quarta-feira, 15 de junho de 2011

Futuros magistrados apanhados a copiar tiveram todos dez

Indícios de que 137 auditores que estão no Centro de Estudos Judiciários (CEJ) a formarem-se para serem magistrados copiaram num teste levou à anulação do exame. Face à impossibilidade de encontrar uma data para repetir o teste a direcção da instituição decidiu atribuir nota dez a todos os futuros magistrados.
 

Luís Eloy, director-adjunto do CEJ, salienta que esta foi uma situação pontual. “Este é apenas um teste entre muitos e o único feito no modelo americano (de cruzes), o que nos levará provavelmente a não repetir este tipo de exame”, afirma Eloy. Professor na instituição entre 1999 e 2005 e director-adjunto desde Fevereiro, Eloy diz desconhecer uma situação semelhante. O responsável adianta que os 137 auditores estavam em várias salas, vigiadas por funcionários e docentes.

Num despacho de 1 de Junho assinado pela directora do CEJ, a desembargadora Ana Luísa Geraldes, a que a agência Lusa teve acesso, é referido que na correcção do teste de Investigação Criminal e Gestão do Inquérito (ICGI) “verificou-se a existência de respostas coincidentes em vários grupos” de alunos da mesma sala.

O documento indica que, em alguns grupos, “a esmagadora maioria dos testes” tinha “muitas respostas parecidas ou mesmo iguais”, constatando-se que todos os alunos erraram em certas questões.

No despacho é dito que as perguntas erradas nem eram as mais difíceis do teste, tendo-se verificado também o inverso: numa das questões mais difíceis ninguém falhou.

Realça ainda que há pessoas sentadas umas ao lado das outras que têm “testes exactamente iguais, repetindo entre elas os erros que fizeram”.

Perante isto, a direcção do CEJ decidiu, por unanimidade, “anular o teste em causa, atribuindo a todos os auditores de Justiça a classificação final de dez valores” em Investigação Criminal e Gestão do Inquérito. Luís Eloy considera que esta foi a solução mais equilibrada, já que estamos no fim do ano lectivo e já havia outros exames marcados, o que impedia a repetição deste teste. A nota dez, diz, constituiu uma “sanção” para os futuros magistrados, que costumam sair do CEJ com uma média entre os 13 e 14 valores. “Num universo de 137 auditores, houve um conjunto que não copiou, seria, por isso, injusto dar zero a todos”, sustenta o director-adjunto.

A principal missão do CEJ é a formação de magistrados, competindo-lhe assegurar a formação inicial e contínua de magistrados judiciais e do Ministério Público.
 
Meus senhores, que vergonha, os futuros juizes não sabem a matéria e precisam de copiar! Então e nos julgamentos como é? Esta gente é preguiçosa, não querem estudar, não querem trabalhar. Francamente!!!!

Eu tirei uma licenciatura e um mestrado, fartei-me de estudar, de fazer trabalhos, testes e exames, nunca copiei, muito menos por colegas, que em alguns casos andavam testes resolvidos a circular de mesa em mesa, infelizmente ou felizmente... a mim nunca me passavam nada... se calhar no iam com a minha cara...

Que moral tem esta gente para julgar os outros, quando estes só querem o facilitismo... depois ainda se queixam do sistema judicial! Aqui está uma das causas...

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

1 comentário:

  1. Porque não fazem testes com consulta? Se aos miúdos da 1ª classe é permitido levar a máquina de calcular para operações do tipo 2+2 porque não pode um futuro juiz consultar tudo o que entender para dar uma resposta acertada?Que haja uma prova oral obrigatória, tudo bem; a prova oral não tem consulta, como tal marca a diferença.

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