segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tráfego anual no Porto de Faro vai quadruplicar

Contrato entre a infraestrutura portuária e a empresa Cimpor garantiu que será carregado um barco por semana em Faro, para transportar cimento para Cabo Verde, durante três anos.
Uma atitude pro-activa e muitos milhares de toneladas de cimento vão permitir ao Porto Comercial de Faro quadruplicar o tráfego de cargueiros pelo menos nos próximos três anos.

O primeiro carregamento de cimento para Cabo Verde já partiu e seguir-se-ão outros, à razão de um por semana, ao abrigo de um contrato assinado entre o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) e a empresa Cimpor.

Esta nova realidade, que vem dar um novo fôlego a uma infraestrutura portuária cuja actividade, nos últimos anos, era muito baixa, insere-se numa estratégia mais alargada que o IPTM adoptou, segundo Brandão Pires, delegado regional desta entidade, em que procurou ser «mais pro-activo na procura de oportunidades de negócio».

«Sairá um barco por semana, com 2,5 a 4 mil toneladas de cimento da Cimpor para Cabo Verde, durante três anos.

Para dar uma ideia, no ano passado, em 2009 e até em 2008, a média de navios por ano era de 12 a 14. Agora juntam-se a estes barcos os 52 deste contrato», resumiu Brandão Pires.

Para o responsável pela delegação do Sul do IPTM, este contrato «é extremamente importante e já permite perspectivar o Porto de Faro com outro tipo de actividade».

«A procura arrasta procura e é provável que haja aqui um incremento ainda maior na actividade portuária», referiu Brandão Pires.

Além de cargueiros, também poderá começar a haver, no médio prazo, tráfego de barcos turísticos no Porto Comercial de Faro, nomeadamente «mega-iates e cruzeiros de média dimensão».

Para os primeiros, será criada uma estrutura de apoio, já a concurso e com três candidatos interessados, cujo enfoque «será o apoio e formação das tripulações destes mega-iates, com componente de pilotagem, mas também hoteleira».

Haverá igualmente uma componente de «pequenas reparações, sobretudo as mais sofisticadas».
Atrair o negócio dos cruzeiros, cujos impactos económicos extravasam em muito os serviços prestados pelo porto, estendendo-se à cidade e a vários pontos da região, também é um objectivo assumido por Brandão Pires.

«A ideia é que, no futuro, este seja um porto misto, à semelhança, e com as devidas distâncias, do de Barcelona, onde a componente turística se alia à comercial», ilustrou.

«Ter aqui cruzeiros é complicado pelas condições de acesso, pela barra e a bacia de manobras, pois estamos no coração da Ria Formosa e qualquer intervenção é bastante limitada. Mas dá sempre para barcos de pequena e média dimensão. A componente de apoio a mega-iates também poderá ser extensível aos cruzeiros mais pequenos», referiu o responsável pelo IPTM no Algarve.

A dimensão dos barcos que o IPTM quer trazer para Faro não é sinónimo de um negócio menos interessante, antes pelo contrário.
«Hoje em dia, temos dois grandes tipos de cruzeiros. As grandes superfícies, já muito baratos e cujo acesso está muito democratizado. Depois há outros mais voltados para elites, mais temáticos, os tais de menores dimensões para os quais Faro se poderá voltar», disse Brandão Pires.

Para que seja possível comportar todas estas valências e dar outra resposta aos contratos de carga, o IPTM pensa já em fazer algumas melhorias no Porto de Faro, que passam, numa primeira fase, pela renovação dos carris das gruas, por uma eventual renovação destas estruturas de carga e também pela extensão da frente de ria do porto para Nascente.

«Eventualmente, também se justificava algum investimento ao nível dos contentores. Também há um nicho de mercado com as empresas rent-a-car, que todos os anos por esta altura deslocam milhares de carros para a região. Sair-lhes-ia muito mais barato se viessem por barco», adiantou Brandão Pires.

Vamos lá ver se é desta que Faro sai do marasmo e ganha o estatuto de cidade náutica que merece. Deixem os privados investir, construir uma marina para grandes barcos na zona posterior do cais novo, deixem que a industria de cruzeiros se desenvolva em Faro.
Outra solução interessante seria eliminar a linha de caminho de Ferro entre o Bom João e Faro, deixando apenas a estação do Bom João para as pessoas que vêm trabalhar de Olhão para Faro e vice-versa, porque de manhã os comboios andam cheios. Depois podia-se fazer uma estação central, que até podia ficar localizada na estação do Parque das cidades, e arranjar um percurso para ligar a estação do Bom João a estação do Parque das Cidades.  O comboio Alfa saia da estação de Faro e ia receber transbordo do regional na estação do parque das cidades.

Além disso, os regionais de lagos podiam fazer transbordo no Parque das Cidades para quem fosse até VIla Real de Santo António.  Os farenses que quisessem ir até VRSA, iam apanhar o comboio ao Bom João. Simples não é? A cidade agradecia!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

1 comentário:

  1. Tráfego de barcos de turismo no porto comercial de Faro? Mas que lindo cenário irão encontrar. Garantidamente que pela amostra nem aportar quanto mais desembarcar.Que pensar dos responsáveis pelo cais?

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