aqui não se safa, devendo o nosso PIB ir definhando lentamente até batermos definitivamente no fundo.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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