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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Portugal, que futuro?

António Barreto, João Duque e Miguel Morgado, juntos na Rádio Renascença para discutir o presente e futuro de Portugal.

Neste conversa discutiu-se a crise institucional e os poderes o presidente da républica, o problema do não entendimento entre os decisores políticos e quanto é que isso custou à nossa economia, o envolvimento da sociedade e dos stakeholders na decisão politica e foram apontados caminhos para resolver actual situação.

Tal como já tinha proferido aqui no blog Faro é Faro, António Barreto pediu que o Presidente da Republica, o Primeiro Ministro, Lider da Oposição e restantes partidos façam já antes do inicio da campanha eleitoral um acordo de principio para os tempos próximos, dado que caso se entre em extremismos na campanha não se chegará a um acordo e nas próximas semanas o que vai acontecer vai ter marcas no futuro próximo.

De facto não é possível que os partidos enlouqueçam todos e o Presidente da Republica tem de assumir o seu papel de liderança, caso contrário o poder cairá na rua.

Foi criado um dossier com vários vídeos e artigos sobre os diversos assuntos, com fragmentos da entrevista.


Cumprimentos cordiais

Luís Passos

domingo, 17 de abril de 2011

O julgamento da história

Caros,

A propósito do que foi dito na parte final do ultimo post, encontrei no blog O cachimbo de Magritte um texto de Miguel Morgado que é bastante ilustrativo da situação:

Daqui por 20 ou 30 anos os portugueses de então, olharão para trás e perguntar-se-ão pelo que aconteceu nas eleições de 2011. Examinarão a discussão pública e as opções dos lamentáveis jornais que temos e concluirão: o País à beira de uma catástrofe financeira sem paralelo na sua história, o País a ver com todos os contornos uma derrocada calamitosa, mas a discussão centrou-se no telefonema, na reunião, se foi um dia antes, ou quanto tempo demorou.

Os portugueses de hoje podem inventar os pretextos que quiserem para as suas loucuras. Os que daqui por 20 ou 30 anos nos pedirem contas, esses não nos perdoarão.


P.S.: Não acreditam? Vejam aqui os 22 pontos do Álvaro Santos Pereira. Tudo o resto é treta. E é por termos andado tantos anos entretidos com tretas que chegámos aonde chegámos. Este é um limite sério à habitual repreensão aos nossos políticos. A maioria de nós participou nesta farsa. Querem continuá-la?
 Para todos reflectirmos...

Luís Passos

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Leitura obrigatória

Envergonhado, sou forçado a reconhecer que desconhecia este presciente artigo do em boa hora regressado Bruno Maçães. O artigo é de 21/01/08. A crise ainda era essêncialmente um problema americano e o "modelo europeu" era apontado como o novissimo fim da História.

"Distribuídas por uma dezena de países a sul e a leste, as vulnerabilidades da economia europeia, da especulação imobiliária e cambial ao descontrolo das contas públicas, são uma ameaça grave, sobretudo porque causarão uma aceleração súbita dos problemas quando eles começarem. Alguém dizia recentemente que a próxima crise de dívida ocorrerá num de três países do sul da Europa e não, como se poderia pensar, num mercado emergente.(...) A fragmentação orçamental dentro da mesma zona monetária encoraja a despesa pública e o fomento da procura, pelo que as taxas de juro têm de ser mantidas artificialmente altas. (...) Mas os problemas de acção colectiva não ficam por aqui. Numa economia de mercado os custos do trabalho por unidade de produção deveriam convergir. Talvez a zona euro não seja uma economia de mercado, porque a verdade é que esses custos são hoje 10% inferiores à média na Alemanha e 20% superiores em Portugal. Stefan Collignon elaborou um gráfico surreal mostrando que esta diferença tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos. As economias alemã e portuguesa já não podem conviver no mesmo espaço por muito mais tempo. Em breve teremos de enfrentar uma escolha difícil. Admitindo que a situação actual provocaria uma desindustrialização profunda, teremos de optar entre a transferência radical de soberania económica para as instituições europeias ou o abandono da zona monetária." Imagino a indignação que provocou na altura.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cenários Eleitorais

Cenário 1: PSD ganha e consegue, com o PP, maioria absoluta. Forma governo, acata (que remédio) as medidas duras do FMI, Sócrates, ainda mais atiçado, mantém a sua maquievélica propaganda, e o povo, estúpido, põe as culpas na nova AD, com a mesma leveza com que já pinta murais pela cidade fora, não contra Sócrates, mas contra o FMI. A AD desgasta-se e eleições não muito longínquas marcam, ou o regresso de Sócrates, ou a desejada (mas improvável) "mudança de regime".

Cenário 2: PSD ganha mas não consegue maioria absoluta com o PP. Na impossibilidade de formar um Bloco Central com o PS, dado que Sócrates não se demite, Cavaco convoca novas eleições, contrariado mas sem se incomodar demasiado.

Cenário 3: PS ganha e consegue maioria absoluta com o PP. Passos demite-se. Portas aceita, com sentido de Estado, a coligação com Sócrates, num namora que não dura mais que uns meses. O povo, descontente com o governo e com maior clareza sobre a dimensão da mentira socrática, empurra Sócrates para fora do palco das eleições que batem à porta. Novos protagonisas (menos Portas e Louçã, claro; Jerónimo não conta, é outro campeonato).

Cenário 4: PS ganha e consegue maioria absoluta apenas com PCP e BE juntos.Cruzes credo, grita Cavaco à sua Maria. PCP e BE acabam por aceitar, mas perante a "malvada tecnocracia" do insensível FMI, rompem a coligação. Sócrates sai queimado. E Passos já se teria demitido.

Cenário 5: PS ganha e só consegue maioria absoluta com o PSD. Passos Coelho demite-se (aliás, tinha já dito que com Sócrates não governava) e alguém do PSD sujeita-se a ser bengala do PS. Os podres do socratismo são revelados a conta-gotas, e todos os os restantes partidos partem para novas eleições reforçados.

Perante isto, há questões estratégias e questões de ética a ter em conta. A ética manda que Sócrates seja punido pela sua actuação nos últimos anos. A estratégia não é tão linear. Por vezes é preferível perder uma batalha para ganhar uma guerra; por vezes é preferível oferecer uma finta ao adversário, no xadrez mais que no futebol, suponho, para melhor o encurralar depois; por vezes é preferível não prender um criminoso hoje e apreender 20 kg de cocaína, mas esperar por amanhã e capturar 300 kg.

Mas não estou a dizer A nem B, estou a pensar alto. E acrescento apenas uma coisa: a linha diferenciadora entre estratégia e ética não é propriamente linear, sobretudo se aceitarmos o pressuposto que dentro da ética cabe também uma preocupação com op futuro de Portugal e dos portugueses. Sem conversas da treta, com os nossos filhos e netos. As próximas eleições decidem provavelmente os próximos 6 a 12 meses de governo, e muito provavelmente o que de mais relevante decidirão é quem é que vai levar porrada pelo estado a que chegámos - independentemente de ter responsabilidade ou não. Será triste, mas se calhar vai ser mesmo assim. Não sei.

Sei que amo demasiado o país e esta gente tão familiar e tão querida, com todas as suas virtudes e defeitos, para balizar uma análise política num horizonte de 1 ano ou sucumbir ao desejo que se faça justiça de forma um tanto ou quanto emocional.

Mas isto é sobretudo pensar alto. Que rotulem, tanto se me dá.
 
Tiago Mendes In: Cachimbo de Magrite

De acordo com os cenários apresentados, com estes políticos, seja qual for a solução o desfecho é sempre mau, e muito provavelmente haverá eleições intercalares na próxima legislatura.
 
Com gente desta o pais não se aguenta, estes partidos políticos de agora ainda conseguem ser piores que os da 1ª Republica. Não há volta a dar... este pais é inviável... 

Quem poder... que saia do pais quanto antes... pire-se daqui para fora... isto vai-se tornar num inferno a curto prazo...

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Portugal no abismo

Não sei onde é que isto encaixa na fábula da "crise-que-foi-provocada-pelo-chumbo-do PECIV-porque-até-aqui-estava-tudo-a-correr-pelo-melhor". Quando alguém como o Hans-Werner Sinn compara Portugal a um "poço sem fundo" e se avisa que grande parte da ajuda será irrecuperável é porque a credibilidade externa não terá sido propriamente perdida devido a desavenças entre os partidos e muito menos por culpa da oposição. Mas se acham que é esta a questão central talvez pudéssemos instituir um regime de partido único. E em vez de "ditadura" chamavamos-lhe "democracia avançada". Resolvia-se o problema.
 
Por Miguel Noronha  no Cachimbo de Magrite

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Isto é ridículo... BAHHH!

Com o pais na ruina, em vias de entrar o FMI por aqui a dentro, de muita gente ficar desempregada, de perdemos imenso poder de compra, de os impostos aumentarem, de provocar sofrimento as familias, o primeiro ministro da preocupado em como fica melhor na TV? Cristo... ao que isto chegou!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Bem diziam os Romanos - No sul da peninsula há um povo que não se governa nem se deixa governar

 O Presidente da República entende que o Governo pode pedir ajuda externa, a Comissão Europeia há quinze dias que faz saber que o Governo, do ponto de vista de Bruxelas, pode pedir ajuda externa, a conselheira do FMI acha que só um milagre poderia evitar a necessidade do recurso à ajuda externa, o presidente do Eurogrupo considera que é uma questão de Lisboa definir quem é competente para pedir ajuda externa, o BCE julga que é "uma decisão que só Portugal pode tomar". "Portugal", porém, acha que não tem

- "legitimidade";
- "condições";
- "poder";
- e "a credibilidade que é necessária para poder merecer a confiança que é necessária por parte das entidades externas que nos podem ajudar".

Está finalmente claro por que razão o "Portugal" enterrou, no exacto momento em que enterrou, Portugal numa crise política?


Via Cachimbo de Magritte

Esta frase foi escrita por um general romano em serviço na Ibéria em carta enviada ao Imperador. É atribuída ao General Galba, que teria sido um dos primeiros governadores romanos na península, no Séc III antes de Cristo.

Referia-se o general romano aos Lusitanos, uma tribo guerreia que habitava também uma parte do actual território nacional. Não foi fácil às legiões romana dominarem os Lusitanos que ofereceram acesa resistência. Lembremos um dos seus chefes: Viriato.

Parece que a célebre frase aplicada aos nossos antepassados se pode igualmente aplicar aos portugueses da actualidade. Não nos governamos nem queremos que nos governem.

Num país endividado até ao tutano a quem não faltará muito os credores deixarão de emprestar dinheiro ou então fá-lo-ão com juros incomportáveis, os portugueses continuam a soprar para o lado:
- No Natal de 2010, os portugueses gastaram mais dinheiro do que no ano transacto.
- Ao contrário do que se verifica na Europa, em Portugal acelerou a compra de carros novos no último trimestre de 2010.
- Tudo o que era local de passagem de ano e tudo o que era avião pejou de portugueses.

Poupança? Prevenir o futuro? Investir? Nada disso. Gastar, gastar, gastar. Parece que o pensamento de muita gente anda por aqui: quem vier depois de nós que feche a porta, isto é, que pague as dívidas. Que direito temos nós de fazer pagar às gerações futuros as dívidas que elas não contraíram?

Existe uma burguesia média e média-alta citadinas para quem a máxima é gozar a vida, sem horizontes nem amanhãs. Parece que três deuses enchem por completo o coração desta gente: prazer, ter, e poder. Valores? Que valores? Cada um que se safe! Egoístas até ao fundo, só pensam no seu próprio bem-estar, o resto é paisagem.
E se pensarmos que é esta gente que, através de lobbys bem organizados e pouco ou nada transparentes, está por trás dos decisores políticos, económicos e jornalísticos, compreendemos que estamos bem entregues... A crise começa na ausência de valores, derivam muito daqui as crises económicas e sociais.

Há ainda a célebre mania nacional do dar nas vistas. Da primazia do parecer sobre o ser. "Se o meu vizinho goza, eu também tenho do gozar." Não interessa como, não interesse o futuro que se hipoteca...

Depois queixamo-nos dos políticos. É certo que, na maioria das vezes, com razão. Mas os políticos emergem do povo que somos, são portugueses como os outros. Se os políticos são fracos, é porque nos tornamos num povo fraco.
Ainda não nos habituamos a castigar nas urnas os mentirosos e falsos e a premiar quem nos diz a verdade, mesmo quando esta não nos é agradável. Vejamos o caso das últimas eleições legislativas. Quem é que o povo escolheu? Sócrates. Exactamente aquele que todos já sabiam que não cumpre o que promete, aquele que hoje diz uma coisa e daqui a dias o contrário...

Há ainda uma mentalidade dependentista na sociedade portuguesa. Parece que as Câmaras e o Estado é que têm de fazer tudo. Não queremos o comunismo, mas depois acabamos por proceder como se vivêssemos num estado comunista. Não há emprego? Culpa do Estado e das Câmaras. Não há empresas? Culpa do Estado e das Câmaras? Há pobres? O Estado e as Câmaras que resolvam...
Precisamos de despertar para a cidadania plena, tanto na reivindicação, na vigilância aos governos, na manifestação dos nossos pontos de vista, como na realização, na iniciativa, na solidariedade...
Quanto menos precisarmos dos políticos, menos dependência deles teremos, mas servidores os tornaremos, menos corrupção existirá...

Às vezes parecemos um povo infantil: só causas concretas e imediatas nos movem. Somos capazes de fazer uma manifestação porque na cantina de uma escola foi encontrada uma lagartixa na sopa, mas nunca nos movimentamos por valores.
Como é que um povo sente uma minoria de privilegiados (gestores, boys e muitos ricos) a ganhar loucuras e não se revolta, não se manifesta quando no mesmo país há reformas que não dão sequer para os medicamentos?
Via Viriatus15 
    
Realmente depois deste Carnaval todo... este pais não se governa nem se deixa governar.
O presidente da Republica é o grande culpado da situação actual, com os seus paninhos quentes, "cooperação estratégica" e falinhas mansas isto chegou onde chegou.
 
Neste momento o que Portugal precisa é que o  mais alto magistrado da nação tome as rédias e o pulso do pais no sentido de na ausência do governo tornar o pais governável e evitar um conflito institucional, bem como assegurar o regular funcionamento das instituições.
   
Nada disso está a acontecer, o pais está a partir-se aos bocados, provavelmente a assembleia da republica vai polarizar-se após as eleições, com os votos dispersos pelos partidos não sendo possível fazer compromissos à esquerda e à direita. Em resumo... é o caos completo.
     
O que era necessário era um entendimento entre partidos, a criação de um governo de salvação nacional, em que todos os partidos irão assumir a responsabilidade pelas medidas que irão ser necessárias de forma a tirar-mos o pais da situação actual.
    
De outra forma, como os partidos governam para as clientelas e para as eleições, não se vão fazer as reformas estruturais e vai-se empurrar com a barriga, excepto se conseguirem diabolizar uma entidade externa, como o FMI por exemplo e dizer... Vamos fazer isto mas é porque eles nos impõem, caso contrário... irá ficar sempre tudo na mesma. 
  
Portugal hoje precisa desesperadamente de um estadista, alguém com capacidade de gerir o problema institucional e com enorme sentido de estado. Cavaco não é nada disto. Quem quer não pode e quem pode não quer...
  
Assim vai Portugal!!!
   
Cumprimentos cordiais


Luis Passos 

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Portugal já é capa do Financial Times

Portugal may miss consolidation goal, titula o Financial Times. Já estão mais rápidos no gatilho. À rapidez não deve ser inteiramente estranho o facto de as obrigações de referência (10 anos) estarem à beira dos 6%, de novo - comenta o blog "Cachimbo de Magritte".

Na verdade as coisas estão negras para o território Luso, aumentamos a despesa corrente primária em cerca de 5,5%, andamos a brincar aos ricos a fazer coisas que não podíamos pagar, auto estradas para onde ninguém quer ir, mas se derem prejuízo, o estado paga; hospitais e pontes em P.P.Privadas; desorçamentação, empurrar despesas que dependem do O.E. para as empresas e institutos da esfera do estado para maquiar as contas... enfim. 

Agora meus meninos... toga a pagar... Já se ve ao longe o avião do FMI a aterrar na Portela.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos