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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Kadhafi investiu no BES e no BCP

Um relatório citado pela agência Lusa mostra que Kadhafi investiu em dívida do BES e do BCP

O regime líbio, através do seu fundo soberano, investiu em dívida de bancos portugueses, incluindo o BES e o BCP, segundo um relatório confidencial a que a Agência Lusa teve acesso.
A compra de títulos foi realizada através da Autoridade Líbia de Investimento (LIA), o fundo soberano líbio, segundo um relatório elaborado pela consultora internacional KPMG.
O documento apresenta uma lista detalhada das participações da LIA à data de junho de 2010 e Portugal é um dos nove países referidos no "Top 10" na compra de dívida pela LIA, aparecendo em sétimo lugar, à frente da Alemanha e da França.
O relatório da KPMG aponta que a LIA terá investido, a valores de mercado calculados no segundo trimestre do ano passado, 18,13 milhões de dólares (12,8 milhões de euros) em títulos de dívida do BCP, com maturidade 19 de janeiro de 2012, e 12,35 milhões de dólares (8,7 milhões de euros) em dívida do BES, que vence um dia depois, a 20 de janeiro de 2012.
O documento, que apresenta os cálculos com o valor de mercado do investimento na dívida dos dois bancos no primeiro e no segundo trimestre de 2010, refere uma desvalorização entre estes dois trimestres de 2,7 milhões de dólares no caso da dívida no BCP, e de 1,6
milhões de dólares no BES.

Fundo soberano "opaco" 

A LIA "é um dos fundos soberanos mais opacos e é muito difícil detectar o fluxo de investimentos feitos por Trípoli", afirmou à Lusa um consultor internacional em branqueamento de capitais e aplicação de sanções como as que se aplicam neste momento à Líbia.
Segundo esse e outros especialistas ouvidos nas últimas semanas pela Lusa, "é uma convicção do mercado internacional que a gestão da LIA é um assunto privado de Kadhafi, através de um dos seus filhos".
A Líbia colocou 5 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) no banco francês Société Générale (SG) entre 2007 e 2010, segundo documentos a que a Lusa teve acesso e fontes contactadas em vários países, incluindo a Líbia.
De acordo com documentos revelados hoje pela Lusa, os 5 mil milhões de dólares investidos por Trípoli resultam de uma relação de negócios entre a SG e a Autoridade Líbia de Investimento (LIA) que remonta a 2007, e que, segundo fontes na Líbia e na Europa,"envolveu directamente" o presidente do banco francês, Frédéric Oudéa.
As participações líbias na SG e noutras instituições financeiras ocidentais são hoje reveladas também nos jornais Financial Times, em Londres, e Le Monde, em Paris.
O BCP, contactado pela Agência Lusa, preferiu não comentar e o BES remeteu para mais tarde uma declaração sobre o assunto.


Ora pois é, eram tão amigos. Kadhafi era o melhor amigo de Sócrates, a seguir a Hugo Chavez, pois claro! Não fico nada surpreendido até já esperava algo semelhante.

Socrates andou por ai num corropio percorrendo uma serie de governos tentando fazer com que comprassem divida Portuguesa. Na maioria dos casos isso tornou-se impossível devido ao rating da republica. Contudo, nada impedia que através de bancos Portugueses, esses governos, directamente ou através de empresas ou fundos de investimento colocassem dinheiro nos bancos nacionais para que estes comprassem divida.

O BES foi um deles, comprou divida... muita mesmo, e quando viu o caso mal parado para o seu lado foi um correr atrás de Sócrates para pedir ajuda externa. Não é por acaso que grande parte do dinheiro que virá será para tapar o buraco dos bancos.

Kadhafi fez um favor ao amigo e ainda leva o seu lucrozinho! Nada como ter bons amigos!
Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Passos ambíguo sobre condições em que forma Governo

Líder do PSD apela ao eleitorado para que não crie cenários de vitória do PS com maioria de direita na AR.
 
 
 
Passos Coelho recuou nas condições em que aceita formar (ou não formar) Governo. Ontem à noite, à saída do frente-a-frente com Francisco Louçã na TVI, foi categórico:"Seria muito estranho se um partido ganhasse e não formasse Governo. Eu só formarei Governo se ganhar as eleições." Hoje, entrevistado no Forum da TSF - emitido a partir de Quarteira, no Algarve, onde o líder do PSD se encontra em campanha - fez afirmações dissonantes entre si. Por um lado mantendo o que disse ontem: "Eu não quero ser primeiro-ministro se não for claramente escolhido pelos portugueses." Por outro, suavizando, passando de uma recusa categórica para uma aceitação contrariada: "Eu não gostaria de formar um Governo em que os eleitores não me dissessem claramente que deveria liderar."

O líder do PSD tentou, ao mesmo tempo, desvalorizar um cenário em que o PS ganhasse "no foto finish" mas o PSD e o CDS fizessem maioria no Parlamento: "Tende para o zero", afirmou, A "posição natural" do Presidente, disse, será indigitar o primeiro-ministro do partido vencedor. Ao mesmo tempo "alertou" o eleitorado para que crie nas eleições as condições que propiciem um "governo forte". E a reafirmou uma recusa absoluta em aliar-se depois no Governo com os socialistas: "Eu não vou formar Governo com o PS."

In: DN

De facto o Passos Coelho parece um cata-vento, ora agora afirma uma coisa, ora depois afirma outra diametralmente oposta. Elementos do PSD, ora agora dizem uma coisa, ora agora dizem outra... Catroga por exemplo, que foi "exilado" à força no Brasil porque já andava a falar demais.

O que é certo é que Francisco Louçã deu uma banhada a Passos Coelho no debate, e agora trazendo estas pessoas pouco recomendáveis como Dias Loureiro para seu conselheiro... enfim...


Para juntar a festa... a questão da taxa de juro do Emprestimo do FEEF/FMI, os tais 5,7% Com uma taxa de crescimento económico na ordem de 1 a 2% e com uma inflação de 4%, é completamente impossível a um pais como Portugal pagar este empréstimo. O que vai acontecer a Portugal daqui a 2 anos e que a divida actual vai aumentar, ou seja, vamos pedir emprestado e ainda vamos ver a divida aumentada, devido aos efeitos da inflação e da contracção económica em Portugal.

Neste momento seria preferivel a renegociação da divida, com perdão parcial desta e reescalonamento dos pagamentos. Assim, mais tarde ou mais cedo iremos ter de pedir mais dinheiro emprestado, e como não temos economia, nunca iremos conseguir pagar...



Este pais está perdido... não há hipótese. Penso que existe ai a circular na net uma petição para um referendo sobre o empréstimo, mas isso é inútil, porque os protocolos já foram assinados, alias os nossos governantes criminosos assinaram o protocolo de cruz sem conhecer a taxa de juro. Agora vamos todos pagar a crise.


Só há agora uma saída para esta crise:  - VOTAMOS TODOS EM BRANCO

Só o voto em branco garante que esta canalha seja toda corrida daqui para fora, e que o povo português rejeita o acordo que estes senhores fizeram nas nossas costas!


Vote em branco... pelo futuro de Portugal!


Cumprimentos cordiais


Luís Passos

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pacote de ajuda a Portugal foi aprovado em Bruxelas

Os ministros das Finanças europeus aprovaram o pacote de resgate a Portugal, no valor de 78 mil milhões de euros. 
 
Os ministros das Finanças da União Europeia deram luz verde ao pacote de ajuda a Portugal, no valor de 78 mil milhões de euros.
O anúncio foi feito pelo porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj. Os responsáveis pelas Finanças chegaram a um "acordo político" numa reunião extraordinária do Eurogrupo alargada aos responsáveis da União Europeia, em Bruxelas.

O Eurogrupo vai formalizar ainda esta noite a parte do empréstimo correspondente ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) enquanto os ministros da União Europeia irão terça-feira dar o seu acordo definitivo à parte correspondente do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF).
A assistência financeira a Portugal vai ser repartida em partes iguais de 26 mil milhões de euros pelo FEEF, MEEF e Fundo Monetário Internacional (FMI), o que dá um total de 78 mil milhões.
Esta tarde, Teixeira dos Santos, o ministro das Finanças português, já se tinha manifestado, à entrada para a reunião, "confiante" na aprovação da assistência a Portugal.

"Creio que os problemas mais delicados que havia que resolver a nível europeu foram portanto esclarecidos e resolvidos, e daí que eu esteja numa posição, eu diria, relativamente confortável e confiante perante a reunião que vamos ter daqui a pouco", sustentou Teixeira dos Santos.

Para receber a assistência financeira, Portugal comprometeu-se a realizar um programa de três anos, entre Junho de 2011 e meados de 2014, que inclui reformas estruturais para assegurar um aumento do potencial de crescimento da economia, a criação de empregos e a melhoria da competitividade.
O programa inclui ainda uma estratégia de consolidação dos desequilíbrios das contas públicas, que inclui a redução do défice orçamental para 3% do PIB até 2013, e um regime de apoio ao sistema bancário até 12 mil milhões de euros.


Vamos lá ver... assim dizia o ceguinho. Mas aquilo que vejo neste momento, para além da economia (que Portugal não tem e precisa para pagar a divida) a grande ameaça a Portugal são... os seus próprios políticos, que parecem garotitos de escola primária a dizerem uns aos outros... Eu contigo não brinco, que será o mesmo neste caso de dizer... Eu contigo não formo governo!

Cristo, ao que isto chegou... gente doida a extremar posições, a degladiarem-se de forma indigna, são todos um vazio de ideias, um vazio de conteúdos, os programas eleitorais são uma treta. O que de facto interessa é o programa que assinaram com o FEEF/FMI, e esse sim, é que vai ser cumprido independentemente de quem ocupar a cadeira em São Bento.
Agora a pergunta que já paira no ar é... será que Portugal precisa de recorrer a um instrumento de reestruturação da divida? Será que se vai aguentar com 5,7% de Juros, com uma taxa de crescimento anual da economia de menos de 1% e com uma inflação de quase 4%?

O problema é que o dinheiro não cresce nas árvores, e sem economia que gere receitas não vai dar.  Isto vai dar um trambolhão, e como diz Medina Carreira, a questão já não é se vai dar ou não, mas sim QUANDO!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos 

BES pede ajuda do Estado para emitir dívida

O BES vai emitir até 1.250 milhões de euros em dívida recorrendo ao mecanismo de apoio à banca actualmente em vigor. 
 
 O BES solicitou ao Banco de Portugal a concessão de uma garantia do Estado para uma emissão de obrigações não subordinadas até ao montante de 1.250 milhões de euros, com maturidade de três anos. Trata-se de uma operação de liquidez.

Mas para isso, o BES terá de levar à Assembleia Geral de 9 de Junho uma alteração aos seus estatutos. Isto é, os accionistas do BES terão de conceder autorização ao seu Conselho de Administração para deliberar aumentar o capital no caso de um eventual accionamento da garantia a ser prestada pelo Estado Português. Ou seja, se o BES não pagar, o Estado entra no capital do banco, sendo para isso necessário um aumento de capital. Fonte do BES disse que essa é apenas uma mera possibilidade teórica.

Na próxima AG o BES vai ainda propor retirar o valor nominal às acções que compõe o seu capital social, tal como fez o BCP.


É uma vergonha, ao que isto chegou, o Sr. Ricardo Salgado andou a espicaçar o PS para fazer obras faraónicas, financiadas obviamente... pelo BES.

Neste momento o BES encontra-se com um péssimo rácio de capitais próprios e não consegue fazer um aumento de capital como outros bancos fizeram, o caso do BCP e do BPI. Ou seja, o BES está tecnicamente ilíquido (para não dizer insolúvel que seria muito forte).

O grande problema do BES foi que comprou julgo que perto de 40.000 milhões de euros em dívida nacional. Como o rating da Republica está um nível acima de Lixo, o rating do BES foi também afectado por essa classificação, dado que até saber, é detentor de pelo menos 40.000 milhões de euros de divida portuguesa.

O Estado ao tornar-se uma vez mais como avalista, está a aumentar as suas responsabilidades financeiras. Todas estas informações que ficam registadas na base de dados, são tomadas em consideração pelos actuais e futuros credores do Estado e pelas agências de rating.

Todas estas garantias constituem uma séria ameaça aos contribuintes, já que uma eventual nacionalização dos bancos implicará necessariamente um imediato aumento generalizado de impostos. 

Enfim... parece que o saque ao bolso dos contribuintes está para ficar...

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

sábado, 30 de abril de 2011

Carta de Henrique Raposo a Jorge Coelho

recebido por mail:
.
Caro Dr. Jorge Coelho, como sabe, V. Exa. enviou-me uma carta, com conhecimento para a direcção deste jornal. Aqui fica a minha resposta.
Em ‘O Governo e a Mota-Engil’ (crónica do sítio do Expresso), eu apontei para um facto que estava no Orçamento do Estado (OE): a Ascendi, empresa da Mota-Engil, iria receber 587 milhões de euros. Olhando para este pornográfico número, e seguindo o economista Álvaro Santos Pereira, constatei o óbvio: no mínimo, esta transferência de 587 milhões seria escandalosa (este valor representa mais de metade da receita que resultará do aumento do IVA). Eu escrevi este texto às nove da manhã. À tarde, quando o meu texto já circulava pela internet, a Ascendi apontou para um “lapso” do OE: afinal, a empresa só tem direito a 150 milhões, e não a 587 milhões. Durante a tarde, o sítio do Expresso fez uma notícia sobre esse lapso, à qual foi anexada o meu texto. À noite, a SIC falou sobre o assunto. Ora, perante isto, V. Exa. fez uma carta a pedir que eu me retractasse. Mas, meu caro amigo, o lapso não é meu. O lapso é de Teixeira dos Santos e de Sócrates. A sua carta parece que parte do pressuposto de que os 587 milhões saíram da minha pérfida imaginação. Meu caro, quando eu escrevi o texto, o ‘lapso’ era um ‘facto’ consagrado no OE. V. Exa. quer explicações? Peça-as ao ministro das Finanças. Mas não deixo de registar o seguinte: V. Exa. quer que um Zé Ninguém peça desculpas por um erro cometido pelos dois homens mais poderosos do país. Isto até parece brincadeirinha.
Depois, V. Exa. não gostou de ler este meu desejo utópico: “quando é que Jorge Coelho e a Mota-Engil desaparecem do centro da nossa vida política?”. A isto, V. Exa. respondeu com um excelso “servi a Causa Pública durante mais de 20 anos”. Bravo. Mas eu também sirvo a causa pública. Além de registar os “lapsos” de 500 milhões, o meu serviço à causa pública passa por dizer aquilo que penso e sinto. E, neste momento, estou farto das PPP de betão, estou farto das estradas que ninguém usa, e estou farto das construtoras que fizeram esse mar de betão e alcatrão. No fundo, eu estou farto do actual modelo económico assente numa espécie de new deal entre políticos e as construtoras. Porque este modelo fez muito mal a Portugal, meu caro Jorge Coelho. O modelo económico que enriqueceu a sua empresa é o modelo económico que empobreceu Portugal. Não, não comece a abanar a cabeça, porque eu não estou a falar em teorias da conspiração. Não estou a dizer que Sócrates governou com o objectivo de enriquecer as construtoras. Nunca lhe faria esse favor, meu caro. Estou apenas a dizer que esse modelo foi uma escolha política desastrosa para o país. A culpa não é sua, mas sim dos partidos, sobretudo do PS. Mas, se não se importa, eu tenho o direito a estar farto de ver os construtores no centro da vida colectiva do meu país. Foi este excesso de construção que arruinou Portugal, foi este excesso de investimento em bens não-transaccionáveis que destruiu o meu futuro próximo. No dia em que V. Exa. inventar a obra pública exportável, venho aqui retractar-me com uma simples frase: “eu estava errado, o dr. Jorge Coelho é um visionário e as construtoras civis devem ser o Alfa e o Ómega da nossa economia”. Até lá, se não se importa, tenho direito a estar farto deste new deal entre políticos e construtores.

domingo, 24 de abril de 2011

Portugal subiu défice por causa de investimento em três PPP

A troika que está a negociar com o Governo quis evitar surpresas nas contas públicas portuguesas e forçou o INE a reavaliar, mais cedo do que se esperava, a forma como algumas parcerias público-privadas (PPP) são registadas nas contas públicas. O efeito é um défice mais alto em 2010, um agravamento do peso da dívida pública no PIB e uma redução das despesas a registar a partir de agora com as rendas a pagar às concessionárias.
 
O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou, em comunicado enviado ontem, a revisão do valor do défice do ano passado dos 8,6 por cento declarados a Bruxelas no passado dia 31 de Março para 9,1 por cento. A dívida pública passou de 92,4 para 93 por cento do PIB.

A autoridade estatística explica que, em Março, tinha combinado com o Eurostat analisar eventuais alterações à forma como as PPP eram contabilizadas nas contas públicas apenas no próximo mês de Setembro. No entanto, com a troika em Portugal a preparar o pacote de ajuda, "houve necessidade de antecipar aquele calendário com o objectivo de compilar dados estáveis para 2010, que constituíssem o ponto de partida para as negociações em curso".

Na prática, o que aconteceu foi que, em três casos específicos, as autoridades europeias deixaram de aceitar a lógica de contabilização que é usada nas PPP, ou seja, que o investimento inicial na construção das infra-estruturas não seja registado no défice e na dívida, sendo o efeito nas contas públicas sentido apenas à medida que o Estado, ao longo dos anos, ia pagando rendas às entidades concessionárias.

Os investimentos em causa são, por um lado, as concessões Scut do Norte Litoral (concessão Euroscut/Ferrovial, com investimento de 318 milhões de euros) e da Costa de Prata (concessão Ascendi/Mota Engil, com investimento de 320 milhões), em que entretanto foram introduzidas portagens e onde se registam elevados volumes de tráfego. Por outro lado, está também a concessão do Túnel do Marão, uma auto-estrada com cerca de 30 km de extensão, situada entre Amarante e Vila Real e que inclui um túnel de 5,6 km, que será o maior túnel rodoviário nacional. Esta obra, orçada em cerca de 350 milhões de euros e concessionada à Somague, apenas deverá estar concluída entre o terceiro e o quarto trimestre de 2012.

Nestes três casos, o Estado passou agora a ter de registar de imediato nas suas contas o investimento realizado na sua construção, deixando em contrapartida de ter de registar as rendas que tem de pagar, ano após ano, às concessionárias.

Menos impactos no futuro

O critério que levou a que se procedesse a alterações apenas nestas três PPP e não noutras foi, de acordo com o comunicado do INE, o de saber se "os utilizadores finais pagam a maioria do custo do serviço". Isto significa que, nas PPP em que as receitas com portagens arrecadadas pela Estradas de Portugal chegam para pagar a maior parte da renda negociada com a empresa concessionária, o investimento inicial de construção da infra-estrutura tem de ser logo registado à partida. Ou seja, nestes casos, a lógica contabilística que levou a que as PPP fossem tão populares junto dos governos em Portugal deixa de poder ser usada.

Assim, o défice ficou agravado em 871 milhões de euros em 2010 (31 e 99 milhões em 2008 e 2009). A dívida pública cresceu 1001 milhões de euros a partir do ano passado.

Para os anos futuros, assinala o próprio INE, as contas públicas acabam por sair beneficiadas, uma vez que as despesas previstas com as rendas para as concessionárias deixam, nestes três casos, de ser consideradas. Isto faz com que, por exemplo, o objectivo de redução do défice para este ano acabe por se tornar um pouco mais fácil. "Ao aumento do défice no passado está associado o efeito da redução do défice no futuro comparativamente ao que aconteceria caso estes contratos fossem tratados como PPP", diz o INE.

Segundo o Ministério das Finanças, as alterações ao défice de 2010 têm "exclusivamente origem em alterações de metodologia estatística" e que, "se a metodologia se mantivesse inalterada, e se fosse considerado o mesmo perímetro das administrações públicas de 2009, o défice seria o inicialmente estimado, 6,8 por cento". Esta foi a mesma explicação dada quando, a 31 de Março, o INE anunciou uma revisão em alta do défice de 2010 devido ao registo no défice das contas dos metros de Lisboa e Porto e da Refer, para além das perdas associadas ao BPN e ao BPP.

In: Público

Se a Mota-Engil não estivesse metida ao barulho é que era de estranhar!
Andou-se a gastar a maluca, construiu-se sem planeamento, agora sofre-se. Portugal não precisava de maneira nenhuma de todas estas autoestradas, na maioria delas não tem trafego, e acaba por ser o contribuinte a pagar, dado que nos contratos está previsto que se as receitas das portagens não igualarem o previsto contratualmente, o estado deve cobrir a diferença! Assim também eu fazia um projecto com risco ZERO! 

Para além disso ainda existe uma série de custos que antigamente estavam pendurados directamente no Orçamento de Estado e passaram para os institutos públicos, tal como o IEP, entre outros. Estão quantificados estes custos? Quanto é que isso representa do PIB?
A desorçamentação é muita, está tudo martelado. Almerindo Marques sabia disto, e por isso demitiu-se, não quis compactuar com estas trafulhices que estão as ser feitas. 
Vamos ver agora como é que o IEP está de tesouraria, porque se não tiver capital, e caso não consiga financiar-se junto da banca, provavelmente os concessionários não vão chegar a ver vintém. 

Resta saber se o dinheiro do FMI vai ser desbaratado para pagar estas despesas, e depois ficamos todos a chuchar no dedo, e com uma divida as costas.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Intervenção externa é 120 vezes as de 1977 e 83 juntas

Crédito de 80 mil milhões de euros a Portugal vai servir para resolver os mesmos problemas detectados no passado, diz FMI.


O valor do plano de intervenção externa a anunciar dentro de algumas semanas será 120 vezes maior do que as duas linhas de crédito concedidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1977 e 1983, mostram dados comparáveis disponibilizados pela instituição.
Face à dimensão da economia, a diferença também é notória: somados, os dois primeiros planos de ajustamento rondaram 1% do PIB; o novo programa vale 46%.

IN: DN

Era a frase preferida dos ignorantes que pensavam que o dinheiro caía do céu. No próprio dia 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia (com 29 anos de idade e deslumbrado com a "festa"), mandou um dos seus soldados ir abastecer uma Chaimite. O soldado respondeu que não tinha dinheiro. Ele gritou-lhe: «Se se recusarem em abastecer, apontas-lhes com a G3! Isto agora é tudo nosso!» Agora temos muitas ruas "Salgueiro Maia", "25 de Abril" e "1º. de Maio". Mas também temos uma colossal dívida para ser paga por nós e pelas gerações vindouras, e o FMI não aceita os nomes das ruas como garantia bancária.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O gang da banca

 
 
Estes são os banqueiro portugueses. Estão à rasca porque se endividaram demais, empanturrando-se em alavancagens. Agora precisam de 37 mil milhões ( pelo menos) nos próximos três anos.
Estes cinco banqueiros enterraram-se em dívidas, à semelhança dos portugueses dirigidos por um Partido Socialista que governou praticamente nesta última dúzia de anos.

Há um deles que descende de banqueiros que lidaram com Salazar e Caetano: Ricardo Salgado. Os pais e avôs souberam lidar com a ditadura mas não impunham regras à ditadura como este descendente impõe à democracia, incentivando despesa pública para a financiar. Parte dos nossos problemas a ele se devem. À sua cupidez natural e falta de ética de responsabilidade social e nacional. Provas?

O comunista António Vilarigues apresenta-as hoje no Público:

" Contas feitas pelo economista Eugénio Rosa ( uma espécie de Medina Carreira alternativo e sem projecção mediática, mas com maior rigor matemático- nota minha) indicam que segundo os dados do Banco de Portugal, no período 2000-2010, a dívida total líquida do país aumentou 269 por cento. A dívida líquida externa do Estado cresceu 122,6, por cento, menos de metade do crescimento da dívida do país. Mas a dívida líquida da banca e das empresas ao estrangeiro aumentou 629,2 por cento(!!!). Isto é, cinco vezes mais que o aumento percentual da dívida externa do Estado."

E continua:

" Uma das características da actual crise é a transformação da dívida privada, contraída pelo sistema financeiro com as suas trampolinices e "lixos tóxicos", em dívida pública a ser paga por todos nós. No caso de Portugal, os dados são esclarecedores. Desde 2008 ( em euros) a banca portuguesa recebeu quatro mil milhões dados pelo Governo; 20 mil milhões em avales; cerca de 7,7, mil milhões ( ou quase cinco por cento do PIB de Portugal) enterrados no BPN, dos quais dois mil milhões já aparecem nas contas públicas; cerca de 450 milhões no BPP; cerca de quatro mil milhões ( 2008 a 2010) só em juros roubados dos nossos impostos no esquema de "eu ( banco português) vou ao BCE pedir a um por cento e empresto-te a 4, 5 a 6 a 7, a 8 a 9...por cento"; para pagamento do IRC a rondar em média os 10 por cento ( quando a taxa é de 25 por cento); no OE para 2011 avales no valor de 20,181 milhões e ajudas para aumentos de capital de 9,146 milhões; lucros líquidos em 2010 iguais aos de 2009- cinco milhões de euros por dia- pagando metade dos impostos."

E pergunta o articulista comunista: " E dizem que já não aguentavam mais sacrifícios?" E acrescenta ainda: " o comissário europeu para os assuntos económicos revelou que "é quase certo" que parte dos 80 mil milhões da chamada ajuda para Portugal será canalizado para a banca portuguesa."

Dito isto talvez valha a pena acrescentar que aquela fina flor do lixo em que transformaram os seus bancos, assim considerados pelas agências de rating, merecem um castigo nacional. Não deveriam ficar impunes nesta desgraça porque são autores, co-autores e cúmplices do desgoverno da última dúzia de anos.

O dito Ricardo Salgado ainda nem há muito tempo, numa daquelas entrevistas de quem sente o rei na barriguinha cheia dizia que o primeiro-ministro Inenarrável que ainda temos, era um político aceitável e
E disse também que eram precisos os tais mega investimentos. E não foi assim há tanto tempo...
Tal como não foi assim há tanto tempo- Outubro de 2009- que em entrevista à TSF disse isto:Ricardo Salgado considerou Teixeira dos Santos «dos melhores ministros das Finanças que Portugal jamais teve».«Na minha opinião pessoal, é muito bom para o nosso país» que continue à frente do Ministério das Finanças, no novo Governo apresentado por José Sócrates, defendeu.Entulho, disse? É pouco. Talvez responsável directo pelo "lixo tóxico".
 
Retirado do blog: A PORTA DA LOJA

Os juros da dívida pública emanálise por Sónia Lourenço, da Exame

Veja o video do Expresso, com a analise de Sónia Lourenço, que vem confirmar as minhas conclusões no post Roubini diz que Portugal poderá vir a reestruturar a dívida .

sábado, 9 de abril de 2011

Ministros das Finanças da UE não garantem ajuda de 80 mil milhões a Portugal

Vários ministros das Finanças europeus recusaram assumir qualquer compromisso sobre as estimativas da Comissão Europeia de que Portugal precisará de uma assistência financeira no valor de 80 mil milhões de euros ao longo de três anos.

Ministra francesa diz que não assina cheque "sem ver a conta"
 Este valor foi avançado a título preliminar na sexta-feira por Olli Rehn, comissário europeu responsável pelos assuntos económicos e financeiros, depois de uma longa discussão dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia (UE), em Gödölö, Hungria, sobre o pedido de ajuda que o Governo português formulou na véspera à noite.

"Não discutimos quaisquer valores, porque os procedimentos [de avaliação da situação portuguesa] estão a começar”, afirmou Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças quando confrontado com as estimativas de Bruxelas. “Quaisquer números são especulativos e eu não quero especular”, acrescentou.

“Há uma necessidade de clareza e de avaliação”, reagiu o ministro sueco, Anders Borg. “Pela experiência da Irlanda e da Letónia, ficou claro que a primeira avaliação não é necessariamente a mais correcta. Tem de haver uma avaliação muito, muito profunda tanto das finanças públicas, como do sector financeiro, e só então poderemos determinar as necessidades”, defendeu.

“Não costumo assinar um cheque antes de ver a conta”, limitou-se a afirmar a ministra francesa, Christine Lagarde.

Já o ministro sueco das Finanças, Anders Borg, afirmou que o Governo "tem uma grande responsabilidade" pela situação actual, criticando o Executivo de José Sócrates por não ter agido antes (ver aqui).


Isto parece-me óbvio, ninguém no seu perfeito juízo vai passar um cheque de 80 mil milhões para a malta estoirar nas mãos do gang da banca.
As contas portuguesas tem de ser muito bem auditadas para evitar surpresas, e só depois de tudo muito bem clarificado é que o dinheiro deve vir.

Depois da situação financeira bem esclarecida, outro requisito para vir a ajuda é haver um consenso politico entre partidos, um entendimento genérico sobre o pais e seu futuro. Ainda hoje ouvi o ministro das finanças dizer que não tem de negociar com a oposição, que isso é dever do presidente da republica, e andamos nisto com joguinhos e joguetes...  assim a europa vai-se fartar e vai dar-nos um pontapé nos fundilhos... Só não dão mais depressa porque também estão entalados com parte da nossa divida...

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Depois de Todas as Privatizações e de todo o Património Vendido que Restará a Portugal?

AS PRIVATIZAÇÕES EM MASSA

Ao longo de muitos anos, governo após governo, independente de ser PS ou PSD, vêm privatizando empresas produtoras de receitas para o Estado e vendendo património imobiliário, como forma de tapar buracos nas contas e enganar os contribuintes e a CE. É como que uma família desempregada e sem recursos disponíveis, que nada mais lhes resta para a sobrevivência do que vender todos os bens disponíveis, a preços muito baixos, para sobreviverem mais um período de duração limitada.   
 
Muito do património vendido, tais como estabelecimentos prisionais, edifícios de hospitais, ministérios e outros organismos do Estado, acabam por ser alugados pelo Estado por milhões de euros, que em poucos anos consomem todo o valor recebido e continua-se indefinidamente a pagar aluguer do que outrora eram propriedades do Estado. Em conclusão, ano após ano o Estado português fica mais pobre e meia dúzia de senhores privilegiados, com ligações a governantes com grandes influências acabam mais ricos. Não é por acaso que em Portugal  cada dia aumenta mais o número de famílias na miséria, por outro lado, o número de milionários com maiores fortunas também aumenta. Há quem chame a este tipo de governação democrática. Eu dou a este tipo de governação a denominação de um sistema de governo de gestão de incompetência caótica e cada vez mais corrupta.

Ao longo dos últimos seis anos muito se ouviu falar ao PM, José Sócrates e ao PR, Cavaco Silva, que para um aumento da nossa economia é essencial aumentar as exportações. Mas como, se não se ouve mencionar aos nossos (des)governantes de produção de riqueza? Como é possível aumentar as exportações sem criar produção? Como é possível criar produção se a maioria das indústrias do país encerram. Como é possível criar postos de trabalho e reduzir o desemprego se cada dia há mais PME a encerrarem as portas. Há muito que a nossa produção alimentar é insuficiente para o abastecimento do consumo nacional, obrigando o país a importar produtos alimentares que no passado eram criados e produzidos aqui. Tornou-se prática em subsidiar produtores para não produzir em lugar de incentivar para produzir.

No passado, muitas donas de casa para ajudar o orçamento familiar preparavam em casa receitas caseiras e faziam pastéis, rissóis, etc., para venda em estabelecimentos de hotelaria das vizinhanças. A ASAE, com regras europeias, que a maioria dos países da CE nem se preocupam, como exemplo a nossa vizinha Espanha, baniu a confecção de produtos caseiros, considerando um risco para a saúde pública a confecção de tais alimentos, e punindo tais casos com multas e mesmo até prisão. Desconheço estatísticas de que tal confecção de alimentos tenha causado um grave problema epidemiológico de casos de saúde devido à falta de higiene caseira. Mas há casos de saúde graves devido à confecção de alimentos em estabelecimentos de hotelaria e mesmo em unidades hospitalares, devido há falta de higiene e de métodos de produção e armazenamento, ainda que regulados mas não vigiados.

Estamos á beira de eleições e muito provavelmente de um novo governo, formado por um ou pelos dois velhos partidos que sempre nos (des)governaram. Os protagonistas serão provavelmente outros, mas o método político e de gestão serão eventualmente os mesmos. Independente ser José Sócrates ou Passos Coelho, de ser Pedro ou Paulo, todos entram no governo com palas nos olhos, concentrados apenas para resolver os problemas de finanças com aumento de impostos, privatização e venda de imobiliários. A maior preocupação dos nossos (des)governantes é dar um bom parecer de estabilidade à Europa, e não se os portugueses têm comida na mesa. Se as crianças que vão para as escolas de manhã se vão alimentadas.
Passos Coelho, provável futuro primeiro-ministro, ainda em início de campanha, para além da proposta do aumento do IVA para 25%, apresenta ao país um pacote de privatizações em massa. Mais uma vez, tudo com o propósito de solucionar o deficit e evitar tocar na gordura em excesso, que foi exposta no artigo anterior. Tal como o governo demissionário, para Passos Coelho a definição de Programa de Estabilidade e Crescimento, PEC, concentra-se em estabilizar as dívidas, criadas por governos sucessivos de má gestão, com recurso a aumento de impostos e cortes de benefícios. Eu defino estes tão falados PEC como Plano de Endividamento Contínuo. Com a continuidade de aumento de impostos e cortes de benefícios, debilitando as classes mais desfavorecidas, nunca haverá estabilidade e crescimento no país. Portugal precisa sim de um PEC, mas que signifique Produção e Empreendimento Contínuo. 
 
Quando da unificação de Portugal à Comunidade Europeia, acreditei que fosse para um melhor nível de vida e bem-estar de todos os portugueses, não apenas de uma classe de oportunistas e privilegiados. Infelizmente, depois de 25 anos de unificação de Portugal à Comunidade Europeia, o povo português está a andar em retrocesso e a regressar aos anos 50 do tempo de Salazar, em que muitas crianças andavam mal nutridas; em que as mulheres procuravam nos bolsos todos os tostões para alimentar as famílias; em que a tuberculose era uma doença que colocava em risco a vida dos mais necessitados. A miséria e a tuberculose andam sempre de mãos dadas. Os casos de tuberculose estão a aumentar em duas das regiões mais populosas do país, Lisboa e Porto.

O FUTURO DE PORTUGAL ESTÁ EM RISCO PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Salgado apela a Governo de unidade nacional

O presidente do BES acredita que é “urgentíssimo” um pedido de ajuda imediato de Portugal e apela a um governo de unidade nacional. 
Ricardo Salgado disse ainda que "era fundamental que houvesse uma unidade política no apoio a esse empréstimo", referindo-se a "um acordo dos partidos da oposição" em relação aos compromissos com a União Europeia.

O presidente do BES foi mais longe e disse "que estando todos no sentido do interesse nacional, acabarão por estar de acordo, não só o Governo mas também os outros partidos". "Seria lastimável que esse bom senso não imperasse" em relação a um pedido de ajuda que considerou "urgentíssimo", face às actuais taxas de juro "inusitadas".

Admitindo-se "preocupado" com o cenário actual, Ricardo Salgado disse ainda acreditar "no bom senso da classe política". "Se não houver governos maioritários tem de haver uma maioria ampla em termos de unidade nacional", sustentou, explicando que espera que haja "o sentimento da parte da União Europeia de que há uma unidade nacional que se vai responsabilizar pelo cumprimento das metas" de Portugal.

"Não lhe chamaria governo de salvação nacional, chamaria um governo de unidade nacional, que poderia incluir os partidos necessários", nomeadamente os de esquerda, disse.

Portugal tem de pedir ajuda externa

O ministro das Finanças entende que Portugal tem de pedir ajuda já. Em resposta por escrito a perguntas colocadas pelo Negócios Fernando Teixeira dos Santos afirma que "é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu". 

 Fernando Teixeira dos Santos considera que Portugal precisa de pedir ajuda, num conjunto de perguntas feitas por escrito.

Negócios: Portugal deve pedir ajuda já, conforme apelam os banqueiros e os economistas em geral? A dimensão da dívida que se tem que pagar daqui a um ano não o preocupa?

Fernando Teixeira dos Santos: O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais.

JdN: Como avalia os resultados do leilão de hoje, nomeadamente no que respeita às taxas de juro?

FTS: O leilão de hoje expressa bem a deterioração das condições dos mercados após a rejeição do PEC. A procura externa é bem menor e as taxas reflectem o agravamento, sem precedentes, registado nas últimas semanas em virtude do aumento da incerteza que paira sobre o país.

JdN: Quem foram os compradores (mais portugueses ou estrangeiros) e se o Governo está a dar orientações às empresas públicas (seguradoras e Fundo da SS) para comprarem dívida pública?

FTS: A colocação foi em mais de 90% doméstica repartida por várias entidades. A Segurança Social não adquiriu dívida neste leilão.

JdN: Portugal tem condições de encontrar os recursos necessários para pagar as suas dívidas (do Estado e das empresas públicas) até que o novo Governo entre em funções? E qual é o montante dos compromissos do Estado até ao Verão?

FTS: O Ministério das Finanças tem estado vigilante e diligente no acompanhamento da situação dos mercados financeiros e da sua repercussão nas condições gerais de financiamento do país. Apesar das visíveis e gravíssimas consequências resultantes da crise política aberta pela rejeição do PEC, Portugal honrará os seus compromissos financeiros tomando, para o efeito, as iniciativas necessárias de modo a assegurar os meios indispensáveis.


Caros leitores,
Tal como o Faro é Faro havia profetizado, verificou-se exactamente o que eu havia previsto a algumas semanas atrás! Eu tinha dito que Portugal ia bater na Parede no dia 1 de Abril quando da emissão da divida, recordam-se?
Efectivamente Portugal bateu mesmo na parede nesse dia, dado que a emissão de crédito foi pré-negociada com bancos nacionais e neste momento ninguém no estrangeiro quer a nossa divida para nada. Como os bancos já disseram que não dão nem mais um tostão e que já estão nas lonas, querem que o estado declare insolvência e solicite a ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e a ajuda dos técnicos do FMI.
Até o Dr. Ricardo Salgado, do BES, pedia ontem ao Presidente da Republica para cancelar as eleições e criar um governo de união nacional, dado que são necessárias medidas urgentes, reformas estruturais e não podemos estar à espera até 5 de Julho, ainda mais com uma campanha eleitoral pelo meio com tudo o que de mau uma campanha acarreta.

Desta forma, não resta outra alternativa senão pedir o resgate do Fundo, e creio que com a situação das empresas de transportes que já nem têm dinheiro para salários, com a Segurança Social a colocar o dinheiro das reformas dos Portugueses na divida  e ainda com a próxima tranche de divida para pagar em Junho, que será de 6 mil milhões, não resta outra alternativa ao estado que declarar-se insolvente e pedir o resgate. 

Eu já estava a prever isto, e já foi por mim aqui dito em posts anteriores.
Estou a prever que essa ajuda, a ser pedida, será no final da próxima semana. 

Continuaremos então a acompanhar este folhetim!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Segurança Social e seguradoras da Caixa compram dívida pública

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social vai hoje ao mercado comprar dívida. 

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social - que se destina a suprir eventuais défices do sistema de pensões dos portugueses no futuro - esteve nos últimos dias a vender activos financeiros estrangeiros para comprar dívida pública nacional, segundo apurou o Diário Económico junto de várias fonte do mercado.

Nos últimos dias, as vendas de activos financeiros intensificaram-se, por parte do Fundo da Segurança Social, numa altura em que o Ministério das Finanças se depara com dificuldades em encontrar investidores internacionais para a compra de dívida pública e quando os próprios bancos nacionais ponderam deixar de comprar dívida portuguesa. As vendas do Fundo coincidiram com a emissão extraordinária lançada no passado dia 1 de Abril, em que o IGCP colocou 1.645 milhões de euros e com a emissão de Bilhetes do Tesouro de hoje.

Manuel Baganha, presidente do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS), entidade que gere o respectivo fundo, esclareceu que é uma prática corrente o instituto comprar e vender activos. Mas questionado sobre se estas operações tinham como objectivo adquirir margem financeira para depois comprar dívida pública, concretamente a operação de venda de Bilhetes do Tesouro de hoje, foi peremptório em esclarecer que as operações financeiras "são sigilosas" e que o fundo tem de cumprir rácios obrigatórios de dívida pública. Ou seja, como nos mercados a dívida pública portuguesa vale cada vez menos, o Instituto é obrigado a comprar mais dívida para respeitar o respectivo rácio, mas simultaneamente, compromete-se a rendibilidade do Fundo. Aliás, Manuel Baganha não deixou de salientar que a compra e venda de activos faz parte da actividade corrente do instituto por forma a rentabilizar o respectivo fundo.

Fundo da Segurança Social desfaz-se de investimentos para ajudar leilões de dívida

Com o recuo da banca, avança a Segurança Social. Vai ajudar o Estado a garantir o financiamento no leilão de hoje, onde deverá pagar a taxa mais alta desde a entrada na Zona Euro.
 
O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) é um dos investidores que hoje se vai apresentar no mercado para comprar dívida pública portuguesa.
 




Nota do Faro é Faro

Penso que esta medida se destinou a contrariar 2 tendencias, por um lado a fazer baixar as taxas de juro, fazendo com que o estado pague os juros em Portugal, aliviando a pressão de agiotas internacionais.

Por outro lado existe um risco de Portugal não conseguir pagar a divida de curto prazo, e aí o que fica em risco é a capacidade da Segurança Social conseguir pagar as pensões e reformas.

Temos a banca com ratings já no lixo ou 1 nivel acima do lixo e sem capacidade de se financiar lá fora fruto do investimento nas obras megalómanas do estado. Agora vai-se vender activos com valor, da Segurança Social, para comprar um papel, com rating de lixo, para gastar não em investimento com retorno mas para renovar dividas e pagar ordenados. Enfim...
A situação é por demais preocupante, quando se chega e este nível é porque algo falhou. Vamos acompanhar os próximos episódios.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Estado arrisca pagar hoje taxas mais altas que a Grécia

Atenas pagou 4,75% recentemente por dívida a seis meses. Portugal arrisca pagar 5% hoje


Portugal vai hoje ao mercado realizar o leilão de dívida mais imprevisível dos últimos tempos. O Estado conta colocar entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses e arrisca-se a pagar uma taxa de juro mais elevada do que a verificada no último leilão realizado pela Grécia, há menos de um mês atrás. A procura é outro dos aspectos a preocupar os especialistas, depois da decisão dos bancos portugueses em parar com as compras de dívida do Estado. O Estado divulgou ontem dados relativos à execução orçamental e revela que o Governo e o maior partido da oposição reafirmaram o seu compromisso em atingir as metas orçamentais.
 G
Os operadores de mercado contactados pelo Diário Económico referem que as taxas dos BT a seis meses podem sair na fasquia dos 5%, em linha com o mercado secundário. A 8 de Março, a Grécia vendeu títulos a seis meses com uma ‘yield' de 4,75%. Recorde-se que apesar de ter recebido apoio financeiro, Atenas tem realizado leilões de dívida de curto prazo. Já na maturidade a 12 meses, a indicação do mercado é de uma ‘yield' entre os 6% e os 6,25%, apesar de os especialistas alertarem para a imprevisibilidade do leilão de hoje.

In: Economico

A coisa está preta e ainda por cima, neste leilão Portugal não tem compradores definidos. 
Existe uma pressão por parte do governo para que as seguradoras comprem, tal como já referi em post anterior, mas mesmo assim, nada garante que a taxa de juro não seja superior a grega.

O facto do pais estar neste momento sem governo pode-nos facilmente colocar numa situação muitíssimo mais grave do que podíamos imaginar, este tempo perdido muito dificilmente vai ser recuperado.

Faz-me lembrar de um aluno que só se lembra de estudar na véspera de um teste, estuda tudo a pressa, e depois na hora do teste troca tudo... e tem negativa. Portugal vai pelo mesmo caminho.


Cumprimentos

Luís Passos

Ajuda externa abre guerra no Conselho de Estado

Conselheiros de Cavaco trocam acusações sobre o que se passou na última reunião. 

De um lado Bagão Félix e António Capucho, do outro Almeida Santos e Carlos César. Em causa está a discussão ou não, na última reunião do Conselho de Estado, de um pedido de empréstimo de curto prazo até que Portugal tenha um novo Governo em funções com toda a legitimidade política.

José Sócrates garantiu, anteontem, em entrevista à RTP, que o tema não foi abordado, tendo sido secundado pelo presidente do PS e pelo presidente do Governo dos Açores. Bagão Félix é categórico: o primeiro-ministro está a mentir. "Perante as declarações do senhor primeiro-ministro só posso dizer que tem um problema de natureza física, como surdez, o que não parece, ou é distraído, o que também não me parece, ou faltou à verdade. Mentiu", insistiu ontem o ex-ministro das Finanças e do Trabalho.

Tendo em conta que o Conselho de Estado é, por excelência, o órgão consultivo do Presidente da República e tendo sido ouvido antes mesmo de Cavaco ter aceite a demissão do primeiro-ministro e avançado para a dissolução do Parlamento é, no mínimo, inédita esta troca de acusações.

In: Economico

É o que eu digo, ninguém se entende e Cavaco já perdeu os comandos da carroça que segue desgovernada ladeira abaixo.

Só quero ver quando bater no fundo do precipício... como vai ser?


Luís Passos

Seguradoras pressionadas a tomar dívida pública

Tema gerou polémica entre administração e accionista.
As seguradoras do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram pressionadas a tomar uma percentagem superior ao habitual de dívida pública portuguesa. Segundo soube o Diário Económico, o tema gerou mal-estar entre a administração das companhias e o accionista (que detém as companhias via CGD), já que a quantidade de dívida soberana a colocar obrigava a ultrapassar os normais níveis de exposição a estes activos. Em causa esteve um dos leilões de obrigações do Tesouro realizados este ano pelo IGCP.
Ainda que não exista imposição legal que limite a exposição de das carteiras de investimento de seguradoras ou fundos de pensões a dívida soberana, as companhias têm as suas políticas de risco e de rentabilidade e limites à exposição que as suas carteiras assumem dos vários activos. A tentativa de colocar dívida pública em quantidades superiores ao habitual terá gerado, por isso, bastante polémica. O tema teve de ser negociado e a operação acabaria por se fazer mas sem necessidade de alteração formal de critérios de gestão de carteiras.

In: Economico

Se as empresas portuguesas são as únicas que estão a comprar divida, então o caso está muito mal, porque da forma como estamos com falta de liquidez e com os ovos todos dentro do mesmo cesto, o resultado nao pode ser bom... e não vai ser... 

Gente irresponsável!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

terça-feira, 5 de abril de 2011

PCP propõe vender 20% de títulos estrangeiros para comprar dívida portuguesa

"Em relação aos juros que vencem no curto prazo, para desapertar a corda em que vivemos, bastaria a venda de 20% de títulos e obrigações que as instituições públicas nacionais têm no estrangeiro para comprar dívida pública portuguesa", afirmou Jerónimo de Sousa.

Jerónimo de Sousa admitiu que esta situação “não resolve definitivamente o problema”. O PCP avalia o valor total dos títulos em 55 mil milhões de euros. E citou casos que podiam ajudar neste factor: os “Fundos da Caixa Geral de Depósitos, de pensões do Banco de Portugal e os fundos de financiamento da Segurança Social.”

Numa conferência de imprensa sobre a questão do endividamento externo do País, o secretário-geral comunista, defendeu também a renegociação imediata da actual dívida pública portuguesa, “com a reavaliação dos prazos, das taxas de juro e dos montantes a pagar”.

Para diversificar as fontes de financiamento, o PCP defende que deve ser retomada uma “política activa de emissão de certificados de Aforro e de Tesouro e de outros instrumentos vocacionados para a captação de poupança nacional.”

Renegociar ou cessar contratos que se mostrem ruinosos para o Estado o âmbito das parcerias público privadas (PPP) é outra das propostas dos comunistas que defendem também que Portugal deve aliar-se a outros países com problemas semelhantes de dívida pública, citando a Grécia, a Irlanda, Espanha, Itália e Bélgica, para uma “acção convergente para barrar a actual espiral especulativa.”

Vender os fundos de pensões parece-me uma ideia peregrina, e se a operação não correr de acordo com o previsto depois como é? Ficam sem pensão ou parte desta quem descontou uma vida toda?

Mas independentemente disso, quem é o louco que vai por um tostão que seja nas mãos do governo e quejandos depois de tantos PECs e revisões de défices? Ainda que o Governo seja de gestão tem sempre a possibilidade de fazer muitas asneiras! 
Cumprimentos cordiais
Luís Passos