quarta-feira, 8 de junho de 2011

Crise económica levou mais de 23 mil portugueses a emigrar

No ano passado, o número de portugueses que procurou melhores condições de vida fora de Portugal foi o segundo maior da década. 

No ano passado, por cada português que saiu do País à procura de trabalho, houve um estrangeiro que chegou com o mesmo objectivo. Um ano antes, o rácio era de dois imigrantes por cada emigrante. E se é certo que há cada vez mais pessoas a tentar a sorte lá fora, em 2010 houve mesmo uma quebra recorde no número de imigrantes que vieram para Portugal. A crise explica as quebras passadas e dita a tendência futura. Nos próximos anos, marcados pela austeridade e pela falta de postos de trabalho, dificilmente o País conseguirá atrair mais imigrantes e evitar um aumento da emigração, sobretudo entre os mais jovens e com maiores qualificações.

Em 2010, entraram em Portugal 27.575 imigrantes, de acordo com os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes à população residente e que indicam uma quebra de 734 indivíduos para 10.636979, o primeiro recuo desde 2002. É o fluxo de entradas mais baixo da última década, pelo menos. Em sentido contrário seguem os números da emigração: no ano passado, saíram 23.760 pessoas do país, em busca de melhores oportunidades lá fora. É o segundo maior fluxo desde o início do milénio - superado apenas pelas 26.800 saídas registadas em 2007.

Alexandre Abreu, investigador do Centro de Estudos Demográficos da Universidade de Lisboa, explica que "os movimentos migratórios tendem a autoregular-se de forma pró-cíclica", pelo que "numa conjuntura económica desfavorável, em que não há trabalho, é natural que a tendência imigratória seja diminuir". 

Caros,
Nada que já não tivesse referido em posts anteriores, com a contracção da economia e consequente diminuição da procura interna, desapareceram centenas de postos de trabalho. Como não apareceu um outro sector que absorvesse essa mão de obra... o destino foi a emigração. 

Neste momento está a voltar a ver-se um fenómeno engraçado que é a emigração de mão de obra pouco qualificada, o típico pedreiro, canalizador, continuo, etc... tal como acontecia nos anos 60, e está também a emigrar a mão de obra muito qualificada (formação superior).
A juntar-se a esta situação, temos uma diminuição real dos salários, devido ao excesso de oferta em alguns sectores. Resultado, pessoas a trabalhar sem motivação (trabalham porque precisam de sobreviver e pagar contas), alheamento da afinidade à empresa onde trabalham e uma baixa estrondosa da produtividade.
A juntar à crise de crédito já existente... temos a tempestade perfeita!

Deixo-vos este video do Diário de Noticias sobre o tema, os novos pobres e a crise económica.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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