sexta-feira, 1 de abril de 2011

INE e Eurostat revêem em alta défice do Estado dos últimos 4 anos


Depois da Visita Diálogo (a expressão é do INE, ver aqui “Procedimento dos Défices Excessivos“) que o Eurostat realizou em Portugal nos passados dias 17 e 18 de Janeiro ficou acente proceder à revisão do défice público dos anos de 2007 a 2010 por incorporação das responsabilidades relativas à reclassificação de algumas empresas públicas de transportes (REFER, Metro de Lisboa e Metro do Porto) bem como pela incorporação das garantias executadas, prestadas pelo Estado ao BPP e pelas imparidade assumidas no BPN após a sua nacionalização.
No quadro seguinte apresentam-se os cenários antes e depois destas alterações, surgindo sublinhado o valor de 2010, hoje conhecido pela primeira vez:
Défice Público em % do PIB
  Antes da revisão
  2007 2008 2009 2010
  2,7 3 9,5 6,8
  Acréscimo (em pontos percentuais)
Refer, ML e MP 0,4 0,5 0,5 0,5
BPN 0 0 0 1
BPP 0 0 0 0,3
  Depois da revisão
  2007 2008 2009 2010
  3,1 3,5 10 8,6

Fonte: http://economiafinancas.com/

 
Em Setembro de 2009, o défice orçamental prometido por José Sócrates e Teixeira dos Santos, quando foram a eleições, fixava-se em 5,9%.

Ontem, descobrimos que afinal é de 10%. Já este ano, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças garantiram que o défice orçamental de 2010 seria inferior a 7%. Ontem, o INE divulgou que é de 8,6%. 

É urgente que se faça uma auditoria correcta e minuciosa as contas públicas, de modo a que o governo, seja ele qual for, que saia das eleições de 5 de Julho não tenha desculpa para futuras asneiradas e disparates e saiba exactamente com o que conta. O próprio presidente da Republica deveria ser o garante do regular funcionamento das instituições e deveria ser o primeiro a exigir que se conheça a realidade dos números.

Lá por a União Europeia ter o rabo preso... e de o governo Socrates estar entalado, não quer dizer que os Portugueses tenham de ficar entalados. É preferível saber a realidade, e traçar um plano realista e serio para nos tirar desta situação, fazendo os sacrifícios que tiverem de ser feitos.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

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