sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Geração "à Rasca"


Caros,

Aqui vos deixo o trabalho apresentado pela SIC sobre o estado actual do pais.

Estamos perante a geração mais qualificada de sempre, porém, esta não se consegue enquadrar na sociedade actual. Não há emprego, mesmo para as profissões mais qualificadas; as poucas propostas que vão aparecendo, dada a muita procura e a reduzida oferta apresentam salários baixíssimos e condições de trabalho que não dignificam a profissão. E é só para quem quer!

Empresas que continuam à espera que os clientes as procurem, sem terem um papel pro-activo nos desígnios das suas próprias empresas. Os empresários não têm visão e vivem na subsidio-dependência.

Os empresários no momento em que os “Contabilistas” os informam que vão ter lucro (muitas vezes miserável) o primeiro pensamento que lhes ocorre é, “vou comprar um carro para não pagar imposto em sede de IRC”, no entanto não sabem que a grosso modo a compra do carro apenas lhes permitem “poupar” ¼ do valor da viatura * Tx imposto, mas que para isso vão sofrer com as tributações autónomas durante o tempo de vida da viatura e estão muitas vezes a assumir a responsabilidade de um financiamento de l prazo que em boa verdade não sabem sequer se o vão conseguir pagar.

Ainda não se aperceberam que a concessão de crédito aos seus clientes é uma realidade bem perturbante, na medida em que o cliente só paga se quiser, não existe um planeamento de tesouraria ou tão pouco um planeamento de cobrança muitos apenas se lamentam que os clientes não pagam, mas em bom rigor nada fazem para cobrar.
 
Empresas com níveis de concentração que deitam por terra até a Lei de Pareto, empresas que com clientes com posições dominantes de 90% do volume de negócios e que vivem sorridentes achando que o mundo nunca vai mudar… tantas no sector eléctrico, que fornecem apenas para 1 ou 2 clientes (armazenistas e distribuidores).

Enfim acho que vivemos na sobra de 40 anos de erros, a banca como achava que era melhor emprestar ao estado ou a particulares para compra de habitação ou crédito pessoal do que emprestar ao empresariado dado que dado que o risco era maior e a margem de lucro menor, foi-se desguarnecendo a industria e fomentando os serviços. Agora temos um sector terciário gigante e um primário e secundário anões.

Para manter o estado social, gerar empregabilidade e sustentabilidade social é necessário melhorarmos a nossa economia, e para o fazer e preciso produzir produtos que lá fora queiram comprar, que nos consigamos produzir bem e com valor acrescentado. Caso contrário, dentro de 5 anos vamos bater na parede.

O que é grave é que o estado gastou uma fortuna para formar estas gerações e agora a única alternativa é a emigração. Assim além de estarmos a financiar a economia de outros países estamos a destruir o estado social, dado que esses países nada contribuíram para a formação daquelas pessoas. Vão diminuir as contribuições para a segurança social, e como temos uma população cada vez mais envelhecida, não auguro nada de positivo. Não é possível fazer omeletes sem ovos. O estado social tem os dias contados.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos 

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