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terça-feira, 31 de maio de 2011

Desemprego atingiu novo máximo histórico de 12,6 por cento

A taxa de desemprego em Portugal atingiu novo máximo histórico de 12,6 em Abril, tal como terá acontecido já em Março, segundo o valor revisto anunciado também hoje pelo Eurostat.
 
O valor hoje divulgado faz Portugal saltar de décimo para oitavo país com maior taxa de desemprego na UE, mantendo a sexta posição na zona euro. O aumento do desemprego terá sido mais sentido entre os jovens com menos de 25 anos, cuja taxa está já claramente acima de 27 por cento desde Março.

O valor mais elevado até agora divulgado para o desemprego em Portugal tinha sido o do INE relativo ao primeiro trimestre do ano, de 12,4 por cento, reflectindo um salto devido a uma alteração no método de recolha de informação por inquérito. No trimestre anterior, tinha sido de 11,1 por cento.

O salto de valores registado pelo INE com a alteração de método justifica também que nos dados hoje divulgados o Eurostat proceda a uma revisão em alta, numa amplitude maior do que é habitual, dos seus valores para o primeiro trimestre. Para Janeiro, Fevereiro e Março, os seus valores passaram de respectivamente 11,2, 11,1 e 11,1 por cento para 12,2, 12,5 e 12,6 por cento – o mesmo valor de Abril.

O valor hoje anunciado para Abril e Março constitui um novo máximo alguma vez registado para a taxa de desemprego em Portugal, quer desde que o INE acompanha o desemprego (segundo trimestre de 1983), quer desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.

Além de reflectir as alterações no método de recolha de informação introduzidas pelo INE, a forte subida registada entre o final de 2010 e o início deste ano decorre também da deterioração da actividade económica na sequência das medidas de austeridade que entraram em vigor no início do ano. Quando divulgou a taxa para o primeiro trimestre com a nova metodologia, o INE anunciou também que, pelo método anterior, a taxa teria subido de 11,1 por cento no último trimestre do ano passado para 11,4 por cento.

As previsões do Governo apontavam para que o desemprego continuasse a subir pelo menos até 2013, para 13 por cento, valor que afinal poderá ser ultrapassado, atendendo à subida já registada ainda antes de entrarem em vigor as medidas de ajustamento orçamental decorrentes do Memorando de Entendimento com a UE e o FMI.

No conjunto dos 17 países da zona euro a taxa de desemprego em Abril manteve nos 9,9 por cento que se registam desde Fevereiro, enquanto nos 27 da UE desceu uma décima, para 9,4 por cento em Abril. A Espanha, que tem o valor mais elevado, mantém uma taxa de 20,7 por cento,

Os dados do Eurostat devem ser encarados com prudência, pois têm por base os de cada país, que são depois tratados com uma metodologia que visa harmonizá-los, sendo frequentemente sujeitos a revisões, ainda que geralmente de poucas décimas, em função dos dados novos que vão sendo divulgados pelas autoridades de cada país. No caso português, o Eurostat utilizada os dados do inquérito ao emprego do INE e os do IEFP, relativos aos inscritos nos Centros de Emprego.

Caros amigos,
 
A manter-se esta tendencia, poderemos igualar a Espanha em valor percentual até ao final do ano!
O ajustamento vai ser doloroso!
 
Cumprimentos cordiais

Luís Passos

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mais de 200 mil pessoas já desistiram de procurar emprego em Portugal

Além dos 688 mil desempregados, há 204 mil pessoas dadas como inactivas porque já não procuram trabalho e não contam para as estatísticas do desemprego.

Não é raro ouvir-se empresários dizer que têm lugares disponíveis e não encontram trabalhadores para os ocupar. Mas o contrário também é verdade. Há cada vez mais pessoas - sobretudo mulheres - a desistir de procurar emprego e que passam para a situação de inactividade. Umas porque, embora estejam disponíveis para trabalhar, já não procuram um emprego. Outras porque simplesmente acham que não têm lugar no mercado de trabalho, devido às suas baixas qualificações ou à idade.

Se estas 204 mil pessoas contassem para as estatísticas, o número de desempregados disparava dos 689 mil para os 892 mil. E a taxa de desemprego, que, no primeiro trimestre de 2011, atingiu o nível histórico de 12,4 por cento, estaria nos 15,5 por cento.

In: Publico
 
De facto estes números impressionam, há muito desemprego não registado, dado que em muitos casos as pessoas preferem não se inscrever no centro de emprego para um novo emprego, dado que aquilo não funciona, é algo a evitar e só causa transtornos. Por outro lado, tal como diz a peça, quando chegar o verão penso que haverá uma debandada, é o mês das férias, e penso que alguns irão fazer a uma fézinha lá fora, e se encontrarem algo interessante já não regressam. Outros, quando os parentes vierem de férias, voltam com eles para os países onde residem, alguns até já terão até emprego pré-negociado por lá.

Mas tem de ser  assim, porque a nossa economia está a encolher, e não consegue absorver tanta mão de obra. Os numeros reais do desemprego devem de facto andar pelos 800.000 desempregados. É muita gente, quase 1/10 da população total, e deve andar perto dos 15 a 20% da população activa. O nosso desemprego está a aproximar-se à velocidade do TGV do nível de desemprego espanhol.

Eu não sou sociólogo, nem percebo nada de engenharia social, mas de modo empírico parece-me que se o desemprego atingir a barreira psicológica dos 20-22% da população activa, poderão haver convulsões sociais muito fortes em Portugal. Neste momento com perto 15% de desemprego real o povo está calmo, apesar de lhe faltar comida na barriga. Eu conheço muita gente que já só faz 1 refeição quente por dia porque o dinheiro não chega para fazer 2. Conheço crianças que a única refeição quente que fazem é na cantina das escolas. Em casa só comem bolachas e bebem leite.

Conheço familias de 4 pessoas que para os 4, um exemplo de refeição são umas batatas cozidas e uma lata de atum regada com um pouco de azeite, e se houver sorte, 1 ou 2 ovos cozidos.

Estamos a voltar aos anos 60 amigos, ou 50, em que numa família tinha para comer meia dúzia de sardinhas, ou penas um naco de pão. Os temos de miséria e escravidão estão ai... E o pior é que não há nada que o povo possa fazer, excepto eventualmente mostrar a sua indignação. 

O problema são as nossas elites que não estão preparadas para governar, os nossos empresários que são tacanhos, medíocres e de vistas curtas. Alguns poucos tem ousadia, investem em negócios lucrativos, criam emprego, mas são muito poucos. Não temos neste momento ninguém com visão.

Os partidos só servem para tomar o orçamento de assalto e dividi-lo pelas suas clientelas. Não se fazem reformas estruturais, não de dinamiza a economia. Podíamos ter sido dos países mais ricos do mundo neste momento... e só não o somos devido a nossa mesquinhez e ignorância.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Desempregados sem subsídio são já 54 por cento dos inscritos

De repente, Portugal tornou-se num país com uma situação social mais degradada. Fruto da nova metodologia seguida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu Inquérito ao Emprego, o número de empregos caiu e o desemprego subiu.


A taxa de desemprego saltou de 11,4 para 12,4 por cento. E subiu a fatia dos desempregados que procuram um novo emprego sem receber qualquer subsídio de desemprego. No primeiro trimestre de 2011, eram 54 por cento desse grupo quando no trimestre anterior eram tidos como sendo 48 por cento.

Ainda não se conhece inteiramente por que razão técnica os "novos" números do mercado de trabalho sofreram esta evolução. Mas possivelmente tem que ver com as lacunas dos números anteriores.

Em Janeiro passado, os responsáveis do INE já tinham alertado para as alterações. Apesar da perturbação que cria sempre uma quebra de série - por impedir a comparabilidade dos números históricos -, a alteração foi tida como "necessária", à semelhanças das ocorridas em 1983, 1992 e 1998. Alegou-se que era algo que já estava em estudo desde 2006 e que seria menos intrusivo para a vida das famílias inquiridas por ser feita por telefone. Isso reduziria os tempos de recolha e, por isso, diminuiria em 40 por cento os custos para o INE (800 mil euros anuais). Mas também uma melhoria das taxas de resposta: dos actuais 60-70 para 80 por cento.

Ontem, a nota do INE descreveu a nova metodologia: "A primeira entrevista é feita presencialmente e as cinco inquirições seguintes por telefone", quando a familía inquirida o autorizar. Nada mais muda, nomeadamente "os objectivos, periodicidade, amostra, esquema de rotações, classificações, conceitos e idade de referência da população activa".

Mas se assim é, como é possível que apenas uma forma diferente de inquirição à mesma amostra resulte numa descida de quase 80 mil pessoas empregadas (de 4945,7 para 4866 mil) e uma subida de 55,6 mil desempregados (de 633,3 mil para 688,9 mil), fazendo a taxa de desemprego saltar um ponto percentual? O INE não soube esclarecer esta dúvida do PÚBLICO. A resposta que enviou repetiu a metodologia descrita.

Recibos verdes são 129 mil

Quando é alterada a metodologia, verifica-se uma quebra da série histórica e os números deixam de ser comparáveis com os do passado. O INE comprometeu-se a assegurar a comparabilidade com os dados passados, mas ontem só foi fornecido o número de empregados, dos desempregados e a taxa de desemprego estimada com as duas metodologias. Por isso, apenas é possível traçar a nova fotografia do mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2011.

Dos 5554,8 mil activos (menos 0,4 por cento que no mesmo período de 2010), havia 688,9 mil desempregados (mais 6,9 por cento de variação homóloga). Daqui resulta uma taxa de desemprego de 12,4 por cento, muito próxima já dos 13 por cento estimados pela Comissão Europeia para 2012.

A subida do número de desempregados situa-se sobretudo no escalão mais jovem. "Antes", no quarto trimestre de 2010, havia 95,5 mil desempregados até 24 anos; "agora", passou-se para 123,9 mil. A taxa de desemprego entre os jovens passou de 23 para 27,8 por cento. Mas o "novo" desemprego pesou também entre os desempregados com idades entre 35 e 44 anos - de 139,4 mil para 160,4 mil.

Os desempregados de longa duração são já 53 por cento do universo. Dos que procuram um novo emprego, são mais de 56 por cento os que o esperam há mais de um ano, mas apenas 46 por cento deles recebe subsídio de desemprego. Mas caso se conte com os que procuram um primeiro emprego, então apenas 31 por cento dos desempregados recebe subsídio. Haverá ainda que contar com 173,9 mil pessoas que gostariam de trabalhar mais horas. Esse "subemprego visível" situou-se em 3,6 por cento.

Mas a fotografia dos que tinham emprego não parece ter melhorado. Até 2010, os números estimados pela anterior metodologia mostravam que, de Junho de 2008 ao final de 2010, a crise "fechou" 262 mil postos de trabalho no sector não público, enquanto o emprego no Estado subiu até 42 mil pessoas. No primeiro trimestre de 2011, o emprego caiu 1,3 por cento face ao mesmo período de 2010.

Não há base de comparação, mas Portugal ainda era um país essencialmente de serviços. Mais de 62 por cento dos empregados trabalhavam nos serviços. A maioria estava no comércio (23 por cento), na educação (12,6 por cento), saúde e apoio social (11,6 por cento) e na administração pública (10,3 por cento). Havia apenas 17 por cento na indústria e 9,2 por cento na construção, contra dez por cento na agricultura e pescas.

A maior fatia - 62 por cento - tinha o ensino básico. A esses, soma-se os que tinham o ensino secundário - 19 por cento. A mão-de-obra jovem é diminuta - 6,6 por cento. A maior fatia tinha idades superiores a 45 anos - 41,8 por cento. Uma matriz de habilitações que não protege do desemprego.

Os trabalhadores por conta de outrem representavam 78 por cento do total de 4,866 milhões de empregados. Cerca de 22 por cento tinham um contrato a prazo. E, entre esses, havia 129 mil que eram prestadores de serviços (como os falsos recibos verdes).


A situação está negra, 54 por centro dos desempregados já perderam o apoio social. Um dos indicadores para medir bem a situação é o numero de casas que as famílias vão começar a entregar aos bancos. Como não têm dinheiro para pagar as prestações, vão perder as casas.

Outro bom indicador é o numero de pessoas a procura do primeiro emprego, ai também se poderá medir a taxa de absorção laboral e em que áreas é que a absorção é maior e menor.
Penso que até ao final do ano devemos chegar aos 800 mil desempregados e isso é péssimo, porque temos uma economia rastejante na ordem do 1%, inflação de quase 4% e temos taxas de juro do emprestimo do FMI a 5.7%. Como é que vai ser?

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Portugal: único país do mundo em recessão em 2012

Isolado do mundo em termos de prestação económica. Até a Grécia e a Costa do Marfim, os outros dois países em recessão em 2011, vão inverter a tendência no próximo ano.
 
 
 
Portugal vai ser o único país do mundo inteiro com a economia em recessão no próximo ano. As previsões são do Fundo Monetário Internacional (FMI) que pintam um cenário negro para o nosso país.

Mais desemprego e mais crise económica num mundo em recuperação ou com um crescimento exponencial.

E o alerta do FMI é claro: vem aí um ajustamento «muito duro».

A contrariar a tendência da maioria dos países do mundo, Portugal vai contrair 1,5% em 2011 e 0,5% em 2012. Ora, na Europa, as economias deverão crescer, em média, 2%; a Rússia deverá crescer 4,5%; o continente asiático, muito impulsionado pela China, 6,8%; a América do Norte 3% e a América do Sul, com Brasil à cabeça, 4,2%. Até no continente africano, o crescimento económico deverá ser acima de 4%.

Portugal fica assim isolado das economias do mundo inteiro, desenvolvidas ou emergentes, mesmo atrás da Grécia e da Costa do Marfim, únicos países que, em 2011, vão sofrer quedas na economia real juntamente com o nosso país.

A Grécia vai fechar 2011 com uma contracção de 3%, mas deverá concluir 2012 com um crescimento: mais 1,1%, lê-se nas Previsões da Primavera do FMI.

No caso da Costa do Marfim, a economia deverá recuar 7,5% em 2011, mas deverá crescer 6,0% já em 2012.

Na lista dos países em maiores dificuldades, como a Venezuela, o Irão e o Japão - este último devido ao tsunami que desolou o país há precisamente um mês -, o FMI prevê crescimentos na ordem dos 0% e os 2% no próximo ano.

Fecha-se assim o círculo dos países com economias com sinal negativo, fica apenas Portugal. Note-se que estas previsões ainda não incluem as medidas de austeridade que deverão ser exigidas a Portugal com o pacote de resgate da UE/FMI, a ser discutido a partir da próxima segunda-feira, dia 18, e que poderão agravar ainda mais a recessão no nosso país.

Mesmo assim, o FMI alerta para a necessidade de Portugal tomar mais medidas para conseguir atingir a meta dos 3% do PIB em 2013, como o acordado com Bruxelas.

Os partidos da oposição já reagiram: consideram que estas previsões «põem o dedo na ferida» no principal problema do país: a falta de crescimento.
 

Meus senhores... segurem-se... o trambolhão vai ser grande. 
Os próximos 30 anos já estão garantidos, é o tempo que levaremos a pagar o empréstimo que o FEEF/FMI nos irá fazer (se chegar a fazer, já se fala que poderá não vir o dinheiro), duas gerações já estão completamente destruídas, a minha (tenho agora 32 anos) e a das crianças que tem entre 7 a 15 anos). Para estas ultimas então vai ser dramático, não vai haver lugar para elas na sociedade, não vai haver emprego e vão ter um nível de vida muito baixo, semelhante ao dos nossos avós ou bisavós.
 
Meus senhores da geração do baby-boom... viram bem a merda que fizeram? Conseguiram lixar 2 gerações... 
Como nasceram nos anos 60, era a altura do woodstoock, peace and love, charros, droga e muita maluquice, deve ter sido por isso que esta geração saiu tão chanfrada.
 
Ou pelo contrário, a sociedade portuguesa e que provavelmente se tornou assim, mesquinha, decrepita e ignorante e esta gente é apenas esse reflexo. Temo bem que seja esta a ultima hipotese a verdadeira.
 
Cumprimentos cordiais
Luís Passos

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Desemprego - Isto ainda não bateu no fundo

Caros,

Semanalmente recebo no meu email a informação do Jornal Expresso relativamente à oferta de trabalho na área da engenharia.

Há duas semanas consecutivas que a oferta apresentada está reduzida a 3 ofertas.

Isto é extremamente preocupante porque a secção de ofertas de engenharia do Expresso é um "barómetro" da situação económica nacional, nunca dei noticia de haver menos de 20 a 30 novas ofertas semanais.

Para o expresso apresentar 3 ofertas e ainda por cima, nenhuma delas relevante... Meus senhores segurem-se porque a tempestade vem ai... e vai ser negra!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desemprego fixou-se nos 11% em outubro

A taxa de desemprego em Portugal situou-se em outubro nos 11%, enquanto na zona euro subiu para os 10,1%, segundo o Eurostat

A taxa de desemprego em Portugal, divulgada pelo Eurostat, fixou-se em outubro nos 11%, menos uma décima que em setembro e mais 0,8 pontos percentuais em termos homólogos.

O gabinete europeu de estatísticas reviu em alta a taxa de desemprego para setembro, de 10,6% para 11,1%, valor igual ao estimado nos últimos quatro meses.

Em outubro do ano passado a taxa de desemprego em Portugal era de 10,2%, o que representa uma subida homóloga de 0,8 pontos percentuais.

Zona euro: desemprego sobe para 10,1%

A taxa de desemprego na zona euro passou dos 10% em setembro para os 10,1% em outubro. O valor de setembro compara com os 9,9% registados um ano antes.

Na União Europeia (UE) a 27, a taxa de desemprego foi de 9,6%, o mesmo valor registado em setembro.Em setembro de 2009, a taxa de desemprego na UE era de 9,4%.
 

Algarve é a região do país onde o desemprego mais subiu em 2010
 
O desemprego no Algarve pode atingir este inverno um “quadro muito negativo”, com o número de afetados a chegar aos 33.000 e a taxa a atingir os 15 por cento, alertou a União de Sindicatos do Algarve.

“Se em 2009, com 16.000 desempregados no verão, chegámos aos 30.000 no inverno seguinte, e se neste verão tivemos para cima de 20.000, significa que seguramente teremos mais de 30.000 desempregados no próximo inverno. Podemos estar a falar de 33.000 ou 34.000 desempregados no Algarve”, afirmou o dirigente sindical António Goulart.

O sindicalista sublinhou que, “há dois anos atrás, valores da ordem dos 20.000 desempregados correspondiam a um sinal de crise gravíssima no Algarve, mas no inverno”, o que “demonstra a gravidade da crise que se vive na região neste momento, porque esses valores foram atingidos em julho e agosto (deste ano) e até ultrapassados”.

“Em julho e agosto tivemos mais desempregados do que no pior mês dos últimos 20 anos, que tinha sido janeiro de 1996”, frisou, acrescentando que "em setembro os dados oficiais registaram 21.668 desempregados, mais 1055 que estavam em programas ocupacionais".

António Goulart alertou, no entanto, que se tem assistido a um agravamento do desemprego noutras áreas e deu como exemplo o caso da empresa de handling Groundforce, que vai suspender as suas operações no aeroporto de Faro e dispensar os seus 336 trabalhadores.

“Entretanto estão a surgir alguns dados e elementos novos que nos podem obrigar a fazer uma profunda correção desta estimativa em sentido negativo, porque estamos a assistir ao surgimento de desemprego mais acentuado nalguns sectores, de que é exemplo o que se está a passar na Groundforce”, afirmou.

O caso recente de 22 enfermeiras dispensadas de sete centros de saúde da região, a falência sucessiva de pequenas e micro empresas ou a insolvência do grupo Alicoop foram outros exemplos apontados pelo sindicalista.

António Goulart frisou ainda que as medidas de austeridade contidas no Orçamento do Estado para 2011 ou a introdução de portagens na Via Infante (A22) vão “criar um cenário de recessão económica que irá agravar os problemas sociais e o desemprego na região”.

“Ao longo dos meses de verão fomos assistindo à confirmação daquilo que previmos na primavera, quando dissemos que o Algarve teria no verão um número de desempregados acima dos 20.000, num quadro em que, há dois anos atrás, valores dessa ordem correspondiam a um sinal de crise gravíssima na região, mas no pico de desemprego de inverno”, insistiu.

O dirigente sindical admitiu ainda que “se com 30.000 desempregados a taxa de desemprego do primeiro trimestre no Algarve foi de 13,6 por cento, com 33.000, 34.000 ou 35.000 desempregados neste próximo inverno, [a taxa] vai seguramente chegar aos 15 ou 16 por cento”.

“Mas sinceramente espero que estejamos errados nesta nossa previsão, porque a confirmar-se será um cenário muito, muito grave”, concluiu o dirigente da estrutura sindical do Algarve, a região do país onde o desemprego mais subiu em 2010. 
 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Desemprego... com uma pitada de humor!


Ainda se lembram? Hoje alguém se atrevia a dizer isto na situação actual de desemprego? Cavaco, cavaco, não te ponhas fino... e vamos ter aqui uma revolução!!!

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

sábado, 16 de outubro de 2010

Operário protesta despido na EN125

"Não vou apertar mais porcas na empresa." O desespero de Sergei Fishchenko, 40 anos, era notório ontem à tarde, horas depois de se ter despido e passeado nu com uma chave-inglesa na mão na Estrada Nacional 125, em Sítio do Troto, Almancil.


Protestava em frente à empresa de climatização VDV Protrata, da qual reclama sete meses de salários em atraso, relativos a trabalhos prestados em 2009, durante a construção do Hotel Conrad Algarve Palácio da Quinta.

Eram cerca das 09h30 quando Sergei se destacou do grupo de cinco trabalhadores, dois ucranianos e três portugueses, concentrados à porta da Protrata. Despiu-se completamente e avançou para o meio do trânsito na EN125 de chave-inglesa na mão. 

O objectivo era chamar a atenção para a sua causa. E conseguiu. Uma patrulha da GNR, chamada ao local, conduziu o trabalhador ao posto de Almancil, para ser identificado. Dentro das instalações da Guarda, conta Sergei, um militar perguntou-lhe se estava louco. Ele respondeu que sim e, de seguida, arrancou à dentada uma unha da mão direita que já estava ferida.

A GNR chamou uma psicóloga da Acção Social da Câmara de Loulé, mas esta não chegou a comparecer por estar numa reunião. Sergei foi mandado em liberdade, sem qualquer acusação. Com três filhos (de 11, 12 e anos) e a mulher na Ucrânia, Sergei está desesperado e planeia nova manifestação para segunda-feira.


Quando eu escrevi o post Desemprego subiu mais no Algarve, Madeira e Açores em Setembro, ainda não tinha conhecimento desta noticia, mas ela só vem confirmar aquilo que eu afirmei.
De facto na área da engenharia/construção a situação está complicada. Os clientes contratam os serviços, não os pagam, e depois é a reacção em cadeia, os fornecedores não recebem, os colaboradores não recebem, os impostos não são pagos, é a destruição da économia.

Conheço muitas empresas com salários em atraso, descontos para a segurança social em atraso, mas nenhuma que tivesse 6 meses em atraso... isto de facto é ridículo, vergonhoso, por isso se  compreende perfeitamente a reacção deste cidadão russo.

Porém ele também deveria saber que ao fim de 60 dias sem receber salário, poderia rescindir com justa causa. Assim, poderia ter ido a procura de outro trabalho e não teria tanto prejuízo. No entanto, a verdade é que para onde quer que ele se voltasse a situação também não é melhor. Estamos todos no mesmo barco. 

E o pior, é que nos próximos anos, a tendência é piorar.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

Desemprego subiu mais no Algarve, Madeira e Açores em Setembro


 
Algarve, Madeira e Açores foram as regiões onde o número de desempregados inscritos nos centros de emprego mais subiu em setembro, em termos homólogos, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O Algarve tinha mais 22,3 por cento de inscritos, totalizando os 21.668 desempregados, enquanto a Madeira tinha mais 20 por cento, somando 15.144 desempregados inscritos.
Nos Açores, o número de pessoas inscritas nos centros de emprego aumentou 19,9 por cento para 5.686 desempregados.

De acordo com o IEFP, comparativamente a agosto, o desemprego só não aumentou no Alentejo (onde caiu 0,9 por cento).
No Norte, a região do país que concentra o maior número de pessoas sem emprego (44,7 por cento), o desemprego continua também a crescer, com o número de inscritos nos centros a subir 8 por cento para 246.574.

Em Lisboa e Vale do Tejo, onde se localizam 29,6 por cento do número de inscritos, existiam, no final de setembro, 165.714 desempregados (mais 9,9 por cento do que no mesmo mês de 2009).
No centro do país, o número de desempregados inscritos subiu 5 por cento para 77.553 pessoas em setembro, face ao mesmo mês de 2009, enquanto no Alentejo subiu 5,5 por cento para 23.481 pessoas.
No que respeita à oferta de emprego, o número de ofertas disponíveis, no final do mês de setembro, totalizou as 21.503, menos 2,3 por cento do que no mesmo mês do ano passado e inferior em 3,3 por cento, face a agosto.

O número de colocações efetuadas ao longo do mês através dos centros de emprego de todo o país, por sua vez, totalizou as 7.444, mais 6 por cento do que em setembro de 2009 e mais 25,2 por cento.
De acordo com os dados do IEFP, mais de metade das colocações (59,7 por cento) foram feitas em apenas quatro grupos profissionais: pessoal dos serviços de proteção e segurança, trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora, outros operários, artífices e trabalhadores similares e trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio.

In: Observatório do Algarve

De facto verifica-se um acentuar do desemprego no Algarve, especialmente nas áreas mais técnicas, construção, manutenção e alguns serviços.

Nas empresas do sector da engenharia onde eu trabalho, nomeadamente no sector eléctrico, a situação de falta de liquidez, salários em atraso, não pagamento a fornecedores, entre outras situações é uma situação recorrente. Não é a empresa A, a empresa B ou a C, são todas. Todas estão na mesma situação e não há volta a dar-lhe. Muitas PME vão desaparecer até ao final do ano, muita gente vai ficar desempregada, e com o posterior aumento de impostos, então aí é que vai ser o golpe de misericórdia num sector já por si moribundo.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos