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sexta-feira, 20 de maio de 2011

FMI arrasa Grécia. Novos cortes a caminho

Governo grego aplica mais austeridade: 6 mil milhões de euros.

O programa de ajustamento da Grécia está a descarrilar e o governo tem de aplicar maior austeridade, no valor de 6 mil milhões de euros, para conseguir reduzir o défice orçamental de 10,5% do PIB em 2010 para 7,6% no final deste ano.

O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, anunciou ontem que o novo pacote de austeridade será especificado nos próximos dias, apenas um mês depois de o executivo ter definido um plano de 26 mil milhões de euros que incluía já parte das receitas do seu programa de privatizações (50 mil milhões de euros até 2015).

O empréstimo de 110 mil milhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional à Grécia implica a "estrita condicionalidade", ou seja, um programa agressivo de consolidação orçamental e reformas estruturais. Se a Grécia não cumprir as metas definidas, arrisca-se a não receber as próximas tranches do empréstimo.

Ontem, o líder da missão do FMI na Grécia, Poul Thomsen, deixou um aviso sério: "A visão que parece estar a impor-se é a de que o programa do governo não está a funcionar. O programa irá descarrilar sem o reforço das reformas estruturais nos próximos meses."

As palavras duras do FMI seguiram-se à exigência dos ministros das Finanças europeus e do comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, para que a Grécia avance rapidamente nas reformas económicas e no programa de privatizações.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e Olli Rehn admitiram na terça-feira que poderia haver uma "reestruturação suave" da dívida grega, com o alargamento das maturidades dos empréstimos. Porém, o Banco Central Europeu veio ontem contrariar essa opção: "A reestruturação da dívida acabará com parte ou mesmo a totalidade do capital dos bancos gregos e por isso é uma receita para a catástrofe", disse Jurgen Stark, membro do conselho-executivo do BCE.
 

É com esta e outras noticias que começamos a perceber o porque do afastamento de Strauss-Khan da direcção do FMI.
As medidas aplicadas a Grécia não estão a resultar e o pais está cada vez mais endividado. Segundo li num artigo do Finantial Times, já se estava a preparar um segundo pacote de ajuda na ordem dos 70 mil milhões de euros, e era Strauss-Khan quem liderava o processo.
Mais uma vez a Grécia encaminha-se para a catástrofe. Agora estou convencido que os estados deviam ter privatizado alguns sectores da economia no tempo das vacas gordas e ter conseguido um bom valor pela sua participação, porque agora em tempo de vacas magras vai ser tudo privatizado ao desbarato. Quem agradece são os grandes grupos económicos que vão comprar barato. Alias... não sejamos ingénuos, esta crise foi provocada para permitir essa transferência de riqueza, e transferir divida privada da banca para os estados (o povo que pague a crise).
 
Se houvesse políticos dignos desse nome, nada disso teria acontecido, pois não se teriam endividado os países, tinham-se privatizado sectores na altura própria e hoje estaríamos bem melhor.
 
No meu entender o estado não deve possuir empresas de transportes, energia, investimento, etc etc. O que o estado deve fazer é ser o regulador e árbitro da actividade económica, fazer aplicar a justiça, recolher os impostos, promover e fazer chegar a educação a todos, garantir a equidade, fazer as leis, garantir a segurança e a soberania nacional, emitir moeda, garantir a saúde para todos e promover o estado social.

Assim não teríamos abusos de privados, porque a acção reguladora do estado seria firme, teríamos um mercado mais competitivo, teríamos mais investimento e mais emprego e um pais mais rico. 
Mas não, temos um estado que representa mais de 50% da economia nacional, uma administração publica monstruosa, uma burocracia idêntica à dos Faraós e um sistema de justiça que faz da vara saca-rolhas. Assim não saímos do buraco em que nos afundamos cada vez mais... tal como os gregos.

É preciso intervir já... termos um governo capaz, que se entendam entre si (coisa que não acontece hoje), que trabalhem pelo desenvolvimento económico nacional, que tenham sentido de estado e capacidade de vencer os desafios que ai se aproximam. Caso contrário vamos acabar como os gregos. Não tarda muito e estará em breve uma reestruturação da divida grega.

E nós... com a economia actual, ainda não recebemos o dinheiro do FMI, mas não tarda muito está ai uma reestruturação da divida a porta! 

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bancarrota: risco acima de 40% e juros a 5 anos em 10,42%

A pressão da opinião pública finlandesa e o debate sobre a reestruturação da dívida grega estão a enervar os investidores. Risco de default regressa aos 40% e juros a 2, 3 e 5 anos disparam.

A probabilidade de incumprimento da dívida soberana portuguesa num horizonte de 5 anos voltou a subir acima dos 40%, um regresso aos níveis de risco de default do período de crise mais aguda entre 31 de março e 5 de abril (nas vésperas do pedido de resgate por parte do governo português), segundo dados da CMA DataVision.
A distância entre o risco português e irlandês amplia-se; a probabilidade de bancarrota em Dublin mantém-se no patamar dos 37%, apesar de também estar em alta.
Fruto deste agravamento do risco, as yields (juros implícitos) das Obrigações do Tesouro (OT) portuguesas no mercado secundário estão a disparar nas maturidades de menor prazo, a 2, 3 e 5 anos. Os juros a 5 anos estão em 10,42%, novo máximo histórico e manifestam tendência para a subida, segundo dados da Bloomberg.
Vários elementos estão a toldar a "calma" dos mercados financeiros da dívida. As sondagens na Finlândia apontam para 50% do eleitorado contra o resgate a Portugal. Os finlandeses vão a votos no próximo domingo e os resultados eleitorais podem vir a ter implicações na posição oficial da Finlândia no seio da zona euro.
A par desta contenda política, os investidores no mercado da dívida soberana estão inquietos com a perspetiva de uma reestruturação da dívida grega num prazo mais curto do que o previsível, o que iria colocar em cheque toda a estratégia da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional para evitar a todo o custo processos de reestruturação e reescalonamento de dívidas soberanas na zona euro. Caindo a primeira peça do dominó, o contágio ficaria na ordem do dia.

Juros da dívida espanhola disparam também

Hoje de manhã, as yields em todas as maturidades das obrigações espanholas estão em alta acentuada, com variações na subida diária entre 1,5% e 2,2%. A maior pressão concentra-se nas maturidades a 2 e 3 anos, as de menor prazo, onde os juros estão ainda no patamar dos 3%. Também o risco de default de Espanha aumentou, estando agora em 18,4%. No dia do pedido de resgate por parte de Portugal fechou em 16,4%.


Nota do Faro é Faro

O facto dos políticos portugueses não se conseguirem entender está a ser a pedra de toque para a nova crise que se está a criar à volta da crise.

A falta de confiança em Portugal anda pelas ruas da amargura, os nossos políticos não conseguem definir um plano, uma estratégia um caminho para Portugal. Andam as voltas em joguetes politico-partidários.

Chega-se a triste conclusão que os partidos que temos apenas existiam para tomarem de assalto o orçamento para o distribuírem pelas suas clientelas... nada mais.

O pais está feito em fanicos, não temos industria, não temos comércio com expressão, exportamos pouco, temos um estado caro e despesista. O estado social vai acabar dentro de pouco tempo, ouvi hoje no telejornal que em alguns hospitais já estão a pedir aos doentes para trazer lençóis, roupa lavada e medicação de casa, brevemente vai entrar em colapso.

As parecerias publico-privadas, que foi um desvario de loucura em que muitas empresas do regime, tipo Motta-Engil e amigos meteram dinheiro do contribuinte ao bolso de uma forma louca, roubando os portugueses de uma forma inaudita. Deviam sentar-se no banco dos réus.

A situação já e pior do que 1890... e só espero que não venhamos a perder a independência por causa de meia dúzia de políticos malucos e banqueiros gananciosos.

Aquilo que estou a ver é que, tal como os romanos diziam, o povo português não consegue governar-se sozinho, precisa de alguém com punho de ferro para por isto em ordem. Segundo um gráfico que Medina Carreira mostrou, Portugal apenas teve as contas controladas no período do Estado Novo, ou seja, debaixo de uma ditadura forte, em que não havia "pão partido para malucos". Não se roubava, nem se gastava dinheiro mal gasto. Hoje é fartar de vilanagem, roubos escandalosos despesismo, o estado paga tudo... baixa produtividade no sector publico, justiça que não funciona, etc etc.

Tudo somado da a crise que temos hoje. Vamos levar anos a pagar as nossas dividas. 
Só em parcerias publico-privadas temos 59,6 mil milhões de euros. 


Foi uma orgia de dinheiro mal gasto... e agora as próximas gerações estão hipotecadas, pelo desvario de meia dúzia, que dentro de alguns anos estarão mortos, e por isso não sentirão mais nada, mas o resto do pessoal que cá fica... ficará a sofrer na pele e no bolso os privilégios, despesismo e corrupção de meia dúzia.

Por isso é urgente fazer-se uma revolução silenciosa e colocar essa gente toda no banco dos réus, confiscar-lhe os bens e proibi-los de voltar a ocupar cargos públicos. Tem de ser um acto simbólico para moralizar o pais. Para alem disso é necessário inverter os valores que hoje vigoram. A população portuguesa tornou-se tolerante para com a corrupção e as mal feitorias. É necessário denunciar, não compactuar, desmascarar todos aqueles que andam a roubar o estado... fazer com que as pessoas voltem a adquirir (se é que alguma vez tiveram) sentido de estado.

Ai sim... podemos fazer um Portugal melhor.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portugal já está a pagar mais caro do que a Grécia para se endividar

O Estado português colocou no mercado 1.005 milhões de euros num leilão duplo de bilhetes do Tesouro. No prazo a 12 meses, o mais longo, Portugal aceitou pagar uma taxa de 5,902%.
O IGCP acabou de vender 1.005 milhões de euros num leilão duplo de bilhetes do Tesouro, a seis e a doze meses, ligeiramente acima do montante indicativo. Foi colocada uma maior quantidade de bilhetes no prazo mais curto.

Portugal vendeu 455milhões de euros em dívida a 12 meses, pagando uma taxa de 5,902%, e mais 550milhões de euros no prazo a seis meses. Nesse prazo mais curto, o juro médio foi de 5,117%.

Nas anteriores emissões comparáveis, Portugal tinha pago um juro de 4,331% (12 meses) e de 2,984% (seis meses).

O juro acabou por ficar abaixo das estimativas consensuais entre os analistas contactados pelo Negócios, mas todos os especialistas avisaram que a baixa liquidez dos títulos e a forte volatilidade dos últimos dias tornava impossível fazer prognósticos convictos.

Portugal terá beneficiado da participação de alguns bancos nacionais e entidades ligadas ao Estado, soube o Negócios antes do leilão, como o Fundo da Segurança Social, que tem vindo a intensificar a compra de dívida pública portuguesa.

Isto numa altura em que os bancos privados se mostram, pela voz dos seus líderes, cada vez mais indisponíveis para continuar a participar nos leilões de dívida pública portuguesa.

No leilão desta manhã, a procura superou em 2,3 vezes a oferta na dívida a seis meses e em 2,6 vezes no prazo mais longo.

O montante indicativo, até mil milhões de euros, era comum às duas linhas. A agência que gere o crédito público português comprometia-se apenas a colocar um mínimo de 300 milhões de euros em cada uma das maturidades


Em resumo:
- 550 milhões de euros a seis meses à taxa média ponderada de 5,117%
- A Grécia "conseguiu", a 8 de Março, uma taxa de 4,75% para o mesmo prazo;
- 455 milhões de euros a 12 meses: 5,902%.
Estão a aproveitar-se de Portugal estar sem governo e a deriva, para subir e muito a taxa de juro. Se não fosse a segurança social ter comprado divida, tínhamos batido nos 7% a curto prazo.

O facto de o governo ter caído neste momento foi uma péssima ideia como se está a verificar, por muito mau que o governo Sócrates fosse, era preferivel faze-lo cair mais a frente com uma moção de censura, talvez em Novembro, não agora! O resultado para a economia nacional está a ser devastador. Cada dia que passa a coisa fica mais dificil...

Onde está esse incompetente Cavaco? 

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Juros das obrigações portuguesas renovam máximos históricos

A taxa de juro que os investidores exigem para deter obrigações portuguesas encontra-se em máximos históricos na maturidade de 10, cinco e dois anos. 

 A taxa de juro da dívida a dois anos continua acima da remuneração das obrigações com maturidade a 10 anos. Um sinal de que existem receios de que Portugal incumpra o pagamento da dívida e algo que já acontecia desde 2004 com a dívida portuguesa.

Nas obrigações a 10 anos os juros avançam sete pontos base para 8,583% e fixaram hoje um máximo histórico nos 8,603%. Na maturidade de dois anos a “yield” sobe 10,7 pontos base para 8,811%, segundo as taxas de juro genéricas da Bloomberg.

Os juros da dívida a cinco anos apreciam 11,6% para 9,858% e encontram-se próximo do máximo de 9,878% registado esta manhã.

A taxa de juro das obrigações gregas está hoje a subir, depois de o jornal alemão “Der Spiegel” ter divulgado que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está a pressionar o governo de Atenas a reestruturar a dívida pública.

A taxa de juro das obrigações alemãs está em alta pela oitava sessão consecutiva. A pressionar o preço das “bunds” (cujo preço oscila em sentido contrário ao dos juros) está a expectativa de que o Banco Central Europeu ()BCE aumente as taxas de juro de referência para a Zona Euro, o que pressiona o valor das obrigações no mercado.

Isto depois de o presidente do BCE ter sinalizado uma subida dos juros no dia 3 de Março e de ter sido divulgado, hoje, uma subida anual de 6,6% nos preços cobrados à indústria, segundo os dados da Comissão Europeia. Um ritmo de subida dos preços que é o mais elevado desde Setembro de 2008. 


As coisas estão negras para o nosso lado...

Quem poder emigrar que o faça agora!!!
Cumprimentos

Luís Passos

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ainda o leilão da divida de hoje...

Caros,

Conforme foi publicado no post Ainda não foi hoje que Portugal bateu na parede... , aqui no blog Faro é Faro, a agencia REUTERS publica hoje um artigo de 3 páginas sobre o mesmo leilão com o titulo CORRECTED - WRAPUP2 - Portugal pays heavily to borrow, S&P cuts Ireland em que basicamente referem os mesmos tópicos também indicados no post aqui do FARO É FARO mas acrescentam algo:

 - "Portugal está agora a pagar, por um empréstimo a 15 meses, uma taxa de juro mais elevada que a Espanha para empréstimos a 10 ano - uma clara indicação do risco que os investidores agora associam a Portugal(...) Richard McGuire, um especialista em dívida do Rabobank, referiu que apesar do leilão de Sexta (01/04) ter demonstrado que Portugal ainda podia aceder aos mercados em caso de necessidade, a tendência não era animadora. "Na prática, (Portugal) está insolvente - ie está claramente numa situação em que a dívida está a ser emitida para cobrir o serviço da dívida [ie, juros e capital], o que resulta num [efeito] "bola de neve" de dívidas" - Ver pag 1 e 2 do artigo.

 Vem assim deste modo confirmar as minhas previsões que caso não batêssemos na parede hoje, iremos bater em Junho. O problema agora é que aparentemente ninguém quer ficar com o ónus te der de chamar o FEEF/FMI para intervir, porque sabe que isso poderá ter implicações a longo prazo, em termos eleitorais.

Assim, Portugal não se governa nem se deixa governar, e aqui anda ao sabor das ondas, como naufrago a tentar por a cabeça fora de água, até que não aguenta mais e se deixa afogar, quando poderia tudo isto ter sido evitado, tendo pedido socorro atempadamente.
O Presidente da Republica que com a sua acção determinada, forte e incisiva deveria ter apaziguado os mercados dando transmitindo sinais de confiança,  deveria ter posto fim a tempo e horas ao conflito institucional vigente, servindo de mediador entre as partes (PS e restantes partidos) no sentido de evitar a situação actual. Cavaco foi um factor de instabilidade, pondo em primeiro plano ódios e cóleras pessoais em vez do interesse nacional.

O problema português e estrutural e de crescimento económico,  ou seja, para sustentar o actual modelo social a economia nacional precisa crescer, e o estado precisa racionalizar recursos e diminuir a despesa. Isto é básico.  A receita já a muito tempo que se sabe qual é... Resta saber é quem é que "os tem no sitio" para implementar estas medidas.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos



quinta-feira, 31 de março de 2011

Análise as Parcerias Publico-Privadas



Este vídeo é importantíssimo, diria mesmo, OBRIGATÓRIO VER!!!!
José Gomes Ferreira entrevista  entrevista Avelino de Jesus e Carlos Moreno. Este, antigo juiz do tribunal de Contas  acaba de dizer coisas sobre as parcerias público-privadas que deixam indícios fortíssimos de fraude nas negociações.

O próprio entrevistador disse que "é um escândalo" ao saber que os encargos que temos de pagar por essas asneiras, causadas pela sobre-estimação de receita na ordem dos milhares de milhões. 

Portugal vai levar com estas PPP directamente em cima. Existe muita desorçamentação, por causa do deficit muita despesa pendurada no O.E. foi varrida para debaixo do tapete, como aconteceu nas Estradas de Portugal entre outra entidades, agora vai vir tudo ao de cima.

Os contratos das auto-estradas foram ruinosos, transferindo para o estado todo o risco e para os privados apenas as polpinhas. Construíram-se estradas a mais, obras que não faziam falta e que não contribuem para o produto do pais, apenas servem par aumentar a despesa e para os empreiteiros do regime ganharem dinheiro. 

A Policia Judiciária devia investigar, o Ministério Publico, a Procuradoria Geral da Republica, deviam ser levantados processos crime contra os responsáveis por este descalabro que nos levou a ruína.

É vergonhoso que fora de Portugal se conheça melhor a nossa economia e as nossas contas e finanças que nos próprios (contribuintes e cidadãos comuns). Tem de haver politica de verdade, caso contrário estamos a esconder uma realidade que é conhecida de quem empresta dinheiro a Portugal e dai a taxa de juro não irá parar de subir... É preciso tomar medidas urgentes, não vale a pena desculpar com a crise politica, o problema é serio e necessita de resolução. Falar verdade penso que será a melhor solução, e dai com essa realidade modelar a estratégia para nos tirar daqui e nos levar ao bom caminho.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quarta-feira, 30 de março de 2011

Juro de Portugal nos 9%

A 'yield' dos títulos de dívida portuguesa a 5 anos bateu um novo recorde. 

[Actualiza com declarações do secretário de Estado do Tesouro e do economista da Schroders para a Europa]

O índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar obrigações do Tesouro (OT) portuguesas a 5 anos subiu até aos 9,040%. É o valor mais elevado desde pelo menos 1999, ano da adesão ao euro.

No mesmo sentido, as 'yields' genéricas dos prazos a 10, 3 e 2 anos sobem para 8,012%, 8,616% e 7,783%, respectivamente. Também são máximos históricos.
Azad Zangana, economista da Schroders para a Europa, afirma que "os preços actuais que o mercado exige [a Portugal] são apenas sustentáveis para um ou dois anos", considerando que um ‘bailout' "seria um grande passo" para o País. Isto porque, segundo Azad, "um resgate permitira financiamento para seis a sete anos e a possibilidade de Portugal organizar as suas contas públicas."

O agravamento dos juros surge um dia depois de a Standard & Poors ter cortado, pela segunda vez em cinco dias, o 'rating' da República, desta vez de 'BBB' para 'BBB-', o último nível antes de ser considerado 'lixo'.
Também ontem o Boletim de Primavera do Banco de Portugal agravou as previsões de recessão para a economia este ano e em 2012.
A escalada dos juros de Portugal no mercado secundário torna uma missão quase impossível para o Estado ir ao mercado buscar o dinheiro que falta para fazer face aos seus compromissos, empurrando o País para o FMI. Até Junho são necessários cerca de 9 mil milhões de euros.

Porém, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, garantiu hoje à Bloomberg que Portugal conseguirá responder "aos reembolsos de dívida de 2011, especialmente os reembolsos de dívida de longo prazo de Abril e Junho".


Mais uma vez, o blog Faro é Faro acerta nas previsões, conforme foi por mim publicado ontem, no post Standard & Poor's volta a baixar o rating de Portugal para BBB-/A-3, antecipei que até ao final desta semana iríamos bater nos 9%, pois não chegou ao ao fim da semana, foi já hoje.

Eu sinceramente só estava a espera de atingir este valor lá por quinta feira, mas os mercados estão a reagir de uma forma singular.

Obviamente o que está a fazer com que a taxa a 5 anos suba desta forma é a ingovernabilidade, o facto de não se conseguir aprovar legislação urgente, como por exemplo o imposto sobre a banca, ou fazer correcções nos valores da tributação, o facto de não haver perspectivas de grandes mudanças na classe politica e a situação de tesouraria complicada que Portugal atravessa, são factores determinantes.

De facto a ânsia de poder do PSD fez com que o pais caísse no caos, se a situação anterior já estava presa por arames, agora está tudo espatifado...

Vamos la ver se a Dilma Rouseff, a presidente do Brasil que está cá em Portugal da uma ajudinha, comprando divida soberana ou ajudando de outra forma, caso contrário a coisa vai bater na parede.

Assim sendo, se até amanha não reunirmos os 5 mil milhões que temos em divida (ver post Portugal na banca rota daqui a 7 dias) não há outra alternativa se não accionar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e chamar o FMI

Oxalá me engane, mas pressinto que na próxima semana já cá temos o FEEF/FMI.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

terça-feira, 29 de março de 2011

Taxas de Juro batem valores record, 8.7%

A escalada dos juros prossegue, apesar do risco de default se manter abaixo do nível de sexta-feira. Juros a 3 anos sobem para 8,27%


Ao final da manhã, as yields (juros implícitos) no mercado secundário relativas às Obrigações do Tesouro portuguesas continuam em escalada.

Os juros das OT a 5 anos já estão nos 8,7% e os juros das OT a 3 anos subiram para 8,27%. A pressão nestas duas maturidades continua.

Também os juros das OT a 2 e 10 anos continuam a subir no patamar dos 7%, com os primeiros em 7,25% e os segundos (anteriormente os mais mediáticos) em 7,88%.


Como já aqui havia referido no post Portugal na banca rota daqui a 7 dias Portugal tem de pagar de empréstimos contraídos mais juros cerca de 5 mil milhões de euros (4,2 de emprestimo + 0,7 de juros)... Neste momento só temos 4 mil milhões e andamos à rasca para arranjar mais mil milhões.

Em Junho próximo cai outra factura, desta vez mais 6 mil milhões, conforme se pode ver no gráfico abaixo.

Onde vai Portugal arranjar receita para tapar semelhante buraco? Já se fala na privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos... Mas acho que já não dá tempo de preparar um processo de privatização em tão curto espaço de tempo, menos de 2 meses...

Por isso não vejo outra hipotese... Portugal vai bater na parede no final de Maio (se não bater já em Abril) e vai precisar do fundo de resgate. Neste momento é inevitável, e ainda por cima sem governo e em campanha eleitoral... QUE IRRESPONSÁVEIS POLÍTICOS TEMOS!!!! VERGONHA!!!
Vejam este excelente video do Expresso sobre este tema aqui.

Cumprimentos cordiais

quarta-feira, 23 de março de 2011

Clube da bancarrota: Portugal sobe ao 5º lugar

O risco de default voltou a disparar e o país ultrapassou a Argentina. Os juros da dívida a cinco anos estão, de novo, perto dos 8% no mercado secundário. Risco da Grécia e Irlanda volta a disparar.


A probabilidade de default - incumprimento da dívida soberana - da República Portuguesa, num horizonte de cinco anos, voltou a disparar hoje no mercado dos credit default swaps (acrónimo cds, seguros contra o risco de incumprimento na designação em inglês). Ao início da tarde, o risco elevou-se para mais de 38%, quase quatro pontos percentuais acima do valor de fecho de sexta-feira passada, segundo dados da CMA DataVision.
O preço dos cds para Portugal disparou para mais de 530 pontos base, o que implica um spread (diferencial) em relação ao custo dos cds para a dívida alemã (que serve de referência na zona euro) muito superior ao nível crítico de 450 pontos base. Esta situação reflete a deterioração rápida das condições de crédito.
Deste modo, Portugal subiu para a 5ª posição no TOP 10 mundial do risco de default, ultrapassando, de novo, a Argentina.
O aumento significativo da probabilidade de default é hoje extensível à Grécia e à Irlanda, com o primeiro país com o custo dos cds, de novo, acima de 1000 pontos base e com um risco de mais de 57%, e com o segundo país referido na ordem dos 635 pontos base e mais de 42% de risco.
Portugal, Irlanda, Espanha, Grécia e Itália - o grupo jocosamente apelidado de PIIGS - estão, por ora, entre os oito países com maior subida diária do risco, segundo o monitor da CMA DataVision que abarca mais de 80 países.
O disparo no risco, segundo analistas da Eurointelligence, deve-se à ameaça de queda do governo e convocação de eleições antecipadas em Lisboa, ao impasse na renegociação do acordo de resgate à Irlanda pelo novo governo em Dublin (coligação Fine Gael/Trabalhistas) com o Eurogrupo (zona euro) e ao provável bloqueio parlamentar na Finlândia (membro da zona euro) ao potencial acordo a firmar na cimeira da União Europeia esta semana.

Juros a cinco anos perto dos 8%


Ao início da tarde, as yields (juros implícitos) relativas às Obrigações do Tesouro (OT) situam-se nos 7,98%, continuando a tendência de aproximação ao patamar dos 8% e acima dos juros das OT com maturidades a dez anos, segundo dados da Bloomberg. Durante a manhã já chegaram aos 8,02%.
Também nas maturidades a 3 e 10 anos se está a assistir a um disparo, com os juros das OT a três anos nos 7,31% e os a dez anos em 7,46%, ao final da manhã. Os juros de OT a dois anos já estão em 6,45%.
O TOP 10 mundial do risco de default tem como membros: Grécia (que lidera), Venezuela, Paquistão, Irlanda, Portugal, Argentina, Ucrânia, Dubai, Líbano e Egito, por ordem decrescente.
A título indicativo, as yields de titulos soberanos com maturidades a 10 anos, ao início da tarde, eram para os PIIGS: 12,52% para Grécia, 9,77% para Irlanda, 7,46% para Portugal, 5,18% para Espanha e 4,76% para Itália.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Juros da dívida portuguesa disparam para recorde



Os juros da dívida portuguesa a 10 anos estão a acentuar a subida, tendo já atingido um novo máximo histórico nos 6,655%, acima do anterior recorde de 28 de Setembro, fixado nos 6,554%.

Este é, desde a criação do euro, a contrapartida mais elevada que os investidores cobraram entre si para a negociação de dívida portuguesa.

Depois de ontem a Reserva Federal dos EUA anunciar novas medidas de estímulo, os investidores internacionais estão a acorrer aos mercados accionistas. O resultado é uma desvalorização das obrigações e, em simultâneo, um encarecimento dos juros.

"Há um claro afastamento dos investidores do mercado da dívida e uma procura por outros activos mais arriscados, como as acções e as matérias-primas", disse à Lusa Ricardo Marques, da IMF - Informação de Mercados Financeiros. "Hoje temos o preço da dívida a dez anos a cair [e os juros a subirem] em todos países europeus. Portugal e a Irlanda acabam por ser mais afectados porque já tinham outros problemas", acrescentou Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa.

Os custos de financiamento da Irlanda estão a disparar 24 pontos base, para os 7,685%.

Os juros da Alemanha estão a subir três pontos base no prazo a 10 anos, levando a uma dilatação do “spread” entre a dívida portuguesa e a alemã para mais de 420 pontos, também próximo dos máximos desde a criação do euro.

In: Negócios Online