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domingo, 24 de abril de 2011

'Troika' impõe subida do défice para 9,1% em 2010

Três parcerias público-privadas (PPP) foram reclassificadas. Ano de 2011 e seguintes em risco. 

A equipa do FMI, BCE e Bruxelas - que está em Portugal a negociar o pacote de intervenção externa - exigiu que se apurasse, desde já, os valores efectivos e "estáveis" dos défices dos últimos anos, com especial atenção a 2010, antes de fechar os termos do resgate.
Segundo o INE, três projectos (um túnel e duas Scut) fizeram subir o défice até 9,1%. Risco de voltar a acontecer é elevado.
Dez personalidades dão sugestões ao FMI para o plano de resgate.
Bancarrota de 1892 foi paga em cem anos.

In: DN

Em duas semanas, os técnicos do FMI não só fazem a radiografia do país, como ainda nos dizem que os nossos défices foram afinal uma miragem. O que me leva a perguntar: o que andou o INE a fazer nestes anos? O tribunal de contas? A Assembleia da República? Porque é que três técnicos estrangeiros que nunca estiveram no nosso país sabem mais em duas semanas que centenas de funcionários públicos em anos? E principalmente: PORQUE É QUE CONTINUAMOS A SUSTENTAR ESTES BANDALHOS?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

BCE sobe juros para 1,25%

A instituição liderada por Jean-Claude Trichet decidiu subir a taxa de juro de referência para 1,25%.

O Banco Central Europeu (BCE) subiu hoje os juros de referência para 1,25%, ao fim de quase dois anos com as taxas no mínimo histórico de um por cento, anunciou hoje a instituição financeira.

O conselho de governadores do BCE, liderado por Jean-Claude Trichet, aumentou a taxa de juro em 25 pontos base, antecipando-se assim a outras autoridades monetárias no aumento do preço do dinheiro desde o início da crise financeira. 


Já era previsível a cerca de 1 mês, não se sabia era quando ia subir as taxas de juro.
Má noticia para quem tem empréstimos à banca!

terça-feira, 29 de março de 2011

Imprensa alemã diz que ministro espera pedido de ajuda de Portugal em Junho

Wolfgang Shaeuble, o ministro das Finanças de Angela Merkel, antecipa que Portugal peça ajuda financeira externa em Junho, diz hoje o diário "Handelsblatt", citando fonte governamental alemã. 
O ministério alemão recusa comentar a notícia.
 O ministro das Finanças da Alemanha terá dito que Portugal poderá, em Junho, requerer auxílio financeiro ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). A notícia é avançada pelo diário alemão Handelsblatt, que cita fonte governamental.

O jornal acrescenta que, a confirmar-se a intervenção, a Alemanha faria questão que Portugal negociasse um programa de austeridade com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Contactado pela Bloomberg, o Ministério das Finanças alemão recusou comentar a notícia do Handelsblatt.

O porta-voz Volker Schlechtriemen, asseverou que “cabe aos países decidir por si mesmo se querem ser auxiliados pelo FEEF, e Portugal não pediu ajuda”, disse em declaração telefónica.

“Não há quaisquer alterações a esse respeito”, acrescentou.

Tal como já havia previsto em posts anteriores, nomeadamente aqui e aqui, Portugal vai muito provavelmente bater no fundo em Junho, quando do pagamento da segunda tranche dos empréstimos e juros, isto se não bater logo na parede em Abril. Mas é provavel que se consiga arranjar mil milhões até dia 1. Já não é tao provável arranjar 6 mil milhões até dia 1 de Junho, aí terá de entrar o FEEF/FMI.
Mais uma vez as minhas previsões encontram eco, a coisa está negra! A queda súbita do governo não veio ajudar nada a festa, tinha sido preferível cozinhar o José Socrates em lume brando até Novembro, de modo a deixar passar os pagamentos das tranches dos empréstimos, garantir a ajuda do BCE, nomeadamente emprestando aos bancos nacionais a taxas reduzidas, impedindo assim que estes batam na parede e garantido a não subida das taxas de juro para os valores actuais. Assim, além de não deixarem o odioso da austeridade nas mãos de José Socrates, ainda lhe fizeram um favor, dado que agora ele é a vitima, quando foi o culpado do actual descalabro. 
A sede de poder e o mau aconselhamento acabam nestas tragédias.

Assim podiamos ver-nos livres de socrates com uma moção de censura em Novembro e haveria eleições em Janeiro... era limpinho... assim ta o caldo entornado... e ta tudo num virote!!!!

Politicos da treta... é o que é!!!!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

domingo, 13 de março de 2011

Governo promete mais austeridade para poder negociar ajuda europeia

Medidas de austeridade adicionais apresentadas anteontem poderão constituir já as contrapartidas necessárias para uma assistência financeira externa.
 
O acordo dos países do euro para a flexibilização do seu fundo de socorro tem todas as condições para resolver o problema de financiamento de Portugal, com a vantagem adicional de afastar a temida presença do FMI.

As decisões de princípio tomadas na madrugada de ontem pelos líderes dos Dezassete países do euro autorizam o fundo de estabilidade (EFSF) a comprar dívida soberana no mercado primário (na emissão pelos governos), e reduzem as taxas de juro cobradas aos Estados assistidos.

Estas eram algumas das modalidades de flexibilização do EFSF defendidas por Portugal como condição para ponderar, eventualmente, pedir a sua activação de modo a baixar os seus custos de financiamento.

O governo recusou sempre qualquer assistência nos moldes dos programas de resgate como os que foram definidos para a Grécia em Maio, e Irlanda em Novembro. É por isso que tem vindo a resistir, há meses, às pressões de um número crescente dos seus pares para pedir a ajuda europeia em vez de continuar a financiar-se no mercado a taxas de juro cada vez mais altas, com o risco acrescido de ameaçar contagiar a Espanha. A nova flexibilização do EFSF responde, no essencial às objecções invocadas pelo primeiro ministro, José Sócrates.

Em concreto, os países em dificuldades poderão permanecer no mercado para o financiamento da dívida embora beneficiando, se necessário, de intervenções pontuais do fundo. Nesse cenário, será possível fixar uma taxa de juro a um nível considerado adequado às condições do país, a partir do qual o EFSF adquirirá as que não encontrarem comprador no mercado. Desta forma, será possível controlar o valor dos juros.

Tão ou mais importante - do ponto de vista do Governo - quanto esta flexibilização é o facto de as intervenções do EFSF no mercado primário não implicarem a presença obrigatória do FMI como acontece, por imposição da Alemanha, nos programas de resgate clássicos. Esta era porventura a maior reivindicação do governo devido à má imagem deixada pelo FMI em Portugal nos anos 1980, e cujo eventual regresso é visto por Sócrates como uma humilhação.

O texto das conclusões da cimeira lembra que as intervenções normais do EFSF são sempre complementadas pelo FMI. Em contrapartida, as que se referem ao modelo excepcional de compra de dívida no mercado primário, já só falam do EFSF. Essa questão foi discutida pelos líderes, apurou o PÚBLICO, o que significa que a omissão do FMI não é fortuita. Eventuais dúvidas a este respeito terão de ficar esclarecidas até ao acordo final sobre a reforma do EFSF na cimeira da UE de 24 e 25 de Março.

A terceira decisão dos Dezassete esperada por Portugal prende-se com a redução das taxas de juro cobradas aos países beneficiários do EFSF. O corte representa uma redução de 3 para 2 pontos percentuais na "penalização" que é acrescentada às taxas de mercado aplicadas aos empréstimos europeus para tornar a sua activação suficientemente dissuasiva.

Um eventual pedido de assistência de Portugal poderá estar já facilitado pelo facto de o governo ter anunciado na sexta-feira - o dia da cimeira do euro - uma série de novas medidas de austeridade suplementares, que apanharam aliás o país de surpresa.

Este anúncio permite concluir que as novas medidas poderão constituir o "programa com estrita condicionalidade" que, segundo as conclusões da cimeira, acompanharão a acção do EFSF no mercado primário da dívida. A favor desta tese joga o facto de o novo pacote do governo ter sido integralmente negociado com o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia, cuja missão só deixou, aliás, o país na Quinta-feira à noite (ver PÚBLICO de ontem).

Todos estes passos podem indiciar uma antecipação da negociação de um programa de ajustamento orçamental com as duas instituições que acompanha obrigatoriamente qualquer assistência do EFSF.

A Grécia, só fez a negociação depois de pedir a ajuda, e as imagens da delegação europeia e do FMI em Atenas para "impor" cortes draconianos de despesas, salários e benefícios sociais, chocaram e revoltaram o país. A Irlanda fez o contrário: o governo aprovou internamente um duro programa de austeridade antes de pedir a ajuda europeia, que foi considerado suficiente pelos responsáveis europeus quando negociaram a activação do EFSF. Por essa razão, Dublin não teve de acrescentar qualquer nova medida de contenção orçamental "imposta" pelo exterior.

O facto de as medidas terem sido largamente elogiadas pela Comissão, BCE e mesmo pelos líderes dos Dezassete permitirão a Sócrates argumentar que já antecipou a consolidação a título de contrapartida do EFSF. Se os outros países aceitarão ou não, é uma questão em aberto. "Tudo dependerá do momento em que a ajuda for pedida", salvaguarda um diplomata europeu. Ou seja, quanto melhor estiver a correr a consolidação orçamental, menores serão as contrapartidas pedidas. E vice-versa.