Entrevista conduzida por Maria João Avillez para o Económico
O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos fala sobre crise, eleições e o futuro do País.
Teorizou e reflectiu em voz alta que é o que gosta fazer, reviu a matéria e reviu-nos a nós, em crise e num "regime bloqueado". Evocou políticos e partidos sem se enternecer e foi capaz da frontalidade do costume e da fidelidade aos seus cavalos de batalha. António Barreto, 68 anos, preside actualmente aos destinos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a "mãe" da "Pordata" (ele é o pai) onde estão hoje em curso 18 projectos (!) sob a sua regência: uns já em vias de concretização, outros ainda em fermentação, mas como todos o solicitam por igual, o trabalho é pesado. No final do ano impôs-se uma pausa - foi para o Vidago - e fez solene recomendação a si mesmo - menos sofreguidão laboral em 2011. Portugal gostaria de contar mais com ele no palco mas aí, ou ele disfarça, ou todas as nostalgias ficaram já irremediavelmente para trás: "não". Barreto está bem como está. Uma sorte.
As presidenciais teriam sido um bom momento de arranque, para a seriedade, a responsabilidade e o trabalho de que Portugal precisa, ou...como falo com um pessimista, já não ia muito a tempo?
Não sou pessimista. Sou céptico, é diferente. Sim, a campanha podia ter sido diferente, os principais candidatos podiam ter exposto mais o seu pensamento, as suas intenções os projectos, mas foram muito cautelosos quanto a isso.
O momento pedia o contrário...
Pedia. Mas caímos sempre no mesmo com este regime que não é semi-presidencial nem coisa nenhuma. Qualquer futuro Presidente da República sabe que dependerá do Parlamento, dos partidos, sabe que não tem poderes e gostava de ter mais... Assim, tiveram cautela e falaram genericamente do desenvolvimento de Portugal!
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