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sábado, 11 de setembro de 2010

PARTE II - Transportes Rodoviários em Faro – Uma história contada em fotografias

Entretanto, nos anos 70, construiu-se o Hotel EVA e o terminal rodoviário, passando o transporte de passageiros da EVA a fazer-se a partir de lá. 
Fig 9 - Hotel Eva e novo terminal rodoviário
Com o 25 de Abril de 1974, a Empresa Rodoviária do Algarve (do Silva), a empresa do Santos (que fazia a linha de são Brás), e a EVA foram fundidas numa só, para criar o CEP9 – Centro de exploração de Passageiros nº 9 da RN – Rodoviária Nacional.
Nesta foto podemos ver uma das Volvo da EVA já pintadas nas cores da nova RN – Rodoviaria Nacional,  ao lado da uma AEC pintada ainda de vermelhinho, nas cores da Empresa Rodoviária do Algarve, propriedade do “Silva”, de Olhão.
Fig 10 - Volvo da EVA com as novas cores da RN
Mas as AEC Reliance Vermelhinhas também foram pintadas nas cores da RN, podemos verificar como ficaram. Este é o aspecto. 
Fig 11 - AEC Reliance nas cores da RN
Nos anos 70 um dos autocarros que foi um verdadeiro cavalo de batalha nas linhas suburbanas, (Faro – Loulé, Tavira, Portimão, etc) foi o Volvo BM da primeira geração, carroçado pela Salvador Caetano. Sem dúvida um dos autocarros mais confortáveis que já viajei. Nesta altura, os bancos eram verdadeiramente bancos, até já eram reclináveis, não havia plásticos, era vinil, madeira e metal. 
Fig 12 - Volvo, carroçado pela CAMO
Outro autocarro fabuloso a quem Faro deve muito é sem dúvida o AEC, carroçado pela UTIC, daí se referenciar o modelo por UTIC-AEC.
É um autocarro de médio-longo curso, muito confortável, com uma suspensão inovadora, combinando molas semi-elípticas com amortecedores hidráulicos e sistema de ride-control, fazendo com que este autocarro tivesse um rolamento ultra suave. 
Fig 13 - UTIC AEC nas cores da RN
Reparem nele aqui na Fig 13, a sair do Terminal Rodoviário de Faro, ao passar por uma lomba que havia ao sair, nota-se o adornar ligeiro da carroçaria. Aqui vai o UTIC-AEC a fazer um serviço Expresso até Lisboa, conforme se verifica pelo papel no pára-brisas.
Para substituir este autocarro, apareceu o SCANIA carroçado pela Salvador Caetano.
Fig 14 - Scania da RN com as cores do serviço expresso
Este autocarro, já com ar condicionado, bancos de design moderno em veludo e … novidade… televisão e um vídeo de cassetes VHS.
Estes Scanias tinham uma pintura diferente dos demais autocarros da RN, umas barras laranja ao longo do autocarro, para os diferenciar da restante frota, como sendo autocarros de serviço expresso.
Os autocarros que sucederam a estes Scania, foram outros Scania, no inicio dos anos 90.
Fig 15 - Nova geração dos Scania (anos 90)
Até aos nossos dias, a evolução tem sido imensa, temos autocarros cada vez mais modernos, com WC, televisão, kitchnette, on board entertainment, etc. São também mais seguros, já dispõem de cintos de segurança em todos os bancos, ABS, EDS, caixas de velocidades steptronic, etc. O serviço também melhorou muito, quer em termos de redução da duração das viagens, sistema de reserva e venda de bilhetes, bem como a introdução de assistentes de bordo em alguns serviços.
Foi de facto grande salto que se deu, desde 1925 até aos dias de hoje, no entanto os autocarros de antigamente tinham mais charme que os dos nossos dias, e as viagens eram verdadeiras aventuras.



PARTE I - Transportes Rodoviários em Faro – Uma história contada em fotografias

Fig 1 - Autocarro do "Santos" de marca Ford
O autocarro na foto não é na realidade o primeiro autocarro que fez o serviço Faro – São Braz, mas sim o segundo. Manuel Gonçalves dos Santos, mais conhecido como o “Santos”, era natural de Albufeira, tendo iniciado a sua actividade na sua terra, fazendo o transporte entre a estação de Ferreiras (estação de comboio de Albufeira) e a Vila de Albufeira. Tendo desistido dessa concessão e vindo para Faro, com um velhinho autocarro GMC (do grupo General Motors) fazer o transporte entre Faro e São Brás. A “gare do Santos” ficava no largo de São Pedro, junto da casa da água, no actual Jardim Catarina Eufémia, sendo a bilheteira e terminal de carga no edifício onde até há pouco tempo existia uma papelaria.
No ano de 1926, precisamente o ano da foto, o velhinho GMC já não podia com “a gata pelo rabo”, além disso o negócio estava-se expandindo, e o Santos associou-se a José da Cruz Costa e Fausto Rodrigues Andrade. Assim, foi criado um novo percurso entre Vilarinhos, São Brás e Faro, tendo para isso encomendado em Lisboa um “chassis” FORD no qual montaram uma primitiva carroçaria de madeira. 
Para percebermos como este tipo de autocarros é construído, aqui temos uma foto de um autocarro a ser construido.

Fig 2 - Construção de autocarro de chassis de madeira
O chassis e elementos mecânicos (motor, transmissão, travões, etc) eram adquiridos a um fabricante (neste caso por exemplo foi a Ford) e depois a carroçaria era por construída um carroçador ou então pelos mecânicos da empresa de transportes, como era habitual aqui no Algarve.
No Algarve existiram outras empresas a operar na época, entre elas o Cipriano das Neves de Loulé mas durou pouco, operava uma Overland.
Em Olhão existia a Empresa Rodoviária do Algarve, propriedade do famoso “Silva”, os autocarros eram vermelhos e cinzentos. Inicialmente eles operavam Chevrolets e ainda Internationals C35B.
Fig 3 - Autocarro Chevrolet - E.R.A. Olhão
Fig 4 - Autocarro International C35B da E.R.A. Olhão
Estes autocarros eram lentos e só a muito custo atingiam a vertiginosa velocidade de 80 km/h.
Em Faro, resultando de múltiplas fusões de diversas empresas que se dedicavam ao transporte de passageiros surgiu em 1933 a Empresa de Viação do Algarve, Lda – EVA.
A EVA inicialmente iniciou a sua operação com autocarros do tipo Panhard com motores volvo, como este do anuncio .

Fig 5 - Anuncio da EVA - Empresa de Viação do Algarve
Ao longo dos anos a EVA operou autocarros de diversas marcas, desde Bedfords com motor Perkins, Volvos, AEC, entre muitos outros. 
Fig 6 - Autocarros da EVA  - Empresa de Viação do Algarve
Os autocarros da EVA eram verdes de cinzentos, e o seu terminal era junto a doca, no local indicado na foto anterior. Neste tempo ainda não havia o terminal rodoviário actual, só construído nos anos 70, creio eu. Do outro lado da Praça Ferreira de Almeida, junto a actual loja de fotografias, era o terminal dos autocarros do "Silva" (os de Olhão). Eram vermelhinhos, com traço azul ao centro e a parte inferior pintada de cinza. Na fig 6 consegue-se ver a retaguarda de um autocarro do Silva parado junto ao seu terminal (no canto superior esquerdo).
Na Fig 7 podemos ver dois autocarros da marca AEC, modelo Reliance, parados junto à doca.
Fig 7 - AEC Reliance da Empresa Rodoviária do Algarve (E.RA. de Olhão)
Nesta fotografia se vêem vários autocarros Volvo da EVA e uma BEDFORD com motor Perkins da empresa Rodoviária do Algarve (a do Silva, de Olhão) vermelhinha.
Fig 8 - Bedford da E.R.A. (vermelhinha) junto dos autocarros da EVA