quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Isto... Só no Burkina Faso


 Tribunal Constitucional "recuperou" 60 mil votantes


Segundo o JN, o Tribunal Constitucional anunciou terça-feira que votaram nas eleições presidenciais 4.492.453 pessoas. São mais 60.604 do que no mapa oficial dos resultados, mas o número é praticamente o mesmo número que tinha sido anunciado a 23 de Janeiro.
A assembleia de apuramento geral da eleição do Presidente da República, da responsabilidade do Tribunal Constitucional, voltou terça-feira a reunir, depois de ter sido solicitado aos presidentes das assembleias de apuramento distritais "a confirmação ou rectificação" dos dados inicialmente transmitidos, tendo aprovado a correcção dos números.
Assim, ficou apurado que votaram a 23 de Janeiro 4.492.453 eleitores, mais 60.604 do que constava no mapa oficial dos resultados, aprovado pela Comissão Nacional de Eleições apenas com o voto de qualidade do seu presidente, e apenas mais 156 votantes do que o anunciado na noite eleitoral no site www.mj.presidenciais.pt .

Quanto ao número de eleitores inscritos, o número final apurado é de 9.657.312, mais 113.762 do que o dado que constava do mapa oficial e apenas mais 515 do que o número anunciado no dia das eleições (9.656.797).
Segundo o mapa oficial dos resultados, publicado em Diário da República a 15 de Fevereiro por ordem da CNE, tendo em conta a primeira acta da assembleia de apuramento geral, do TC, todos os candidatos registavam um menor número de votos, por comparação com os dados da noite eleitoral, e apenas Cavaco Silva, José Manuel Coelho e Defensor Moura registavam ligeiras subidas nas percentagens de voto.
Cavaco Silva, reeleito para um segundo mandato como Presidente da República, perdia então 22.376 votos em relação aos resultados divulgados na noite eleitoral, Manuel Alegre 14.657, Fernando Nobre 10.486, Francisco Lopes 7.778, José Manuel Coelho 1.255 e Defensor Moura 337.

Agora, segundo os novos dados, os seis candidatos voltam a aproximar-se do número de votos registado a 23 de Janeiro, com uma diferença máxima que não ultrapassa os 1050 votos, seja a mais ou a menos.

Cavaco soma mais 353 votos do que na noite eleitoral, Manuel Alegre menos 799, Fernando Nobre menos 1047, Francisco Lopes mais 96, José Manuel Coelho mais 827 e Defensor Moura mais 998.

Em termos absolutos, o actual Presidente, que toma posse a 9 de Março, recebeu 2.231.956 votos (2.231.603 a 23 de Janeiro), Alegre 831.838 (832.637), Nobre 593.021 (594.068), Lopes 301.017 (300.921), Coelho 189.918 (189.091) e Defensor Moura 67.110 (66.112).

Na acta da CNE relativa à reunião na qual foi aprovado o mapa oficial dos resultados eram referidos "erros" e "incorrecções" no apuramento, e apontada, nas declarações de voto, a omissão "na contabilidade final de cerca de 120 mil eleitores e cerca de 60 mil votos no distrito de Setúbal", enquanto no distrito de Viseu "são contabilizados mais 40 mil eleitores e mais cerca de 20 mil votos".

Isto é vergonhoso, será que Portugal nos próximos actos eleitorais precisa de observadores internacionais que acompanhem as eleições e garantam o normal decurso do processo eleitoral?

Se isto acontece numas presidenciais, imaginem nas eleições autárquicas... se calhar é assim que muitos caciques se mantêm no poder... não sei... mas da-me que pensar...

Isto... isto nem no Burkina Faso... safa!!!!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos
 

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