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sexta-feira, 20 de maio de 2011

FMI arrasa Grécia. Novos cortes a caminho

Governo grego aplica mais austeridade: 6 mil milhões de euros.

O programa de ajustamento da Grécia está a descarrilar e o governo tem de aplicar maior austeridade, no valor de 6 mil milhões de euros, para conseguir reduzir o défice orçamental de 10,5% do PIB em 2010 para 7,6% no final deste ano.

O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, anunciou ontem que o novo pacote de austeridade será especificado nos próximos dias, apenas um mês depois de o executivo ter definido um plano de 26 mil milhões de euros que incluía já parte das receitas do seu programa de privatizações (50 mil milhões de euros até 2015).

O empréstimo de 110 mil milhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional à Grécia implica a "estrita condicionalidade", ou seja, um programa agressivo de consolidação orçamental e reformas estruturais. Se a Grécia não cumprir as metas definidas, arrisca-se a não receber as próximas tranches do empréstimo.

Ontem, o líder da missão do FMI na Grécia, Poul Thomsen, deixou um aviso sério: "A visão que parece estar a impor-se é a de que o programa do governo não está a funcionar. O programa irá descarrilar sem o reforço das reformas estruturais nos próximos meses."

As palavras duras do FMI seguiram-se à exigência dos ministros das Finanças europeus e do comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, para que a Grécia avance rapidamente nas reformas económicas e no programa de privatizações.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e Olli Rehn admitiram na terça-feira que poderia haver uma "reestruturação suave" da dívida grega, com o alargamento das maturidades dos empréstimos. Porém, o Banco Central Europeu veio ontem contrariar essa opção: "A reestruturação da dívida acabará com parte ou mesmo a totalidade do capital dos bancos gregos e por isso é uma receita para a catástrofe", disse Jurgen Stark, membro do conselho-executivo do BCE.
 

É com esta e outras noticias que começamos a perceber o porque do afastamento de Strauss-Khan da direcção do FMI.
As medidas aplicadas a Grécia não estão a resultar e o pais está cada vez mais endividado. Segundo li num artigo do Finantial Times, já se estava a preparar um segundo pacote de ajuda na ordem dos 70 mil milhões de euros, e era Strauss-Khan quem liderava o processo.
Mais uma vez a Grécia encaminha-se para a catástrofe. Agora estou convencido que os estados deviam ter privatizado alguns sectores da economia no tempo das vacas gordas e ter conseguido um bom valor pela sua participação, porque agora em tempo de vacas magras vai ser tudo privatizado ao desbarato. Quem agradece são os grandes grupos económicos que vão comprar barato. Alias... não sejamos ingénuos, esta crise foi provocada para permitir essa transferência de riqueza, e transferir divida privada da banca para os estados (o povo que pague a crise).
 
Se houvesse políticos dignos desse nome, nada disso teria acontecido, pois não se teriam endividado os países, tinham-se privatizado sectores na altura própria e hoje estaríamos bem melhor.
 
No meu entender o estado não deve possuir empresas de transportes, energia, investimento, etc etc. O que o estado deve fazer é ser o regulador e árbitro da actividade económica, fazer aplicar a justiça, recolher os impostos, promover e fazer chegar a educação a todos, garantir a equidade, fazer as leis, garantir a segurança e a soberania nacional, emitir moeda, garantir a saúde para todos e promover o estado social.

Assim não teríamos abusos de privados, porque a acção reguladora do estado seria firme, teríamos um mercado mais competitivo, teríamos mais investimento e mais emprego e um pais mais rico. 
Mas não, temos um estado que representa mais de 50% da economia nacional, uma administração publica monstruosa, uma burocracia idêntica à dos Faraós e um sistema de justiça que faz da vara saca-rolhas. Assim não saímos do buraco em que nos afundamos cada vez mais... tal como os gregos.

É preciso intervir já... termos um governo capaz, que se entendam entre si (coisa que não acontece hoje), que trabalhem pelo desenvolvimento económico nacional, que tenham sentido de estado e capacidade de vencer os desafios que ai se aproximam. Caso contrário vamos acabar como os gregos. Não tarda muito e estará em breve uma reestruturação da divida grega.

E nós... com a economia actual, ainda não recebemos o dinheiro do FMI, mas não tarda muito está ai uma reestruturação da divida a porta! 

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Durão Barroso apontado como candidato ao FMI

Presidente da Comissão Europeia Durão Barroso é apontado pela CNN como potencial candidato ao cargo de director-geral do FMI.


A notícia ainda não foi confirmada mas começou a ser difundida esta manhã pelo correspondente da CNN em Bruxelas, que aponta o português José Manuel Durão Barroso como provável candidato ao cargo de diretor-geral do FMI, até esta madrugada ocupado por Dominique Strauss-Kahn.
O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, João Tiago Silveira, rejeitou hoje comentar o nome de Durão Barroso para a direcção do Fundo Monetário Internacional (FMI), avançado pela CNN, alegando tratar-se de especulações.
"O governo não faz comentários sobre especulações. Havendo uma proposta concreta o governo tomará uma posição", disse o secretário de Estado, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, hoje realizada.


Ora cá está... afinal onde há fumo, há fogo! Eu já aqui havia afirmado, proveniente de outras fontes que muito certamente com a saída de Strauss-Khan do FMI era preciso preencher a vaga com alguém obediente ao "regime".  Agora faz todo o sentido, armaram a cilada ao DSK para se verem livres dele e das ajudas à Grécia, o Sarkozi fica todo contente porque se livrou de um oponente de peso, Durão Barroso como prémio de obediência, uma vez que não se pode mais candidatar à presidência da Comissão Europeia irá para o FMI presidir aquele organismo. Outro nome de peso que se aponta para o FMI é a francesa Christine Lagarde, será que não é uma cortina de fumo?

Além disso quem seria então o putativo candidato a presidente da comissão europeia? hummm... Já pensaram nisso?

Cumprimentos cordiais
Luís Passos

Strauss-Kahn apresentou demissão do cargo de director do FMI

Dominique Strauss-Kahn demitiu-se quarta-feira, nos Estados Unidos, madrugada de quinta em Portugal, do cargo de director-geral do Fundo Monetário Internacional, na sequência da acusação de tentativa de violação. 
 
Num comunicado difundido quarta-feira, o FMI anunciou que Strauss-Kahn apresentou a sua demissão à direcção da instituição financeira com sede em Washington.

O presidente do Instituto de Economia de Munique (ifo), Hans-Werner Sinn, considerou que "não havia alternativa" à demissão do director-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, suspeito de agressão sexual em Nova Iorque (EUA).

Sinn acrescentou, em declarações à emissora de rádio Bayerischer Rundfunk, que "parece haver, no entanto, algo de estranho neste caso, seja qual for a verdade".

O economista admitiu ainda esperar que a substituição de Strauss-Kahn tenha "consequências" na solução da crise das dívidas soberanas na zona euro.
"O FMI ajudou generosamente os gregos e o senhor Strauss-Kahn foi considerado um herói na Grécia porque abriu bastante o porta-moedas e, depois de o fazer, os europeus também puderam fazê-lo", referiu Hans-Werner Sinn, que critica os pacotes de ajuda à Grécia, Irlanda e Portugal e é favorável a uma reestruturação das dívidas dos países em dificuldades financeiras.
Na mesma entrevista, o presidente do ifo afirmou que "quem quer que seja o sucessor de Strauss-Kahn, desde que não volte a ser um francês, praticará uma política mais restritiva".
Outro conhecido crítico das ajudas externas a países do euro, o deputado liberal Frank Schaeffler, propôs já a substituição de Strauss-Kahn pelo ex-director do banco central alemão (Bundesbank), Axel Weber.
Weber era considerado favorito à sucessão de Jean-Claude Trichet à frente do Banco Central Europeu (BCE), mas demitiu-se no princípio do ano, depois de criticar repetidamente a compra de títulos de dívida pública de países do euro em dificuldades financeiras, como Portugal.
Em primeira reacção à detenção de Strauss-Kahn em Nova Iorque, no princípio da semana, a chanceler alemã, Ângela Merkel, afirmou que o FMI deve continuar a ser liderado por um europeu.

In: JN

Bem, realmente é muito estranho o que se passou aqui... Parece que realmente existiu actividade sexual entre DSK e a tal mulher guineense, resta saber se foi ou não consentida. Isto tem laivos de uma complô de modo a afastar DSK do FMI por causa das novas ajudas à Grécia e também para impedir a sua candidatura à Presidência da Republica em França. Dois coelhos com uma cajadada.

Recentemente ponderou-se o nome de Durão Barroso para o FMI... não me admira, Durão Barroso sempre foi obediente e sempre fez o que lhe disseram para fazer, seria um prémio depois da presidência da União Europeia.

Dirão vocês...  e só teorias da conspiração, pois bem... estudem o passado recente da história politica e talvez encontrem a resposta!


Cumprimentos cordiais


Luís Passos

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dominique Strauss-Kahn já está a ser ouvido pelo juiz de Nova Iorque

O ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, está a ser ouvido por um juiz do Tribunal de Manhattan. Acusado de tentativa de rapto e violação, Strauss-Khan fica hoje a saber se vai aguardar julgamento em prisão preventiva ou em liberdade, mediante o pagamento de uma fiança.


Prevista para o início da manhã, a audiência foi adiada para que o ex-director do FMI - para já, foi substituído interinamente - se submetesse, a seu pedido, a provas de DNA.


Strauss-Khan entrou no tribunal algemado. Horas antes, um dos seus advogados, William Taylor, dissera que o seu cliente estava "cansado mas bem". O seu segundo representante, Benjamin Brafman, garantiu que vai declarar inocência: "Ele vai negar todas as queixas contra ele".

Strauss-Kahn, de 62 anos, acusado de ter atacado e tentado reter num quarto e violado uma empregada de um hotel de Manhattan (Nova Iorque), ficou detido numa unidade especial que investiga crimes de natureza sexual e formalmente acusado, ainda ontem, por “acto sexual criminoso, sequestro ilegal e tentativa de violação”.

A polícia revelou que a mulher que apresentou queixas contra o economista francês identificou formalmente como seu agressor.

Dominique Strauss-Khan é suspeito de ter atacado sexualmente uma empregada do hotel em Times Square, em Manhattan (Nova Iorque), onde se encontrava alojado no sábado. O relato policial, baseado nas declarações da empregada, dá conta de uma perseguição - nu, o ex-director do FMI terá puxado a mulher para dentro do quarto. Esta libertou-se mas, ainda segundo a mulher, Strauss-Khan puxou-a para dentro da casa de banho e tentou violá-la.

A mulher do Dominique Strauss-Khan, Anne Sinclair, defendeu o marido - que era o candidato mais bem posicionado para vencer as eleições presidenciais de 2012, pelo Partido Socialista - , dizendo que não acredita "nem um milímetro" na acusação.
 

Não sei se isto é o que parece, admito que não seja "un coup monté", mas lá que imita muito bem, isso imita ! tudo tão certinho.....e um homem naquela posição, e com aquele poder, precisa da empregada de arrumar o quarto no hotel, quando tem mulheres belíssimas às paletes? (vejam o caso do Berlusconi, que só escolhe material do bom!) Acresce que o Strauss-Khan é um homem cultissimo, com interesse, logo não vejo bem que o nível da empregada encaixe com o seu perfil ! 
 
Por outro lado há tanta gente a quem isto convém... Sarkozi por exemplo, que está muito mal nas sondagens para as eleições para a presidência, e que contra uma candidatura de Strauss Khan não teria a mais pequena hipótese. Facto é que a sua carreira politica está destruida, que a presunção de inocência não se aplica a politicos, agora se de facto é culpado, isso confesso que tenho muitas duvidas !
 
Cumprimentos cordiais
Luís Passos

terça-feira, 26 de abril de 2011

Subsídios de férias e Natal em títulos do Tesouro de novo em cima da mesa

A hipótese de pagar os subsídios de Natal aos funcionários públicos em títulos do tesouro volta a ser equacionada. A questão foi levantada pela troika que está em Lisboa a avaliar as contas portuguesas e o pedido de ajuda financeira, adianta hoje o Diário Económico. O grupo conclui que as medidas do PEC IV foram mal avaliadas.

Segundo o jornal, a medida pode já ser aplicada este ano, mas como as negociações para a ajuda financeira só terminarão depois dos funcionários públicos já terem recebido o subsídio de férias deste ano, provavelmente só se aplicará para já ao subsídio de Natal. A medida seria aplicada até ao final do processo de consolidação orçamental das contas públicas e do programa de ajuda externa.

O Diário Económico lembra que esta foi uma das medidas adoptadas em 1983, quando da primeira vinda do FMI a Portugal, mas que nessa altura só abrangeu o subsídio de Natal e uma parte desse pagamento era mesmo assim feita em dinheiro.

In: Publico

Tal como o Blog Faro é Faro já havia adiantado em posts anteriores, a probabilidade dos subsídios de férias e de Natal serem pagos em títulos é bem elevada. Dado que o estado precisa urgentemente de liquidez, precisa de reduzir o deficit e de pagar com o que sobrar as dividas inerentes a despesa corrente primária.

Contudo, com estas medidas violentas ao bolso da população não podem ser isoladas; elas são boas medidas porque matam dois coelhos de uma só vez. Ajudam a parar o consumo e dado que não produzimos nada, importamos tudo ajuda a baixar o deficit externo; por outro lado ajuda a estimular a poupança e melhora a criação de activos (e por sua vez ajuda a controlar as disponibilidades e baixar a divida geral do estado). Mas devem ser acompanhadas de uma diminuição da despesa corrente primária, porque caso o estado tome estas medidas mas não faça cortes na despesa primária, este sacrifício não serve de nada.

Vamos la ver se não acontece como no passado em que o estado aumentou os impostos e em vez de reduzir a despesa corrente primária... não reduziu... até a aumentou na proporção do aumento dos impostos. O resultado foi que ficamos na mesma... o povo sacrificou-se e o estado que se viu com uma folga, toca de aumentar a despesa.

Vai ser preciso andar de olho em cima desta gente! E o povo tem de se mentalizar... e já o disse em posts anteriores, tem de se mentalizar... temos de voltar a viver com o mesmo padrão de vida que tínhamos nos anos 80 e 90. A época do consumismo de massas já se foi. O paradigma agora é outro.

Ainda me recordo no final dos oitentas... até a meio da década de 90... um bom barómetro para avaliar a situação é o parque automóvel. Antigamente uma família tinha 1 carro... 2 no máximo. Normalmente um carro como Citroen BX, um Rover 213, um Renault 25, um Ford Sierra, ou mesmo um Alfa Romeo 33 eram considerados carros de luxo. A grande maioria dos Portugueses andava com Renaults 4 e 5, Simca 1100, VW carocha, VW Golf, Opel Corsa, Opel Kadett, Ford Escort, o Mini, o Citroen 2CV entre muitos outros e uma grande maioria nem carro tinha.

As pessoas ainda não perceberam que não podem ter todos um BMW em cada garagem porque o pais não tem produtividade para tal. Para podermos comprar os BMs os Mercedes e essas coisas todas o pais tem de produzir mais e das duas uma, ou produzimos aqui em Portugal carros tão bons ou melhores que esses que as pessoas não precisem de os importar, ou então temos de produzir outros produtos para exportar para compensar essas importações. É simples!

Caso contrário o deficit externo vai disparar de novo!
Ou Portugal se mentaliza que para ter coisas tem as produzir, ou produzir algo em sua substituição... ou então vamos ser pedintes para o resto da vida!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Reuniões entre Movimentos "alternativos" e a Troika do FMI

É falso que o MayDay Lisboa - que representa trabalhadores precários e movimentos alternativos - se reúna hoje com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), a fim de poderem discutir a actual situação laboral em Portugal. André Albuquerque, daquele movimento, confirmou ao PÚBLICO que tudo não passou de "falsa reunião".

 "Tratou-se de uma falsa reunião. Não íamos mesmo ser recebidos pela troika e por isso fizemos a acção de manhã, frente ao ministério das Finanças", disse André Albuquerque, actor e uma das pessoas que dá a cara pelo movimento em Portugal.

André Albuquerque leu ao PÚBLICO a declaração feita hoje frente ao ministério, após a acção do movimento:

O MayDay Lisboa foi convocado pela troika que está em Portugal para conversações sobre a precariedade laboral, pelo que nos apresentámos esta manhã com uma pequena comissão de representantes do movimento.

O MayDay Lisboa ficou bastante surpreendido com a atitude da troika em relação às questões laborais, tendo havido um reconhecimento por parte da mesma que a injustiça a nível do trabalho se reflecte directamente na vida das pessoas.

Assim sendo a troika garantiu ao MayDay que vai encetar uma luta dura ao trabalho ilegal e precário, especialmente sob a forma dos falsos recibos verdes, contratos temporários contínuos e estágios não remunerados.

Afiançou ainda que vai combater o desemprego e primar por uma melhoria das condições de vida dos portugueses pois, segundo os senhores [Rasmus] Rüffer e [Massimo] Suardi, as economias têm como objectivo melhorar a vida das pessoas.

O sr. [Poul] Thomsen prometeu ao MayDay que haverá averiguações acerca das responsabilidades da dívida soberana distinguindo claramente a dívida privada da dívida pública. Consequentemente vão averiguar quanto é que o sector financeiro e a banca devem e intimá-los a pagar. O MayDay ficou ainda a saber que a troika vai propor políticas económicas progressistas no sentido de reduzir o medo e a incerteza que ocorrem no país, através da consolidação e reforço dos direitos fundamentais no trabalho e na vida.

Informaram-nos ainda que se foram necessários cortes salariais, estes far-se-ão apenas a nível dos cargos mais bem remunerados pela simples razão lógica que um corte num salário multimilionário é preferível a centenas de cortes em salários mais baixos, sem acarretar o peso social de prejudicar um número muito maior de pessoas que já vivem com menos possibilidades. O sr. Thomsen assumiu perante a troika a ideia de que o Serviço Nacional de Saúde não será destruído e que o dinheiro da Segurança Social e dos fundos de pensões não será usado para jogar nas bolsas.

Saímos, portanto, bastante optimistas desta reunião, estando o MayDay confiante nas promessas da troika e esperando que os resultados desta intervenção externa sejam tão benéficos para Portugal quanto têm sido para todos os países onde essa ajuda tem entrado.

Em retribuição pela gentileza de nos receberem, o MayDay convidou a troika a estar presente no Largo de Camões no dia 1 de Maio pelas 13h00.

Os senhores Thomsen, Rüffer e Suardi garantiram a sua presença no evento e pediram ao povo português para estar presente com a sua força e com as suas opiniões nas ruas de todo o país para que assim possa contribuir efectuar a democracia participativa e decidir o destino do país.

Esta reunião não aconteceu mas podia ter acontecido.


O MayDay é um protesto de trabalhadores precários que se realiza no 1º de Maio. A iniciativa começou em Milão em 2001 e, desde então, espalhou-se por várias cidades europeias e do Mundo. O MayDay Lisboa arrancou em 2007 e prepara reuniões semanais em Lisboa que, de acordo com André Albuquerque, têm tido uma afluência que tem variado entre as 20 e as 40 pessoas.


Atenção a estes movimentos "alternativos". Estejam atentos, a política (até a recente!) está cheia de gente que procura aparecer acima da política (como se isso fosse possível), sem objectivos partidários,como novidade mas que no fundo no fundo não são tanto assim. Na volta logo aparecem organizados, com os seus chefes a mandar, com uma organização que em nada, no plano organizativo, em nada se distingue das organizações políticas e sociais já existentes. Salvaguardando as devidas distâncias não se esqueçam do que se passou com o (...) Fernando Nobre.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 Abril - Quanta ignorância


É triste ouvir tanta asneira... ninguém conhece a história recente do nosso pais! Vergonhoso!
Para quase toda a gente... é só mais um feriado... um dia que não se trabalha!

No entanto o Salazar foi eleito como o maior Português de Sempre...  tal foi o legado que os políticos do pós 25 de Abril deixaram... corrupção, falta de ética, falta de honra e um pais na bancarrota.
Teria sido melhor se não se tivesse feito Abril? Ninguém pode afirmar!

No entanto o povo português, já antes do Estado Novo era assim, macambúzio, como dizia Guerra Junqueiro: 

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este,finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."   - Pátria 1896
 Teria sido o Estado Novo que imbecilizou os Portugueses, ou é algo que já vem de trás... Eu acredito mais na segunda hipótese; o Estado novo ajudou... mas isto não é defeito é feitio... não há nada a fazer.

Já fomos um povo heróico, no tempo de D. João II (O príncipe perfeito)... já demos novos mundos ao mundo... hoje somos a vergonha da Europa.


O povo português tem de deixar de ser Sebastiânico e coitadinho; tem de deixar de ser Sebastiânico porque ninguém lhe vai resolver os problemas, tal D. Sebastião num cavalo branco, se não formos nós a resolver os nosso próprios problemas ninguém os resolverá; e tem de deixar de ser coitadinho, sempre a chorar pelos cantos... ai isto, ai aquilo, e acusar a sorte de ser madrasta. A sorte fazê-mo-la nós.

Se o pais nos próximos meses... não acordar para a vida... não auguro nada de bom para o futuro de Portugal... Quem for jovem e sem família e altamente qualificado, que saia daqui enquanto é tempo... 


Se não houver uma revolução a serio neste pais... e que apareçam lideres a altura (não é a arraia miúda que temos hoje no poder, baixos em moral e sem conhecimentos), pessoas com notório saber, reputações ilibadas e curriculums irrepreeensíveis, com experiência de vida não vejo grande futuro para este pais. Ainda vamos ser uma nova Albânia na Europa.


Cumprimentos cordiais


Luís Passos

domingo, 24 de abril de 2011

Intervenção externa é 120 vezes as de 1977 e 83 juntas

Crédito de 80 mil milhões de euros a Portugal vai servir para resolver os mesmos problemas detectados no passado, diz FMI.


O valor do plano de intervenção externa a anunciar dentro de algumas semanas será 120 vezes maior do que as duas linhas de crédito concedidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1977 e 1983, mostram dados comparáveis disponibilizados pela instituição.
Face à dimensão da economia, a diferença também é notória: somados, os dois primeiros planos de ajustamento rondaram 1% do PIB; o novo programa vale 46%.

IN: DN

Era a frase preferida dos ignorantes que pensavam que o dinheiro caía do céu. No próprio dia 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia (com 29 anos de idade e deslumbrado com a "festa"), mandou um dos seus soldados ir abastecer uma Chaimite. O soldado respondeu que não tinha dinheiro. Ele gritou-lhe: «Se se recusarem em abastecer, apontas-lhes com a G3! Isto agora é tudo nosso!» Agora temos muitas ruas "Salgueiro Maia", "25 de Abril" e "1º. de Maio". Mas também temos uma colossal dívida para ser paga por nós e pelas gerações vindouras, e o FMI não aceita os nomes das ruas como garantia bancária.

'Troika' impõe subida do défice para 9,1% em 2010

Três parcerias público-privadas (PPP) foram reclassificadas. Ano de 2011 e seguintes em risco. 

A equipa do FMI, BCE e Bruxelas - que está em Portugal a negociar o pacote de intervenção externa - exigiu que se apurasse, desde já, os valores efectivos e "estáveis" dos défices dos últimos anos, com especial atenção a 2010, antes de fechar os termos do resgate.
Segundo o INE, três projectos (um túnel e duas Scut) fizeram subir o défice até 9,1%. Risco de voltar a acontecer é elevado.
Dez personalidades dão sugestões ao FMI para o plano de resgate.
Bancarrota de 1892 foi paga em cem anos.

In: DN

Em duas semanas, os técnicos do FMI não só fazem a radiografia do país, como ainda nos dizem que os nossos défices foram afinal uma miragem. O que me leva a perguntar: o que andou o INE a fazer nestes anos? O tribunal de contas? A Assembleia da República? Porque é que três técnicos estrangeiros que nunca estiveram no nosso país sabem mais em duas semanas que centenas de funcionários públicos em anos? E principalmente: PORQUE É QUE CONTINUAMOS A SUSTENTAR ESTES BANDALHOS?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Entrevista de Estela Barbot a José Gomes Ferreira

Caros,

Aqui vos deixo a entrevista concedida por Estela Barbot, o único conselheiro Português no FMI.

Ela traça bem o retrato nacional visto de fora...

É uma entrevista de visão OBRIGATÓRIA.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos


sábado, 9 de abril de 2011

Do que estamos à espera para formar um movimento de cidadãos ?

Porque silenciam a ISLÂNDIA?

(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública
e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que
a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos
tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e
água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este
país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se
fale dele)
foto
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à
bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país
perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista
do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e
não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento
excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se
afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que
tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que
durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas
"macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking
dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o
40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde
então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder
até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos
conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a
usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia
traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí
para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento
das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma
média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o
buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos
despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito
simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos
cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos
aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora
aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um
referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir
os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do
FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a
realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia
foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca
e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria.
Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e
conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação
que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder
(PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito
objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia
especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de
ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o
fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter
o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era
fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável
aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na
despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os
serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de
outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas
para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e
conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3%
a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de
ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas
características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair
da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso
demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do
neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do
actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu,
aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas
sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios,
sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua
caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias
melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu,
cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses
hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país
nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas
monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e
mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em
especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles,
cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma
assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos
países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos.
Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país
aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao
sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o
capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as
contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem
empregue o tempo que levei a escrever este artigo.

Por Francisco Gouveia, Eng.º
gouveiafrancisco@hotmail.com

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Bem diziam os Romanos - No sul da peninsula há um povo que não se governa nem se deixa governar

 O Presidente da República entende que o Governo pode pedir ajuda externa, a Comissão Europeia há quinze dias que faz saber que o Governo, do ponto de vista de Bruxelas, pode pedir ajuda externa, a conselheira do FMI acha que só um milagre poderia evitar a necessidade do recurso à ajuda externa, o presidente do Eurogrupo considera que é uma questão de Lisboa definir quem é competente para pedir ajuda externa, o BCE julga que é "uma decisão que só Portugal pode tomar". "Portugal", porém, acha que não tem

- "legitimidade";
- "condições";
- "poder";
- e "a credibilidade que é necessária para poder merecer a confiança que é necessária por parte das entidades externas que nos podem ajudar".

Está finalmente claro por que razão o "Portugal" enterrou, no exacto momento em que enterrou, Portugal numa crise política?


Via Cachimbo de Magritte

Esta frase foi escrita por um general romano em serviço na Ibéria em carta enviada ao Imperador. É atribuída ao General Galba, que teria sido um dos primeiros governadores romanos na península, no Séc III antes de Cristo.

Referia-se o general romano aos Lusitanos, uma tribo guerreia que habitava também uma parte do actual território nacional. Não foi fácil às legiões romana dominarem os Lusitanos que ofereceram acesa resistência. Lembremos um dos seus chefes: Viriato.

Parece que a célebre frase aplicada aos nossos antepassados se pode igualmente aplicar aos portugueses da actualidade. Não nos governamos nem queremos que nos governem.

Num país endividado até ao tutano a quem não faltará muito os credores deixarão de emprestar dinheiro ou então fá-lo-ão com juros incomportáveis, os portugueses continuam a soprar para o lado:
- No Natal de 2010, os portugueses gastaram mais dinheiro do que no ano transacto.
- Ao contrário do que se verifica na Europa, em Portugal acelerou a compra de carros novos no último trimestre de 2010.
- Tudo o que era local de passagem de ano e tudo o que era avião pejou de portugueses.

Poupança? Prevenir o futuro? Investir? Nada disso. Gastar, gastar, gastar. Parece que o pensamento de muita gente anda por aqui: quem vier depois de nós que feche a porta, isto é, que pague as dívidas. Que direito temos nós de fazer pagar às gerações futuros as dívidas que elas não contraíram?

Existe uma burguesia média e média-alta citadinas para quem a máxima é gozar a vida, sem horizontes nem amanhãs. Parece que três deuses enchem por completo o coração desta gente: prazer, ter, e poder. Valores? Que valores? Cada um que se safe! Egoístas até ao fundo, só pensam no seu próprio bem-estar, o resto é paisagem.
E se pensarmos que é esta gente que, através de lobbys bem organizados e pouco ou nada transparentes, está por trás dos decisores políticos, económicos e jornalísticos, compreendemos que estamos bem entregues... A crise começa na ausência de valores, derivam muito daqui as crises económicas e sociais.

Há ainda a célebre mania nacional do dar nas vistas. Da primazia do parecer sobre o ser. "Se o meu vizinho goza, eu também tenho do gozar." Não interessa como, não interesse o futuro que se hipoteca...

Depois queixamo-nos dos políticos. É certo que, na maioria das vezes, com razão. Mas os políticos emergem do povo que somos, são portugueses como os outros. Se os políticos são fracos, é porque nos tornamos num povo fraco.
Ainda não nos habituamos a castigar nas urnas os mentirosos e falsos e a premiar quem nos diz a verdade, mesmo quando esta não nos é agradável. Vejamos o caso das últimas eleições legislativas. Quem é que o povo escolheu? Sócrates. Exactamente aquele que todos já sabiam que não cumpre o que promete, aquele que hoje diz uma coisa e daqui a dias o contrário...

Há ainda uma mentalidade dependentista na sociedade portuguesa. Parece que as Câmaras e o Estado é que têm de fazer tudo. Não queremos o comunismo, mas depois acabamos por proceder como se vivêssemos num estado comunista. Não há emprego? Culpa do Estado e das Câmaras. Não há empresas? Culpa do Estado e das Câmaras? Há pobres? O Estado e as Câmaras que resolvam...
Precisamos de despertar para a cidadania plena, tanto na reivindicação, na vigilância aos governos, na manifestação dos nossos pontos de vista, como na realização, na iniciativa, na solidariedade...
Quanto menos precisarmos dos políticos, menos dependência deles teremos, mas servidores os tornaremos, menos corrupção existirá...

Às vezes parecemos um povo infantil: só causas concretas e imediatas nos movem. Somos capazes de fazer uma manifestação porque na cantina de uma escola foi encontrada uma lagartixa na sopa, mas nunca nos movimentamos por valores.
Como é que um povo sente uma minoria de privilegiados (gestores, boys e muitos ricos) a ganhar loucuras e não se revolta, não se manifesta quando no mesmo país há reformas que não dão sequer para os medicamentos?
Via Viriatus15 
    
Realmente depois deste Carnaval todo... este pais não se governa nem se deixa governar.
O presidente da Republica é o grande culpado da situação actual, com os seus paninhos quentes, "cooperação estratégica" e falinhas mansas isto chegou onde chegou.
 
Neste momento o que Portugal precisa é que o  mais alto magistrado da nação tome as rédias e o pulso do pais no sentido de na ausência do governo tornar o pais governável e evitar um conflito institucional, bem como assegurar o regular funcionamento das instituições.
   
Nada disso está a acontecer, o pais está a partir-se aos bocados, provavelmente a assembleia da republica vai polarizar-se após as eleições, com os votos dispersos pelos partidos não sendo possível fazer compromissos à esquerda e à direita. Em resumo... é o caos completo.
     
O que era necessário era um entendimento entre partidos, a criação de um governo de salvação nacional, em que todos os partidos irão assumir a responsabilidade pelas medidas que irão ser necessárias de forma a tirar-mos o pais da situação actual.
    
De outra forma, como os partidos governam para as clientelas e para as eleições, não se vão fazer as reformas estruturais e vai-se empurrar com a barriga, excepto se conseguirem diabolizar uma entidade externa, como o FMI por exemplo e dizer... Vamos fazer isto mas é porque eles nos impõem, caso contrário... irá ficar sempre tudo na mesma. 
  
Portugal hoje precisa desesperadamente de um estadista, alguém com capacidade de gerir o problema institucional e com enorme sentido de estado. Cavaco não é nada disto. Quem quer não pode e quem pode não quer...
  
Assim vai Portugal!!!
   
Cumprimentos cordiais


Luis Passos 

 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Barry Eichengreen: "Portugal terá de reestruturar a sua dívida"

A revista Economist considerou-o um dos cinco economistas com ideias mais importantes para o mundo pós-crise, lado a lado de Raghuram Rajan, Robert Shiller, Kenneth Rogoff e Nouriel Roubini.
Para o norte-americano Barry Eichengreen, que foi consultor do FMI no final dos anos 90, a Grécia, a Irlanda e Portugal vão ter de fazer haircuts (corte no montante da dívida), de preferência com garantias colaterais do fundo de resgate do euro. O professor da Universidade de Berkely, na Califórnia, diz que não podem ser só os contribuintes a pagar a factura do ajustamento orçamental.

Portugal vai conseguir evitar um resgate da UE e do FMI?
Duvido muito. A questão não é se consegue evitar, mas quando será esse resgate.

Mas recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) será suficiente para resolver os problemas de Portugal e também da Grécia ou da Irlanda?
Acrescentar mais dívida ao FEEF em cima de dívida já existente não vai, por si só, resolver o problema. Uma solução duradoura requer também a reestruturação de dívidas que são insustentáveis (o que inclui a dívida da Grécia, da Irlanda e de Portugal).

Teremos, então, de reestruturar a dívida?
Tornou-se claro que Portugal, tal como a Grécia e a Irlanda, terá de reestruturar a sua dívida. Os mercados, ao penalizarem os títulos de dívida portugueses como o têm feito, indicam que já chegaram à mesma conclusão. Usar dinheiro do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira e do Fundo Monetário Internacional para "adocicar" o acordo com os detentores de obrigações, de modo a fazer esta reestruturação da forma mais ordeira possível, seria melhor do que outro empréstimo de resgate, como os empréstimos iniciais à Grécia e à Irlanda, que negam a necessidade de reestruturação. Não podemos ser bem-sucedidos a fazer uma desvalorização interna (reduzindo salários, pensões e outros custos), num país altamente endividado, se deixarmos intocado o valor da dívida. Esta é a contradição fundamental que está no âmago das actuais dificuldades europeias.

Mas a reestruturação da dívida não coloca o risco de contágio dentro da zona euro?
Uma reestruturação da dívida feita como deve ser e tranquilizando os investidores de que a Europa está, finalmente, a pôr a crise para trás das costas, não tem de ser uma fonte de contágio.

O que devia a Europa fazer para eliminar esse risco de contágio? Os países deveriam, por exemplo, reestruturar a dívida ao mesmo tempo?
Seria ideal ter a Grécia, Portugal e Irlanda a renegociar a dívida em simultâneo, embora a capacidade de a União Europeia (UE) orquestrar isto seja questionável.

A Espanha também estaria envolvida nesse processo?
Do meu ponto de vista, a Espanha é um caso diferente, não só por ter um nível menor de dívida, mas porque metade do seu sistema bancário está nas mãos de dois grandes bancos, que têm a maior parte dos seus negócios fora da Europa e, por isso, estão numa posição financeira mais forte.

Acha que é possível criar um consenso na Europa sobre a necessidade de aqueles países reestruturarem a dívida?
Eventualmente, os mercados irão forçar a isso, provavelmente já no Verão, se as autoridades europeias, começando pela chanceler alemã Angela Merkel, não o fizerem.

Que tipo de reestruturação da dívida pode ser feita?
Em primeiro lugar, os governos têm de reiterar o seu compromisso com o rigor orçamental no futuro. Em segundo, devem oferecer aos investidores um menu de novas obrigações em troca dos seus títulos antigos. Alguns irão manter a quantia principal inalterada, mas a taxa de juro será reduzida e a maturidade será alargada. Os bancos irão, provavelmente, preferir esta alternativa, de modo a não serem obrigados a registar perdas nos seus balanços. Noutros casos, os títulos serão reduzidos a metade, mas terão maturidades mais reduzidas e serão facilmente vendidos. Os fundos de investimento irão, provavelmente, preferir esta solução. O FEEF poderá fornecer garantias colaterais a estas novas obrigações, garantindo que são seguras, o que encorajaria os investidores a aceitar este acordo.


O que os testes de stress que estão a ser aplicados à banca devem supostamente identificar é precisamente esse risco. Espero que estes testes sejam agora feitos de uma maneira mais séria e credível do que da última vez, embora tenha dúvidas acerca disso. A testes de stress realistas, que incluem cenários realistas de reestruturação dos títulos de dívida, deveria juntar-se a injecção de fundos públicos para fortalecer os bancos mais fracos. O problema é que em países como a Alemanha há uma discussão em curso sobre quem deve pagar pela injecção de capital: os Estados, o governo federal ou outra entidade. A Alemanha tem de se apressar e tomar decisões.

Num artigo recente, avisou de que estamos a caminho de uma nova crise financeira, que seria precipitada pelo aumento das taxas de juro nos EUA. Quando é que isso irá acontecer e que países serão afectados?
Os mercados emergentes, que estão agora a receber os últimos fluxos de capital dos países avançados, irão assistir a uma reversão desses fluxos, o que irá deixar os seus bancos e mercados financeiros em sérias dificuldades - pelo menos naqueles países emergentes que estão menos preparados. Quando isso pode acontecer? Quando a Fed aumentar as taxas de juro. Suspeito que começará a fazê-lo em 2012. Por isso, é melhor prepararmo-nos.

In: Publico

Renegociar dívida antes que seja inevitável pode ser solução

Uma das razões que justificaram a ajuda à Grécia, quando rebentou a crise da dívida soberana, foi tentar evitar a reestruturação da dívida.

Mas, agora, depois de a Grécia ter pedido ajuda, de a Irlanda lhe ter seguido os passos e de Portugal ameaçar fazer o mesmo, a renegociação da dívida pública, eventualmente não pagando a totalidade da dívida aos credores, está no centro do debate. Cada vez mais economistas alertam que a crise da zona euro não será resolvida sem recorrer a este expediente, que, até agora, parecia destinado a aplicar-se apenas a países emergentes (ver caixa).

O antigo economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kenneth Rogoff, ou o antigo conselheiro da instituição, Barry Eichengreen (ver entrevista na página ao lado), têm defendido isso. Em Portugal, o PÚBLICO falou com economistas de vários quadrantes ideológicos e quase todos defendem que partir já para uma reestruturação da dívida, de preferência concertada a nível europeu, evitará um cenário pior de default (incumprimento) no futuro.

"Com juros tão elevados como os actuais e com a perspectiva de recessão na economia, não há alternativa à reestruturação da dívida", defende José Reis, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) partilha da mesma opinião, defendendo que, "quanto mais depressa agirmos, mais margem de manobra teremos para negociar as condições". Trata-se de evitar, não um default agora, mas um default futuro, conclui. João César das Neves repete o aviso: "Quanto mais tempo passar, maior será o corte da dívida e maiores as perdas dos investidores".

Uma renegociação da dívida é uma espécie de default negociado, em que os Estados acordam com os investidores um rescalonamento da dívida (alongando, por exemplo, a maturidade dos títulos e reduzindo as taxas de juro). Se necessário, há um haircut (corte), ou seja, o Estado só irá pagar uma parte da dívida que lhes foi emprestada. Além disso, enquanto renegoceiam a dívida, os países podem suspender as amortizações e o pagamento dos juros.

O principal risco num processo de reestruturação é o seu impacto nos mercados e, particularmente, no sistema bancário. Na Europa, a Alemanha e França opuseram-se, desde o início da crise, a uma reestruturação, pois os seus bancos estão bastante expostos aos títulos dos países periféricos. Os novos testes de stress pedem, aliás, que os bancos que detenham dívida pública portuguesa assumam uma perda de 19,8% no valor dos títulos a dez anos que detêm, o valor mais alto entre todos os países da União Europeia.

Ciente destes riscos, o Governo irlandês começou agora a usar a ameaça de incumprimento parcial, não só para pressionar uma redução dos juros do empréstimo europeu, mas também para conseguir mais ajudas à banca."Pelo caminho que os planos de austeridade estão a seguir, a reestruturação da dívida coloca-se inevitavelmente, não só na Grécia e na Irlanda, mas, eventualmente, em Espanha (dependendo da evolução da banca) e em Portugal (dependendo da evolução dos mercados)", considera José Castro Caldas, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Para o economista, é uma questão de opção: "Portugal pode reestruturar a dívida em extremo desespero, depois de vários anos de austeridade, ou fazê-lo de forma pró-activa". Além disso, salienta, um avanço para a renegociação da dívida poderia levar a alterações dos tratados europeus, que permitissem, por exemplo, que o Banco Central Europeu (BCE) passasse a comprar títulos dos países em risco no mercado primário.

Mas nem todos partilham desta opinião. A economista-chefe do BPI, Cristina Casalinho, acha que, no curto prazo, a reestruturação da dívida não se coloca. "Só se faz isso em casos-limite, como última opção, devido ao impacto significativo que pode ter no sistema bancário, nomeadamente de países como a Alemanha, a França ou a Espanha, que têm nos seus balanços muita dívida portuguesa, grega e irlandesa", salienta. A isso junta-se o risco de ter taxas de juro ainda mais elevadas. "A História mostra que, na sequência de uma reestruturação, Portugal teria de pagar, durante mais de uma década, juros acima dos que pagava anteriormente", conclui.

A possibilidade de renegociação da dívida não está, contudo, fora dos planos europeus. Na última cimeira, os líderes europeus parecem ter deixado a porta aberta a que a reestruturação possa ser um pré-requisito para aceder ao mecanismo de ajuda europeu, em vigor a partir de 2013.

Ana Rita Faria In: Publico

Portugal cada vez mais próximo de pedir ajuda

O comentário de Nicolau Santos, diretor-adjunto do Expresso, sobre a subida dos juros da dívida portuguesa e a ajuda internacional.


Veja o vídeo do expresso em que Nicolau Santos brilhantemente faz o ponto da situação actual, e tal como já aqui havia dito no FARO É FARO, a situação está a ficar mais complicada devido ao rating muito baixo que a República Portuguesa tem atribuído. 

Não é normal pedir-se dinheiro nos mercados com taxas de juro acima dos 8 e 9% e com uma recessão de 1,4%, mas tem sido possível colocar a divida e a perspectiva que temos pela frente é terrível, porque com a baixa do rating Português a maioria dos países que poderiam ajudar Portugal comprando divida soberana não o poderão fazer por imposição legal (como o caso do Brasil) dado que para o fazerem teria a divida de estar classificada como A ou superior, tal como tinha antecipado neste post - http://faroefaro.blogspot.com/2011/03/que-salvejeria-pah.html

Assim vai ser cada vez mais difícil Portugal se financiar nos mercados, primeiro porque as taxas estão cada vez mais altas e Portugal não vai conseguir pagar os juros dos empréstimos, bem como chegaremos a um ponto que não conseguiremos quem nos empreste mais dinheiro devido ao rating, e será uma pescadinha de rabo na boca... Nessa situação não haverá outra situação se não recorrer ao fundo europeu de estabilização financeira e deixar o FMI instalar-se de vez em Portugal.

E já não falta muito, portugal amanhã terá de pagar 5 mil milhões de euros a credores! Vamos lá ver como corre a operação.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quarta-feira, 30 de março de 2011

Letter from Ireland


Sunday March 27 2011

Dear Portugal, 

This is Ireland here. I know we don’t know each other very well, though I hear some of our developers are down with you riding out the recession.

They could be there for a while. Anyway, I don’t mean to intrude but I’ve been reading about you in the papers and it strikes me that I might be able to offer you a bit of advice on where you are at and what lies ahead. As the joke now goes, what’s the difference between Portugal and Ireland? Five letters and six months.

Anyway, I notice now that you are under pressure to accept a bailout but your politicians are claiming to be determined not to take it. It will, they say, be over their dead bodies. In my experience that means you’ll be getting a bailout soon, probably on a Sunday. First let me give you a tip on the nuances of the English language. Given that English is your second language, you may think that the words ‘bailout’ and ‘aid’ imply that you will be getting help from our European brethren to get you out of your current difficulties. English is our first language and that’s what we thought bailout and aid meant. Allow me to warn you, not only will this bailout, when it is inevit-ably forced on you, not get you out of your current troubles, it will actually prolong your troubles for generations to come.

For this you will be expected to be grateful. If you want to look up the proper Portuguese for bailout, I would suggest you get your English-Portuguese dictionary and look up words like: moneylending, usury, subprime mortgage, rip-off. This will give you a more accurate translation of what will be happening you.

I see also that you are going to change your government in the next couple of months. You will forgive me that I allowed myself a little smile about that. By all means do put a fresh coat of paint over the subsidence cracks in your economy. And by all means enjoy the smell of fresh paint for a while.

We got ourselves a new Government too and it is a nice diversion for a few weeks. What you will find is that the new government will come in amidst a slight euphoria from the people. The new government will have made all kinds of promises during the election campaign about burning bondholders and whatnot and the EU will smile benignly on while all that loose talk goes on.
Then, when your government gets in, they will initially go out to Europe and throw some shapes. You might even win a few sports games against your old enemy, whoever that is, and you may attract visits from foreign dignitaries like the Pope and that. There will be a real feel-good vibe in the air as everyone takes refuge in a bit of delusion for a while.
And enjoy all that while you can, Portugal. Because reality will be waiting to intrude again when all the fun dies down. The upside of it all is that the price of a game of golf has become very competitive here. Hopefully the same happens down there and we look forward to seeing you then.

Love, Ireland.

Sunday Independent

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FMI lamenta falência "quase certa" de Portugal

Perspectivas orçamentais de Portugal e Grécia até estão a melhorar, mas os mercados já assumem que falência é "quase certa".



Portugal está a ser empurrado para o abismo pelos mercados onde operam investidores e especuladores de dívida pública, reconhece o Fundo Monetário Internacional (FMI). Diz a instituição que os mercados já estão a apostar numa "quase certa" falência do país em breve, que assim será obrigado a recorrer ao fundo de apoio do FMI e da União Europeia (UE), à imagem da Grécia.

A instituição constata que as melhorias previstas nas contas públicas até são significativas (e não conta ainda com as medidas do Orçamento aprovado esta semana) e que em condições normais estas dariam resultados positivos no alívio dos estrangulamentos no crédito.

Num estudo ontem apresentado, intitulado "Fiscal Monitor", o FMI revela que, na verdade, "a ocorrência de eventos de crédito em algumas economias avançadas é quase certa" aos olhos dos mercados.

Um "evento de crédito" pode ser a falência (default) do país ou a ocorrência de falhas graves no pagamento das prestações devidas aos credores internacionais. Portugal, Grécia e Irlanda são apontados como os países onde a situação é mais negra. A Grécia já está a recorrer ao fundo FMI/UE.

O Fundo lamenta que os mercados possam estar a "sobrestimar" o risco de incumprimento (default) dos países problemáticos, mas concede que a probabilidade de ocorrerem estes eventos é mais alta hoje do que no passado. "O risco de materialização destes eventos permanece elevado em termos históricos no que respeita às economias avançadas - especialmente aquelas que já estão sob pressão dos mercados", escreve o FMI.

A instituição conta que "o crescente pessimismo [dos mercados] afectou alguns países da área do euro", que "o sentimento estabilizou em Maio-Junho nos países sob pressão (Grécia, Irlanda, Portugal) com a criação da Facilidade Europeia de Estabilidade Financeira", mas que "os receios dos investidores reemergiram recentemente, apesar das perspectivas orçamentais terem melhorado a um ritmo muito mais rápido que o esperado".

Os mercados estão a apostar quase a 100% na ocorrência de um default em Portugal. O FMI insiste que esses mercados - bancos e fundos estrangeiros que dantes compravam dívida portuguesa e que agora fecharam a torneira, ver págs. 18 e 19 - podem estar a "sobrestimar o risco de bancarrota" das nações mais problemáticas, impondo juros cada vez mais elevados. O pior, admite o FMI, é que a margem dos países altamente deficitários e endividados para inverter a noção e o sentimento que o exterior tem relativamente a eles é hoje mais estreita que nunca.

Ontem os "mercados" emitiram mais um alarme: a taxa das Obrigações do Tesouro a dez anos portuguesas atingiu os 6,8%, o valor mais alto desde que Portugal aderiu ao euro. Para Teixeira dos Santos, quando esta superar os 7%, mais vale recorrer ao fundo do FMI/UE. 


In: Jornal i