sábado, 5 de fevereiro de 2011

RENAULT 4L


Um pouco de Historia

O Renault 4 apareceu no final dos anos 50. Os carros populares que faziam sucesso em França eram o Citroën 2CV, projectado em 1936 e lançado em 1948, e o Renault 4CV, cujo lançamento datava de Agosto de 1947. Para a necessária substituição do velhinho Renault, Pierre Dreyfus (presidente) reuniu a sua melhor equipe de técnicos e engenheiros. Dreyfus exigiu-lhes um automóvel simples, moderno, barato e funcional, capaz de atender a tudo e todos, eficaz em estradas e no campo.

Estava também definido que o novo Renault teria por volta de 600 cm3 e 20cv e que herdaria boa parte da mecânica do 4CV, mas a tracção seria obrigatoriamente dianteira, o primeiro Renault com esta configuração. Em 3 de Agosto de 1961 era apresentado o Renault 4L, mas ficaria para sempre apelidado como R4. O seu primeiro motor tinha quatro cilindros, caixa de três velocidades em linha e 603 cm3. A potência de 20 cv ás 4.700 rpm permitia velocidade máxima de 95 km/h e um consumo médio de 15 km/l. O capô abria-se de trás para a frente e a suspensão era independente nas quatro rodas, com barras de torção em ambos os eixos. E tinha uma grande primazia: o primeiro sistema de refrigeração selado do mundo, que evitava a perda e consequente reposição do liquido de refrigeração. Uma peculiaridade do novo Renault 4L era a distância entre eixos maior no lado direito, 2,45 contra 2,40 metros, uma imposição do tipo de suspensão traseira.

Por dentro a 4L era extremamente simples. Acomodava bem quatro passageiros em bancos muito simples, que só tinham forro, sendo que a estrutura era visível por trás e de lado. O espaço para bagagem também era razoável, podendo chegar a 950 litros sem assentos traseiros. À frente do volante de três raios ficavam apenas velocímetro e marcador de combustível, e o retrovisor no centro do painel do habitáculo.

Em 1962 era lançada a versão Super e passava a existir uma motorização de 747 cm3 de 27 cv. Um novo câmbio de quatro marchas estava também disponível e a velocidade máxima rompia agora os 100 km/h. Outra novidade era a versão Fourgonette (furgão em francês) que tinha a capacidade de carga aumentada. A parte traseira era mais alta e mais larga a cabine e o cliente podia optar por porta traseira de abertura lateral ou vertical bipartida.

Em 1964 eram atingidas as primeiras 500000 unidades matriculadas. A versão de passageiros da versão Fourgonette apenas veio em 1965. Neste ano chegava também a versão Parisiénne, criada em parceria com a revista feminina Elle. Esta versão tinha a particularidade de ter, nas laterais, uma pintura quadriculada escocesa, vermelha e preta, ou com tons bege e preto. Nesta versão os bancos dianteiros eram individuais. Era bastante bonito, chamava a atenção e tinha um certo charme, principalmente diante do público feminino. O motor crescia, passava a 845 cm3 e 34 cv. A velocidade máxima era agora de 115 km/h. Um ano depois o R4 ganhava uma grade maior, com aspecto mais moderno, que ocupava toda a largura da frente. O painel era redesenhado e todos os bancos ganhavam forras integrais. No inicio de 1966 o primeiro milhão de unidades matriculadas era atingido.

Em Setembro de 1970 o modelo Rodeo era apresentado, de desenho muito simples e com mecânica do R4, tinha carroçaria em plástico reforçado com fibra-de-vidro. Tinha duas portas e capota de lona. Era um concorrente directo do Mehari, derivado do Citroën 2CV. A concorrência começava a aumentar. Na mesma faixa de preço, além dos antigos "inimigos", estavam também Ford Escort, o Opel Kadett e o Fiat 127.

Em 1975 o R4 ganhava novos pára-choques e a grade tornava-se rectangular. O novo painel, com acabamento quase todo preto, era maior e mais seguro, com protecção de borracha. A alavanca de câmbio e o retrovisor continuavam no mesmo sitio. Os bancos estavam mais anatómicos, confortáveis e com encostos para a cabeça. Em 1977 eram celebradas cinco milhões de unidades produzidas. Número que confirmava o sucesso alcançado pelo pequeno Renault.

Travões dianteiros de disco eram introduzidos em 1983, bem como um motor de maior cilindrada, que equipava uma nova versão denominada GTL, com 1.108 cm3, 34 cv às 4.000 rpm e velocidade final de 122 km/h. Em 1991 existiam as versões TL, GTL e GTL 4x4, com tracção nas quatro rodas. Foi um carro bastante comum nos correios e nas empresas de entrega rápida, mas também podia ser encontrado frequentemente nos quartéis da polícia e dos bombeiros. A Renault 4L é um dos carros mais vendidos com mais de 8 milhões de viaturas matriculadas.

 
Neste momento de crise que este pais atravessa, seria uma boa ideia voltar aos conceitos originais. Um carro barato de adquirir, barato de manter, que atinja uma velocidade ate 160 km/h fazendo um consumo de perto de 4 a 5 litros aos 100 km/h; esta seria a premissa para os dias de hoje.
 
De facto a malta quer é BMW, Audi, Mercedes e outras bombas, porém anda a compra-las com dinheiro emprestado. Depois manter esses carros custa caríssimo, pneus, revisões, acessórios, etc.
 
O que Portugal precisava para reduzir o deficit externo era um carro de fabrico nacional, com as premissas que levaram a construção do 4L, adaptado aos tempos actuais, de baixo consumo, barato de adquirir (no máximo custar 7500€), muito fiável e simples. Será que é possivel?
 
Cumprimentos cordiais
Luís Passos

4 comentários:

  1. é sófalar com os chineses e eles implantamcá uma fabrica desses automoveis, e assim ganhamos todos pois eles copiam tude.
    nós já tivemos o UMM e deixamos de o fazer.

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  2. O Umm era um excelente carro... ainda por ai andam uns quantos a rodar! Quase tao bom ou melhor que o Land Rover Defender.

    Precisava era de uma pequena revisão estética.

    Luis Passos

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  3. Oh filho da praia, chinocas não, porque a ideia era que quem fosse construir o carro fosse português, usando mão de obra portuguesa.

    Se vem os Chinocas, com dinheiro chinês, trazendo trabalhadores da china (como eles fazem em angola e em todos os negócios onde se metem), onde está a vantagem competitiva??

    A ideia era empregar os portugueses que estão desempregados e fazer um carrito para que todos o pudessem comprar.

    Foi assim a historia do VW Carocha, foi assim o 2Cavalos, porque é que em Portugal não poderia funcionar?

    Cumprimentos cordiais

    Luis Passos

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  4. Corruptos ? não mas parecem!7 de fevereiro de 2011 às 14:23

    vames fazer essa proposta AO SOCRATES, E ELE DIZ LOGO DÁ CÁ A MINHA COMISSÃO.

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