quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ILHA DE FARO SOB RISCO IMINENTE

Associação de Utentes da Ilha de Faro

Comunicado de imprensa
A AUIF (Associação dos Utentes da Ilha de Faro) encontra-se extremamente preocupada com a falta de uma solução para travar o processo de erosão costeira que desde há muito se faz sentir na Ilha de Faro. Esta situação, que se agrava particularmente no Inverno, quando a agitação marítima é mais intensa, poderá causar danos irreversíveis na Ilha nos próximos dias, face à previsão de forte ondulação (5 metros) que coincidirá com a existência de marés vivas.

Já este Inverno por diversas vezes se registaram galgamentos da duna, que obrigaram a cortes no acesso à Ilha de Faro e ao derrube de casas na zona poente. Esta situação é particularmente grave, quando existem na Ilha de Faro dezenas de famílias que ali habitam de forma permanente, e que assim se vêem isoladas, impedidas de aceder ou sair da Ilha e com os seus bens sob permanente ameaça.

A tudo isto as Autoridades do Ambiente com responsabilidades sobre esta faixa da costa, assistem de forma passiva, mesmo depois de inúmeros estudos que ao longo de décadas têm sido realizados pelos (ditos) melhores especialistas nacionais. A Sociedade POLIS Ria Formosa, que tem nas suas linhas de programação uma intervenção para solucionar esta situação, continua a alimentar os mesmos especialistas de sempre, com a encomenda de mais estudos. Os mesmos cujas propostas de intervenção apontam para acções como as que recentemente ocorreram na Fuzeta, onde foram gastos 1 milhão de euros que o mar levou em 2 dias; ou os 6 milhões de euros gastos na alimentação artificial da zona de Vale do Lobo, que deveriam durar 10 anos, mas onde, decorridos 6 meses, parte substancial da areia já desapareceu.

As soluções destesespecialistas passam sempre pelo derrube das construções existentes (curiosamente a zona mais frágil da Ilha de Faro é a central, onde curiosa e praticamente não existem construções). Como é,
certamente, do conhecimento da POLIS Ria Formosa existem outras soluções, talvez mais dispendiosas (à partida), mas mais eficazes, duradoiras e mais baratas a médio/longo prazo. São vários os exemplos de sucesso por esse Mundo fora, mas aqui na Ilha de Faro, a solução que se parece perspectivar é uma vez mais precária, com resultados que todos antecipam ser de curta duração. Como se já não bastasse tanto descrédito, o próprio Presidente da Câmara Municipal de Faro recentemente reconheceu em entrevista a um órgão de informação regional que “até agora tem havido muitos estudos e pouca acção … trabalho concreto só mesmo o vento e as marés é que o fizeram”.

Mas não ficou por aqui Macário Correia, pois não deixou de ironizar sobre a actuação da Sociedade POLIS Ria Formosa, afirmando que “Há mais papeis (sobre a Praia de Faro) do que grãos de areia. Acho que deveria haver mais cuidado com o uso dos dinheiros públicos”. Curiosamente a Câmara Municipal de Faro é um dos accionistas da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa S.A. - Sociedade para a Requalificação e Valorização da Ria Formosa.

Por estas razões urge intervir, basta de palavreado e estudos! Se os responsáveis e especialistas de sempre não têm nem estratégia, nem soluções efectivas ou capacidade para resolver este problema, que se demitam! Esperemos que não o façam apenas depois de a duna romper, de metade da Ilha de Faro desaparecer e do próprio aeroporto poder vir a ser afectado. A Ilha de Faro, os seus habitantes e utentes merecem mais respeito e melhor sorte.

Ilha de Faro, 15 de Fevereiro de 2011
A Direcção

1 comentário:

  1. À Comissão de Utentes da Praia de Faro:
    Não sei se sabem, mas há um mecanismo que podem utilizar e obrigar a cedencias de Valentina Calixto.
    A Acção Popular, é um meio judicial barato e eficaz, através do qual podem obter acesso a toda a documentação que diga respeito ao Polis na V. zona e não só. Podem obrigar a Valentina a discutir convosco qual a melhor solução, já que mesmo as obras inferiores a cinco milhões de euros, desde que esteja em causa determinados valores como o ordenamento, o ambiente e impactos negativos no desenvolvimento economico e social de area de intervenção da obra.
    O problema da erosão costeira não é um exclusivo português e noutros paises já se utilizam mangas de areia para transformar a energia destruidora das ondas em energia util, que permite a alimentação natural das praias, aumentando a mancha de areal e ganhando largura, sem necessidade de destruir o quer que seja.
    Cabe aos moradores e utilizadores da Praia de Faro lutar contra estas personagens sinistras.
    Macario finge discordar de Valentina mas tambem não toma uma atitude. nem outra coisa era de esperar. Nas Cabanas de Tavira, virando à direita, depois do Hotel, tambem permitiu construções em zona protegida pelo dominio publico maritimo a menos de 15 metros da linha de agua. Fossem as construções na Praia de Faro do interesse dele e veriam como outro galo cantaria.
    A luta não pode ou não deve restringir-se à elaboração de comunicados. Recorram tambem à via judicial e encostem a Valentina à parede o quanto antes.
    Se precisarem de algum esclarecimento contactem o SOMOS OLHÃO, o Olhão LIVRE.

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