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sexta-feira, 3 de junho de 2011

O preço de Cavaco Silva


  45 000€, por dia.É obra.
Por dia...nada de confusões, por dia!!!.....   
  
45 mil euros por dia para a Presidência da República.
As contas do Palácio de Belém
O DN descobriu que a Presidência da República custa 16 milhões de euros por ano
(163 vezes mais do que custava Ramalho Eanes), ou seja, 1,5 euros a cada português.
Dinheiro que, para além de pagar o salário de Cavaco, sustenta ainda os seus
12 assessores e 24 consultores,
bem como o restante pessoal que garante o funcionamento da Presidência da República.
A juntar a estas despesas, há ainda cerca de um milhão de euros de dinheiro dos contribuintes que todos os anos serve para pagar pensões e benefícios aos antigos presidentes.
Os 16 milhões de euros que são gastos anualmente pela Presidência da República colocam Cavaco Silva
entre os chefes de Estado que mais gastam em toda a Europa,
gastando o dobro do Rei Juan Carlos de Espanha (oito milhões de euros)
sendo apenas ultrapassado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy (112 milhões de euros)
e pela Rainha de Inglaterra, Isabel II, que 'custa' 46,6 milhões de euros anuais.

E tem o senhor Aníbal Cavaco Silva,
a desfaçatez de nos vir dizer  que:
"os sacrifícios são para ser 'distribuídos' por todos os portugueses"...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Falta de Governo complica salvação rápida

A falta de um Governo em funções limita as opções de resgate imediato do país mesmo que as autoridades peçam ajuda externa, algo que têm vindo a evitar mesmo perante as dificuldades de refinanciamento do sector público e financeiro. 

1 - Pedir só ao FMI
Tecnicamente é possível pedir um empréstimo directo ao FMI. Um programa de assistência habitual implica uma condicionalidade estrita e uma taxa de juro ligeiramente menor que a praticada na UE. Implica um Governo capaz que aplique medidas de austeridade, que não existe. Mas o FMI também oferece linhas de crédito de curto e médio prazo, com menos contrapartidas, que só se usam em situações muito específicas provocadas por um factor externo. Algo que se aplica mais ao Japão que a Portugal. Contudo, isto traria problemas políticos de "deslealdade" para com os parceiros europeus com quem se esteve a lutar por "um mecanismo interno que honrasse o compromisso do euro", nota um embaixador europeu. Poderia ser uma bofetada de luva branca para os países conservadores que endureceram as condições de empréstimo na zona euro mas isso "seria totalmente incompreensível", nota um porta-voz da Comissão. Esta opção chegou a ser discutida no caso da Grécia, mas foi abandonada justamente para permitir à UE criar um mecanismo próprio.

2 - Pedir ajuda europeia excepcional ou ‘intercalar'
Esta foi a solução usada para a Grécia. Invocando o artigo 122 do Tratado de Lisboa, um grupo de países europeus garantiu empréstimos bilaterais. Mas o Reino Unido obrigou os 27 a garantir, por escrito, nas conclusões de um Conselho Europeu, que esse artigo jamais se utilizaria para esse fim, visto que a UE criou o FEEF para resgatar países do euro. Esse artigo permitia que caso um país "se encontre em dificuldades ou sob grave ameaça de dificuldades devidas a calamidades naturais ou ocorrências excepcionais que não possa controlar", o conselho pode "sob certas condições, conceder ajuda financeira da União ao Estado-membro em questão". E mesmo que não existisse já uma objecção, quais seriam os Parlamentos que aceitariam dar garantias de empréstimos ou empréstimos a um país sem o compromisso deste com um programa de austeridade? Além disso, as opiniões públicas de países como a Finlândia, Alemanha, Áustria, Holanda e Eslováquia têm vindo a revelar-se cada vez mais alérgicas a estas ajudas, levando os seus governos a apertar a condicionalidade.

3 - Pedir ajuda do FEEF
Seguir a pegadas da Irlanda surge como a opção natural, pois foi esse mecanismo que foi criado para casos países da zona euro em dificuldades financeiras como Portugal. Mas o actual Governo apenas tem margem para fazer o pedido. As contrapartidas de austeridade a aplicar exigem um compromisso interpartidário ou um novo Executivo, o que não se espera antes de fim de Junho, depois do rubicão de endividamento nesse mês. Razão pela qual o Governo tem vindo a procurar soluções junto da Comissão. Mesmo que esse acordo viesse já, o FEEF tardaria cerca de um mês a estar operacional.

4 - Pedir ajudas bilaterais
Parece uma solução de outros tempos. Um país ‘amigo', ou vários, pode criar uma linha de crédito específica a troco de uma espécie de condicionalidade diferida - uma promessa firmada pelo Presidente da República e/ou principais líderes partidários que o compromisso será honrado, um programa de condicionalidade será aplicado e eventualmente integrado num pacote de ajuda europeu assim que um novo Governo entre em funções.

In: Economico

Tal como já aqui havia dito, o facto de o PEC IV ter sido rejeitado foi uma bazucada nos dois pés, e o facto de o presidente da republica não ter constituído um governo de salvação nacional foi outro. O facto de estarmos sem governo até Junho cria uma serie de embaraços e lacunas de poder, decisões urgentes que não podem esperar não estão a ser tomadas porque não há governo em funções.

Um pacote de medidas de austeridade devia neste momento já estar a ser aplicado, mas não... entretanto as empresas de transporte estão todas falidas, ninguém lhes dá credito, não vai haver dinheiro para pagar os salários dos trabalhadores, há pessoas com empréstimos que o dinheiro tem de entrar certinho... como é? O que é o Presidente da Republica pensa disto? Onde está Cavaco numa hora destas?

Esta gente é completamente irresponsável, atirar o pais para eleições num momento destes e a pura da loucura! Bem diz o Ricardo Salgado... os bancos não aguentam mais, não tem onde ir buscar dinheiro para comprar divida ou para injectar no mercado (empresas e cidadãos) e o estado continua como se nada fosse.

Entretanto o banco de Portugal já solicitou aos bancos para reforçarem os capitais próprios, situação que deverá ser resolvida com aumentos de capital na maioria dos casos.

Não quero acreditar, mas se não aparecer dinheiro para os salários o pais vai parar. O sector dos transportes para e consequentemente tudo o resto para também. Ainda há, perante uma situação desta gravidade, gente irresponsável que ainda faz greves porque querem aumentos de ordenado e a não querem os cortes impostos pela crise. Lunáticos!!!!! Não vêem que estão a destruir o pais e a arruinar o restinho da nossa economia?? Não percebem que é preciso todos fazerem sacrifícios?

Nunca pensei que o povo Português fosse tão egoísta! Não perceberam que assim vamos todos ao charco? E depois nem para mim... e nem para ti!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ainda não foi hoje que Portugal bateu na parede...

O IGCP colocou hoje no mercado 1.645 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com um juro de 5,793%.
 
O instituto responsável pela gestão da dívida de Portugal colocou hoje no mercado 1.645 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com maturidade em Junho de 2012, num leilão extraordinário onde a procura superou em 1,4 vezes a oferta.

Este rácio ficou, contudo, abaixo do verificado no último leilão comparável, realizado em Julho último, onde a procura superou em 2,3 vezes a oferta.

Os 1.645 milhões de euros colocados ficaram acima do montante indicativo de 1.500 milhões de euros anunciado pelo IGCP no dia de ontem, com um juro de 5,793%, abaixo das actuais taxas de mercado para os títulos de dívida com esta maturidade, acima de 6%.

Contudo, na última emissão comparável de Julho, o juro fixou-se nos 3,159%. Os operadores contactados pelo Diário Económico apontavam para juros de 6,4%. De acordo com as mesmas fontes de mercado, Portugal já tinha compradores, nomeadamente o Brasil e a China.

"Com este leilão, Portugal comprou mais tempo na sua luta para não pedir um 'bailout'. As amortizações de Abril deverão já estar asseguradas, embora para as de Junho se tenha de esperar para ver", comentou Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, à Reuters.

O mesmo especialista adiantou que "a taxa foi surpreendentemente mais baixa do que o mercado secundário está a negociar, que se situa acima dos 6%, e o montante foi também acima do indicativo. O Estado português continua a ter quem acredite que consegue amortizar a sua dívida. No entanto, mantém-se que a taxa é extremamente elevada".

  • OBRIGAÇÕES DO TESOURO COM MATURIDADE A JUNHO DE 2012

  Hoje Emissão anterior
Data da
Emissão
 1 de Abril de 2011 14 de Julho de 2010
Montante Indicativo 1.500 milhões 1.000 a 1.500 milhões 
Montante Colocado 1.645
milhões
877
milhões
Taxa Média Ponderada 5,793% 3,159%
Rácio Procura/Oferta 1,4 2,3

Fonte: IGCP

IN: ECONOMICO 


O estado lá conseguiu colocar a divida, para perfazer o total de 5 mil milhões de modo a pagar aos nossos credores... tinhamos 4 mil milhões, fomos buscar mais mil milhões e meio.

Em Junho vence novamente outra tranche  da divida, desta vez serão 6 mil milhões, conforme se pode verificar no quadro acima. Vamos ver como Portugal conseguirá arranjar o dinheiro, ou através de colocação de divida ou se terá de recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira. 

De qualquer modo, esse problema pertencerá apenas ao governo que sair das próximas eleições de 5 de Junho. Nessa altura terá de recorrer ao FEEF/FMI, não haverá alternativas, alias o ministro alemão das finanças já disse neste artigo que Portugal recorrerá ao fundo em Junho. 

Pensei que pudéssemos entrar em default já em Abril, tinha sido melhor e tinha-se antecipado o inadiável, assim vamos andar nesta agonia ate Junho, quando finalmente entrarmos em default.

O Presidente da Republica com o comunicado que fez ontem também não aqueceu nem arrefeceu, não mobilizou os Portugueses nem lhes deu alento... No momento de crise que se vive hoje precisava-se um Presidente que interviesse de forma positiva, mobilizasse a população para os sacrifícios que ai vêem e fosse o catalisador do nosso ressurgimento económico. Não, temos um Presidente que é apenas uma figura cinzenta e que não consegue galvanizar nem um caracol.

Temos os governantes que o pais merece...

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

sexta-feira, 11 de março de 2011

Governo não informou Belém

Cavaco Silva, Presidente da República, não sabia do pacote de austeridade hoje anunciado pelo Governo

O Governo não informou o Presidente da República sobre o pacote de medidas de austeridade que o ministro Teixeira dos Santos anunciou hoje, em conferência de imprensa.
"O Presidente não tem conhecimento oficial", disse ao Expresso fonte oficial de Belém.
É a primeira vez que o primeiro-ministro não informa Belém, previamente, sobre um assunto desta relevância.


Acho que isto vai acabar mal!!!!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

EU ERA UM MÍSERO PROFESSOR, MINHA SENHORA" !?

"EU ERA UM MÍSERO PROFESSOR, MINHA SENHORA" !?
Esta frase que escapa da boca de Cavaco Silva numa entrevista a uma jornalista amiga diz tudo sobre o pensamento político de Cavaco Silva, o seu carácter e o desprezo que nutre por uma importante classe profissional.

 
Era um mísero professor catedrático que se baldava às aulas na Universidade Nova enquanto as dava na Católica, beneficiando assim de dois ordenados enquanto alguns alunos ficavam sem aulas e prejudicavam a sua licenciatura.

Era um mísero professor catedrático de economia que nada sabia de aplicações de poupanças e desse negócio sabia tanto como um qualquer trolha.
Era um mísero professor que além de vencimento de topo na carreira dos professores ainda acumulava com pensões do governo e do Banco de Portugal.
É um mísero político que tem dos professores uma visão ofensiva para toda a classe e que não hesita em ofender milhares de portugueses só para se armar em ignorante num domínio em que não pode invocar ignorância.
É um mísero político que depois de exercer os mais altos cargos durante mais de quinze anos diz que não é político para não carregar com o estigma de uma classe de políticos corruptos, muitos dos quais foram invenção dele.
É um mísero professor que tem uma luxuosa casa de férias no Algarve.

É um mísero professor que não tem a mais pequena consideração pelos professores deste país, não hesitando em promovê-los a ignorantes para invocar ignorância economia, ele que foi doutorado em York, professor universitário, técnico do Banco de Portugal, primeiro-ministro e Presidente da República.

É um mísero professor que nem tem consideração pela sua profissão e condição de professor doutorado, imagine-se em que conta deverá ter todos os outros portugueses.
É um mísero político que para conquistar a Presidência da República exibe os seus conhecimentos de economia e na hora de esconder a forma como obteve dinheiro fácil disfarça-se de mísero professor que nada sabe de acções.

Resta-nos esperar que os portugueses não escolham um mísero Presidente da República.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Eanes recusou acções ao preço de acionistas de referência


Ramalho Eanes diz que os bancos lhe propuseram acções ao preço de accionistas de referência, mas recusou sempre.

Em Setúbal, durante uma acção de campanha do candidato presidencial Cavaco Silva, a cuja comissão de honra preside, Ramalho Eanes considerou que a questão das acções da SLN que foram detidas por Cavaco Silva "devia ser esclarecida, mas não devia ser explorada", acrescentando que, na sua opinião pessoal, o assunto "está suficientemente esclarecido".

A este propósito, Ramalho Eanes falou da sua experiência com as instituições bancárias: "Eu não sou um homem que tenha um grande aforro, mas tenho sido contactado ao longo da minha vida pelos bancos e quando eu digo 'bom, eu não tenho dinheiro para aforrar' eles dizem 'não, não, mas nós gostaríamos muito que você fosse nosso cliente, porque isso dá uma certa imagem ao banco'".

Questionado se foi alguma vez contactado pelo BPN, respondeu: "Nunca fui contactado pelo BPN, mas tenho sido contactado por alguns bancos para ser cliente, e tenho dito sistematicamente que não".

"E quando a pessoa individualmente diz 'bom, não tenho meios' eles dizem 'a gente faz as acções ao preço dos accionistas de referência'", adiantou.

Ramalho Eanes não quis "fazer juízos" sobre o preço de um euro a que Cavaco Silva comprou acções da SLN em 2001, que seriam vendidas em 2003 por 2,40 euros.

No seu entender, esta questão "lança, de alguma maneira, uma nuvem sobre aquilo que realmente importa discutir", o crescimento económico, o endividamento externo, o desemprego e a miséria.

Eu já tinha algum reconhecimento pelo General Ramalho Eanes, dado que quando deixou a politica activa, teria direito à acumulação das duas reformas, como Presidente de Republica e como Tenente-Coronel do Exercito, depois promovido a General. Devido a um decreto-lei que ele contra ele próprio promulgou, ficou inibido do recebimento da pensão, recorreu e deram-lhe razão mas depois não quis receber o dinheiro alegando que seria um roubo aos demais cidadãos e uma injustiça.

Agora recentemente foi contactado para comprar acções de bancos a preço de saldo, tal como foi o Cavaco Silva e outros e recusou.
A Mulher de Caesar também tem de parecer Honesta como o nosso Eanes, pois ser Honesta não chega !  

Para Eanes, serão necessários nascer vários Cavacos para que este seja tão sério quanto ele.

É que Eanes, nem confunde seriedade com honestidade !!

Foi sem duvida um dos melhores presidentes de Portugal, com a presidência mais difícil, com imensos problemas, grave crise económica mas conseguiu ser o garante da democracia e defender a nossa constituição.

Por isso, Sr. General, pegue na Dona Manuela e traga a tropa que qualquer dia nem armas tem e acaba com as palhaçadas.
 
O Povo agradece depois ... 

Cumprimentos cordiais
Luís Passos


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

BPN: Cavaco afinal vendeu barato

Por Felícia Cabrita


Quando Cavaco Silva vendeu as acções por 2,40 euros, o BPN estava a vendê-las por 2,75. Ao contrário do que se pensava, Cavaco podia ter vendido melhor.

Cavaco Silva vendeu as acções que detinha na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), então proprietária do Banco Português de Negócios (BPN ), por um valor inferior ao que o presidente deste grupo, José Oliveira Costa, fixou noutras operações de compra e venda.

As acções de Cavaco - adquiridas em 2001, por um euro cada - foram compradas pela SLN, dois anos depois, pelo preço unitário de 2,40 euros, quando o preço que esta já praticava era de 2,75. Cavaco perdeu, assim, cerca de 36.682 euros: vendeu-as por 252.907 euros, quando podia ter recebido 289.789 euros, se o preço unitário fosse de 2,75 euros.

Segundo documentos a que o SOL teve acesso, no mesmo dia (17 de Novembro de 2003) em que o ex-primeiro-ministro pediu que fossem vendidas as suas 105.378 acções (que representavam 0,03% do capital da SLN), José Oliveira Costa vendeu um lote de 363.636 acções a José Procópio dos Santos, dono da cadeia de hotéis Luna, pelo valor unitário de 2,75 euros.

Mas há mais casos que demonstram que, apesar de a SLN não estar cotado na Bolsa, os 2,75 euros por acção era o valor já praticado pelo grupo e não os 2,40 aplicados a Cavaco.
Meses antes, por exemplo, Oliveira Costa autorizou a venda de outro lote de acções a Ezequiel Sequeira. O então presidente da SLN recebeu a proposta deste empresário, datada de 17 de Julho, tendo despachado no canto superior esquerdo: «Autorizo, 03.09.19, José Oliveira Costa». A operação concretizar-se-ia a 9 de Outubro.

Também Patrícia Cavaco Silva, que comprara 149.640 acções vendeu-as no mesmo dia e ao mesmo preço das do pai, tendo perdido 52.374 euros (vendeu-as por €359.136 euros, em vez de 411.510 euros se o valor unitário fosse de €2,75 euros).

Cavaco e a filha tinham comprado as acções em Abril de 2001, directamente a Oliveira Costa, pelo mesmo preço a que só este enquanto presidente da SLN podia adquirir: um euro. A venda das suas acções seria despachada também por Oliveira Costa, no canto superior das cartas que Cavaco e a filha lhe dirigiram: «Autorizo a aquisição pela SLN-Valor SGPS Lda, ao preço de 2,40 por acção. 03.11.17 José Oliveira Costa».


Bem depois de ler o artigo da Felicia, publicado no Sol online constatei o seguinte, o professor Cavaco Silva comprou as acções por 1 € cada. Na altura da aquisição, se pagasse o valor de mercado praticado não as ia comprar a 1 €, mas sim a 2 euros e qualquer coisa.
Assim, houve de facto favorecimento, porque se eu fosse comprar ao balcão não tinha o mesmo privilégio.
Cavaco sabe muito bem que em muitos países desenvolvidos o seu negócio com acções do BPN seria suficiente para já se ter retirado da política, sabe também que em muitos desses países a actuação do seu homem de confiança no caso das falsas escutas a Belém não só teriam sido alvo de uma investigação criminal como muito provavelmente levaria à demissão do Presidente da República.
É o pais que temos... Eu já optei... voto em branco.
Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ensaio de Alfredo Barroso: Cavaco Silva, a realidade e o mito






Devo esclarecer, antes de mais, que nunca subestimei Cavaco Silva, cujo pendor autoritário, mesclado de demagogia e populismo, e alicerçado num apurado sentido da oportunidade, fizeram dele, não só um adversário temível, mas também um dos políticos mais previsíveis que conheci em toda a minha vida activa, que já vai em quase meio século. Há, aliás, duas frases que retive na memória, da autoria de Cavaco Silva, que caracterizam bastante bem o político completamente previsível que ele é.

Uma delas foi proferida em 2005, tornou-se famosa e diz o seguinte: "Pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões." Quem tenha alguns conhecimentos de história, seja do país ou do mundo, seja das ideias ou dos factos políticos, sabe perfeitamente que tal afirmação não é verdadeira. Porque, regra geral, pessoas inteligentes, com princípios, ideias e opções políticas distintas, chegam a conclusões diferentes, mesmo quando possuem a mesma informação. É isso, aliás, que está na base dos sistemas democráticos, pluralistas e pluripartidários.

Mas a frase proferida por Cavaco Silva há cinco anos é característica do discurso político dominante nos diversos partidos que alternam no poder em quase todas as democracias ocidentais. É uma frase que traduz aquilo que alguns já designam como "o fim da política".

Para políticos que dizem situar-se rigorosamente ao centro, como é o caso de Cavaco Silva, a política na sua dimensão conflitual é considerada como algo pertencente ao passado. O tipo de democracia que recomendam é uma democracia consensual, totalmente despolitizada, não partidarizada, sem confronto entre adversários, submetida aos princípios tecnocráticos e burocráticos implícitos naquilo que os banqueiros, gestores e empresários "modernos" designam por "boa governança", seja lá isso o que for.

Esta concepção aparentemente moderna teve a sua tradução histórica em Portugal com a instauração de uma "democracia orgânica" por Salazar, em 1933. Uma "democracia" em que só era consentido o partido único - a União Nacional - e em que os adversários políticos eram colocados fora da lei, considerados subversivos, perseguidos pela polícia política e forçados, muitas vezes, a passar à clandestinidade, para fugir à prisão.

Claro que Cavaco Silva não quer instituir uma democracia orgânica e tem respeitado sempre as regras da democracia pluralista, ascendendo aos mais altos cargos políticos através de eleições. Mas o seu desejo ardente de uma democracia consensual, sem conflitos entre adversários, sem "ilusões" e "utopias", virada para o "futuro" e cheia de "esperança", dominada pelo discurso politicamente correcto e esvaziada do confronto de ideias - que só pode subverter o consenso -, é qualquer coisa de genético e intrínseco, que está sempre implícito (e explícito) no discurso de Cavaco Silva.

A outra frase de Cavaco Silva que retive na memória, já esquecida mas também famosa, foi proferida por ele há oito anos, em 2 de Março de 2002, durante uma conferência na Faculdade de Economia do Porto.

A propósito da sustentabilidade da Segurança Social e referindo-se à quantidade de funcionários públicos em Portugal (cujo numero, diga-se de passagem, aumentou significativamente durante os dez anos em que ele foi primeiro-ministro), Cavaco Silva disse, às tantas: "Como é que nos vemos livres deles? Reformá-los não resolve o problema, porque deixam de descontar para a Caixa Geral de Aposentações e, portanto, diminui também a receita do IRS. Só resta esperar que acabem por morrer."

Esta extraordinária declaração proferida por Cavaco Silva, que revela uma total insensibilidade humana, não lhe deve ser levada a mal, porque é característica dos tecnocratas da política, sempre mais preocupados com os números do que com as pessoas. Cavaco Silva é isso mesmo, um tecnocrata da política. Considera-se, acima de tudo, um economista, e foi assim, como economista, que quis ser eleito Presidente da República há cinco anos.

Em reforço desta tese, não resisto à tentação de citar uma passagem da entrevista que Cavaco Silva concedeu ao "Expresso", publicada em 23 de Outubro, que ilustra bastante bem o lado acentuadamente tecnocrático, mas também burocrático, da personalidade política de Cavaco Silva.

Quando diz que chamou os partidos, "na sequência da afirmação de que o Governo não teria condições para governar sem a aprovação do Orçamento do Estado", Cavaco Silva salienta: "Forneci às forças políticas toda a informação relativa às consequências de uma crise, no caso da não aprovação do Orçamento. E forneci informação bastante detalhada relativamente à dependência da economia portuguesa dos mercados financeiros internacionais."

Tanta minúcia comove. Dá vontade de perguntar como é que Cavaco Silva terá fornecido aos partidos toda aquela informação. Terá sido em dossiers repletos de relatórios escritos em folhas A4? Ou ter--se-á limitado a proferir uma lição, do tipo magister dixit, aos pobres ignorantes que foram a Belém em representação dos partidos?

A minha curiosidade é grande. Mas a declaração citada revela bem que Cavaco Silva não é apenas um tecnocrata. É também um verdadeiro burocrata da política que dedica muito do seu tempo em Belém a coligir informação (em jornais, estudos, pareceres, relatórios oficiais), a qual, uma vez fornecida a políticos inteligentes, só pode, em sua opinião, obrigá--los a chegar às mesmas conclusões. É a escola do pensamento único em todo o seu esplendor. É a democracia consensual, sem conflitos e sem alternativas, elevada por Cavaco Silva a um patamar nunca antes alcançado.



2. Ao longo dos anos, tem sido construído um mito à volta de Cavaco Silva, que o próprio vem alimentando desde que exerceu as funções de primeiro-ministro, entre 1985 e 1995. Aliás, na já citada entrevista ao "Expresso", ele não perde a oportunidade de declarar, às tantas: "Eu sei bem a situação em que deixei Portugal em 1995 e tenho muito orgulho."

Sem questionar o "muito orgulho" a que Cavaco Silva tem direito, é bom salientar que o balanço de dez anos de "cavaquismo" está longe de ser brilhante, tal como convém lembrar as circunstâncias excepcionais em que Cavaco Silva acedeu ao poder, dando provas do seu proverbial sentido da oportunidade, que alguns qualificam como puro oportunismo político.

Refira-se, para começar, que Cavaco Silva se afastou sempre da vida política e do poder quando previa momentos difíceis (recusou-se, em 1980, a fazer parte dos governos da AD chefiados por Francisco Balsemão) e regressou à política para reconquistar o poder quando outros já tinham feito o trabalho mais difícil (Mário Soares e o Governo do "bloco central", em 1985) ou estavam a fazê-lo (primeiro governo de Sócrates, em 2005).

Depois de ter sido o ministro das Finanças do primeiro governo da AD, chefiado por Sá Carneiro (VI Governo constitucional), Cavaco Silva não aceitou continuar como ministro das Finanças dos governos chefiados por Francisco Balsemão, porventura por conhecer bem, como certamente conhecia, as consequências da política económica e financeira que ele próprio tinha adoptado em 1979-1980 - a saber: perda de competitividade da economia; agravamento brutal do défice externo; enorme endividamento em dólares das empresas públicas; recusa de financiamento por parte do sistema financeiro internacional, face um défice externo recorde.

Quando estes gravíssimos problemas foram resolvidos pelo Governo do "bloco central", chefiado por Mário Soares, entre 13 Junho de 1983 e 6 Novembro de 1985 (a saber: recuperação da competitividade da economia; controlo das contas públicas; eliminação do défice externo; restauração da credibilidade do país face às instituições internacionais; abertura do processo de reprivatização da economia; assinatura do Tratado de Adesão à CEE), Cavaco Silva decidiu regressar à vida política activa, conquistando a liderança do PSD, no congresso da Figueira da Foz, derrubando o governo do "bloco central", com a conivência do Presidente da República, Ramalho Eanes, e provocando, assim, eleições legislativas antecipadas.

Como primeiro-ministro, Cavaco Silva beneficiou dos excelentes resultados das políticas levadas a cabo pelo Governo do "bloco central" - designadamente, do excedente da balança de transacções correntes, da abertura do mercado espanhol propiciada pela integração na CEE e das abundantes transferências de fundos estruturais provenientes de Bruxelas - o que, naturalmente, favoreceu um crescimento rápido da economia, a descida da inflação e dos défices, e o aumento do emprego.

No entanto, conforme salienta a economista Teodora Cardoso, numa pormenorizada "análise crítica" publicada em 2005 (sob o título "Cavaco Silva, a ciência económica e a política"), o que "começou por faltar" a Cavaco Silva foi "uma orientação inequívoca, no sentido de aproveitar esta fase ímpar, mas passageira, para preparar a economia para um tipo de competição completamente diferente daquela que enfrentara no passado. (...) O caminho para Portugal não podia continuar a ser o da falta de qualificação e dos baixos salários".

Teodora Cardoso esclarece o seu ponto de vista: "Ao contrário da moda recente de criticar a opção pelas infra-estruturas, não me parece que esta tenha sido um erro. Erros sim - e graves - foram a incapacidade de usar eficazmente os fundos de formação profissional; de levar a cabo uma reforma do sistema de ensino que privilegiasse as necessidades da sociedade e da economia; de proceder a um correcto reordenamento do território e a uma reforma do processo orçamental que permitisse a descentralização racional da gestão pública; ou (a incapacidade) de criar uma administração pública e parceiros sociais preparados para encaminhar o país no sentido que a integração europeia e mundial lhe impunham. Ao contrário do que às vezes se deixa entender, o facto de se construírem estradas não impedia que se melhorasse a qualificação dos portugueses. Pelo contrário, face à abundância dos fundos estruturais e ao crescimento rápido da economia e da sua capacidade de financiamento, ambas as opções eram não só possíveis como indispensáveis."

Aproveitando "uma folga financeira irrepetível", Cavaco Silva criou um novo sistema retributivo (NSR) da administração pública, que podia ter sido a contrapartida ideal para levar por diante as reformas indispensáveis, mesmo que impopulares. Mas não foi. Cavaco Silva não quis correr riscos, e nem sequer mexeu nos múltiplos esquemas "especiais" que continuaram a proliferar durante os seus governos. Por isso mesmo, conforme conclui a professora Teodora Cardoso: "O que Cavaco Silva nos legou reduziu-se à expansão dos regimes especiais, ao reforço da rigidez e da incapacidade de gestão e inovação, e, sobretudo, a um aumento dos encargos com a função pública que correspondeu, em termos reais, à mais que duplicação da massa salarial das administrações públicas entre 1985 e 1995."

Mas os graves erros cometidos por Cavaco Silva não se ficaram por aqui. Como recordou António Perez Metelo, num artigo publicado no "DN Economia", em 12 de Julho de 2006: "Em termos de Segurança Social é bem sabido que, entre 1985 e 1995, o Estado não pagou integralmente as verbas devidas ao correcto financiamento dos sistemas não. Criou-se, aí, um défice, que acelerou as tensões à volta do financiamento sustentado de toda a Segurança Social pública." E essas verbas, esclarecia Perez Metelo, situaram-se "na casa dos milhares de milhões de euros".

Antecipando as consequências dos seus erros - défices excessivos do sector público administrativo; aumento da despesa pública superior a 12%, entre 1990 e 1995; taxa de crescimento muito baixa (0,8 %, em vez dos 2,8 % que tinha prometido, entre 1991 e 1994); taxa de desemprego a crescer (superior a 7% em 1994) - Cavaco Silva, depois de alimentar o famoso "tabu", decidiu mais uma vez afastar- -se, quer da chefia do governo quer da chefia do PSD, deixando a "batata quente" nas mãos de Fernando Nogueira, que lhe sucedeu como presidente do partido e acabou por ser derrotado por António Guterres nas eleições legislativas de 1995.

3. Cavaco Silva ainda disputou a eleição presidencial de 1996 - mais para tentar provar que não "fugia" do que convencido de que a ganharia - mas, uma vez derrotado, afastou-se da vida política activa e remeteu-se a um silêncio algo ruidoso. Prevendo a crise que se agravou a partir de 2001, Cavaco Silva ajudou a derrubar o governo de coligação entre o seu próprio partido e o CDS-PP (o governo de Santana Lopes), e continuou a preparar discretamente a sua nova candidatura a Belém, alimentando mais um "tabu". E quando o governo do PS (saído das eleições de Fevereiro de 2005 e chefiado por José Sócrates) tomou as medidas duríssimas e impôs as políticas de austeridade que são conhecidas, Cavaco Silva não hesitou em considerar que era chegado o momento de regressar à política activa. E a verdade é que, como diria Júlio César, regressou, viu e venceu.

Cavaco não é, de facto, um político para os momentos difíceis. Mas é um político que sabe tirar partido deles. Em relação à gravíssima crise que o país actualmente atravessa, já sacudiu a água do capote. Na declaração de recandidatura a Belém, já teve o cuidado - e a falta de pudor - de afirmar, sem se rir, que o país ainda estaria pior se não fossem os avisos e os alertas que ele dispensou com tanta generosidade, durante cinco anos. É assim que o Presidente economista pretende ultrapassar a frustração de não ter sido capaz de cumprir o que prometeu na eleição de 2005. Ou seja: com ele em Belém, o país nunca poderia chegar ao ponto a que agora chegou.

Que pena não terem lido, tanto em Portugal como lá fora, todas as informações coligidas e fornecidas urbi et orbi por Cavaco Silva. Porque, se as tivessem lido, todos teriam chegado às mesmas conclusões e o mundo estaria bem melhor, porventura a caminho de amanhãs que cantam!

Os mitos são sempre muito duros e resistem bastante à realidade, por mais evidente que ela seja. Cavaco Silva sabe disso - e a direita que o quer transportar num andor, também. Esta crise brutal - somada ao inevitável parecer positivo da sua augusta família - veio de novo favorecer os desígnios de Cavaco Silva e tornar mais difícil a tarefa daqueles que o vão enfrentar. Porque agora ele já não se candidata apenas como o economista capaz de resolver as crises. Candidata-se em nome de Portugal, como ele próprio disse, sugerindo a imagem quase subliminar de partido único, numa democracia consensual totalmente despolitizada e despartidarizada. Cavaco Silva advoga "o fim da política". E isso é um perigo para a democracia.

Alfredo Barroso  In: Jornal i