Depois da Visita Diálogo (a expressão é do INE, ver aqui “Procedimento dos Défices Excessivos“) que o Eurostat realizou em Portugal nos passados dias 17 e 18 de Janeiro ficou acente proceder à revisão do défice público dos anos de 2007 a 2010 por incorporação das responsabilidades relativas à reclassificação de algumas empresas públicas de transportes (REFER, Metro de Lisboa e Metro do Porto) bem como pela incorporação das garantias executadas, prestadas pelo Estado ao BPP e pelas imparidade assumidas no BPN após a sua nacionalização.
No quadro seguinte apresentam-se os cenários antes e depois destas alterações, surgindo sublinhado o valor de 2010, hoje conhecido pela primeira vez:
Défice Público em % do PIB | ||||
Antes da revisão | ||||
2007 | 2008 | 2009 | 2010 | |
2,7 | 3 | 9,5 | 6,8 | |
Acréscimo (em pontos percentuais) | ||||
Refer, ML e MP | 0,4 | 0,5 | 0,5 | 0,5 |
BPN | 0 | 0 | 0 | 1 |
BPP | 0 | 0 | 0 | 0,3 |
Depois da revisão | ||||
2007 | 2008 | 2009 | 2010 | |
3,1 | 3,5 | 10 | 8,6 |
Fonte: http://economiafinancas.com/
Em Setembro de 2009, o défice orçamental prometido por José Sócrates e Teixeira dos Santos, quando foram a eleições, fixava-se em 5,9%.
Ontem, descobrimos que afinal é de 10%. Já este ano, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças garantiram que o défice orçamental de 2010 seria inferior a 7%. Ontem, o INE divulgou que é de 8,6%.
É urgente que se faça uma auditoria correcta e minuciosa as contas públicas, de modo a que o governo, seja ele qual for, que saia das eleições de 5 de Julho não tenha desculpa para futuras asneiradas e disparates e saiba exactamente com o que conta. O próprio presidente da Republica deveria ser o garante do regular funcionamento das instituições e deveria ser o primeiro a exigir que se conheça a realidade dos números.
Lá por a União Europeia ter o rabo preso... e de o governo Socrates estar entalado, não quer dizer que os Portugueses tenham de ficar entalados. É preferível saber a realidade, e traçar um plano realista e serio para nos tirar desta situação, fazendo os sacrifícios que tiverem de ser feitos.
Cumprimentos cordiais
Luís Passos
Luís Passos
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