sábado, 9 de abril de 2011

Depois de Todas as Privatizações e de todo o Património Vendido que Restará a Portugal?

AS PRIVATIZAÇÕES EM MASSA

Ao longo de muitos anos, governo após governo, independente de ser PS ou PSD, vêm privatizando empresas produtoras de receitas para o Estado e vendendo património imobiliário, como forma de tapar buracos nas contas e enganar os contribuintes e a CE. É como que uma família desempregada e sem recursos disponíveis, que nada mais lhes resta para a sobrevivência do que vender todos os bens disponíveis, a preços muito baixos, para sobreviverem mais um período de duração limitada.   
 
Muito do património vendido, tais como estabelecimentos prisionais, edifícios de hospitais, ministérios e outros organismos do Estado, acabam por ser alugados pelo Estado por milhões de euros, que em poucos anos consomem todo o valor recebido e continua-se indefinidamente a pagar aluguer do que outrora eram propriedades do Estado. Em conclusão, ano após ano o Estado português fica mais pobre e meia dúzia de senhores privilegiados, com ligações a governantes com grandes influências acabam mais ricos. Não é por acaso que em Portugal  cada dia aumenta mais o número de famílias na miséria, por outro lado, o número de milionários com maiores fortunas também aumenta. Há quem chame a este tipo de governação democrática. Eu dou a este tipo de governação a denominação de um sistema de governo de gestão de incompetência caótica e cada vez mais corrupta.

Ao longo dos últimos seis anos muito se ouviu falar ao PM, José Sócrates e ao PR, Cavaco Silva, que para um aumento da nossa economia é essencial aumentar as exportações. Mas como, se não se ouve mencionar aos nossos (des)governantes de produção de riqueza? Como é possível aumentar as exportações sem criar produção? Como é possível criar produção se a maioria das indústrias do país encerram. Como é possível criar postos de trabalho e reduzir o desemprego se cada dia há mais PME a encerrarem as portas. Há muito que a nossa produção alimentar é insuficiente para o abastecimento do consumo nacional, obrigando o país a importar produtos alimentares que no passado eram criados e produzidos aqui. Tornou-se prática em subsidiar produtores para não produzir em lugar de incentivar para produzir.

No passado, muitas donas de casa para ajudar o orçamento familiar preparavam em casa receitas caseiras e faziam pastéis, rissóis, etc., para venda em estabelecimentos de hotelaria das vizinhanças. A ASAE, com regras europeias, que a maioria dos países da CE nem se preocupam, como exemplo a nossa vizinha Espanha, baniu a confecção de produtos caseiros, considerando um risco para a saúde pública a confecção de tais alimentos, e punindo tais casos com multas e mesmo até prisão. Desconheço estatísticas de que tal confecção de alimentos tenha causado um grave problema epidemiológico de casos de saúde devido à falta de higiene caseira. Mas há casos de saúde graves devido à confecção de alimentos em estabelecimentos de hotelaria e mesmo em unidades hospitalares, devido há falta de higiene e de métodos de produção e armazenamento, ainda que regulados mas não vigiados.

Estamos á beira de eleições e muito provavelmente de um novo governo, formado por um ou pelos dois velhos partidos que sempre nos (des)governaram. Os protagonistas serão provavelmente outros, mas o método político e de gestão serão eventualmente os mesmos. Independente ser José Sócrates ou Passos Coelho, de ser Pedro ou Paulo, todos entram no governo com palas nos olhos, concentrados apenas para resolver os problemas de finanças com aumento de impostos, privatização e venda de imobiliários. A maior preocupação dos nossos (des)governantes é dar um bom parecer de estabilidade à Europa, e não se os portugueses têm comida na mesa. Se as crianças que vão para as escolas de manhã se vão alimentadas.
Passos Coelho, provável futuro primeiro-ministro, ainda em início de campanha, para além da proposta do aumento do IVA para 25%, apresenta ao país um pacote de privatizações em massa. Mais uma vez, tudo com o propósito de solucionar o deficit e evitar tocar na gordura em excesso, que foi exposta no artigo anterior. Tal como o governo demissionário, para Passos Coelho a definição de Programa de Estabilidade e Crescimento, PEC, concentra-se em estabilizar as dívidas, criadas por governos sucessivos de má gestão, com recurso a aumento de impostos e cortes de benefícios. Eu defino estes tão falados PEC como Plano de Endividamento Contínuo. Com a continuidade de aumento de impostos e cortes de benefícios, debilitando as classes mais desfavorecidas, nunca haverá estabilidade e crescimento no país. Portugal precisa sim de um PEC, mas que signifique Produção e Empreendimento Contínuo. 
 
Quando da unificação de Portugal à Comunidade Europeia, acreditei que fosse para um melhor nível de vida e bem-estar de todos os portugueses, não apenas de uma classe de oportunistas e privilegiados. Infelizmente, depois de 25 anos de unificação de Portugal à Comunidade Europeia, o povo português está a andar em retrocesso e a regressar aos anos 50 do tempo de Salazar, em que muitas crianças andavam mal nutridas; em que as mulheres procuravam nos bolsos todos os tostões para alimentar as famílias; em que a tuberculose era uma doença que colocava em risco a vida dos mais necessitados. A miséria e a tuberculose andam sempre de mãos dadas. Os casos de tuberculose estão a aumentar em duas das regiões mais populosas do país, Lisboa e Porto.

O FUTURO DE PORTUGAL ESTÁ EM RISCO PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

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